Páginas

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Qual será a "última trombeta"?

Pb. Miquéias Daniel Gomes

Em primeiro lugar é preciso entender que existe distinção entre a última trombeta citada por Paulo em I Coríntios 15:52 e I Tessalonicenses 4:16, e a sétima (e também última trombeta) citada por João em Apocalipse 11:15; já que uma encerra o tempo da Graça e a outra marca o inicio do apogeu do juízo divino sobre os homens ímpios.

Entenda:

Antes de ascender aos céus, após a sua ressurreição, Cristo institui sua Igreja, outorgando-lhe seu legado a fim de que ela continuasse a sua obra na Terra. Porém, este “trabalho” será realizado em um tempo finito chamado de “Dispensação da Graça”, e o fato que marca a conclusão deste ciclo é exatamente o Arrebatamento da Igreja.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nos os que ficarmos vivos, seremos transformados, para encontrarmos com ele nos ares. (I Tessalonicenses 4:16-17)

Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. (I Coríntios 15:51-52)

Mas se Paulo menciona uma “última trombeta”, onde estaria a primeira delas?

Encontramos a resposta para esta pergunta no Velho Testamento, mais precisamente no livro de Êxodo.

Primeiro é preciso entender que Buzinas e Trombetas são biblicamente similares, sendo ambas usadas para convocação ou anunciação de um fato importante, como por exemplo, uma sentença de juízo. 

Após a saída do Egito, Deus ordenou a Moisés que santificasse ao povo, afim de que eles estivessem preparados para sua chegada. Assim, durante dois dias, Israel se preparou para este encontro, e na manhã do terceiro dia, sob uma nuvem que podia ser vista por todo o povo, Deus desceu no Sinai, e ali anunciou a Moisés os dez mandamentos.

E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina (trombeta) mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial.

E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.

E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.

E o sonido da buzina (trombeta) ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta

Êxodo 19:16-19

No Sinai, Deus desce sobre uma nuvem, ante o som da primeira trombeta. No arrebatamento, Jesus descerá sobre uma nuvem, ante o som da última trombeta.

Podemos então concluir que a revelação do decálogo (Êxodo 20:3-17) foi a primeira trombeta de anunciação. Inúmeras trombetas estão tocando ao longo da história anunciando Deus aos homens: a lei, os profetas, as escrituras, os sinais e a igreja. E é exatamente o arrebatamento desta igreja, que soará como um último anuncio de Deus, finalizando assim, o ciclo de aceitação, onde a graça foi manifesta aos homens, sendo portanto, a última trombeta.

Com a Igreja no céu, inicia-se na terra um período chamado de Grande Tribulação, onde Deus executará seus juízos sobre os ímpios e as últimas profecias referentes a Israel irão se cumprir. O julgamento de Deus que expurgará o mal para sempre se dará através de sete selos, sete trombetas e sete taças, conforme detalhado em Apocalipse 6 ao 12.

Estas sete trombetas porém, em nada tem a ver com a Igreja, que neste período já se encontra na glória; sendo relevante apenas para os que “ficarem” para trás no arrebatamento.

Elas são reveladas após a abertura do sétimo selo e anunciam um período de grande aflição sobre o reino do Anticristo, onde uma série de eventos catastróficos tais como chuva de granizo incandescente, maremotos, contaminação das águas, anomalias no sistema solar e ataques de seres demoníacos, provocarão caos e desespero entre os homens.

A sétima e última trombeta deste ciclo, marca o início do apogeu do juízo divino, anunciando o derramamento das taças cheias da ira de Deus sobre os homens, e de maneira nenhuma se relaciona com a Igreja de Cristo.


Um comentário:

  1. Amei esta postagem! Obrigado pela ajuda que muitos procuram! Deus abençoe! Vamos lutar para defender a Pre-tribulacionista !

    ResponderExcluir