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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O que é Benignidade? E Bondade?

Por: Pb. Miquéias Daniel Gomes

Quando produz o chamado Fruto Espiritual citado em Gálatas 5:22, o cristão precisa desenvolver duas qualidades que embora se completem, são distintas entre si: Bondade e Benignidade. Em tese é possível ser bom sem ser benigno, mas na pratica, que proveito isto pode ter? Nesta postagem, tentaremos elucidar qual a diferença entre estas duas virtudes, e como elas se completam entre si, começando pela BENEGNIDADE, do grego CHESTOTES. Lucas 6:35 revela que Deus é benigno até para com os maus e ingratos; afinal a benignidade faz parte da personalidade eterna e imutável de Deus (por favor, leia o Salmo 136 antes de continuar a leitura deste texto). A benignidade está estritamente ligada ao desejo de não se fazer o mal e consequentemente praticar a bondade. Quando o paciente recebe um diagnóstico positivo de câncer, a questão mais relevante é a benignidade do mesmo, pois um câncer considerado “benigno”, embora continue sendo uma patologia, “não” irá desencadear “males” ao seu portador.
Deus jamais desejou qualquer tipo de mal ao ser humano (Jeremias 29:11, João 3:16) e até mesmo suas ações mais drásticas foram tomadas por amor (Hebreus 12:6), e logo deseja que seus filhos, criados sua imagem e semelhança (Genesis 1:26) também possuam tal virtude. A benignidade age no cristão como um anticorpo que combate sentimentos nocivos em relação as demais pessoas. É um agente de cura que age em áreas afetadas pelas mágoas ou pelo preconceito, possibilitando a prática do pedido feito por Paulo aos féis em Éfeso: Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2).
Podemos correlacionar e interligar a benignidade como outros sentimentos e algumas virtudes essenciais ao cristianismo, tais como:
Afabilidade, que é cortesia e gentileza.
Amabilidade, que é ao ato de ser amável.
Amenidade, que é a presença de leveza e delicadeza no trato.
Benevolência, que é boa vontade para com o próximo.
Ihaneza, que é sinceridade e lisura.
Sociabilidade, que é a capacidade de viver bem em sociedade.
Clemencia, que é disposição para perdoar.
Filantropia, que trata-se de amor a humanidade, altruísmo.
Tolerância, que é suportar com paciência.
Lembre-se sempre que quando exercermos tais virtudes, nem que seja para o mais pequenino filho do Senhor, estamos sendo benignos para com o próprio Deus, e tal gesto não ficará sem recompensa (Mateus 25:40).
A definição da “Wikipédia” para BONDADE (do grego AGATHOUSE) é: Qualidade correspondente a ser bom, ou seja, a qualidade de manifestar satisfatoriamente alguma perfeição, que se pode aplicar a pessoas, coisas e situações.  A bondade pode significar também a disposição permanente de uma pessoa em fazer o bem, neste sentido tem por sinônimo a benevolência. Quando nos deparamos com o termo “perfeição”, só o podemos aplicar plenamente ao próprio Deus, então, o único ser realmente “bom” em todos os aspectos da existência é o próprio criador (Salmos 23:6, 31:19, 52:1). Os salmistas declaram confiadamente não apenas o fato de Deus ser bom, mas também o descreve como sendo o autor de toda generosidade e a essência da bondade.
Como filhos de Deus, o cristão deve buscar constantemente a bondade, vivendo sua vida moldada na vida do próprio Cristo, manancial inesgotável de bondade e ternura. Não devemos nos contentar com uma bondade teórica, onde nos limitamos a não fazer o mal, mas sim colocar as mãos na “massa” exercendo na pratica toda a bondade que existe em nós por meio do amor de Cristo. No código penal brasileiro, a omissão de socorro é tratada como um crime gravíssimo. Ou seja, não fazer o bem e tão grave quanto se fazer o mal. Adolf Hitler, sádico genocida, construiu seu império de terror tendo como alicerce a omissão dos líderes mundiais que se fizeram de cego as atrocidades cometidas pelo partido nazista alemão... deu no que deu... Atribui-se a Martin Luther King  a celebre frase: “O que me preocupa não é grito dos maus, mas sim o silencio dos bons”. A bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os bons deixam de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade.
Conta-se uma fabula, que em certa fazenda, um rato corria desesperado pelo curral pedindo ajuda aos outros animais...
- O fazendeiro comprou uma ratoeira... Estou perdido! Me ajudem!
Entretanto, a vaca lhe respondeu: - O que isto tem a ver comigo, o problema é todo seu!
A mesma resposta ele ouviu da galinha quando passou pelo galinheiro e do porco, quando pediu ajuda no chiqueiro... Ninguém se interessava pelos problemas do rato, estavam mais interessados em suas próprias vidas e não tinham tempo para pensar em ratoeiras... Naquela noite, o rato achou que seria seu fim, mas antes que sucumbisse ao  queijo fácil, outro ser foi vitimado pela ratoeira. Era uma serpente, que desavisada se enroscou na armadilha e agora lutava desesperadamente para fugir. Ainda no escuro, a mulher do fazendeiro não percebeu aquele engano e zás... Foi picada. O veneno agiu rápido e ela adoeceu profundamente. Para tratar da enferma, o fazendeiro decidiu preparar uma canja e para isso foi ao galinheiro e matou sua galinha mais gorda. Sua senhora porém, só piorou. Muitos familiares vieram visitá-la, e para alimentar a todos, o fazendeiro matou seu porco. Dias depois a mulher faleceu. Amigos de todas as partes vieram para o funeral. Era preciso muita carne para preparar uma refeição pra aquela gente, e então, lá se foi a vaca...
Em Gálatas 6:2, após discorrer sobre os perigos das falsas doutrinas, Paulo orientou aos irmãos da Gálacia que levassem a carga uns dos outros, que se ajudassem nas dificuldades e trabalhassem juntos para eliminar aquele grande mal da igreja, a serem bons e praticar a bondade. Em outras palavras, podemos interpretar o conselho do apóstolo da seguinte maneira: “Quando há uma ratoeira na fazenda... Todos estão em perigo!” Que tenhamos muita pressa em ajudar ao necessitado e socorrer ao aflito, da mesma forma que Deus cuida de nós. Davi sabia de sua obrigação com a prática diária da bondade, pois desfrutava plenamente da bondade de Deus. Exatamente por isto, no Salmo 23:6 ele declara que era seguido pela bondade e pela misericórdia todos os dias da sua vida.
 

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