domingo, 30 de julho de 2017

Batismo - Julho 2017



Na manhã deste domingo, 30 de julho de 2017, numa linda celebração de fé e gratidão, cerca de 60 novos crentes desceram as águas batismais, conforme orientação de Senhor Jesus Cristo, registrado em Mateus 28:19 3 e Marcos 16:16.

Após uma belíssima ministração do Pr. Edson Rodrigues, os candidatos ao batismo fizeram uma confissão coletiva de fé, enquanto os pastores regionais desciam ao tanque batismal, afim de recebe-los. E assim, um a um, todos foram imersos nas águas, confessando publicamente sua fé no Filho de Deus.

Entre os batizantes, coube ao Pr. Wilson Gomes representar a cidade de Estiva Gerbi, recebendo no tanque, os candidatos apresentados por nossa igreja:

Brenda Gabrielle Quaresma Chinchete
Levi Vieira de Jesus
Tainah da Silva Ribeiro
Tiago Luis Duarte 

Parabéns a todos. Mãos à obra! A seara é grande e os ceifeiros são poucos. E Deus tem pressa! 


sábado, 29 de julho de 2017

EBD - A evangelização de grupos específicos


Texto Áureo
Lucas 19.10
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Verdade Aplicada
Ao evangelizar grupos que estavam à margem da sociedade, Jesus não somente nos deu um exemplo, como também nos confiou um legado.

Textos de Referência
Lucas 19.1-5

E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando.
E eis que havia ali um varão, chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos e era rico. E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.
E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali.
E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa.



O joio e o trigo

Quando Jesus se revelou como “aquele que haveria de vir”, a religião judaica entrou em colapso. Milhares de pessoas eram atraídas pelos ensinamentos do Rabi de Nazaré, e se admiravam com seus sinais e milagres gloriosos. Cegos enxergavam, mudos cantavam e aleijados bailavam desengonçadamente. Desesperados, os líderes religiosos de Israel atuavam em duas frentes. Na primeira, confrontavam Jesus publicamente, criticando duramente sua postura agregadora. Enquanto isto, confabulavam em salas secretas, arquitetando planos ardilosos para sentenciar Cristo a morte. E Jesus Cristo não se importava em colocar munição na arma que estava apontada para si. Pelo contrário, uma única alma salva, tinha mais valor que toda a casta religiosa perdida no próprio egocentrismo. Para homens que reverberavam santidade, pureza e separação, testemunhar Jesus Cristo abraçando leprosos, jantando com publicanos e sendo carinhosamente tocado por mulheres difamadas, era um pedido explícito de condenação. Se aquele “militante” realmente tivesse qualquer vínculo como Deus, certamente saberia separar o “joio e o trigo”, e se negaria a andar em companhia tão comprometedora.

E, de fato, Jesus aparentemente, tinha o dedo podre para amizades. Seu círculo mais íntimo era formado por homens xucros, pescadores iletrados, políticos radicais, e até mesmo por um “traidor” da pátria. Se aplicássemos em Cristo o famoso “diga-me com quem andas, e te direis quem és”, certamente, o excluiríamos de nossa lista de contato. João 4 nos relata o encontro a sós entre Jesus e uma mulher samaritana cuja vida transbordava em luxúria. Em Lucas 19, Cristo se hospeda voluntariamente na casa de um homem cercado por indícios de corrupção. Mateus 9 nos revela que Jesus, intencionalmente, permitiu que uma mulher impura tocasse em suas vestes. Já Marcos 5, nos conta sobre a visita de Cristo as dependências de um cemitério perigosamente avizinhado por um criadouro de porcos. Tudo errado. Situações inconvenientes. Lugares inadequados. Jesus não frequentava ambientes convencionais. Estava sempre fora da zona do conforto estabelecida pela religiosidade. Prato cheio para os críticos de plantão. As serpentes cravavam suas presas nos discípulos e destilavam o veneno legalista: - Por que ceia o vosso mestre com publicanos e pecadores? (Mateus 9:11)  Jesus tinha a resposta para esta pergunta estampada na essência de seu ministério. - Eu não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. (Mateus 9:13)

Jesus estava onde precisava estar. Seu faro por pecadores o afastava dos ambientes religiosos, onde o pecado usava o perfume falsificado da santidade. Jesus descia ao esgoto, para de lá, retirar o miserável. Cristo sujava suas mãos, sem que seu coração se contaminasse. Esta era a diferença. Quando Jesus se viu sozinho com uma prostituta que lhe “devia” favores, olhou em seus olhos e perdoou os seus pecados. Quando se encontrou na alfandega com um cobrador de impostos, fez dele um discípulo abnegado. Nem um centavo de lucro. Nenhuma vantagem pessoal. Cristo abominava o pecado na mesma intensidade que amava o pecador. Então, não media esforços para tirar uma alma do lamaçal pecaminoso.

Os fariseus não aceitavam isto. Se sentiam mais espirituais que as pessoas simples. Se consideravam mais santos que os cegos e aleijados curados por Cristo. Estavam errados. Homens pomposos revestidos de religiosidade vazia. Jesus os chamou sepulcros caiados. Aparência sem conteúdo. Amor sem bondade. Hoje, fariseu é um termo pejorativo. No vocabulário cristão, geralmente faz referência a alguém que se promove sem ter algo a oferecer. Hipocrisia. Falsidade. Dissimulação. Nos chamem de “Filhos de Satanás”, mas, nunca de FARISEUS. Ofensa tem limite. Porém, sugiro aqui, um rápido exercício de imaginação. E se ao invés de ter nascido na Galileia do primeiro século, Jesus Cristo fosse um brasileiro, originário do sertão pernambucano. Um agricultor de pouca renda chamado José, frequentador de nossa igreja. 

Será que o aceitaríamos como Messias? E qual seria a nossa análise, quando o encontrássemos dentro dos bares, assentado junto aos cachaceiros que tanto evitamos? Lidaríamos bem com suas visitas as boates suburbanas? Aceitaríamos seus encontros “escusos” com homens de moral dúbia e mulheres de vida pregressa? Tenho a ligeira sensação, que todas estas situações hipotéticas seriam tratadas como escândalos vexatórios ao evangelho. José (ou Jesus), certamente seria excluído de nossos rol’s de membros, banido dos altares e catapultado ao limbo eclesiástico. Sim, paradoxalmente, Jesus Cristo seria considerado uma vergonha para a Cristandade. Não é tão fácil assim, compreender a urgência de um socorro. Quando preciso, Cristo nunca faz cerimonias ou ritos. Ele simplesmente desce ao inferno para resgatar uma vida. Nós, evitamos até mesmo a roda dos escarnecedores, mesmo que por vezes, nosso coração já esteja lá a muito tempo.

O IDE já foi dado. As estratégias já foram ensinadas. Jesus determinou a abrangência da mensagem. Todo o mundo. Sem acepção. Sem escolhas pré-determinadas. Não temos o direito se sermos seletivos. Escolher a quem destinar a palavra de salvação. Julgar merecimento. Até, porque, ninguém merece, mas, todos precisam. E é isto que Jesus nos revelou em suas ações. Estava presente quando uma alma gritava por Ele. E, enquanto isto, os fariseus apontavam o dedo é diziam: - Este tipo de pecador não pode se encontrar com Deus.  Certamente, endossaríamos a estática dos não “salváveis”. Louvado seja Deus, pelo fato de Jesus ter uma queda por gente imprestável. Caso contrário, pobre de mim.


Todo aquele que crê
Pb. Bene Wanderley

Quero começar esta reflexão com um texto bíblico que é um dos meus favoritos-  João 3.16: - "Porque Deus amou o mundo de uma tal maneira que deu seu filho unigênito para que todos que nele crer não pereça mas tenha a vida eterna". Creio ser este o texto, que responde toda e qualquer dúvida sobre a evangelização dos povos, raças, tribos, línguas e nações. No coração de Deus, não há limitações quando o assunto é "salvar almas". Quando analisamos as ações da igreja através dos séculos, nos deparamos com uma triste realidade que vem se intensificando a cada dia mais: " corrupção moral e espiritual ". A história comprova a veracidade dos fatos. O sintoma desta situação é patente em nossos dias. A corrida pelo poder centralizado em um só é a mais desvalida descaracterização imposta ao verdadeiro evangelho de Cristo Jesus. Os fatos mostram isso.

Sinto algo no meu coração, (e não desejo que as pessoas se junte a mim nesse pensamento, pois sei que muitos não assumiriam tal postura por mil motivos); mas, eu sei que estamos vivendo dias cruéis, onde os homens não dão a mínima importância para as coisas espirituais (I Tm 4). Quando olho para este texto de João 3:16, me sinto envergonhado, minúsculo, vil, errante e perdido. Minhas lágrimas já se derramam em minha face, pois não sei como responder a inquietação de minha alma. Ao analisar a lição estudada, dó a alma saber que muitos dos crentes que estão nas nossas igrejas, nunca falaram de Jesus Cristo aos seus amigos, vizinhos, parentes, e nem se interessaram por evangelização. Outros, até em algum momento falaram, mas hoje estão atados, amordaçados pelos cuidados dessa vida, e pelo sistema que infelizmente se vive nos dias atuais.

A maior influência dessa realidade é de muitos líderes religiosos que só respiram poder. Por essa e outras situações que a obra de evangelização tem sido um fiasco em maior parte em nossas igrejas. Creio que há um remanescente de filhos e filhas do Grande Rei Jesus Cristo, que não se dobraram diante de baal. Ainda há aqueles que não se venderam ao preço das seduções do diabo, ainda há aqueles que tem em suas veias o sangue quente que fora derramado no calvário. A evangelização neste tempo, requer de cada um de nós. Alguns requisitos necessários, tais como amor, coragem, renúncia e uma boa dose de humor. A lição nos dá vários exemplos de grupos específicos a serem alcançados e entre esses temos uns mais do que outros grandes desafios. Temos um grupo de grande risco, que são as comunidades carentes que a cada dia cresce mais. Se não houver um preparo esmerado, e um planejamento imbuído de oração e ação, não conseguiremos nos equiparar com a miséria crescente, que engole muitas almas a cada minuto que passa. Os problemas sociais, econômicos e educacionais é uma triste realidade nestas comunidades. E a igreja, também foi chamada para agir no social.

Não podemos nos esquecer, que além desses fatos ainda temos de enfrentar as hostis maligna que dominam com sagaz força. Temos também, a desafiadora obra de evangelizar as nossas crianças e adolescentes, que têm sido um dos alvos infernais dessa última hora. Satanás tem achado um vasto campo de semeadura maligna nesta faixa etária. Os meios são os mais sutis possíveis e imagináveis. Se faz necessário uma atenção a essa realidade, e tomarmos uma posição de combate contra o mal.

Outro grupo aqui abordado é o grupo da terceira idade ou melhor idade. A população de idosos cresceu assustadoramente em nosso Brasil. A cada geração, a população idosa cresce, e com isso os problemas se somam em uma avalanche. Esse grupo deve ocupar um lugar de destaque em nossos grupos de evangelização. Preparar pessoas capacitadas para interagir com estes idosos. Outro grupo em destaque são os encarcerados e presidiários e ex-presidiários. Esse grupo requer maior atenção e deve ocupar nossa frente de evangelização. Temos outros grupos que devem está na mira da igreja pois todos os homens devem saber que Jesus Cristo os ama, e tem um plano de paz eterna e vida plena.

Material Didático

Revista Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo, Missões e Discipulado – Lição 5
A evangelização de grupos específicos
Comentarista: Bp. Oídes José do Carmo

Introdução

A graça de Deus que se manifestou trouxe salvação a “todos os homens” (Tt 2.11), indicando assim o caráter universal do Evangelho. Na evangelização, não há lugar para preconceito e discriminação.

1. O inspirador amor de Jesus
Jesus compartilhou a mensagem do Reino de Deus com pessoas que eram discriminadas, como por exemplo, os publicanos e as meretrizes. O amor do Senhor não via empecilhos, mas oportunidade de pregar-lhes a salvação.

1.1. O amor que busca o pecador
Zaqueu era um funcionário público, coletor de impostos para Roma. Porém. Era judeu, e pela qualidade do serviço que fazia era tratado de maneira discriminada por seus conterrâneos. Por prestar serviços de arrecadação a uma nação pagã, que fazia o seu povo tributário, era desprezado e odiado pelos homens. Ele ouviu a respeito deste Jesus que acolhia os coletores de impostos e os pecadores, e seu coração se encheu de esperança. Ele se esforçou, desejou ver Jesus e o resultado foi maravilhoso, porque Jesus o chamou pelo nome (Lc 19.5). O amor de Jesus pelos perdidos é inigualável, vai além do que podemos imaginar (Rm 5.8).

Existem muitas pessoas como Zaqueu, que possuem um desejo muito grandioso de mudar. Mas como essas pessoas serão alcançadas, se não caminharmos em sua direção? A razão que nos motiva a ir em busca dessas almas é o amor de Cristo, que vê muito além de práticas humanas e de rótulos impostos pela sociedade. Quando a Palavra de deus diz que Jesus Cristo nos amou e morreu por nós, mesmo sendo pecadores, isto inclui todo o tipo de pecados e erros que a humanidade possa cometer (Rm 5.8). Ninguém é tão ímpio que Cristo não possa salvar e não há pessoa tão boa que não necessite nascer de novo. Zaqueu, um publicano rico, tornou-se discípulo de Cristo. Vemos um camelo passando pelo fundo de uma agulha e um rico entrando no Reino de Deus. É uma prova concreta de que para Deus todas as coisas são possíveis. Nesta passagem bíblica, vemos um avarento coletor de impostos sendo transformado em um cristão generoso.

1.2. O amor misericordioso
Zaqueu acolheu Jesus em sua casa alegremente, mas todos os que viram isso murmuraram contra o Mestre. As pessoas estavam tão insensíveis às necessidades espirituais de Zaqueu que não conseguiam vê-lo como um homem carente de salvação. Mas Jesus viu, e, por isso, entrou em sua casa (Lc 19.9; Ap 3.20). O arrependimento de Zaqueu foi instantâneo, e, diante disso, ele tomou diversas resoluções para demonstrar sua mudança. Quando Jesus anunciou que ficaria em sua casa, Zaqueu descobriu que tinha encontrado um amigo novo e maravilhoso. Deus sempre vê o que há no coração humano, mesmo que por fora venhamos aparentar algo diferente. Ele sabe quem somos e como nos alcançar (1Sm 16.7).

Nosso Senhor Jesus Cristo demonstrou misericórdia pelos marginalizados, estigmatizados e socialmente rejeitados. Nosso dever como cristãos é seguir esses mesmos passos (Mt 10.25ª). Como igreja, devemos demonstrar misericórdia, nos compadecendo da miséria alheia, principalmente a espiritual. Zaqueu mudou de vida porque foi alcançado pelo amor que rompe barreiras e vai além dos olhos humanos. O Senhor Jesus nunca muda. O que Ele fez por Zaqueu Ele é capaz e está disposto a fazer por qualquer outra pessoa.

1.3. O amor perdoador
Ainda há muito a se fazer em prol das pessoas carentes de afeição, amizade e de perdão divino. Para isso, devemos nos inspirar no amor oferecido por Jesus aos pecadores. Quem diria que Levi, um cobrador de impostos, viesse a se tornar o escritor do primeiro evangelho? O amor divino enxerga algo precioso naqueles que, aos olhos humanos, são desprezíveis e sem futuro. Existem pessoas que irão muito além do que podemos pensar, por isso, precisamos alcança-las (Is 12.3-4).

Não devemos jamais duvidar daquilo que Deus pode realizar na vida de uma pessoa. Esse critério não cabe a nenhum de nós. Fomos chamados para testemunhar de jesus Cristo, e, se o fizermos com amor, dedicação e fé, os resultados serão gratificantes para o Reino de Deus. Calados, nada realizamos, mas, proclamando, Deus, com certeza, agirá. Devemos oferecer o Evangelho com ousadia, mesmo que seja o pior e o mais ímpio dos pecadores (Is 1.18). Os médicos, às vezes, consideram alguns casos de pessoas como incuráveis. No entanto, não existem casos incuráveis para o Evangelho. Qualquer pecador pode ser curado, isto é, restaurado, transformado se tão somente vier a Jesus Cristo e recebe-lo como único e suficiente Salvador.

2. Os grupos dos nossos dias
A identificação de diversos grupos sociais contribuirá na contextualização da mensagem do Evangelho e no estabelecimento de estratégias buscando promover ações inclusivas, pois todos os segmentos sociais devem ser alcançados pela evangelização.

2.1. Comunidades carentes
As comunidades carentes, além do abandono social, sofrem bastante por causa da pressão espiritual. O morador tem que conviver diariamente com a baixa moralidade, o uso de drogas ilícitas e o tráfico. Muito já se foi feito, mas ainda há muito o que se fazer para melhorar as condições de vida e segurança dessas pessoas (Ec 4.1). O tempo não nos espera. Como Igreja, devemos agir urgentemente. Onde houver uma alma, ali há um campo missionário.

Nas comunidades carentes normalmente há um alto grau de receptividade ao Evangelho. Os discípulos de Jesus Cristo precisam anunciar nestas comunidades que o Senhor Jesus chama, também, os pobres e pecadores a fazerem parte do Seu Reino (Lc 19.10). A presença da Igreja é uma esperança, pois encontramos na Bíblia que, durante o ministério terreno de Jesus, Ele salvava e libertava, mas também supria as necessidades físicas das pessoas.

2.2. Crianças abandonadas
No que diz respeito às questões familiares, nunca a sociedade brasileira viveu tempos tão difíceis como os atuais. Além de um número sem fim de casamentos dissolvidos, a sociedade conta ainda com a prostituição infantil e o abandono de crianças (Mt 19.13-14). É muito comum ver crianças vendendo balas, doces e outros produtos para ajudarem seus pais na renda familiar. Isso também acontece nos sinais de trânsito, onde muitas crianças são manipuladas pelos adultos para pedir dinheiro aos motoristas. Essas crianças deveriam estar na escola, ou sendo cuidadas pelos pais, mas, infelizmente, a falta de planejamento familiar, o desemprego e a miséria são a causa dessa tragédia.

Sabendo o perigo que rondaria as crianças de serem desprezadas e desvalorizadas, o Senhor Jesus deixou-nos uma advertência em Mateus 18.6. Quanto mais cedo a ação evangelizadora alcançar as crianças, maiores as possibilidades de as mesmas não serem atingidas por perigos físicos, morais e espirituais. As igrejas precisam investir mais para alcançar as crianças com a Palavra de Deus, capacitando professores, equipando as salas e providenciando material didático apropriado. Em 1780, o inglês Robert Raikes iniciou um trabalho de evangelização dos menores que viviam nas ruas da cidade. Além da evangelização, ele ensinava as crianças a ler e escrever. Assim, começou a Escola Bíblica Dominical.  

2.3. Anciãos
A Igreja de Cristo deve ser um lugar de acolhimento e de companheirismo para as pessoas idosas (Is 1.17). Há igrejas que reúnem seus idosos para um tipo de culto chamado “culto da terceira idade”, ou “melhor idade”. Muitos anciãos vivem uma terrível solidão dentro de suas casas, por vários motivos: os filhos já casaram; um dos cônjuges faleceu, doenças, etc. Por isso se faz necessário planejar cultos evangelísticos visando alcançar pessoas dessa faixa etária também. Certamente, anciãos da igreja ainda podem cooperar muito no Reino de Deus.  

“Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer” (Pv 23.22). As ações de evangelização junto a terceira idade precisam respeitar as características inerentes à faixa etária e criar um ambiente favorável, onde poderá haver compartilhamento e valorização das experiências vividas, promoção de encontros e reunião, realização de passeios, entre outros.

3. Outros grupos a serem evangelizados
Evangelizar grupos específicos é reflexivo, desafiador e nos conduz a uma vida cristã prática. Se não fizermos algum tipo de trabalho em prol de nosso próximo, tudo mais será perda de tempo.

3.1. Alcoólatras e dependentes químicos
O álcool e as drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, etc.) têm feito muitas vítimas e destruído muitas famílias ao redor do mundo (2Co 4.4). Algumas igrejas trabalham em conjunto com centros de recuperação e outras já possuem tais centros. É um trabalho que exige amor, paciência e muita determinação, porque pessoas que são dependentes químicos sofrem abstinências e uma série de problemas psíquicos, físicos e espirituais. Existe todo um processo até que possam ser reintegrados à sociedade. Muitos perdem suas famílias, emprego e autoestima. Felizmente, a igreja tem atuado junto a este grupo e realizado um bom trabalho, mas ainda há muito a fazer, porque novas drogas surgem a cada momento e os mais atingidos são os jovens.

A medida que a igreja vai crescendo, as possibilidades de ajudar grupos como esses também surgem. Qual seria a pessoa mais qualificada para falar a um dependente químico? Aqueles que se preparam para trabalhar com este projeto específico. Por esse motivo, é mais do que importante evangelizar sem discriminação ou preconceito. Precisamos entender que são almas carentes que estão nas ruas sendo arruinadas pelo vício (Lc 4.18).

3.2. Encarcerados e ex-presidiários
O número de pessoas presas no Brasil cresceu, intensificando uma tendência que fez o Brasil um dos três países do mundo com maior aumento da população carcerária nas últimas duas décadas (Mt 25.42-43). Essa é outra oportunidade que nos surge para anunciar o Evangelho. No entanto, é preciso se preparar, pois só aqueles que são qualificados em capelania carcerária possuem livre acesso para falar de Cristo nos presídios. Quando a igreja local cumpre o seu papel, ela também ajuda na reestruturação da sociedade (Lc 5.32; 15.4). Essas pessoas precisam voltar à sociedade. Com Cristo em suas vidas, elas se transformarão em agentes a serviço do Reino de Deus.

Existem várias formas e lugares onde podemos anunciar a Cristo. O evangelismo urbano se preocupa em alcançar a todos numa cidade, e isso inclui os encarcerados e ex-presidiários. A maioria dos criminosos procede de uma família desestruturada. Muitos deles são vítimas da violência doméstica e urbana. A Igreja deve exalar o amor paternal de Jesus, Deve ser de fato uma família que alcance também essas pessoas.

3.3. A batalha contra o mal
A evangelização é a tarefa mais importante e urgente da Igreja: “E apiedai-vos de alguns...E salvai alguns, arrebatando-os do fogo...”  (Jd 22-23). Existem grupos de famílias desamparadas. Há homossexuais e prostitutas que precisam ser evangelizados. Há várias áreas onde podemos atuar. Cabe à liderança da igreja local, junto com a membresia, orar e buscar em Deus orientação sobre o assunto. Depois, então, traçar metas de evangelização junto a grupos específicos. Não devemos nos deixar levar pela emoção, mas pedir direção a Deus sobre qual grupo (ou grupos) a igreja evangelizará de modo efetivo.

A missão da Igreja é evangelizar a todos onde ela está plantada. A Igreja deve sair e espalhar a semente do Reino de Deus aos quatro cantos de seu território. No entanto, no que diz respeito a evangelização de grupos específicos, é necessário buscar a orientação de Deus para realizar um trabalho mais efetivo. O que não se pode é ficar parado enquanto vidas vão para o inferno (Ez 33.6).

Conclusão
Busquemos conhecer os diversos grupos sociais que estão presentes na região da igreja local. Apresentamos ao Senhor em oração e peçamos a direção e capacitação necessárias do Espírito Santo, pois todos os segmentos sociais precisam ser alcançados pela mensagem da salvação.


Neste trimestre, estudaremos sobre a missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20). Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais. Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 30 Julho de 2017 da Escola Bíblica Dominical.

domingo, 23 de julho de 2017

Herança Divina (Pós-Festa)



O Grupo de Varões Herança Divina celebrou seu pós-festa em grande estilo. Como ainda mais festa. Foram dois dias de celebração e louvor, com a participação especial de diversas caravanas da região. Muita edificação através de belíssimas canções, e através da palavra de Deus, ministrada por homens dotados de grande graça e sabedoria.

Na noite de sábado, o mensageiro do Senhor foi o Pr. Geraldo Reis (ADM Mogi Guaçu SP), e no domingo, a responsabilidade de transmitir o recado dos céus aos nossos corações foi o Pr. Guilherme (Ig, Presbiteriana – Estiva Gerbi).

Além do coral de homens Herança Divina, a celebração ainda contou a participação musical da dupla Débora e Djalma, Lirio dos Vales, Rede Jovem Nova Dimensão, Diante da Graça, Graça Teen, CRO – Restaurados por Cristo, ADM Jd. Ludi e diversos cantores locais.

Os homens da igreja ainda tiveram um domingo de muita comunhão, onde juntos, partilharam momentos de emoção, solidariedade e diversão, fortalecendo ainda mais os laços fraternais.

Revigorados, e prontos para os próximos anos.




sábado, 22 de julho de 2017

EBD - O perfil dos enviados de Cristo



Texto Áureo
Atos 22.21
E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.

Verdade Aplicada
Jesus Cristo fez de sua missão um modelo para a nossa, enviando-nos ao mundo.

Textos de Referência
Atos 20.17-21

E, de Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja.
E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós,
Servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram;
Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas.
Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.



Não fuja da responsabilidade!


O homem foi criado um pouco menor que os anjos (Salmo 8:5). Apesar de também termos a possibilidade de sermos revestidos de glória e honra através da submissão a vontade de Deus, temos algumas limitações se comparados aos seres celestiais. Não voamos, e nem temos agilidade para alcançarmos os opostos do mundo na velocidade de um relâmpago. Mesmo assim, temos um privilégio que os anjos gostariam de ter. Somos anunciadores do evangelho, continuadores da obra de Cristo na Terra, enquanto as miríades celestiais apenas nos auxiliam nesta missão como ministros de Deus a nosso favor (I Pe 1:12, Sl 91:11). A grande questão é: Como temos a pachorra de fazermos pouco caso do IDE de Jesus? Como ousamos nos cercarmos de desculpas para evitar a responsabilidade da grande comissão?

Existe um velho jargão, muito utilizado por pregadores pentecostais, que diz: - Deus não escolhe capacitados, ele capacita os escolhidos. Não concordo. As escolhas de Deus me dizem o contrário.  Abraão foi escolhido porque possuía uma fé inabalável.  Jó foi escolhido por sua longanimidade sem precedentes.  Davi foi escolhido por ter um coração quebrantado.  Paulo foi escolhido porque priorizava a causa divina.  Deus sempre escolheu pessoas detentoras de qualidades especiais, e então, as potencializou. Isso mesmo. Somos escolhidos porque aos olhos de Deus, já temos algo especial. Então, quando dizemos que não temos “capacidade” para realizar uma tarefa destinada a nós pelo Senhor, banalizamos uma escolha divina e questionamos abertamente a sabedoria de Deus.

A mecânica é simples de entender. A Obra de Deus aqui na Terra, é realizada por mãos humanas, direcionadas por seu Santo Espírito. Algumas destas mãos, deslizam por teclas de pianos. Outras, manejam pás e picaretas. Todas têm valor, mas, cada uma, possui especialidades distintas. Então, Deus as escolhe, separa e designa para trabalhos que condizem com sua habilidade. O Senhor nos usa naquilo em que somos bons.  Não com base no que achamos, mas sim, do que ele já sabe. Até, porque, foi exatamente as mãos do Criador que nos fez assim. E todos, sem exceção, fomos incumbidos de anunciar Jesus ao mundo.

A verdade crua e nua, é que, se Deus te escolheu e te chamou para sua obra, não adianta alegar falta de capacidade, pois Ele já sabe que você é capaz. O inacreditável, é que temos perdido uma oportunidade imensa de impactar o mundo com sinais e obras portentosas. Nos acomodamos com liturgias genéricas, repletas de almas feridas e corpos enfermos. Onde está nossa autoridade para, em nome de Jesus, curar e libertar?  A capacidade de realizar proezas sobre humana é uma das maiores ferramentas que Deus disponibilizou aos seus servos ao longo de toda a história. Patriarcas, juízes e profetas utilizaram em larga escala deste recurso para os fins mais diversos, como livrar a nação de um inimigo, prover sustento ao povo, ajudar pessoas desesperadas, humilhar deuses pagãos e desafiar reinados ditatoriais, visando sempre, a glória de Deus e a oblação do nome poderoso do Senhor. A igreja herdou este legado, mas, tem se escondido atrás de desculpas para não usá-lo.

Quando comissionou seus discípulos a continuarem a obra por Ele iniciada, Jesus concedeu para aqueles homens poder e autoridade, além do respaldo de sua presença divina. Com essa legalidade espiritual, e fazendo do nome de Jesus sua "arma", os seguidores de Cristo tornam-se capazes de curar enfermos, expulsar demônios, falar idiomas específicos e sobreviver a investidas mortais de possíveis inimigos (Marcos 16:17-18 / Lucas 10:19). Se toda a nossa fé está centrada em Jesus e abalizada pela sua palavra, temos também que crer na atualidade dos milagres, pois a verdadeira igreja não teve mudanças em sua essência. A obra que foi confiada aos apóstolos ainda é a mesma que urge em nossas mãos. 

As ferramentas disponibilizadas aos primeiros cristãos para viabilizar este trabalho, ainda estão em perfeito estado de conservação. A diferença, é que, pela incredulidade latente nos dias de hoje, preferimos uma zona de conforto. E assim, embora nossa mensagem diga que Jesus opera grandes milagres, na prática, pouco trabalhamos para que os mesmos aconteçam. Com isto, perdemos a chance de mudar o pensamento desta geração incrédula, que talvez, seria realmente impactada pelo evangelho, se presenciasse a teórica do milagre se tornando realidade palpável.


O paradoxo da Evangelização
Pb. Bene Wanderley

Este terceiro trimestre tem a função de despertar e infundir no coração dos servos do Senhor Jesus Cristo, a necessidade de se levantar e assumir o posto que nos foi designado: resgatadores de almas. O tema é desafiador para a maioria de nós, cristãos do século 21. Evangelismo, Missões e Discipulado, é em muitos lugares, obras em extinção. É realmente, esta realidade é assustadora. A tarefa primordial da Igreja do Senhor Jesus Cristo tem sido ignorada por muitos crentes que lotam nossas comunidades cristãs. O desinteressem é quase total. Infelizmente em nossas reuniões devocionais, não se tem quase nenhuma comoção ou movimentação, em direção ao que de fato, que é necessário desenvolver e despertar nos crentes o desejo de cumprir seu papel de ganhador de almas. Nossos chamados “cultos de missões”, muitas vezes, não tem nada a ver com o assunto. As pessoas não encontram um único motivo para levantar e se disponibilizar ao chamado de Deus. É lamentável essa situação!

Infelizmente, não somos igreja evangelizadora coisa nenhuma. Não passamos de um emaranhado de pessoas sem visão, sem desejo, sem motivação, sem coragem e perdidos num meio de uma guerra carnal pelo poder e pela ganância de homens corruptores da verdade. Nos assentamos em volta da mesa farta de ideologias humanas, preconceitos vis, visão cega do que realmente é o Reino de Deus, discurso pobre da graça e petiscos de uma idolatria disfarçada de singela admiração.

A tarefa de testemunhar de Cristo Jesus para a humanidade é a tarefa primordial da Igreja, levar Jesus Cristo as pessoas, deve nos mover, comover e nos constrange. Romanos 12:11, nos diz: -  Sede fervorosos no espírito! Deus deseja que comuniquemos a mensagem de salvação aos perdidos.  É incalculável o valor de uma alma. A Bíblia nos diz que formosos são os pés dos que anunciam as Boas Novas e que leva a paz (Is. 52:10). O que essa geração precisa, é de um exército de comunicadores do evangelho. Pessoas dispostas a serem exemplos de fé, coragem e amor, em função do reino. A evangelização do mundo está nas mãos da igreja. Sair do casulo religioso e voar como borboletas em multicores, espalhando vida a multidão de almas que vivem em completa escuridão.

Infelizmente, hoje, os vários círculos religiosos se auto-estimam, buscando fazer as coisas ao seu modo e estilo. Sonhamos em ganhar o mundo afora, e deixamos nossa gente morrendo nas mãos do diabo. Almejamos o exterior, e deixamos nossas praças, becos, vielas, ruas, centros, campos e valados, vazios dá mensagem do reino. São tantas coisas que projetamos, mas nada é para o nosso povo, nada sobra para os da terra. Queremos ser pregadores de longo alcance, mas, nossas ruas, praças, becos e vielas, ficam sem ouvir nossa voz. Queremos os grandes templos, mas não queremos levar Jesus as pessoas que ainda não o conhecem.

Gosto muito do texto bíblico de I Pedro 1.12. Este texto nos informa que os anjos ficam a olhar com grande interesse nossa atividade de levar esperança aos perdidos. É uma atividade coisa que eles desejam executar e não podem, pois ela foi atribuída para nós. Como precisamos ouvir Deus falar em nossas reuniões sobre o dever de se levar a mensagem do Reino! Como precisamos ser movidos e tomados pelo mover do Espírito de Cristo, para oferecer nossas vidas em sacrifício vivo e santo em favor dos homens. O perfil de um ganhador de almas é em primeiro lugar o perfil de servo. Servir deve ser primordial em nós. Depois ser santo em toda maneira de ser, pois a mensagem que irá levar é santa. Ser virtuoso é reunir qualidade que promova a glória do Senhor Jesus Cristo. Que Deus nos ajude a desenvolver tais qualidades que venha ser de grande importância para a evangelização!

Material Didático

Revista Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo, Missões e Discipulado – Lição 4
O perfil dos enviados de Cristo
Comentarista: Bp. Oídes José do Carmo












Introdução

O processo da pregação do Evangelho e tão impressionante que até os anjos observam e estão atentos com grande interesse (1Pe 1.12). A tarefa de anunciar as boas-novas de salvação é dos discípulos de Jesus (Jo 20.21).

1. O caráter de um enviado.

O apóstolo Paulo é um exemplo de perfil aprovado para a obra evangelizadora. Ele era um homem temido por perseguir o povo cristão. Todavia, após encontrar-se com Jesus e receber a salvação. Tornou-se um importante instrumento na evangelização.

Servo

Quem diria que na pele de um homem, que “respirava ameaças e mortes”, como Saulo, estaria um apóstolo? Jamais devemos desanimar em falar de Cristo aos homens, porque podemos encontrar um zeloso Paulo escondido na alma de um Saulo pecador (At 9.15). Saulo se tornou um frutífero pregador do Evangelho. Ele testemunhou que, após a conversão, pertencia a Deus e O servia (At 27.23). Primeiro vem a conversão, depois o serviço (1Ts 1.9). É necessário que todo discípulo de Jesus Cristo tenha a mesma consciência do apóstolo Paulo quanto ao chamado para servir. Todos precisamos estar comprometidos com o serviço da evangelização.

Na eternidade, um dos títulos concedido a nós pelo Senhor Jesus Cristo será o de servo (Mt 25.21, 23). Embora visto como algo humilhante por alguns, o título de servo e bastante valorizado ao longo das Sagradas Escrituras. Repetidas vezes, Moisés, o líder dos filhos de Israel, é chamado de “servo do Senhor” (Dt 34.5; Js 1.1); Jesus Cristo, o Messias, a luz dos gentios, também recebe o mesmo tratamento de “servo do Senhor” (Is 42.1; 52.13). No entanto, os exemplos acima demonstram para nós que o principal não é ter o título de servo, mas, sim, o caráter de servo, pois “o servo que não serve, não serve”.

Santo

Como pregador da Palavra de Deus, Paulo zelava por sua reputação diante de todos (At 20.18). Ele se colocou como um exemplo digno de ser seguido desde o primeiro dia em que chegou à Ásia. Porém, ter o caráter santo é ir além da boa reputação. O apóstolo Paulo não estava preocupado com prestígio humano. Seu zelo ia além do conceito que as pessoas poderiam formular acerca de sua pessoa. Paulo estava preocupado primeiro em agradar a Deus (Gl 1.10). Ter um caráter santo é distinguir-se entre os demais, fazendo sempre realçar as virtudes do Senhor Deus, que não somente habita em nós, mas também coordena nossas atitudes (1Co 9.23-27).

Caráter é o conjunto de qualidades que distinguem uma pessoa ou um povo. Tanto a reputação quanto a santificação devem ser alvos constantes dos cristãos. É importante ressaltar que os escribas e fariseus estavam muito preocupados com a reputação, mas o Senhor Jesus Cristo criticou a hipocrisia deles, porque ensinavam uma coisa e faziam outra (Mt 23.4-7). Não deve ser esse o proceder do cristão.

Virtuoso

Paulo expõe que servia ao Senhor com toda humildade, com lágrimas e enfrentando ciladas e tentações (At 20.19). Um servo de Deus deve viver focado porque a nova vida exige que sejamos virtuosos (2Pe 1.5). Não estamos isentos de sermos recusados ou ignorados, mas devemos pedir a Deus graça para suportar as pressões que a missão nos exige. É preciso esforço e fazer todo o possível para sermos virtuosos. A palavra virtude em 2Pedro 1.5 admite vários sentidos: excelência, boa qualidade, bondade. São aspectos que precisam estar presentes na vida daquele que é enviado pelo Senhor Jesus para continuar a grande obra da evangelização.

Além de raça eleita e sacerdócio real, os cristãos são nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus. Esse povo descrito pelo apóstolo Pedro em termos tão magnificentes e repletos de conteúdo tem uma missão no mundo: proclamar as virtudes de Deus. Virtudes, no grego “aretas”, era um termo amplamente difundido na época. Podemos entender este termo como as excelências, as grandezas de Deus, os Seus feitos maravilhosos. E quais seriam estes grandes feitos do Senhor Deus? A resposta é simples: a morte e ressurreição de Jesus Cristo como a transformação libertadora do homem e do seu mundo. O feito maior do Eterno Deus, sem dúvida, é a vida e obra de Jesus Cristo, que abre definitivamente diante do homem o futuro, o êxodo, a libertação, avida eterna, vencendo todas as barreiras impostas pelo pecado (Rm 8.1). O Maravilhoso Deus nos transportou do império das trevas para o Reino do Filho do Seu amor (Cl 1.13). Longe de Deus, a humanidade nem pode se chamar de povo, pois nada mais é do que um agregado de pessoas bastante egocêntricas e individualistas, cada um lutando por interesses próprios. 

2.          A motivação de um enviado.

A motivação é a energia que coloca em movimento o ser humano. A motivação é o princípio de uma ação voluntária e consciente. Vejamos alguns fatores que motivaram o apóstolo Paulo em sua tão brilhante missão.

Obediência a visão

Toda missão tem um destino a nos levar. Deus não nos chamou para sermos espectadores. Sempre que vemos o Espírito de Deus na Bíblia. Ele está realizando algo (Gn 1.2). O próprio Jesus disse “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Uma vida sem propósito é vazia e sem motivação. Paulo foi movido por uma visão. O Senhor o escolheu para ser apóstolo dos gentios. Ele foi fiel à visão celestial testemunhando tanto a grandes, quanto a pequenos, em sua trajetória evangelística (At 26.19).

Nenhum de nós precisa receber uma “revelação” para ter que pregar, evangelizar ou testemunhar acerca de Jesus Cristo. Já temos a Palavra de Deus revelada. Todos nós temos uma responsabilidade: anunciar que só há salvação em Jesus Cristo (1Co 9.16). Para isso, precisamos estar cheios do Espírito Santo. E, se o Senhor nos der uma visão particular, uma missão específica, sejamos obedientes à Sua ordem.

O amor pelos perdidos

Todo cristão deve possuir um profundo amor pelos perdidos. Nosso maior exemplo é o Senhor Jesus Cristo. Ele expressou Seu amor até no momento da crucificação (Lc 33.34). Devemos sempre permitir a frutificação do amor de Deus pelos perdidos através de nossas vidas. Em Atenas, o apóstolo Paulo encontrou uma cidade tomada pela idolatria. Isso comoveu seu espírito de tal maneira que resolveu propagar a luz da verdade para salvar o povo da cegueira e da perdição (At 17.16-17). Tomado pelo amor e inspirado pelo Espírito, ele testemunhou acerca de Cristo e da ressurreição, e alguns creram em sua palavra (At 17.34).

O episódio do apóstolo Paulo na cidade de Atenas nos ajuda a sondar os nossos próprios corações. Paulo odiava a idolatria, mas amava os perdidos. Ao contemplar a situação, ele não os criticou, nem os desprezou, mas partiu, decididamente, a pregar nas sinagogas e Deus o abençoou grandemente. Ele mesmo disse: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria” (1Co 13.2).

Senso de urgência

Ao refletir ainda sobre Paulo em Atenas, percebemos o seu senso de urgência (At 17.16). O termo usado por Lucas é: “paroxuno”, que tem o sentido de afiar, amolar, acelerar. É necessário que o evangelizador tenha uma visão clara da situação espiritual dos que ainda não nasceram de novo, para que possua um senso de urgência, celeridade, pressa. Os perdidos precisam ouvir a mensagem do Evangelho para que possam se arrepender, Devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que ia de cidade em cidade, de sinagoga em sinagoga pregando a mensagem do Reino de Deus (Mt 9.35).

O que o Senhor Jesus fez no território de Israel, indo de cidade em cidade, e de sinagoga em sinagoga, o apóstolo Paulo, igualmente fez, entre os judeus e piedosos da diáspora. O tempo de fazer uma grande colheita de almas para Deus na cidade de Atenas havia chegado, portanto, era necessário que Paulo agisse urgentemente, pois o juízo se aproxima (At 17.30-31).

3.          Responsabilidades e recompensas.

Anunciar o Evangelho é uma responsabilidade seguida de grandes recompensas. O trabalho de um servo de Deus nunca será vão no Senhor, porque Ele é galardoador de todos os que o buscam e sempre recompensará aqueles que produzem em Sua seara (Mt 25.21; Hb 11.6).

Um coração zeloso como de um pai

O apóstolo Paulo desejava apresentar a Jesus Cristo não somente um número de pessoas, mas pessoas tratadas, cuidadas, limpas e santas (2Co 11.2). O zelo pela obra era paternal, que funcionava desde a geração até o crescimento. Paulo não desejava entregar a Deus bebês pirracentos (1Co 3.1-3). Por isso, ele os visitava, orava por eles, escrevia cartas e os alertava acerca dos perigos que tentavam usurpar sua fé e penetrar no seio da igreja. Não basta gerar bebês espirituais, deve-se cuidar até que cresçam, ou encaminhar a quem deles cuide (1Co 14.20).

O apóstolo Paulo, como pai zeloso, sempre teve como finalidade apresentar o melhor fruto a Deus (1Co 12.24-26). Para o apóstolo Paulo, há lugar para atitude infantil, mas é com respeito à malícia, não ao pensamento. Mais do que nunca, é necessário ser maduro no entendimento e crianças diante da malícia. Como esse princípio é importante e determinante nos dias em que vivemos. É importante lembrar que o Espírito Santo atua na edificação da Igreja precisamente por intermédio da razão amadurecida.

Um compromisso com a vinda do Senhor

Todo aquele que está enraizado em Cristo deve ter em mente a realidade da vinda do Senhor. É por esse motivo que devemos anunciar o Evangelho a tempo e fora de tempo, porque não sabemos quando o Senhor virá (Mt 24.50). A evangelização é um compromisso com o próprio Senhor. É necessário que falemos de Jesus em toda e qualquer oportunidade que se apresenta a nós. O tempo urge e os sinais estão mais claros a cada dia. Se não anunciarmos, muitos descerão ao abismo da perdição por nossa culpa. O Senhor nos entregou a boa semente, nos deu o Seu Espírito Santo e nos capacitou com os dons espirituais. É sair e colher, porque os campos já estão prontos para a ceifa (Jo 4.35).

A vinda de Jesus Cristo pode acontecer a qualquer momento e nos foi prometido um prêmio especial da parte de Deus pelas nossas obras (1Co 3.8). Vale a pena ressaltar que existem vários tipos de obras (ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha) e vários tipos de recompensa. Porém, com recompensa ou não, a nossa responsabilidade como salvos é avisar aos perdidos da iminente vinda de Jesus Cristo e o que acontecerá aos ímpios no dia de sua vinda (At 17.30-31; 1Ts 1.10).

A recompensa dos enviados

 O trabalho da seara do Senhor Jesus é árduo e inclui surpresas, dores, provações e perseguições. Todavia, em meio a tudo isso, o Senhor nos prometeu um prêmio por nossas obras. Mas como distinguir esse prêmio? A forma como Deus nos premia vai além de qualquer pensamento (Ef 3.20). A Palavra de Deus nos assegura que o trabalho na obra do Senhor “não é vão” (1Co 15.58), “jamais será improdutivo”. Todos os esforços serão recompensados pelo Senhor da seara no glorioso dia do Seu retorno (Mt 25.21; Lc 19.17).

O trabalho de um lavrador é árduo. Debaixo de sol, ele prepara a terra, lança a semente e aguarda o precioso fruto de seu trabalho. É importante compreender que toda semente tem um tempo de maturidade. Assim é o nosso semear. Pode parecer que nada acontece, mas devemos crer que a Palavra de Deus sempre prosperará (Is 55.11).

Conclusão

Todo discípulo de Jesus Cristo, consciente de ter sido chamado para cumprir tão importante tarefa, enviando ao mundo (Jo 20.21) e capacitado com o poder do Espírito Santo (At 1.8), precisa ser perseverante no trabalho do Senhor até que Ele venha.  


Neste trimestre, estudaremos sobre a missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20). Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais. Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 23 Julho de 2017 da Escola Bíblica Dominical.