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segunda-feira, 9 de junho de 2014

O que é pecado contra o Espírito Santo?

No relacionamento do crente com o Espírito Santo, há um ponto que não é muito trabalhado, pouco atraente, nem um pouco contagiante e escassamente emocionante – A Blasfêmia contra o Espírito Santo.

A expressão "Blasfêmia" contra o Espírito Santo foi proferida pelo Sr. Jesus para qualificar o pecado dos fariseus, Mateus 12:22-33.
Acredita-se que I João 5.16 também se refere a esse tipo de pecado: "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para a morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue.”.

No grego, a palavra Blasfêmia, como citada em Marcos 12:29, significa “dizer coisas abusivas", e é usada para indicar esse tipo de declaração contra os homens (Apocalipse 2:9); contra o Diabo (Judas 9) e contra Deus (Ezequiel 32:12).

Este tipo de palavra, quando proferida contra o nome de Cristo ou do próprio Deus, embora seja sim um pecado sério, pode ser perdoado, mas o mesmo tipo de agressão contra o Espirito Santo provoca um resultado muito mais devastador. Marcos 12:29,  traz um  relato sobre homens que deveriam ter reconhecido o fato de que as obras operadas por Jesus, eram realizadas pelo Espírito Santo; mas, em seu ódio, consciente ou inconsciente preferiram atribuía-las a Satanás, resultando em um processo de rebeldia contra Deus, ação que segundo   a declaração contundente  de Jesus, demandava na  impossibilidade do perdão tanto nesta vida, como a vida depois da morte. A interpretação verdadeira, por conseguinte é que o pecado imperdoável não pode ser perdoado durante a vida física, na terra, e nem na vida de além-túmulo.

Mas o que é blasfêmia conta o Espírito Santo?

Há muita confusão sobre o que é na verdade a blasfêmia contra o Espírito Santo. Isto se deve ao fato das diversas correntes de interpretação do assunto.
Alguns defendem a ideia que a blasfêmia contra o Espírito Santo é o “cair da graça e perder a salvação”. Na história da Igreja Primitiva, muitos estudiosos emitiram seus pareceres neste assunto, encontrando uma definição específica para elucidar tal atitude:

Irineu – É a rejeição do evangelho.
Atanásio – É a negação da divindade de Cristo, a qual foi evidenciada ao homem pela concepção do Espírito Santo.
Orígenes – É toda a quebra da lei após o batismo.
Agostinho – É a dureza do coração humano rejeitando a obra de Cristo.
Burge - É atribuir as coisas boas de Deus a um ato de Satanás;
Davis – É atribuir os milagres de Cristo a influência de Satanás.

Nos evangelhos, o próprio Jesus diz aos seus antagonistas que atribuir a Satanás tudo que tem sido operado pelo poder do Espírito Santo, é demonstrar uma visão moral tão distorcida que já não existe mais nenhuma esperança de recuperação.  Os milagres eram uma clara demonstração de que o Reino de Deus estava atuante no mundo através do ministério de Cristo, e a negação deste fato não tinha origem na ignorância, mas sim na recusa voluntária em crer.
Portanto a descrença é imperdoável. Segundo o teólogo Robert H. Mounce, o único pecado que Deus não pode perdoar é a recusa do perdão. Então, o pecado imperdoável é o estado de insensibilidade moral causada pela contínua recusa em crer no poder de Deus.

Em quais casos se dá o pecado contra o Espirito Santo?

O que torna este pecado em algo imperdoável é a sua relação com o Espírito Santo.  Temos que entender que parte da obra do Espírito Santo aqui na Terra consiste em iluminar a mente dos pecadores (Efésios 1:17-18); revelar e ensinar o evangelho (João 14:26); persuadir as almas a arrepender-se e a crer na verdade (Atos 7;51); abrindo assim,   a mente dos homens de modo que a Palavra de Deus possa ser entendida.

Quando a influência do Espírito Santo é e conscientemente recusada, em oposição à luz, então o pecado irreversível pode ser cometido como um ato voluntário e deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há endurecimento do coração, vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé (Romanos 9:17; Hebreus 3:12-13). Neste caso, Deus permite que a decisão da vontade humana seja permanente.

Deus não faz isso levianamente e sem causa, mas em resposta a um ultraje cometido contra o seu amor.  Segundo o teólogo Louis Berkhof, “o homem de forma voluntária, maliciosa e intencionalmente atribui o que com clareza se reconhece como obra de Deus a influencia e operação de Satanás”.

A blasfêmia contra o Espirito Santo leva a condenação eterna?

Ao analisarmos textos como Marcos 3:29 e Mateus 12:22-32, podemos identificar os resultados imediatos e vindouros de tal pecado. O próprio Jesus em sua análise sentencia que este tipo de agressão espiritual nunca seria perdoado, nem neste mundo nem no porvir. Quem o comete é réu de pecado eterno.

Este pecado leva o homem ao estado incorrigível de embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a sua própria consciência.  Na linguagem de João, este pecado é para a morte, ou seja, separação final da alma e Deus (I João 5.16), que é segunda morte, reservada para aqueles cujos nomes não estão inscritos "no livro da vida" (I João 5:16, Apocalipse 20:15; 21:8).

Como saber se tal pecado já foi cometido em sua vida?

Frequentemente pessoas sinceras expressam o temor de haverem cometido este pecado imperdoável. Acalme-se, faça uma analise rápida em sua vida, e compare os resultados com os seguintes parâmetros:

 - Enquanto alguém crê de todo o coração que Jesus é filho de Deus e o salvador do mundo, enquanto anela a salvação, pode estar certo de que não cometeu o pecado imperdoável.

- Qualquer pessoa que esteja preocupado com sua rejeição de Cristo, obviamente não cometeu este "pecado imperdoável". Porque este pecado elimina uma consciência preocupada com qualquer tipo de pecado.

- Uma pessoa que quer se arrepender, isto é, quer se desfazer dos seus pecados que tenha cometido, não sofreu o endurecimento e não cometeu o profundo ato que Deus determinou que não será perdoado.

- Qualquer pessoa que nasceu de novo não cometerá esse pecado, porque o Espírito Santo que vive nele é Deus, e Deus não está dividido contra si mesmo: “Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus (I João 3:9)”.

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