Um
grupo de apenas 300 soldados se posiciona para a maior batalha de suas vidas,
pois o exército inimigo supera esse número em algumas centenas. Embora as
probabilidades estejam contra eles, esse pequeno grupo de valentes não está temeroso
e nem assustado, pois confiam plenamente na estratégia de seu líder... Gideão
Ah,
Gideão. Que homem corajoso. Ele foi capaz de em sua juventude promover
restauração espiritual na casa de seu pai, mesmo sendo o filho mais novo.
Depois desenvolveu uma estratégia que garantia a colheita da família mesmo
diante de ataques saqueadores dos midianitas. A poucos dias da batalha, teve a
“ousadia” de dispensar 31.700 soldados que considerou inaptos para compor seu
exército, e agora marcha com um número ínfimo de companheiros para derrotar o
inimigo invasor que já há alguns anos amedrontava toda a nação.
Seu
nome é Gideão, mas ele poderia se chamar “Coragem” ou “Confiança”.
Mas
nem sempre foi assim...
Os filhos de Israel fizeram o que era mal aos
olhos do Senhor, e assim, Deus permitiu que os midianitas os
castigassem por sete anos.
A opressão imposta por este velho inimigo íntimo foi tão severa, que os hebreus
tomados pelo medo, faziam para si
covas nos montes; recorriam às habitações em cavernas e gastavam seus últimos
recursos em fortificações para se esconder do inimigo. Eles até
podiam cultivar seus campos em paz e tranquilidade, mas, quando chegava à época
da colheita, os midianitas se aliavam aos amalequitas para invadir Israel, tomando posse do que era colhido e destruindo tudo o que não pudessem aproveitar.
Os midianitas e seus
aliados eram tribos nômades, assim, eles subiam contra os hebreus, em grande multidão, com os seus gados e tendas;
agindo como gafanhotos devoradores, usando camelos ágeis e realizando
ataques repentinos. Em consequência desses saques constantes, Israel empobreceu muito, e em desespero, clamou ao Senhor.
Na cidade de Ofra, nas terras de Manassés, um ser misterioso
é visto assentado embaixo de um carvalho que crescerá virtuosamente na
propriedade de um homem chamado Joás. Naquele mesmo dia, seu filho Gideão, usava uma eira improvisada que funcionava em segredo, tal como uma destilaria
ilegal numa mina de carvão abandonada, para malhar o trigo colhido pela
família. E é exatamente para lá que o ser misterioso se dirige. Ele é ninguém
menos que o “Anjo do Senhor”.
- O Senhor é contigo, varão valoroso! – Disse
ele a Gideão
- Ai, senhor meu (Adonai), se o Senhor (Yahweh),
é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas
maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do
Egito? Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas –
Respondeu Gideão.
- Vai nesta tua força Gideão. Pois
através dela o Senhor livrará Israel
da mão dos midianitas.
- Ai, Senhor meu (Adonai), com
que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e
eu, o menor na casa de meu pai.
- Eu irei com você Gideão. E você irá ferir os
midianitas como se fossem um homem só.
- Se agora tenho achado
graça aos teus olhos, dá-me um sinal.
Gideão tinha a
capacidade. Agora tinha o chamado. Mesmo assim se sentia impróprio para
realizar aquela tarefa, buscando desesperadamente alguma prova física que
aumentasse a confiança em si mesmo e na sua comissão.
Aos olhos de Deus ele
era um homem capaz, valoroso e destemido.
Aos seus próprios olhos
ele era incapaz, pobre e insignificante.
O Complexo de Inferioridade
está diretamente relacionado à imagem que fazemos de nós mesmos. Ele gera no
indivíduo uma imagem distorcida de si, que posteriormente é levado a
desenvolver o mesmo tipo de imagem em relação aos outros, em relação a sua vida
e também em relação ao Criador, passando a ver tudo e todos distorcidamente.
Nos
dias de hoje, nunca fomos tão bombardeados por padrões.
Padrões de beleza, de
moda, de sucesso e acima de tudo, de vitória. Não faltam regras para atingirmos
o sucesso: sermos bonitos, espertos, espirituosos, modernos, sorridentes,
termos uma excelente companhia ao nosso lado e que de preferência também tenha
todos os elementos capazes de reforçar o tão desejado status. Quando este
padrão não é atingido, para a maioria das pessoas sobra a sensação de que se
vive em um retumbante fracasso. Com isso o indivíduo acaba se isolando e tendo
uma percepção muito negativa a seu próprio respeito, e em longo prazo, isso
pode paralisar a sua vida.
A
denominação “Complexo de
Inferioridade" foi criada pelo médico psiquiatra Alfred Adler
(1870-1937), para designar sentimentos de insuficiência e até incapacidade de
resolver os problemas, o que faz com que a pessoa se sinta um fracasso em
alguns aspectos de sua vida, ou seja, “baixa autoestima”. Esta aparece quando uma
pessoa não tem consciência de seu valor pessoal, o que pode comprometer todos
os seus relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar e
social. No moderno
entendimento da psicologia, o palavra “complexo”
sugere todo um sistema envolvido, e então neste caso, ela é substituída pelo
termo “Sentimento de
Inferioridade”, que em sua definição, é o sentimento de ser inferior as outras pessoa,
podendo-se manifestar de diversas formas. Uma delas é a anulação da personalidade, quando a pessoa
desiste dos contatos sociais e fecha suas possibilidades, culpando o mundo por
sua infelicidade. Outra é a agressão,
quando surge através de uma atitude hostil ou crítica alheia.
Alfred Adler afirmava
que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de
inferioridade, que é uma consequência do tamanho da criança e de sua falta de
poder perante os adultos. Isso desperta em sua alma um desejo de crescer, de
ficar tão forte quanto os outros, ou mais forte ainda. Adler sugere que existem
três situações na infância que tendem a resultar no complexo de inferioridade:
Inferioridade orgânica: Crianças que sofrem de doenças ou enfermidades com deficiências físicas tendem a se isolar, fugindo da interação com outras crianças por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso contra elas. Contudo, ele salienta que as crianças que são incentivadas a superar suas dificuldades tendem a compensar sua fraqueza física além da média, e podem desenvolver suas habilidades de maneira surpreendente. Por exemplo, se dedicam a uma atividade física para compensar a deficiência.
Crianças superprotegidas e mimadas: Essas crianças podem desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentirem confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas.
Rejeição: Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sentem confiança em suas habilidades e não se sentem dignas de receber amor e afeto dos outros. Quando adultos, tendem a se tornar frios, duros, ou extremamente carentes e dependentes da aprovação e reconhecimento de outras pessoas. Quanto mais necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que fossem.
Alguns acontecimentos passam
informações errôneas sobre nosso valor como seres humanos, o que resulta em
comportamentos introvertidos que, além de causar boas doses de sofrimento
emocional, causa muita limitação na vida social, profissional e pessoal. As situações formadoras de sentimentos de
inferioridade são todas aquelas onde a pessoa se percebe incapaz, como por
exemplo, numa a família explosiva. O pai, mãe, ou qualquer pessoa significativa
da infância que resolve as questões dentro de casa pelo caminho do “grito”,
oferece um ambiente onde a criança nunca se sente apta a entender como deve
proceder, pois diante de pessoas explosivas parece que nunca conseguirá falar
ou fazer a coisa certa.
Juntamente com esta sensação de
estar sempre errado surge o significativo sentimento de inferioridade. Ao
longo da vida este sentimento aparecerá toda vez que estiver se relacionando
com pessoas que de alguma forma lembram o pai, a mãe, ou quem tenha sido o
explosivo na vida desta pessoa. Sabendo disso entendemos o porquê de algumas
pessoas sentirem tanta dificuldade em se relacionar com seus chefes. Pois
qualquer pessoa que lembre, mesmo que vagamente, a posição hierárquica superior
na qual o pai se colocava, será o gatilho para que surja o forte sentimento de
inferioridade. O resultado deste sentimento de inferioridade é que o indivíduo
pode ter atitudes diante de seu chefe que na realidade são respostas ao
comportamento de seu pai. Aí a coisa fica pior ainda, pois o indivíduo já teve
o estresse de lidar com seu pai, não saiu vencedor, se sentiu inferior e agora
surge outra pessoa que exige dele o mesmo domínio que não teve em épocas
anteriores. Então, toda essa sensação de incapacidade e inferioridade vai se
tornando uma grande bola de neve, e aos poucos o indivíduo se vê atropelado por
ela e completamente indefeso contra tal sentimento arrasador.
Um
dos sintomas da depressão (outra grave doença da alma) é a prostração, onde o indivíduo
entra em um processo chamado de melancolia que pode levar até a morte por falta
de alimentação, pois, nesse caso, a pessoa perde todo o desejo de alimentar-se.
O complexo de inferioridade pode, em alguns casos, levar o indivíduo até este
ponto. Sendo assim, é importante que observemos, na igreja, irmãos que estejam
afastados por muito tempo da comunhão, e buscar fazer algo para reinseri-lo ao
grupo, evitando assim, maiores traumas.
Gideão se revelou um
grande general da história do povo de Israel. Com seu pequeno exército,
derrotou seus inimigos mais forte e poderosamente armados. Foi um feito militar
inigualável até os dias atuais. Ele desconhecia sua própria capacidade, mas
Deus sabia do seu valor. O Senhor acreditava em seu servo, e quando ele passou
a acreditar em si mesmo, tudo começou a mudar. As pessoas que vivem mergulhadas na reclamação, na auto piedade, e no
sentimento de inferioridade, enterram seus talentos e escondem sua
personalidade. Contentam-se em viver uma vida de lamentações, enquanto Cristo
morreu para dar-lhes uma vida de abundância (João 10.10).
O indivíduo que
desenvolve Complexo de Inferioridade, em muitos casos, sofre constantemente com
outras enfermidades da alma, como por exemplo, a culpa, a depressão e a
irritabilidade. Além disso, as confusões quanto a sua existência acabam por
torná-lo extremamente instável emocionalmente, e esta instabilidade pode
provocar um comportamento agressivo que irá funcionar como mecanismo de defesa,
pois leva o indivíduo a desenvolver uma posição desdenhosa em relação ao resto
do mundo. Esta posição, na realidade, é apenas um meio encontrado por ele para
proteger-se.
Quem vive o passado vive
triste, quem vive o futuro vive ansioso, o ideal é viver o presente. Pessoas
com sintomas do Complexo de Inferioridade, na maioria das vezes, apresentam um
intenso desinteresse por projetos atuais, ficam sempre presos a acontecimentos
do passado nos quais obtiveram sucesso, ou então se focam insistentemente em
sonhos e projetos futuros. No caso de indivíduos que não valorizam o presente,
é normal que desenvolvam um imenso vazio existencial que acabará por levá-los a
um processo de queda emocional ocasionando um quadro depressivo.
Para
superar esse sentimento de inferioridade e aumentar a autoestima, deve-se
trazer o complexo a nível consciente e ignorar sua consciência repressora.
Depois, ir superando gradualmente a incapacidade ou aceitar as consequências,
reconhecendo-a como um temor infantil. Nesta etapa, é necessário
reprogramar-se emocionalmente, substituindo a "negatividade" pela
"positividade". O pessimismo é um estado de espírito, uma postura,
um hábito. Se você não é um otimista de nascença, pode treinar para ser um.
Comece por observar o número de negativas que você usa por dia, por exemplo,
quantas vezes você diz: "nunca vou aprender isso", "eu não
consigo", “isso não é para mim”. Esta é a hora de libertar a sua mente.
Bloqueie imediatamente esses tipos de pensamentos e substitua por um
positivo.
Comprovou-se
cientificamente, que um pensamento positivo é mais forte do que um negativo.
Logo, seja mestre e não escravo da sua mente. Não protele. As pessoas que
estão sempre protelando gostam de se considerar resistentes às pressões, exigências,
apelos ou ordens. Na realidade, elas evitam tentar para não falhar. Reforce
seus desejos com ação. Obrigue-se a agir até mesmo quando teme agir. Nunca
desperdice uma oportunidade, e se ela não surgir, crie, não fique esperando
ou reclamando da situação. O mundo é para quem faz.
A
grande maioria das pessoas não está satisfeita com a sua aparência. Assim,
para vencer este receio, concentre-se nas suas qualidades e habilidades e não
nos seus defeitos e deficiências. Lembre-se: não existe pessoa perfeita. Se
envolva mais com "você" e menos com o seu "eu". É o
excesso de atenção com a sua aparência e comportamento que o faz sentir-se
assim. Crie na sua mente a imagem de como você quer ser, e submeta esse
projeto aos cuidados do Senhor, afinal, nós criamos no exterior o que vemos
em nosso interior.
Busque
entender as razões que te fazem abaixar a cabeça diante de uma pessoa
semelhante a você. Não há razões para isso! E se não conseguir mudar essas
crenças sozinho, procure auxílio profissional. Sentir-se inferior a quem quer
que seja é o mesmo que jogar fora tudo de bom que temos e apreciar somente as
qualidades do outro, como se fossemos desprovidos de talentos. Feliz de quem
descobre seus complexos e luta para mudar. Pare de sofrer simplesmente pelo
medo de desatar as correntes que o prendem a seus complexos. Dale Carnegie,
autor do segundo livro mais lido no mundo, depois da Bíblia, diz: “Você pode superar qualquer temor desde que
se decida a fazê-lo. Lembre-se que o maior medo existe apenas na sua mente”.
E complementa: “Todos nós temos muito
mais coragem que jamais sonhamos possuir”. Portanto, complexos deixam de
ser complexos quando são encarados como desafios a serem superados.
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Não é difícil
encontrarmos na Igreja pessoas com claros sintomas que podem ser diagnosticados
como complexo de inferioridade. Muitos de nossos irmãos se sentem incapazes
para fazer algo mais na obra do Senhor por não se verem como competentes. Como
já dito, o indivíduo que sofre de complexo de inferioridade tende a
apresentar-se pessimista diante da vida. O pessimista tem sempre uma visão
embaçada dos acontecimentos cotidianos como se vivesse constantemente em dias
nublados (Juízes 6.15).
O diálogo de Gideão com
o Anjo do Senhor nos mostra o quanto se considerava incapaz. Gideão se
apresenta como o menor entre os menores deixando clara a impressão acerca de si.
O fato de o povo de Israel estar sofrendo há sete anos nas mãos dos Midianitas eram
preponderantes na visão que Gideão fazia do povo de Deus. Essa visão se
refletia no complexo de inferioridade desenvolvido por ele que surgia a partir
do momento em que se via como integrante de um povo que não tinha como se
defender de seus algozes. Podemos
pensar que Gideão era muito humilde (uma atitude muito elogiada na Bíblia).
Porém, era uma falsa humildade, ele estava insatisfeito com que era e culpava
Deus por isso, evidenciando seu complexo de inferioridade (Juízes 6:1-13).
Ao fazer o que era mal
aos olhos do Senhor, o povo de Israel perdeu a proteção divina, vindo sobre
eles à perseguição dos midianitas, amalequitas e de outros povos do Oriente. O
povo de Israel acomodou-se preferindo construir covas e cavernas para se
esconder a enfrentar seus opressores. Podemos observar que se abateu sobre eles
um sentimento de negatividade, natural em pessoas que sofrem com o complexo de inferioridade.
Declarações como: “não vamos conseguir vencer”, “sabia que isso ia acontecer”,
“não temos condições de enfrentar esta situação”, são algumas das posições
tomadas por pessoas que sofrem deste mal. A forma natural dos indivíduos que sofrem do complexo de inferioridade
se relacionarem com o seus sentimentos em relação as lutas diárias, servirá
para identificar o grau de gravidade em que se encontram. Em alguns casos, o
acometido por este mal consegue, com muito esforço, vencer a inércia e seguir
adiante em busca de um objetivo, e ao alcançar o que esperava, ele conseguem enxergar
a vida de outra maneira, aprendendo do que pode ser capaz.
Ao se verem
empobrecidos, os filhos de Israel se sentiam cada vez mais inferiores e
entravam assim em uma roda viva de negatividade. O complexo de inferioridade
leva a um sentimento de impotência em relação às adversidades da vida. Sempre
que se depara com uma dificuldade a tendência de quem sofre desse mal é mudar o
curso de sua trajetória para não ter de enfrentar os possíveis percalços que
poderão surgir em seu caminho. O complexo de inferioridade age oprimindo o indivíduo,
tirando as forças; impedindo-o de superar uma condição que lhe é imposta por
uma determinada circunstância. No caso de Israel, as constantes investidas dos
povos inimigos era o agente opressor que os impedia de reagir.
Desprezar
a si mesmo é uma atitude anticristã e o fazê-lo é um grave sintoma de complexo
de inferioridade. Tentar sensibilizar a Deus como fez Gideão, dizendo- “ai meu
Deus!” - não leva a nada, pois o Senhor não se deixa influenciar com tal
atitude, afinal ele não sente pena de nós, o que Ele sente é amor. Gideão, embora estivesse contaminado pelo complexo
desenvolvido pelo povo, mantinha a sua esperança. Ao sair todos os dias para
malhar o trigo, deixava claro que, apesar de todo o sentimento negativo que
impregnava os seus irmãos, ele podia obter êxito, e este fato foi decisivo para
que fosse o escolhido por Deus em busca de uma solução em relação aos
perseguidores de Israel. Já observamos que, quando Gideão foi confrontado pelo
Anjo do Senhor, a sua primeira fala foi de impotência diante dos fatos, no
entanto vemos que havia algo nele que podia ser utilizado por Jeová em favor do
seu povo. Quando o Senhor nos observa, assim como fez com Gideão embaixo do
carvalho, Ele sempre está nos proporcionando a oportunidade de experimentar a
ação integral de sua Graça, que nos regenera, isto é, nos faz nascer de novo,
nos renova fazendo de nós novas criaturas e restaura-nos devolvendo à comunhão
com Deus.
Em
alguns momentos, todo e qualquer indivíduo pode desenvolver um ou outro sintoma
de complexo de inferioridade, há casos em que nos deparamos com situações as
quais pensamos que estão acima de nossa capacidade, seja física, emocional
ou financeira: no entanto, a Graça de Deus é, indubitavelmente, suficiente para
nos fortalecer a ponto de nos tornar capazes de enfrentar todas as lutas.
O primeiro passo para qualquer tipo de
mudança é redirecionar sua vida para Deus, pois este é sem duvida o start para
a cura de qualquer enfermidade da alma. Entretanto, algumas mudanças
pragmáticas e atitudes práticas também devem ser incorporadas ao tratamento,
como por exemplo, prestar mais atenção em si mesmo. Pare de olhar para si com
os olhos dos outros. Esqueça os parâmetros de comparação que você vê na mídia e
acima de tudo, seja generoso consigo mesmo. É saudável que desenvolvamos autocrítica
e uma cobrança pessoal por melhorias, mas pratique também a autocompaixão e
descubra se por acaso estes parâmetros são mesmo viáveis, deixando a paranoia
de lado. Pare de se comparar a outra pessoa. Cada um tem suas necessidades e
sua história de vida, portanto não cabe tentar medir-se pela métrica dos outros
a todo tempo. Este é um exercício muito penoso para qualquer tipo de
autoestima.
Outro ponto que é de grande ajuda é o
autoconhecimento: por que você se sente inferior em relação às outras pessoas?
Em que situações isso tende a acontecer? Entender as razões torna o caminho
para a liberdade algo mais fácil e com pouco menos de percalços, além de lhe dá
algo concreto para trabalhar.
O item mais do que fundamental é ocupar a
própria mente. Estude, faça algo que goste, preocupe-se com as pessoas que você
ama, ore mais, medite com mais frequência na Bíblia, participe de um grupo em
sua igreja. Faça algo pra você e deixe as pendengas da vida alheia de lado dedicando
a algo que te faça bem.
Agora, se a luta estiver muito difícil, não
se martirize e procure ajuda especializada. Quando o complexo de inferioridade
atrapalha demais a nossa vida, devemos fazer o que for possível para dar fim a
isso, portanto a terapia não deve ser vista como um último recurso ou um sinal
de fracasso, pois ela propiciará a você o processo de autoconhecimento e
resgate da autoestima. Segundo a Bíblia, a vida na Terra é curta como um breve
sopro e cheia de aflições. Então explore todas as possibilidades para
desenvolver seu bem estar e sua qualidade de vida, vivendo em toda plenitude os
planos de Deus para você.
Gideão se colocou como
inapto para realização do grande projeto que Jeová tinha para Israel.
Primeiramente apresentou a sua condição social, a de menor dentre a família
mais pobre da tribo de Manassés. Em seguida, exigiu que o Anjo do Senhor lhe desses
sinais de que era realmente quem dizia ser. Pessoas com complexo de
inferioridade tendem a desconfiar de tudo e de todos, diante de suas
incapacidades, forjam uma imagem distorcida em relação aos outros, semelhante a
que forma de si próprio. “Como imaginou a sua alma assim é” (Provérbios 23.7).
A atitude de Gideão em
relação ao Anjo do Senhor pondo-o a prova deixa clara a falha produzida pelo
complexo de inferioridade em sua personalidade. Alfred Adler apresenta em seus
estudos o termo arrogância compensatória que leva o indivíduo a desconfiar da
capacidade de outros em realizar determinadas tarefas que ele não pode
realizar. Diante de todos os seus pedidos atendidos, Gideão partiu para a nova
etapa do projeto de Deus, a escolha de seu exército. O fato de sofrer por anos
pela perseguição dos inimigos, mais uma vez, leva Gideão a crer que seria
necessário um grande número de homens para que pudesse vencer. O complexo de
inferioridade produz o que Adler chama de “o protesto masculino”, que é uma
luta interior para combater a dependência emocional, construir autonomia e
obter a superioridade. Ao reunir um grande número de homens, Gideão creu que
seria superior aos seus inimigos.
Na história de Gideão
vemos que Deus queria não só livrar o povo da opressão dos povos vizinhos, mas
mostrar também que, com Ele no comando, não existe complexo de inferioridade
que possa derrotar os seus servos, visto que o maior inimigo que o homem pode ter
é ele mesmo, e sendo assim, provou que, com apenas trezentos homens, pode-se
vencer uma multidão. Certa vez, alguém disse: “um mais Deus é sempre a maioria”. Quando alguém se acha incapaz
para realizar algo grandioso na obra de Deus e acha Graça aos seus olhos, o
Senhor o capacita jogando por terra todo complexo que possa servir de
impedimento para realização do seu projeto.
Assim como outras
enfermidades da alma, o complexo de inferioridade também pode não desaparecer
com a conversão ao evangelho. No entanto a busca pela presença de Deus pode se
tornar uma arma poderosa associada a tratamentos terapêuticos em direção à
cura. Ao experimentar a Graça, passa-se por um processo total de limpeza que
abrange o espírito a alma e o corpo.
O menor no povo de Deus
é o maior (Lucas 7.28); o Senhor, quando nos olha, não vê o que somos, mas o
que podemos vir a ser. O complexo de inferioridade não é e nunca será
suficientemente grande diante da grandiosidade do poder de Deus na vida de seu
servo, logo podemos concluir que, mesmo que pensemos que não alcançaremos
êxitos em nossos projetos ou nos projetos de Deus para nós, o Espírito do
Senhor nos levará a vitória (II Coríntios 12.10).
Texto Áureo
E ele lhe
disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a
mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.
Juízes 6:15
Verdade Aplicada
O complexo
de inferioridade nos torna incapazes de perceber nosso verdadeiro potencial.
Textos de Referência
Juízes 6:11-15
Então, o
Anjo do Senhor veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que
pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no
lagar, para o salvar dos midianitas.
Então, o Anjo
do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso.
Mas Gideão
lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos
sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos
contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora, o Senhor
nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas.
Então, o
Senhor olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão
dos midianitas; porventura, não te enviei eu?
E ele lhe
disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a
mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.
Para maiores esclarecimentos sobre o Complexo de Inferioridade, suas causas, sintomas e como supera-lo, participe neste domingo (08/06/2013) da Escola Bíblica Dominical
Fontes:
Revista Jovens e Adultos nº 91 - Enfermidades da Alma : Editora Betel
O Psicólogo: blog.opsicologo.com
Wi Kihow: www.pt.wikhow.com
Portal R7: www.r7.com
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