Material
Didático
Revista Jovens e Adultos
nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração
- Lição 09
Comentarista: Pr.
José Elias Croce
Comentários
Adicionais
Pb. Miquéias Daniel
Gomes
Pb. Bene Wanderley
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estudos na página especial da EBD
Texto Áureo
Salmos 42:8
Contudo, o Senhor mandará de dia a sua
misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha
vida.
Verdade Aplicada
A oração é um dos ingredientes essenciais de uma
verdadeira adoração.
Textos de Referência
Salmos 42:1-4
Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim
suspira a minha alma por ti, ó Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?
As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e
de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?
Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a
minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à casa de Deus, com
voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.
Introdução
Nossa alma carece da oração. Orar é muito mais do
que apresentar a Deus uma lista interminável de petições. Os adoradores
genuínos amam a oração, pois dela tiram tudo que são e que oferecem ao Senhor
(Lucas 18:1-8).
Vida de Oração
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Numa linguagem cristã, a oração pode ser
entendida de muitas maneiras. Alguns a entendem como uma “linha telefônica”
direta para o céu, outros dizem que ela é uma conversa franca e profunda entre
“um pai e um filho”, ou ainda um diálogo revigorante com o “melhor amigo”.
Todos estes pensamentos, guardadas as devidas proporções, estão corretos em seu
entendimento. Orar é estreitar nosso vínculo com o Criador, é avançar
diariamente numa relação de intimidade com o Salvador do Mundo, é falar
diretamente com aquele que tem o poder absoluto sobre todas as coisas. Um
cristão que não mantém em sua vida uma rotina constante de oração, pode ser
comparado a uma chama da qual se retira o oxigênio: inevitavelmente, ela irá se
apagar.
O homem sempre precisou da instrução divina afim de sobreviver
espiritualmente as descobertas do mundo. No Jardim do Éden, Adão
e Eva eram como duas crianças se descobrindo, e Deus fazia questão de todas as
tardes, visitar os seus filhos para instruí-los em todos os aspectos da arte de
viver. Literalmente, Deus “conversava”
com o primeiro casal sobre os mais variados aspectos da vida. Infelizmente,
a desobediência quebraria essa aliança. No desejo de serem iguais a Deus, eles
acabaram se afastando de Deus, perdendo a inocência e violando a santidade. Já
não podiam olhar a face de Deus e nem serem visitados com cordialidade ao por
do sol (I Timóteo 6:16). Mas dentro deles, ainda habitava o Espírito que
clamava por Deus. Mesmo que a carne do homem se sobreponha ao seu Espírito, ela
jamais irá calar sua voz. Ele estará lá dentro, desesperado, inquieto e aflito,
sabendo que Deus é o oxigênio que mantém acessa a chama da vida eterna, e sem
Ele, cedo ou tarde, até mesmo a mais resistente fagulha se apagará.
Daí nasce o
vazio interior, a busca desenfreada por prazeres passageiros, a ausência
completa de paz. O homem saiu do jardim, mas o Jardim ainda está no homem. Mudou-se a
forma, mas a conversa diária com o Criador ainda é necessária. Sem dialogar com
Deus e buscar sua orientação, o homem jamais será plenamente feliz. Felizmente,
mesmo que visitas vespertinas "tangíveis" do Criador não sejam mais
possíveis, a prática do diálogo é possível, e não se faz necessários
agendamentos prévios ou formalidades desnecessárias. E esta é a essência da
oração. Esta é a necessidade de se orar. Sem a oração, o crente se torna uma
lembrança esquecida, uma lágrima perdida no meio da tempestade, cinzas de um
holocausto nuclear. A falta da intimidade com Deus é um passaporte para a
escuridão eterna, pois se não desejamos estar próximos ao Senhor nestes breves
anos terrenos, é paradoxal desejar estar ao seu lado por toda a eternidade.
Assim, é preciso entender a oração como um “teste” que demonstra a intenção de
nossos corações para com Deus, e um “exercício espiritual”, que nos mantém
preparados para uma maratona eterna de louvor e adoração. Podemos dizer que a
prática diária da oração exige abnegação, sacrifícios e renúncias, sendo por
vezes uma rotina cansativa e até pesarosa, afinal, como já dizia Martin Lutero,
a oração é o “suor da alma”.
Porém, uma
vida dedicada a oração se torna prazerosa, pois nada pode trazer mais paz e
felicidade ao coração humano do que desfrutar da intimidade com Deus. A rotina
da oração pode sim ser pesarosa, pois traz em seu bojo a questão da
sobrevivência, afinal, é preciso orar para “não” morrer no sentido espiritual.
Porém, o tempo e a persistência vão deixando esta prática cada vez mais
agradável, e o homem que faz da sua oração um hino de louvor, passa a orar não
por uma necessidade mesquinha, mas sim porque deseja estar perto de seu Deus,
conversar com seu melhor amigo, desabafar e ser aconselhado por seu pai. Neste
ponto, a oração se torna uma atividade tão prazerosa, que já não é mais
possível deixar de praticá-la. Quando o evangelista
inglês Smith Wigglesworth, famoso por realizar obras portentosas em nome de
Jesus, foi questionado sobre sua vida de oração, prontamente respondeu: - "Eu
nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais do que dez minutos
sem orar".
A oração no século da indiferença
A atualidade é marcada por ser a era da
indiferença. Em tempos assim, orar é revolucionário, pois, se a oração revela
nossas preocupações com os outros, quando oramos por nossos irmãos, quebramos
as garras da indiferença e afirmamos pertencer ao Corpo de Cristo. Existem três
qualidades essenciais para a experiência da oração. Primeiro, amor uns pelos
outros. A natureza do amor de Cristo é sua segurança de ser amado pelo Pai, que
o torna livre para amar os homens sem medo e sem reservas. Segundo, o
desprendimento das coisas terrenas. Quando oramos “seja feita a Tua vontade,
assim na terra como no céu”, desejamos desde já experimentar as realidades
eternas aqui. Nossos afetos são transformados. Desejamos mais as coisas que
refletem a imagem de Cristo em nós. Terceiro, o exercício da verdadeira
humildade. A humildade nasce das duas compreensões básicas. A primeira diz respeito
a Deus e a segunda a nós mesmos. É fundamental compreender diante de quem
estamos e a quem dirigimos nossas orações, e quem somos nós diante de Deus. A
humildade nos faz reconhecer que não temos nada de nós mesmos e que tudo o que
temos são dádivas de Deus (Romanos 8:32). Se a indiferença se transforma em
regra, o conceito de comunidade agoniza. A oração destrói o edifício da
indiferença porque nos coloca no lugar: dependentes de Deus e dos outros.
Quando nossos afetos se mostram desordenados, a oração também se nos mostra
confusa. A carência nos afetos torna-nos egocêntricos na oração. Não há
receitas para a oração. Uma das armas responsáveis pelo declínio da oração nos
nossos dias é a tentação da receita. Muitos livros são lançados sobre “como orar”,
“sete passos para a oração que Deus responde”, “faça a oração que move a mão de
Deus”, e muitos outros nessa infeliz linha. Influenciados pelas lógicas do
comércio, esquecemos que orar é conversar com Deus, não comprar um produto
qualquer.
O homem pós-moderno julga-se seu próprio deus.
Quando tudo é feito para o meu próprio prazer, então sou o deus de minha
própria vontade. Contudo, ao orar, estou enfatizando a verdade de que não sou
um deus – tenho necessidades, carências. Dirijo-me a um ser maior do que eu.
Esse confronto que a oração propõe ao meu ego quebra a arrogância e me torna –
ou devolve – a condição original. Como o homem, no século da indiferença, não
consegue existir por conta própria, a oração despedaça seu mundo autoconfiante.
Esse confronto é um passo para a consciência do quebrantamento. Quando a
adoração tem esses elementos: quebrantamento, contrição e carência honesta,
transforma-se numa melodia da graça de Deus nesses tempos de distâncias dos
corações.
Atualmente, a correria tem afastado muita gente do
lugar da oração. Influenciados pela sociedade da pressa, muitos perderam a
maravilha de passar tempo em oração. O relógio da pós-modernidade não suporta
esperar. As pessoas acham que se perderem algum tempo, diminuirão seus ganho, perderão
oportunidades. O sucesso vem antes da espiritualidade. A oração de Moisés
precisa ser feita pela massa pós-moderna: “Ensina-nos a contar os nossos dias,
de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmo 90:12). Se perdermos
essa certeza em relação à vida de oração, estaremos condenados a uma vida
insana de correrias e cansaço. Quando aprendermos a dádiva da oração como
ingrediente indispensável para a existência feliz e segura, poderemos
descansar. Quando oramos, evoluímos da simples expressão de nossa vontade para
a abertura mais profunda de nossa dimensão íntima, secreta, discreta e
particular. Ser adorador sem oração é como ser pescador e odiar o mar.
Quando Deus diz NÃO
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Somos propensos a buscar o sim para todas
as nossas petições. Nossa geração é incentivada a ver o nosso Deus como um mero
serviçal que está sempre a postos para atender nossos mimos e nos propiciar o “melhor
desta terra”. Não é isto que a Bíblia nos ensina, já que o próprio Cristo nos
instruiu a entrar na presença de Deus em oração, convictos que a vontade “DELE”
seja feita em nossas vidas, independente daquilo que pedimos ou almejamos. O
modelo estrutural de uma oração, nos foi ensinado no contexto do Sermão do
Monte, e basicamente é um hino de louvor a soberania de Deus, deixando a necessidade
humana em plano secundário. Até porque, uma vez que a vontade de Deus seja
soberana em nossa vida, seu Reino virá a nós intensamente (Mateus 6:9-13). Orar
não é “pedir”, mas sim, se sujeitar a Deus em humildade e reverência. O teólogo
dinamarquês Soren Kierkegaard, definiu muito bem o propósito da oração na
seguinte frase: - A função da oração não
é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora. A partir deste
entendimento, podemos até apresentar a Deus nossas petições, mas saberemos
lidar com sua resposta, principalmente quando a mesma é “NÃO”. Para o aclamado
escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, "a grandeza da oração reside
principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não
inclui qualquer espécie de comércio".
Deus se nega a atender alguns de nossos
pedidos não por ser mau ou imprevisível, mas sim por nos amar e desejar o
melhor para cada um de nós. Se um filho pequeno pedir ao seu pai um jogo de
facas, certamente não terá seu pedido atendido, exatamente porque seu
progenitor deseja protege-lo de cortes e ferimentos. Como uma criança incapaz
de lidar com objetos cortantes, somos cada um de nós, com nossos desejos e
ambições, que num futuro muito próximo, pode sim se transformar numa arma com a
qual nos auto-mutilaremos. Deus já sabe disso. Nós, ainda não. Assim, como um pai
zeloso e protetor, o Senhor veda nossa vida com seu manto de amor e nos
presenteia com um glorioso NÃO. E pode acreditar, o NÃO de Deus é sua resposta
mais significativa. O problema, é que não sabemos lidar com esta realidade, e
em decorrência deste condicionamento moderno que coloca o homem no centro do
universo, muitos se frustram com Deus, sem compreender a grandeza de seu amor.
Deus não fique alegre quando ficamos tristes com sua negativa, mas certamente
se alegrará ao encontrar seus filhos no céu e não no inferno, lugar para o qual
o seu “SIM” poderia nos enviar.
Quando lemos o texto de Mateus 7:7,
ficamos obcecados com a ideia de que nossa insistência nos levar a ter em mãos
o fruto de nossos planos, projetos e sonhos. Então, ao nos depararmos com uma
porta fechada, a esmurramos insistentemente para que Deus a abra. Mas a grande
questão é: - O que tem do outro lado desta porta? Pois é. Deus sabe. É por isso
que muitas vezes, Ele mantém a porta fechada, para nos proteger do mal que
ainda não conseguimos enxergar, afinal, a benção que queremos hoje, pode se
tornar na maldição de amanhã. E Deus deseja que nosso futuro seja de glória e
não de ruina, por isso, muitas vezes nosso presente é mantido na escassez para
que o futuro seja de grande abastança. Em resumo: Deus sabe o que faz. Quando
batemos é a porta continua fechada, a melhor opção que temos é mudar de porta,
confiando que aquele que tem nas mãos a Chave de Davi, abrirá apenas aquelas
que nos levarão a caminhos de paz. Portanto, quando orarmos, que sejamos
prudentes no bater, no pedir e no buscar, para que por mera teimosia, não
encontremos o caos e a tragédia que se esconde em muitos “SIMS”.
Desfrutando da intimidade
com Deus
Intimidade é privilégio de poucos. Uma das grandes
tragédias da atualidade é a distância entre nós e Deus. Falta-nos a dimensão do
quarto fechado (Mateus 6:6). Se perdermos a intimidade com Deus, também
perderemos o senso daquilo que O machuca. Resgatar a maravilha de estar em Sua
Presença é resgatar a alegria de adorá-Lo pelo que Ele é. Intimidade é produto
do tempo. Não pode ser produzida por arranjos técnicos. É uma santa amizade com
Deus. Numa época onde a carência de verdadeiros amigos corrói relacionamentos,
a oração nos auxilia na construção de uma relação honesta e segura com o
Senhor. Ficamos inquietos quando o dia se arrasta em afazeres (Marta) e o tempo
vai dizendo que não conseguiremos desfrutar da presença de Deus (Maria). A
oração que adora é a oração que ora! A oração que adora é a oração que ora! É
quando sei que posso perder tudo, mas jamais perderei a graça de desfrutar do
Amigo por excelência.
A oração nos propicia uma adoração liberta.
Chegamos a Deus em absoluta leveza, com coração puro (Hebreus 10:22). Desfrutar
da intimidade com Deus é ter a garantia da verdadeira liberdade. Podemos orar
honestamente, permitindo que a alma fale com seu Criador. Não há carrascos da
culpa, nem carcereiros da religiosidade. Quando a alma ora e adora, é livre
para encontrar-se com seu Senhor em absoluto enlace de amor – em êxtase. É
importante destacar que os efeitos da ausência de intimidade com Deus são
muitos: ver adoração como um negócio; transformar a pregação em uma
performance; desenvolver uma espiritualidade positiva barata; entre outros.
Uma das grandes verdades fundamentais da teologia é
que Deus é uma pessoa! A oração que adora é aquela que compreende e ama essa
verdade. Quando isso acontece, oramos não buscando as dádivas de Deus, mas o
Deus acima de qualquer provável benefício. Amamos a pessoa. Não ficamos
confundindo Deus com um mágico celestial, mas O respeitamos como ser de
relação, ser que abraça e ama. Deus chora por relacionamentos legítimos. Chega
de orações interesseiras, pretensiosas e ofensivas ao coração do Pai. O Eterno
Senhor Deus escolheu se revelar ao homem utilizando uma imagem de relação: Pai.
Infelizmente, muitos enxergam o Pai apenas como provedor, mantenedor de
vontades infantis. Essa não deve ser a tônica no nosso relacionamento com Deus.
A oração que adora é aquela que desembaça a visão das coisas e fixa nosso olhar
no Pai. A passagem bíblica de Mateus 7:7-8 nos aconselha para pedir, buscar e
bater. O mesmo texto garante que a porta se abre, o adjetivo da busca é
alcançado e o da petição também, mas não diz quando! Muitos, tentando encurtar
o tempo da espera, investem na quantidade da reza desvirtuando a oração. Deus
não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à
sinceridade e a devoção do coração. É importante lembrar que a chave abre a
porta não porque se encaixa na fechadura.
De volta ao Cenáculo
Comentário
Adicional
Pb. Bene
Wandereley
Quero começar minha linha de pensamento
utilizando uma das frases escrita pelo ilustre comentarista desta maravilhosa
lição: - A oração preenche de conteúdo
nosso louvor. É de conhecimento geral a crise do louvor na atualidade no
meio cristão. É totalmente desajustada a forma de se expressar o louvor que
engrandece ao Deus Eterno. E como bem colocou o nosso amado Pr. José Elias
Croce, a cura para essa doença da falta da qualidade no louvor que agrada a
Deus é a oração. Sem oração genuína, nossa vida será vazia, sem cor, sem
sentido; assim como nossas atitudes diante de Deus, sem oração não terão
valor. Tenho me dedicado a rever meus
conceitos e valores principalmente no que diz respeito ao louvor e a adoração
que tenho prestado ao Senhor no meu dia a dia; pois muitas vezes, sou levado a
pensar ser alguma coisa à mais daquilo que realmente sou. Então, pra fugir do
engano do meu enganoso coração, busco resolutamente o descer nas escadarias da
humilhação que é a oração. O problema hodierno é a falta de oração.
Estamos vivendo numa geração que despreza
totalmente a oração. Temos muitos bons pregadores, mas, temos poucos pregadores
que oram. Temos uma boa teologia da oração, mas temos poucos teólogos que oram.
Temos excelentes, cantores, mas, poucos são os cantores que oram. Temos muitos
doutores da lei mas, mas poucos doutores que oram. Temos bons pastores, mas, poucos
pastores que oram. E a prova viva dessas verdades são os resultados que temos
vivido e visto no nosso meio. É catastrófico a situação da igreja, se
preocupando em existir apenas no mundo material, se esquecendo que é um
organismo vivo Igreja Santa, redimida e lavada no sangue do Cordeiro, o que
excede as organizações templarias, as megas catedrais e os mausoléus religiosos
espalhados por toda parte. É sufocante a falta de comunicação com os céus em
nossos dias, e chega a ser desesperador a falta de oração em nosso meio, causa
de verdadeiro caos. Eu particularmente descrevo essa situação como uma
"pré tribulação."
Estamos ansiosos pela situação global, a
crise financeira, a guerra no oriente médio, as intrigantes palavras e postura
do novo presidente dos EUA, a política maltrapilha do nosso país é etc... Mas,
me permitam dizer a vocês o que realmente me causa pavor, tremor, horror e
desespero: - A falta da oração em nossas
vidas. Estamos à beira de um colapso sem precedentes. Precisamos voltar para o
cenáculo. No cenáculo é onde teremos de volta o poder que fora prometido aos
discípulos do mestre Jesus. No cenáculo voltaremos a ter poder do alto para
manifestar as maravilhas do Reino. No cenáculo, voltaremos a simplicidade do
verdadeiro Evangelho de Cristo Jesus. No cenáculo voltaremos a ser os “grandes
pequenos” embaixadores do maior governo que existe. No cenáculo veremos as
multidões se renderem ao Senhorio de Jesus. No cenáculo voltaremos a adoração
que move o coração de Deus. No cenáculo voltaremos a orar segundo a vontade do
Pai. Queridos irmãos não teremos um avivamento puro e santo enquanto não
voltarmos urgentemente para a oração. Só orando e tendo uma vida de oração é
que conseguiremos ter, é viver, uma vida de adoração.
A oração que louva
Muitos dos Salmos são orações cantadas. Alguns dos
belos hinos de nossa Harpa Cristã são orações cantadas. Essa atitude de cantar
orações cantadas. Essa atitude de cantar orações é uma das práticas mais
antigas da espiritualidade cristã. Ela evoca dimensões profundas do
envolvimento entre o ser que ora e o ser que ora e o ser que adora – sem
distinções – pois orar, cantar e adorar podem ser três acordes de uma mesma
sinfonia da alma. Um fato interessante no livro de Salmos é a forte presença da
salvação como elemento da oração. Os salmistas apresentam uma situação de crise
e a oração; dentro desse contexto aparecem a graça e a salvação. Alguns Salmos
chegam a trabalhar, na mesma frase, a dor e o louvor: “Salva-nos, Senhor,
porque faltam homens benignos; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos
homens.” (Salmo 12:1). Orações como essas cantam uma certeza inabalável: há um
Deus que caminha conosco na fúria da história. Esse é um dos grandes motivos
que temos para orar e louvar: não andamos sozinhos. É importante lembrar que
não somos condenados à solidão. Precisamos redescobrir a oração que louva ao
Deus companheiro de caminhada. É a oração que se alimenta de um coração que
arde pelo caminho (Lucas 24:32). O Eterno Deus não reconhece fórmulas. É
perniciosa a ideia de que Deus só responde orações que tenham determinadas
marcas, fórmulas. Deus não leva em consideração a reza de um robô treinado para
elaborar orações trezentas vezes mais bonitas que a sua. A oração genuína é uma
conversa entre Pai e filho. Deus responde a toda e qualquer oração que venha
honesta, da alma. O problema é que não entendemos (ou não queremos entender)
Suas formas de responder. Muitas são as orações que Deus responde em silêncio,
apenas com Seu olhar. Conseguimos realmente discernir o silêncio de Deus? O
problema ainda maior é que, imersos num tempo de velocidade, achamos que Deus é
obrigado a nos responder objetivamente o mais rápido possível. Assim,
distorcemos versículos para a nossa própria tragédia hermenêutica.
Todos temos motivos para a oração e para o louvor.
Motivos para essas práticas nunca vão faltar. Tanto os bons motivos quanto
aqueles que trazem dor são todos elementos de uma mesma fé. Oramos e louvamos
pelas bênçãos e pelas crises. Oramos e louvamos na festa e no luto. Por quê?
Porque nossa composição espiritual é assim. Essa é a nossa natureza.
Encontramos forças para orar e certezas para louvar. Encontramos o alívio na
oração e a gratidão no louvor. Essas dimensões vão se encontrando em nossa vida
cristã todos os dias. Assim, em qualquer circunstância, devemos orar, e, quando
a oração for se tornando nossa respiração (I Tessalonicenses 5:17), então o
louvor fluirá livre, leve, pleno e cheio da alegria de nos tornarmos motivos de
louvor. Não deve haver contradição entre o ser que ora e o que vive. Algumas
pessoas, no momento da oração, parecem completamente outra. Mudam de voz, de
personalidade. A oração genuína é aquela que parte de quem sou. Deus não ama as
palavras que sei dizer – Ele ama a mim! Não é a beleza ou a correção teológica
que legitimam a oração e adoração, mas sim, a integridade da alma. Orações são
falas da alma. Enquanto essa verdade não for amada por mim, não orarei de
verdade. É contradição mortal orar aquilo que não sou. É amordaçar a alma para
que a verdade de quem sou não me machuque. Quando destruímos a contradição
entre o ser que ora e o ser que vive, a adoração pode fluir. Deus é Deus de
honestos.
A crise do louvor na atualidade é basicamente uma
crise de conteúdo. A cura para a doença da falta de qualidade está na oração.
Ao invés de fazermos uma reunião para avaliar de forma fria e marqueteira onde
estamos errando, voltemos à oração. O cenáculo ainda é o ponto de partida para
o poder (Atos 1:12-13). Quando oro, minha alma se deleita em Deus – e isso
produz o estado de espírito ideal para o louvor. Não é legítimo o “louvor” que
obriga a Deus a fazer uma série de coisas para mim, mas sim, aquele destrona
meu ego: “Seja feita a sua vontade”. O caminho de Cristo – esvaziar-se –
precisa ser nosso caminho. Quando chegamos à presença de Deus esvaziados do ego
e da arrogância, através da oração honesta, ganhamos o conteúdo para louvar, e
aí sim temos um novo cântico e uma nova vida. Quando temos a oração como desejo
sincero da alma, temos o conteúdo ideal da adoração e podemos viver com a
segurança de um filho que pode conversar com seu Pai a qualquer momento.
Conclusão
A oração genuína é uma das mais incríveis formas de
adoração. Ela nos ajuda na tarefa bela de chegar a Deus em certeza de fé.
Abençoados pelo privilégio de chegar à presença de Deus, temos a alegria de
abrir nossas almas e com isso redescobrirmos motivos para louvar.
Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O
adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão
verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir
investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais
coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura
adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da
verdadeira adoração, participe deste domingo, 27 de novembro de 2016, da Escola
Bíblica Dominical.