No
relacionamento do crente com o Espírito Santo, há um ponto que não é muito
trabalhado, pouco atraente, nem um pouco contagiante e escassamente emocionante
– A Blasfêmia contra o Espírito Santo.
A
expressão "Blasfêmia" contra o Espírito Santo foi proferida pelo Sr.
Jesus para qualificar o pecado dos fariseus, Mateus 12:22-33.
Acredita-se
que I João 5.16 também se refere a esse tipo de pecado: "Se alguém vir a
seu irmão cometer pecado não para a morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos
que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que
rogue.”.
No
grego, a palavra Blasfêmia, como citada em Marcos 12:29, significa “dizer coisas abusivas", e é usada
para indicar esse tipo de declaração contra os homens (Apocalipse 2:9); contra
o Diabo (Judas 9) e contra Deus (Ezequiel 32:12).
Este
tipo de palavra, quando proferida contra o nome de Cristo ou do próprio Deus, embora
seja sim um pecado sério, pode ser perdoado, mas o mesmo tipo de agressão contra
o Espirito Santo provoca um resultado muito mais devastador. Marcos 12:29, traz um relato sobre homens que deveriam ter
reconhecido o fato de que as obras operadas por Jesus, eram realizadas pelo
Espírito Santo; mas, em seu ódio, consciente ou inconsciente preferiram
atribuía-las a Satanás, resultando em um processo de rebeldia contra Deus, ação
que segundo a declaração contundente de Jesus, demandava na impossibilidade do perdão tanto nesta vida,
como a vida depois da morte. A interpretação verdadeira, por conseguinte é que
o pecado imperdoável não pode ser perdoado durante a vida física, na terra, e
nem na vida de além-túmulo.
Mas o que é blasfêmia conta o Espírito Santo?
Há
muita confusão sobre o que é na verdade a blasfêmia contra o Espírito Santo.
Isto se deve ao fato das diversas correntes de interpretação do assunto.
Alguns
defendem a ideia que a blasfêmia contra o Espírito Santo é o “cair da graça e
perder a salvação”. Na história da Igreja Primitiva, muitos estudiosos emitiram
seus pareceres neste assunto, encontrando uma definição específica para elucidar
tal atitude:
Irineu – É a rejeição
do evangelho.
Atanásio – É a negação
da divindade de Cristo, a qual foi evidenciada ao homem pela concepção do
Espírito Santo.
Orígenes – É toda a
quebra da lei após o batismo.
Agostinho – É a dureza do
coração humano rejeitando a obra de Cristo.
Burge - É atribuir as
coisas boas de Deus a um ato de Satanás;
Davis – É atribuir os
milagres de Cristo a influência de Satanás.
Nos
evangelhos, o próprio Jesus diz aos seus antagonistas que atribuir a Satanás
tudo que tem sido operado pelo poder do Espírito Santo, é demonstrar uma visão
moral tão distorcida que já não existe mais nenhuma esperança de
recuperação. Os milagres eram uma clara
demonstração de que o Reino de Deus estava atuante no mundo através do
ministério de Cristo, e a negação deste fato não tinha origem na ignorância,
mas sim na recusa voluntária em crer.
Portanto
a descrença é imperdoável. Segundo o teólogo Robert H. Mounce, o único pecado
que Deus não pode perdoar é a recusa do perdão. Então, o pecado imperdoável é o
estado de insensibilidade moral causada pela contínua recusa em crer no poder
de Deus.
Em quais casos se dá o pecado contra o Espirito Santo?
O
que torna este pecado em algo imperdoável é a sua relação com o Espírito Santo.
Temos que entender que parte da obra do
Espírito Santo aqui na Terra consiste em iluminar a mente dos pecadores (Efésios
1:17-18); revelar e ensinar o evangelho (João 14:26); persuadir as almas a
arrepender-se e a crer na verdade (Atos 7;51); abrindo assim, a mente
dos homens de modo que a Palavra de Deus possa ser entendida.
Quando
a influência do Espírito Santo é e conscientemente recusada, em oposição à luz,
então o pecado irreversível pode ser cometido como um ato voluntário e
deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há endurecimento do coração,
vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé (Romanos 9:17; Hebreus
3:12-13). Neste caso, Deus permite que a decisão da vontade humana seja
permanente.
Deus
não faz isso levianamente e sem causa, mas em resposta a um ultraje cometido
contra o seu amor. Segundo o teólogo Louis
Berkhof, “o homem de forma voluntária, maliciosa e intencionalmente atribui o
que com clareza se reconhece como obra de Deus a influencia e operação de
Satanás”.
A blasfêmia contra o Espirito Santo leva a condenação eterna?
Ao
analisarmos textos como Marcos 3:29 e Mateus 12:22-32, podemos identificar os
resultados imediatos e vindouros de tal pecado. O próprio Jesus em sua análise
sentencia que este tipo de agressão espiritual nunca seria perdoado, nem neste
mundo nem no porvir. Quem o comete é réu de pecado eterno.
Este
pecado leva o homem ao estado incorrigível de embotamento moral e espiritual,
porque pecou voluntariamente contra a sua própria consciência. Na linguagem de João, este pecado é para a
morte, ou seja, separação final da alma e Deus (I João 5.16), que é segunda
morte, reservada para aqueles cujos nomes não estão inscritos "no livro da
vida" (I João 5:16, Apocalipse 20:15; 21:8).
Como saber se
tal pecado já foi cometido em sua vida?
Frequentemente
pessoas sinceras expressam o temor de haverem cometido este pecado imperdoável.
Acalme-se, faça uma analise rápida em sua vida, e compare os resultados com os
seguintes parâmetros:
- Enquanto alguém crê de todo o coração que
Jesus é filho de Deus e o salvador do mundo, enquanto anela a salvação, pode estar
certo de que não cometeu o pecado imperdoável.
-
Qualquer pessoa que esteja preocupado com sua rejeição de Cristo, obviamente
não cometeu este "pecado imperdoável". Porque este pecado elimina uma
consciência preocupada com qualquer tipo de pecado.
-
Uma pessoa que quer se arrepender, isto é, quer se desfazer dos seus pecados
que tenha cometido, não sofreu o endurecimento e não cometeu o profundo ato que
Deus determinou que não será perdoado.
-
Qualquer pessoa que nasceu de novo não cometerá esse pecado, porque o Espírito
Santo que vive nele é Deus, e Deus não está dividido contra si mesmo: “Aquele
que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus
permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus (I
João 3:9)”.
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