sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Família Moderna


O núcleo familiar especificado nas escrituras é formado por pai, mãe e filhos. A própria biologia humana aponta para este modelo específico de família, já que a procriação só acontece na soma “macho / fêmea”, formula que embora já possa ser manipulada pela ciência hodierna, não pode ser substituída.  Ainda no Jardim do Éden, o primeiro casal recebeu do criador a incumbência de povoar a terra (Gêneses 1:28). Adão, porém, compreendeu que antes de “multiplicar” era necessário “somar”, e assim que se desposou de Eva, estabeleceu que o homem deve deixar a casa de seus pais, unir-se a uma única mulher, e tornar-se uma só carne com ela (Gêneses 2:23-24).

Quando paramentado nos princípios divinos, este “cordão de três dobras” oriundo da comunhão de um marido, sua esposa e o próprio Deus, é um alicerce sólido e inquebrável para a construção de uma família, que se perpetra nos filhos, herança do Senhor. Por longos milênios esta tradição tem se mantido, sendo responsável pela sobrevivência e evolução da espécie humana no planeta. Afinal, sem famílias solidificadas, nenhuma civilização subsiste. Este sistema norteia a moral judaico-cristã por inúmeras gerações, sendo ensinado pelos patriarcas (Provérbios 5:18), ratificado pelo próprio Cristo (Marcos 10:6-8) e instruído pelos apóstolos (Efésios 5:31).

Estes valores milenares se mantiveram impávidos ao longo de toda a história, apesar de inúmeras tentativas para compor “famílias” fora destes princípios, e que sempre resultaram em efeitos colaterais de grandes proporções. O eterno conflito entre palestinos e judeus que se iniciou no relacionamento de Abraão com sua serva Hagar, os graves desvios de caráter nos filhos de Jacó oriundos de uma família multifacetada e a guerra civil gerada nos haréns do rei Davi, são apenas alguns exemplos cabais de catástrofes pessoas e seculares resultantes dos “atalhos” criados pelos homens em seus relacionamentos aquém do estabelecido no Éden.

Mas eis que o Século XXI chega com muita força, contestando valores antes inquestionáveis. Uma nova ideologia social que renega a Bíblia e relega as crenças cristãs ao limbo de um arcaísmo retrogrado. Conceitos como a homo-afetividade, (que de forma pontual sempre permearam a história) agora emergem em escala global, ganhando força midiática ao lado de novíssimos elementos sociais, tais como “identidade de gênero” e “multiplicidade de formações familiares”. No mundo moderno, a “FAMILIA” nos moldes bíblicos se tornou uma instituição ultrapassada e que está fadada ao ostracismo.  Se amparando nos direitos assegurados a cada cidadão brasileiro pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil - Lei 10.406/02 (onde é assegurada a dignificação da pessoa humana, resguardando os direitos sociais e individuais de cada), tem se acentuado o debate entre políticos, educadores, filósofos e juristas para que haja maior tolerância para os mais diversificados vínculos familiares. Só no Brasil, já são considerados pelo menos 10 possíveis modelos de família:

Matrimonial – família constituída a partir de uma união conjugal oficializada entre homem e mulher

União Estável – família constituída a partir de uma união duradoura não oficializada entre homem e mulher.

Concubinato – família constituída a partir de uma união entre homem e mulher para a qual não está autorizada oficialização.

Homoafetiva – família constituída a partir da união de duas pessoas do mesmo sexo.

Monoparental – famílias onde apenas um dos pais se mantem atuante junto aos filhos.

Pluriparental – família formada a partir da união de pessoas que já tenham filhos (famílias agregadas)

Anaparental – família formada fora do modelo tradicional, onde pessoas convivem juntas formando sociedades.

Eudomonista – união de pessoas com objetivos em comum, mas que não desejam encaixe nas relações familiares

União Livre – união de pessoas (hétero ou homossexuais) que buscam relacionamento sem incidências de obrigações

Uniões Plúrimas – pratica de união múltipla sob o mesmo teto

A questão da “Multiplicidade de Formações Familiares” traz em seu bojo uma série de armadilhas, prontas para minar o modelo familiar bíblico. Por exemplo, no Congresso Nacional Brasileiro, está hibernando o Projeto de Lei da Câmara 122/2006, que em seu novo texto insere a questão da “IDEOLOGIA DE GÊNERO”, ou a ideia de que ninguém nasce macho ou fêmea, é que tal descoberta se dará durante as primeiras fases da vida. Uma “Proposta de Emenda Constitucional” elaborada por uma comissão da OAB (ordem dos advogados do Brasil), veladamente recomenda ao Superior Tribunal Federal uma verdadeira ditadura de minorias em prol dos grupos LGBT. O Estatuto da Diversidade Sexual, propõem 132 alterações em dispositivos legais que protegem o modelo tradicional familiar. Somando todos os tramites nos legislativos, a Bancada Evangélica calcula que existam quase 900 projetos de lei que se aprovados, seriam poderosos golpes contra a família cristã.

A Igreja de Cristo deve ser a salvaguarda da sociedade diante destes ataques maléficos, e a melhor forma de estar pronto para este inevitável confrontamentos moral e estar embasada na Palavra de Deus, regra inquestionável de fé e parâmetro para uma vida de santidade.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

EBD - Influenciando gerações através da conduta e exemplo de vida



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo com as Gerações Passadas  - Lição 01
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes















Confira nossa biblioteca de estudos na página especial da EBD

Texto Áureo
Josué 24:15
Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.

Verdade Aplicada
Servir ao Senhor é responder positivamente ao Seu favor e reflete em bênçãos às futuras gerações.

Textos de Referência
II Timóteo 1:3, 5-7

Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, de quem sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia;
Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.
Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos.
Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.

Introdução

Nas mais simples e nas mais complexas situações de nossas vidas, seja o nosso exemplo de vida com Deus o mais poderoso e valioso legado para as futuras gerações.


Definindo Gerações
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O conceito “geração” vem do latim “generatĭo”, e entre seus diversos significados e aplicações, faz referência a uma coletânea de seres vivos de mesma idade. Em sentido parecido, também refere-se ao conjunto de pessoas que por nascerem num mesmo período histórico, recebem ensinamentos e estímulos culturais e sociais similares, e assim, em teoria, possuem comportamentos e interesses em comum. Pode referir-se também a um grupo de descendentes quando se trata de parentesco, tal como filhos e netos. No contexto aqui estudado, podemos dizer que GERAÇÃO é aquele grupo de pessoas, que em decorrência de uma ideologia comum, é responsável por moldar a identidade cultural e espiritual de seu tempo, preparando-a para a posteridade. Assim, a responsabilidade de uma geração para com a outra é "real" e "vital" para sua evolução e sobrevivência da espécie. Apesar de sua importância, é muito difícil especificar a duração histórica de uma geração, já que a vida humana não tem prazo de validade definido.

Por exemplo, a Bíblia cita a idade de 120 anos como uma média razoável de vida (Gêneses 6:3), porém, esta expectativa é reduzida drasticamente para 70 anos no Salmo 90:10. Mesmo assim, é possível encontrar no texto do Pentateuco (Gêneses 5), personagens com mais de nove séculos acumulados de vida, casos de Enos (905 anos), Cainã (910 anos), Sete (912 anos),  Adão (930 anos), Jarede (932 anos) e Matusalém (979 anos), porém, atualmente, a  expectativa de vida em países de terceiro mundo como República do Chade e Guiné-Bissau, não passa dos cinquenta anos. Além disso, diariamente, milhares de crianças e adolescentes morrem prematuramente pelos mais diversos motivos. Essa inconstância da vida, aliada ao avanço tecnológico sem precedentes da pós-modernidade, dificultam cada vez mais, a datação exata de um grupo humano igualitário em suas demandas e aspirações. Assim, sociólogos e historiadores se debruçam sobre estatísticas para encontrar a duração exata de uma geração, e os resultados destes cálculos estão sempre mudando.

Durante muitas décadas, definiu-se geração como sendo aquela que sucedeu a seus pais. Portanto, calculava-se como sendo uma geração o tempo de 25 anos. Porém, na última metade de século, com o aumento considerável nos avanços tecnológicos, a maior facilidade de conexão com culturas diferenciadas e o bombardeio diário de informações, o intervalo entre uma geração e outra ficou mais curto. Hoje, já se pode falar em uma nova geração a cada dez anos. Isso significa que pessoas de diferentes ideologias estão convivendo simultaneamente, em casa, na escola e no mercado de trabalho. Isso tem seu lado positivo, já que a experiência e a maturidade dos "mais velhos", aliada a expertise dos "mais novos" no manejo das tecnologias, têm sido responsável por resultados expressivos e pela capacidade de inovação de algumas organizações, porém, não deixa de ter seu contraponto. Se esta sinergia entre gerações não for alcançada, insta-se o conflito ideológico entre pessoas que em teoria deferiam formar um mesmo consciente coletivo. Isso nos leva a um legado fragmentado, que migra paulatinamente a uma falta de identidade social. 

E isso se reflete na espiritualidade do indivíduo, já que as mudanças constantes no pensamento teológico e religioso dentro de uma mesma instituição, não deixa marcas permanentes nas gerações futuras. Cada geração que se afasta de Deus, também empurra a próxima geração para o limbo da apostasia. É preciso entender que como igreja, apesar de convivermos com o conflito social de gerações em nossas comunidades, é preciso manter a consciência coletiva sobre Deus e seus desígnios fora do rol das transformações do mundo. Deus não muda, e nossa forma de enxergá-lo também não pode mudar, independentemente da duração da vida ou das mudanças culturais de cada tempo. 


A importância de uma geração

Neste trimestre, estudaremos acerca da importância das gerações. Este assunto é de vital seriedade, porque quando uma geração não deixa um bom legado, os prejuízos futuros são incalculáveis (Juízes 2:10). Cada nova geração deve empenhar-se em sua própria experiência com Deus; não pode continuar vivendo às custas das experiências espirituais dos heróis do passado. É bem claro que o paganismo nunca esteve longe do povo de Deus durante toda a história de Israel. Quando Josué e seus companheiros morreram, a nova geração não vivenciou suas experiências de fé, nem tinha lembrança dos grandes livramentos que Deus lhe trouxera. “E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia ao Senhor, tampouco a obra que fizera a Israel” (Juízes 2:10).

O período dos juízes veio após a conquista de Canaã sob a liderança de Josué, o que trouxe relativa paz e estabilidade para os israelitas (Josué 21:43-45). No entanto, a geração seguinte fracassou em assegurar as bênçãos de Deus e falhou em expulsar as nações remanescentes em Canaã. A consequência deste fracasso foi um enfraquecimento frequente na vida dos filhos de Israel, marcado por conflito entre as tribos, sincretismo religioso e a derrota diante das nações estrangeiras. Precisamos compreender que uma geração sempre influencia outra geração. Todas as gerações têm o seu propósito dentro do plano eterno de tornar conhecida a vontade de Deus. Infelizmente a geração dos juízes viveu oscilante, sem estabilidade e mergulhada na idolatria (Juízes 2:8-13).

É dever de cada geração fazer com que as gerações futuras conheçam os atos portentosos de nosso Deus (Salmo 145:4). Cada geração de discípulos de Jesus Cristo precisa tornar conhecido o plano de salvação do Senhor em seu tempo. E, assim, estará preparando o caminho para que a seguinte cumpra o seu objetivo e se aproxime de Deus com sabedoria, reverência e dignidade. Que o conheçam como Deus e Senhor e que saiba como chegar-se a Ele, confiar em Sua administração e obedecê-Lo de todo o coração. Ensinar isso não é tarefa fácil, pois só ensina quem vivenciou experiências genuínas com Deus (João 3:10).

Uma geração deve influenciar a outra geração com o que aprendeu de seus antepassados. Nossa influência não deve estar limitada apenas ao período de nossas vidas, mas devemos viver de maneira que nossa influência transcenda gerações. Nossas maiores inspirações de fé não se originam somente de pessoas próximas a nós, mas também daqueles que já passaram por essa terra, porque seus exemplos inspiram outras gerações. Esse sempre foi o desejo do Eterno, pois o primeiro lugar onde se aprende os princípios divinos é em casa e isso deve se estender de geração a geração (Daniel 6:3-9).

A Palavra de Deus é bastante clara: a responsabilidade de educar os filhos é dos pais (Salmo 78:5). É o pai que deve ensinar ao filho o caminho em que ele deve andar (Provérbios 22:6). Aqui está um grande alerta, porque se fracassamos em nossos lares não teremos sucesso na Igreja (I Timóteo 3:5). Antes de entregarmos nossos filhos para a escola, devemos ensinar-lhes em nossas casas tudo o que aprendemos de Deus (Deuteronômio 5:7-23). Nossos filhos precisam observar nossa conduta e serem atraídos por ela para viver um relacionamento com Deus. Isso não se aprende na escola. Se todos assumirem suas responsabilidades, o Reino de Deus avançará de forma sólida e inabalável.

A Palavra de Deus não tem lugar neutro para a atitude dos pais (Salmo 78:5-8). A responsabilidade de educar os filhos foi dada aos pais. Não há meio termo. São os pais que ensinam seus filhos a temer a Deus. Só é guiado pelo Eterno quem conhece seus preceitos e vivencia experiências com o Autor da Vida. Quando um homem ama a Deus de maneira total, obedece alegremente às Suas palavras (Dt 6.7-9). A exigência do amor a Deus implica em todas as outras. A disposição de amar a Deus abrange tanto a disposição de obedecer aos seus mandamentos quanto a disposição de comunicar tais mandamentos às gerações seguintes, de modo a preservar uma atitude de amor e obediência entre o povo de Deus em todas as épocas.


Construindo um Legado
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Nossa vida nesta Terra é extremamente curta, sendo chamada pela Bíblia de brisa, sopro e comparada a uma pequena planta que nasce e rapidamente morre. Na prática, temos pouquíssimo tempo para realizar a missão que nos foi confiada, e por mais que consigamos avanços consideráveis, infelizmente, alguma coisa sempre fica para traz. É inegável que nossos dias estão relativamente mais curtos, e nossas “horas” se tornaram artigo de luxo. São tantas as ocupações e preocupações que fica praticamente impossível administrar o tempo disponível para atender tamanha demanda. Atividades diárias se acumulam sobre nossas costas e nos obrigam a estabelecer prioridades, o que fatalmente fará com que momentos importantes e decisivos sejam sublimados pelo cruel carrasco cronológico. A modernidade impõe um julgo desumano sobre o indivíduo, e essa imposição é aumentada sobre todo homem  que precisa mensurar em poucas horas o teórico e o prático, a ação e a reação, o planejamento e a execução, o material e o espiritual, a vida secular e o ministério.  Devido à necessidade de se fazer mil coisas em um período relativamente escasso, é que muitas vezes, atividades importantes não são feitas. Em suma, toda esta realidade se encerra na mais pragmática das revelações: é impossível fazer tudo sozinho.  

Mas esta não é uma verdade pertinente apenas aos nossos dias, pois desde a antiguidade, os textos sagrados explicitam a necessidade do trabalho em equipe, em referências como as encontradas em Provérbios 24:6, Eclesiastes 4:9-10, Isaías 41:6 e Lucas 10:1. Já no Éden, a existência da vida humana foi drasticamente reduzida em decorrência do pecado (Gêneses 2:17), e mais nenhum homem conseguiu ser pleno em realizações, pois nossa vida se finda antes de nossas ambições. Assim, cada pessoa aproveita o “gancho” deixado por outros, para a partir deste ponto começar a desenvolver algo pessoal e possivelmente relevante, que chamará a atenção da próxima geração, que usará este novo “gancho” para suas próprias inovações. Tem se então a verdade por traz do jargão: - Neste mundo nada se inventa, mas se copia. A grande preocupação que devemos ter, se divide em duas etapas. Na primeira avaliamos se nossas ações honram o que foi construído pelos patriarcas que sucedemos, e também, se estamos construindo algo realmente sólido para a posteridade. Ninguém é pleno sozinho...

Ninguém consegue ser completo no isolamento. Precisamos trabalhar em conjunto com os que foram e com os que serão, afim de construir uma história e perpetrar um legado. Muitos acreditam que um exército de ovelhas lideradas por um leão, venceriam facilmente um exército de leões liderados por uma ovelha. Isto porque o "formador de opiniões" tem a capacidade de moldar seus influenciados de acordo com sua própria mentalidade. Esta dádiva é uma faca de dois gumes, pois quando não usada com sabedoria se torna em maldição. Líderes fracos fatalmente forjarão grupos fracos, e líderes fortes, fortaleceram seus liderados, por mais fracos que sejam. Este princípio vale para qualquer esfera de ação, tais como o empreendedorismo, a dedicação, a inventividade e a pró atividade. Uma geração sempre irá ditar os passos da próxima geração, a grande é: - Para onde?


Um legado para outra geração

A influência de uma geração pode ser tanto positiva quanto negativa. Neste ponto, analisemos alguns tipos de influência, inclusive a que se estende por gerações (I Timóteo 3:4-5). No terceiro capítulo da primeira epístola de Paulo a Timóteo, encontramos muitos ensinamentos para uma boa conduta, principalmente na família. O apóstolo Paulo ensina que nossa conduta tem como finalidade alcançar uma esfera maior de influência (I Timóteo 3:11-13). Ele diz que aquele que administra bem sua casa receberá de Deus uma graduação mais alta de confiança e de honra. Sua influência não somente crescerá porque as pessoas veem seu exemplo. Crescerá porque sua casa está alicerçada e essa casa produzirá uma segunda geração com influência, os filhos. Uma pessoa que educa bem sua família transmite para a próxima geração o mesmo legado de honra no qual viveu (II Timóteo 1:13; II Tessalonicenses 3:9).

Tudo o que fazemos seja na igreja ou em qualquer outro lugar, o maior e melhor trabalho que podemos realizar é em nossa casa. De que nos serve estar de posse de grande herança, ganhando muito dinheiro, se ao mesmo tempo estamos perdendo nossa família? (Mateus 16:26; Lucas 9:25).

Muitos pensam que uma forma de se dedicar à família é limitar-se a realizar cultos nos lares. Isso é ótimo e recomendável, todavia, o ideal é compartilhar esse tempo através de diálogos e assim transmitir o Evangelho, que já vivemos como conduta. As famílias necessitam de pais (ou um parente próximo) que sejam uma boa influência para as gerações seguintes. Precisamos dar nossos filhos a Deus. Devemos motivá-los a amar a Deus e chegar-se a Ele. Devemos trabalhar de tal maneira que as gerações seguintes recebam a influência correta do Evangelho de Cristo. Timóteo herdou isso de sua mãe Eunice, a qual também havia herdado de sua mãe Lóide (II Timóteo 1:5; Tiago 4:8).

O desejo de Deus é que não sejamos um grupo de evangélicos a mais, mas que tenhamos a fé de Jesus Cristo como prática diária. Que sejamos uma geração que não se compromete com as coisas deste mundo (I Timóteo 2:4). Vale ressaltar que a maior herança deixada a Timóteo por sua mãe e avó foi a fé em Deus.

O apóstolo Paulo observou em Timóteo uma fé não fingida, a mesma que demonstraram sua avó e sua mãe. Todavia, Paulo tinha receio que Timóteo oscilasse na fé, por esse motivo, o anima para que lance fora o espírito de covardia, pois, do contrário, não seria capaz de transmitir essa mesma fé para a seguinte geração (II Timóteo 1:6-7). A covardia pode parar um avivamento. A pressão, a crítica e o medo do sistema podem tentar nos parar. Devemos ter cuidado com influências negativas. Nossa missão é sempre formar uma geração que conheça o Senhor e levá-la a ter experiências com Ele. Devemos velar para que nossos filhos, netos e bisnetos herdem nossa fé e desejo de servir ao Senhor.

Timóteo sofreu uma grande influência de sua avó, de sua mãe e do apóstolo Paulo. Devemos ter bastante cuidado com os agentes da difamação e com as influências negativas. É bom ressaltar que o conselho do apóstolo Paulo a Timóteo vale para todos nós: “Por cujo motivo, te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (II Timóteo 1:6); “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homem fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (II Timóteo 2:2).


Responsabilidades Familiares
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Pelo padrão bíblico, o núcleo de uma família é essencialmente formado por pai, mãe e filhos. Nesta equação, cabe ao homem o papel de “cabeça da casa”, exercendo liderança social e espiritual junto aos seus (Efésios 5:23 / I Coríntios 11:9). Sobre ele recai uma tríplice função, que em via de regra, não pode ser rejeitada, postergada ou abandonada: rei, profeta e sacerdote. Este ministério tridimensional engloba todas as atribuições designadas pelo criador ainda no Jardim do Éden, bem como os encargos espirituais decorrentes de sua autoridade paternal (Gêneses 1:27-29; 2:15-25, 3:17-20). Como “rei”, ele deve dominar com austeridade sobre sua casa, fazendo desta liderança o seu parâmetro para qualquer outra atividade secular que venha desenvolver (I Timóteo 3:4). 

Cabe ao homem arcar com sustento de seu lar, provendo alimento, moradia e vestuário, bem como alicerçar sua casa em princípios morais e estabelecer pilares emocionais em sua família. Como “profeta”, cabe ao pai ser um porta-voz de Deus para sua prole, ensinando os preceitos divinos e zelando pela Lei do Senhor. Neste aspecto, ele “literalmente” traz Deus para dentro de sua casa, tanto por meio de suas palavras (ensinamentos), quanto por suas ações (exemplos). Já no ofício sacerdotal ele faz o caminho inverso, levando sua família até Deus por meio de orações, súplicas e consagrações diárias.

A mulher por sua vez e a genitora da vida, portadora da semente divina. Desde os primeiros dias de gestação, a ligação com o feto, ou melhor, a sintonia com seu filho já é espetacular. Ainda ali, já aflora um amor que supera a tudo e a todos. Não importa o frio, a fome, o sono ou a dor, a mãe está integralmente presente, protegendo, acalentando e abençoando aquele ser indefeso, que ela defende com unhas e dentes. Esse amor só faz aumentar, nunca cessa e jamais lhes será tirado. Mas não para por aí... Quando analisamos o texto de Provérbios 31, nos deparamos como uma série de virtudes inerentes ao “ministério da edificação”, que no âmbito familiar, deve ser exercido pela mulher com plenitude de sabedoria. Obviamente, na conjuntura social em que vivemos, as funções exclusivistas destinadas a “pais” e “mães” estão intrinsecamente miscigenadas, sendo compartilhadas de forma profícua para a sustentabilidade da família. Este compartilhamento de responsabilidades, porém, não altera os valores espirituais dos ministérios familiares que devem ser preservados com zelo e honestidade, pois Deus jamais pedirá a “Sara” um sacrifício que cabe somente a “Abraão” e vice-versa. A beleza reside exatamente no complemento perfeito que reside na união de forças, fator de equilíbrio na balança da vida.  Pais fortes, filhos fortes. Pais vacilantes, filhos fracos e sem determinação. Alguém já disse certa vez que o lar é a oficina aonde os filhos são construídos. Lares abençoados fabricam filhos abençoados.

Muitos pais colhem lágrimas amargas porque não plantam para o futuro. Querem honrar cargos, buscam reverência instantânea e esquecem que estamos semeando para a posteridade. Questionamos publicamente a Deus pelo que não recebemos e com isso matamos a fé de nossos filhos, pois veem seus pais como figuras murmuradoras e críticas que estão estacionados na fé, decepcionadas com Deus, com a igreja e com os irmãos. Seguindo esse exemplo deturpado, eles têm seu caráter moldado num clima de frieza espiritual.  E se ao invés de murmuração e palavras ofensivas, nossos filhos ouvissem orações de agradecimentos? E se ao invés de picuinhas e falatórios eles nos vissem lendo a Bíblia, falando em línguas com lágrimas nos olhos e sendo gratos pelo que temos. Provérbios 22:6 diz que nossos filhos se lembraram do caminho em decorrência do ensinamento ministrado pelos pais. Então a questão de grande relevância é: O que temos ensinado? Nosso lar é o agente formador do caráter e da estrutura espiritual de nossos filhos.


A influência familiar

Uma das coisas que o coração humano mais deseja é formar uma família. A Palavra de Deus diz que o que encontra uma esposa acha o bem e alcança a benevolência do Senhor (Provérbios 18:22). Devemos aprender a viver em família, ser boa influência para esta e para as futuras gerações. “Palavras do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou sua mãe” (Provérbios 31:1). A influência dos pais é determinante sobre a conduta de uma família. Observe o que o provérbio diz: “a profecia que lhe ensinou sua mãe”. Pais sábios deixam um bom legado para seus filhos, deixam uma fé forte e genuína, pois têm bastante cuidado com a herança que o Senhor lhes confiou. Que nossos filhos não precisem buscar em outros aquilo que compete anos, pais, oferecer. Que sejamos referencias para suas, dando-lhes não somente o conhecimento da Palavra, mas a prática da mesma em ações e palavras, dentro e fora de casa.

A vida e a morte estão no poder da língua (Provérbios 18:21). Devemos usar nossa boca para abençoar nossos filhos e não para amaldiçoa-los. Os filhos devem ser influenciados de forma positiva. A mãe do rei Lemuel assim o fez. Filhos não devem ser chamados de estúpidos, néscios, lesados, ou qualquer outra palavra torpe. Que fique bem claro aos nossos corações: os filhos são herança do Senhor, e uma herança deve ser cuidada para valorizar-se a cada dia.

Maria e José foram exemplos de bons pais, pois tinham experiências com Deus (Mateus 1:18-25); eram guiados pelo Senhor (Mateus 2:13-14,20-22); levaram o menino Jesus a Jerusalém, cumprindo assim a lei de Moisés (Lucas 2:21-24); conduziram Jesus à festa da Páscoa, quando este completou doze anos (Lucas 2:39-42); e, ainda, ensinaram a Jesus uma profissão (Marcos 6:3).

Mães e pais devem influenciar de forma positiva os seus filhos. Os filhos crescem observando quais são os princípios aos quais seus pais se submetem. Que possamos sempre dizer para os nossos filhos: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo” (I Coríntios 11:1).

“Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a lei de tua mãe” (Provérbios 6:20). Os mandamentos e ensinamentos (leis) estão associados aos pais. Para que um lar cresça sadio, deve ter mandamentos e ensinamentos (leis). Os pais não alcançam recompensas imediatas, mas, se semearem corretamente e corrigirem seus filhos para que trilhem no caminho da luz, mais tarde, eles se lembrarão o que disseram seus pais e não se desviarão dos caminhos do Senhor (Provérbios 6:22-23).  

Em nossa casa deve haver regras, que devem ser cumpridas para que a educação seja efetiva. O que os pais não ensinam com amor a seus filhos, infelizmente, o mundo ensinará com dores. Por isso, pai e mãe devem sempre trabalhar em conjunto. Vale aqui ressaltar que o livro de Deuteronômio dá importância especial à tarefa de ensinar a Lei do Senhor para a família (Deuteronômio 4:9; 6:7-9, 20-25; 11.19). Precisamos entender que as exigências da aliança do Eterno Deus devem ser o assunto da conversa a todo o tempo, em casa, no caminho, de noite e de dia. Assim como os filhos de Israel deveriam ensinar diligentemente a Lei a seus filhos, falar dela constantemente, atá-la como sinal em várias partes do corpo e escrevê-la, assim nós, a Igreja, devemos ensinar aos nossos filhos os princípios da Palavra de Deus. Mais do que nunca, precisamos compreender que o amor de Deus e as exigências de sua aliança devem ser o interesse central e absorvente de toda a vida do homem.


Conclusão

É bem verdade que o ensino da Palavra de Deus deve começar dentro do lar. O trabalho de uma família prospera quando feito no temor do Senhor, o Eterno Deus (Salmo 128). Pais devem semear corretamente e filhos devem fazer boas escolhas, para que a colheita seja abundante (Salmo 102:18).




Em sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 01 de janeiro de 2017, da Escola Bíblica Dominical.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A Arte e a Adoração



A Arte pode ser definida como sendo uma habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional. Por esta definição pragmática, já é possível um entendimento que a arte pode (e deve) ser usada como uma ferramenta de adoração, já que nosso culto ao Senhor, também deve ser consciente, controlado e racional.

Em Romanos 12:1, o apóstolo Paulo nos ensina que devemos apresentar o nosso corpo à Deus, como um “sacrifício vivo”, santo e agradável, e que este seria nosso culto racional. No grego, o termo equivalente a culto é “latreya”, que significa “serviço”. Já a palavra “racional” vem de “logikos”, que nos remete a ideia de algo prático, lógico, raciocinado. Considerando que o ato de sacrificar constitui-se no fato de imolar uma vítima como oferta a uma divindade afim de expiar uma culpa ou oferecer oblação, o que Paulo nos ensina é que, diante do Senhor, devemos sacrificar nossos desejos e intenções, matar nossas próprias ambições, e usar nossas habilidades e disposições com o único propósito de agradá-lo. E este processo serviente, apesar de santificado, precisa ser realizado de forma consciente, controlada e racional.

Um “artista” é alguém envolvido na produção da arte, empregando sua criatividade e habilidades para a transmissão de uma mensagem. Assim, todo artista pode usar sua arte para o bem ou para o mal, seja buscando transmitir valores corrompidos, ou honrando ao Senhor com seu serviço. Tudo passa pela consciência. 

No século XVIII, os europeus desenvolveram o conceito das belas-artes, classificando inicialmente seis delas: MÚSICA, DANÇA, PINTURA, ESCULTURA, ARQUITETURA e POESIA. Já no fim século XIX, os irmãos Lumière, desenvolveram a tecnologia cinematográfica (CINEMA), que através do “Manifesto das Sete Artes” (escrito pelo italiano Ricciotto Canudo), passou a ser conhecido como a sétima arte. De forma extraoficial, outras manifestações artísticas passaram a integrar esta lista a partir do último século: FOTOGRAFIA, QUADRINHOS e GAMES. Todas estas manifestações artísticas são prodigiosas formas de se transmitir uma mensagem, estabelecer conceitos e transformar a sociedade na qual são disseminadas. Assim, todo artista é um formador de opiniões, um influenciador de gerações e um artesão de mentes.

Exatamente por isso, as artes são uma poderosa ferramenta de evangelização e discipulado, o que nos remete automaticamente a adoração do serviço racional. E estas ferramentas já são usados por homens e mulheres de Deus a muito tempo, e inclusive, ultrapassam os limites da existência humana.

Após a travessia do Mar Vermelho, Miriam liderou as mulheres hebreias numa celebração de ritmos e danças (Êxodo 15:20). Ao ver a Arca da Aliança voltando para Jerusalém, Davi louvava a Deus “bailando e saltando” (II Samuel 6:16). Em Apocalipse 4, ao narrar sua visão na Ilha de Patmus, João testemunha que ao redor do Trono do Altíssimo, acontecia um espetáculo de adoração saltava aos olhos: relâmpagos, trovões, vozes, lâmpadas de fogo, os vinte e quatro anciões que em meio ao louvor executavam movimentos ritmados com suas coroas, e a representação quase teatral dos seres viventes de múltiplas faces (leão, águia, boi e homem). Isso sem contar a eximia coreografia das asas angelicais descritas pelo profeta em Isaías 6:2, que reverenciavam a santidade de Deus. Habilidades artísticas humanas e angelicais, sendo usada para adorar ao Altíssimo.

Adorar a Deus é uma entrega sincera de corpo, alma e espírito, libertando-se de convenções e legalismo, sem abrir mão da racionalidade, para da forma mais sincera possível, e usando aquilo que temos de melhor, celebrar ao Criador do Universo, cantando, gritando, dançando, falando em línguas ou até mesmo em contido e profundo silêncio. Independentemente de sua arte, o “ADORARTISTA”, ou seja, o “artista adorador”, precisa derramar seu coração no altar, demostrando amor ao Senhor de forma honesta, pura e perfeita, sendo verdadeiro consigo e com Deus.

Não existe qualquer demérito em ser extravagante, ousado e criativo, desde que estas habilidades sejam depositadas aos pés de Jesus (Lucas 7:37-38). Na adoração, não existem regras absolutas pré-definidas por padrões humanos, mas sempre haverá uma condição a ser seguida, estabelecida pelo próprio Cristo: Espírito e Verdade (João 4:23)

Pb. Miquéias Daniel Gomes

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

EBD - Aprendendo com as Gerações Passadas


No próximo domingo, 01 de Janeiro, iremos iniciar o um novo trimestre da Escola Bíblica Dominical.  E o tema escolhido para a abertura do ano letivo de 2017 é:

Aprendendo com as Gerações Passadas - A importância, responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as complexidades e os desafios da pós-modernidade

O material didático será a edição nº 102 da “Betel Dominical Jovens e Adultos”, comentada pelo Pr. Manoel Luiz Prates, Bacharel em Teologia, Coordenador de Seminários de Capacitação de Pais e Professores de EBD no Brasil e Gerente Administrativo da Editora Betel. 

Em nossa igreja, IEAD Estiva Gerbi, o corpo docente será formado pelos seguintes professores: Pb. Miquéias Daniel Gomes, Pb. Abdenego Alves Wanderley, Pb. Paulo Gonçalves Oliveira e Pr. Wilson Gomes, com as aulas sendo ministradas nas manhãs de domingo, sempre as 9:00 horas. Haverá também, classe especial para crianças.

Toda quinta-feira, as 8 horas da manhã, nosso blog disponibilizará um estudo completo para a lição da semana, com comentários adicionais dos nossos professores. Nosso blog também possui uma página especial da Escola Bíblica Dominical, com uma biblioteca de estudos para consulta e auxilio didático. Confira no link: EBD.

Palavra do Comentarista:

Neste trimestre, estudaremos acerca da importância das gerações. Esse assunto é de vital relevância para todos nós porque nos conscientiza da grande responsabilidade da nossa missão. Ao estudar sobre o assunto, veremos que cada geração tem um propósito a realizar. Em Sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando  a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Uma geração sem bases sólidas, sem conhecimento de quem Deus é, torna-se uma geração infrutífera diante do Senhor. Que possamos aprender com os erros e acertos das gerações anteriores e, assim, sermos instrumentos de bênçãos para as futuras gerações: “Se acontecer que teu filho no tempo futuro te pergunte, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão.” (Êxodo 13:14).



Artigo - Síndrome de Capgras


A síndrome de Capgras, também chamada de delírio de Capgras ou erro de identificação ilusória, trata-se de uma rara desordem psiquiátrica, na qual o doente acredita que seus familiares, amigos, cônjuge e até mesmo os seus animais de estimação foram substituídos por sósias.

Esta condição é classificada numa categoria de crenças ilusórias, abrangendo erros na identificação de pessoas, lugares ou objetos, podendo ocorrer de forma aguda, passageira ou severa.

Foi em 1923 que foi feito o primeiro relato desta condição, por Joseph Capgras, um psiquiatra francês, e pelo médico Jean Reboul-Lachaux, que utilizaram o termo “L’illusion dês sosies” (a ilusão dos sósias) para descrever este distúrbio.

Causas da Síndrome de Capgras

As causas da Síndrome de Capgras podem estar relacionadas com problemas psicológicos como complexo de Édipo. Neste caso, os indivíduos, por terem ciúme de um dos pais, acreditam que o outro é um impostor.

Outra causa da Síndrome de Capgras poderá ser a existência de lesões cerebrais, causadas por traumatismos cranianos, em regiões relacionadas com a identificação de rostos e emoções. Neste caso, os indivíduos conseguem reconhecer os rostos das pessoas, mas na verdade, não sabem quem é. Como por exemplo, uma mãe que reconhece o rosto do filho, mas não tem qualquer sentimento maternal sobre ele. Alguns pacientes com Síndrome de Capgras apresentam também epilepsia ou doença de Alzheimer.

Tratamento da Síndrome de Capgras

O tratamento da Síndrome de Capgras pode ser o uso de medicamentos antipsicóticos e acompanhamento psicológico. O tratamento deve ser individual e adequado para tratar os delírios de cada indivíduo. Os familiares também podem necessitar de um acompanhamento psicológico para saber lidar com o paciente.

(Leia também nosso artigo sobre a Síndrome de Cotard

Élita Pavan