Nada de especial era percebido naquele homem
em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto era familiar demais para
ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade e se criara em uma
região sem maiores relevâncias. Sua profissão não era nobre e seu nome
extremamente comum... Enfim, nada víamos naquele carpinteiro de Nazaré que
despertasse nossa curiosidade em conhecê-lo melhor.
Ele era como uma pequena planta sob o sol,
debaixo da qual não se procura sombra. Ele era como raiz escondida embaixo
de uma terra seca, a qual poucos se aventuram em encontrar.
Não havia no seu rosto uma beleza que
saltasse aos nossos olhos, pelo contrário, sua pele estava queimada de sol e
seus cabelos ressecados pelas longas caminhadas no deserto e castigado pela salinidade do
mar da Galiléia. Seus olhos eram meigos mas demostravam o cansaço das longas
viagens e refletiam a ausência de uma alimentação farta.
Quando ele passava pela rua, virávamos nosso
rosto para não vê-lo, pois nos sentíamos superiores à ele e dizíamos que seu
sofrimento era merecido e que de alguma forma o próprio Deus lhe oprimia. E mesmo fazendo
inúmeros julgamentos em relação a sua aparência, bastavam alguns minutos para
que nos esquecêssemos completamente, pois dele não fazíamos causo algum.
O que todos não sabíamos é que aquele
trabalhador braçal e de aparência tão insignificante, era na verdade o cordeiro
de Deus que seria levado em silêncio até o matadouro e daria sua vida por todos
que o desprezaram. Deus imputaria sobre ele uma multidão de pecados, sem que
ele cometesse nenhum deles, pois foi pela transgressão de todos nós que na cruz
ele foi mortalmente atingido.
E ali, no madeiro, um inocente em cuja boca
nunca houve engano, era condenado pelos erros de toda a humanidade, e para
aniquilar o poder da morte sobre seus próprios algozes, ele foi cortado da
terra dos viventes, suportando a dor física da crucificação e carregando o
fardo mui pesado de nossas iniquidades, ovelhas desgarradas que seguíamos
nossos próprios caminhos errantes.
E nós nem se quer percebemos que ele era
ferido por causa das nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. O
castigo que nele foi infligido, na verdade era a chave que abria a porta para
nossa paz e pelas suas pisaduras estávamos sendo curados.
Ele expirou pelos nossos pecados e seu
sacrifício agradou ao Senhor, que o fez enfermar por nossa causa. O seu
trabalho porem não foi em vão e se estenderá pela posteridade. Ele ressuscitará
e vera o resultado de seu esforço, e se alegrará, pois a sua justiça irá
justificar a muitos e nossa iniquidades (que ele já levou sobre si) deixaram de
existir!
Neste domingo, 16/02/2014, nos reunimos mais
uma vez para relembramos deste sacrifício e agradecermos a Jesus Cristo por sua
morte que nos trouxe a vida. Pela sua dor na cruz do calvário, hoje podemos
dizer: Estamos Sarados!
(Baseado em Isaías 53)
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