Meu nome é Carlos Alberto Moreira.
Nasci na cidade de Mogi Guaçu no dia 10/08/1971. Fui criado em uma fazenda onde
meu pai era destilador de cachaça e tive uma infância completamente normal,
pois estudava, brincava e fazia bagunça como qualquer outra criança. No meu dia
a dia, via o comportamento de meus pais que eram católicos praticantes, muito
assíduos nas missas e devotos da imagem de Aparecida; contudo eu nunca fui de
me apegar a nada disto. Aos 11 anos, em 1982, nos mudamos para o Jardim Ypê III (nesta
época estudava na escola Padre Armani, considerada então, como a melhor escola
da cidade); mas no ano de 83 passei a estudar na escola Almerinda
Rodrigues e minha rotina mudou. Mudaram os amigos e ali fui apresentado à
maconha e me adaptei bem com aquela droga. Já não brincava mais, não andava
mais com os meninos da minha idade, comecei a ir mal na escola e a dar trabalho
pros meus pais, mas ainda “tinha” tudo sob controle.
Em 84 comecei a estudar no período
noturno e tudo começou a desandar de vez. O consumo de maconha passou a ser
diário, e conheci outras drogas, como um comprimido chamado “Artane” (medicamento
para o “Mal de Parkinson”) que eu comecei a tomar para ficar
alucinado. Em 87 passei a injetar “Belacodite” na veia e com
apenas 16 anos eu já era um perdido, preso nas garras de Satanás. Meu pai
morreu sem saber do meu vício, mas minha mãe sofria todos os dias por me ver
daquele jeito, mas pra mim, a vida não podia ser mais maravilhosa.
Eu tinha uma namoradinha, que era a
minha “mina” como se diz ai fora, e ela acabou engravidando.
Nós não tínhamos nenhuma noção das consequências deste fato, e o pai dela me
pressionou a casar. Eu não tinha nada e nem sabia o que fazer, mas acabei
casando e fomos morar na casa da minha mãe. Lembro-me que por muitas vezes vi
minha mãe ajoelhada aos pés da imagem, chorando desesperada de me ver naquele
estado. Meu filho nasceu com seis meses de casamento, mas eu não estava nem aí
com isso e cada vez mais mergulhava nas drogas. Quando meu filho tinha três
meses, meu casamento acabou e nos separamos. Foi aí que me dei conta de que eu
realmente era a “tranqueira” que todos falavam. Só que o que
já estava ruim podia piorar e para não pagar a pensão pro meu filho, eu fugi e
fui morar em BH com parentes que acabaram me expulsando dali.
Fui pro RJ onde me encontrei com a
cocaína e como eu já tinha o costume de tomar drogas na veia, passei a injetar
cocaína também. Fui morar em Santo André com um tio, e ali conheci o
“crack” que foi a ruína completa. Voltei só com a roupa do corpo para dar
ainda mais sofrimento pra minha mãe, e nesta época eu já estava com 33 anos.
Eu mesmo já não aguentava mais aquela
vida, e mesmo sem saber como, comecei orar - “Por favor, Deus... Socorre-me!”.
Há uma igreja na Rua Irati que tem uma praça em frente, onde eu e mais uns
20 “amigos” ficávamos nos drogando ali. A Pra. Fátima, esposa
do Pr. José Messias sempre ia até nós e nos dizia que as portas da igreja
estavam abertas e que estavam intercedendo pela vida de todos. Um dia, num
momento de alucinação e desespero fui até aquela igreja e aceitei Jesus, e foi
aí que o diabo quis me matar, pois não queria me perder para Deus.
Faziam cinco noites que eu não dormia e
me sentia muito mal. Saindo da igreja, encontrei um amigo me esperando na porta
e ele me disse que tinha uma “boa” com ele; saímos juntos e
ficamos dois dias usando cocaína sem parar e quando a droga acabou eu falei pra
ele que não dormia há vários dias e ele me disse “que a era a pessoa
certa para resolver os meus problemas, pois tinha vários remédios que me dariam
sono.” Cheguei em casa e coloquei cinco comprimidos de Diazepan em
um copo e espremi o Rivotril; fiz uma pasta e quando fui por
água, ouvi uma voz dizendo em meu ouvido que com a água não daria certo, que eu
devia usar whisky. Tomei e fui dormir. Quando acordei estava perto
do ginásio do Furno, só de bermuda, todo machucado e com muita dor
no corpo. Demorou para que eu chegasse em casa, porque estava completamente
desorientado. Quando cheguei, vi minha mãe chorando desesperada, pois já tinha
ido em todos os lugares possíveis e não sabia mais onde me procurar. Comecei a
ter falta de ar e dor forte no peito, fui levado ao hospital e lá tive cinco
paradas cardíacas, usaram em mim o desfibrilador, e irmãos, confesso que nunca
passei tanta dor em minha vida e via minha mãe chorando muito. Em pensamento
dizia: - “Senhor Deus, me socorre”. Fui interrogado pelo médico e
lhe contei tudo, ele então me perguntou o que eu queria fazer da minha vida e
eu disse que queria ser internado.
Estava muito fraco, mesmo assim me
levaram para o Bairral, entretanto os médicos diziam que se eu
tivesse outra parada cardíaca lá, não haveria como me reanimar. Assinei
um termo de responsabilidade e assim pude ser internado. Por 10 dias Deus me
colocou junto com as pessoas que não podiam viver em sociedade, um mais louco
que o outro.
Não entendia o porquê estava naquele lugar, pois não era como os outros pacientes. Questionei meu médico sobre esta questão e ele me disse que aquelas pessoas eram normais como eu, mas que pelo longo consumo de álcool e drogas haviam perdido os seus neurônios e nunca mais iriam se recuperar, moravam ali sozinhas, não recebiam visitas e estavam abandonados naquele lugar até o dia da sua morte. Eu discutia com ele, pois não queria estar com aquela gente, mas não havia vaga no setor apropriado pra mim. Durante dez dias eu falei com Deus pedindo uma chance, até que fui transferido para um setor “melhor” (modo de falar) onde haviam apenas dependentes químicos e depressivos. Ali havia um servo de Deus que estava lá pela permissão do “Senhor”, ele realizava um culto todo dia e me convidou para participar. Irmãos, aquela era a chance que eu estava pedindo pra Deus e não desperdicei. Assistia os cultos diariamente e fui compreendendo que na rua eu tive toda a liberdade de ir a uma igreja na hora que quisesse e eu nunca quis, então Deus me levou para aquele lugar, permitiu que eu visse coisas terríveis, me conduziu pelo vale da sombra da morte, para que eu enfim começasse a conhecê-lo e a me aproximar dele. Minha mãe ia me visitar, chorava muito e me dizia que eu era o motivo de todo o seu sofrimento; então eu disse a ela que quando saísse dali, mudaria de vida e seria um crente. Ela não acreditava, pois minhas palavras já não tinham credibilidade nenhuma, aliás ela mal ouvia o que eu estava dizendo.
Assisti os cultos naquele lugar por longos cinquenta dias, até que tive alta. Chegando em casa, logo tratei de ir à igreja, ali conversei com o Pr. José Messias e lhe contei toda a minha história, e então aceitei a Jesus de todo o meu coração.
Queridos irmãos, tenho registrado o dia
27/04/2006 como o dia em que Jesus entrou de vez na minha vida, me limpando de
todos os vícios que eu tinha, mas sei que ele sempre cuidou de mim, pois não
permitiu que eu contraísse nenhuma doença grave como a Hepatite ou a AIDS, não
permitiu que eu carregasse nenhuma sequela pelo longo tempo de uso de drogas e
me livrou da morte (eu vi mais de 15 amigos meus morrerem).
Pela misericórdia do Senhor Deus hoje estou aqui para te contar que a minha mãe abandonou todos os ídolos e há quatro anos é uma serva fiel do ÚNICO SENHOR. Com a graça de Deus fui consagrado para ser um EVANGELISTA na casa do Senhor, e muito tem se rendido aos pés de Jesus porque viram o que eu fui e hoje veem o que Deus tem feito em minha vida. DEUS está devolvendo tudo o que o diabo tirou de mim. No dia 15/12/2012 ele me deu uma esposa maravilhosa, Cátia S. Caldeira Moreira, linda serva do nosso Deus. Tenho pregado a palavra do Senhor em toda oportunidade que tenho. Hoje moro na cidade de Estiva Gerbi e congrego na igreja ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTÉRIO MADUREIRA, que é pastoreada pelo servo do Senhor, Pr. Wilson Gomes, a quem aprendi a amar e respeitar. Tenho sim as minhas lutas, mas hoje posso dizer que sou verdadeiramente feliz, porque tenho a certeza de que Deus é o Senhor da minha vida... E O MEU DEUS É UM DEUS QUE FAZ MILAGRES...
Aleluia! Louvem, ó servos
do Senhor, louvem o nome do Senhor! Seja bendito o nome do Senhor, desde agora
e para sempre! Do nascente ao poente, seja louvado o nome do Senhor! O Senhor
está exaltado acima de todas as nações; e acima dos céus está a sua glória.
Quem é como o Senhor, o nosso Deus, que reina em seu trono nas alturas, mas se
inclina para contemplar o que acontece nos céus e na terra? Ele levanta do pó o
necessitado e ergue do lixo o pobre, para fazê-los sentar-se com príncipes, com
os príncipes do seu povo. Dá um lar à estéril, e dela faz uma feliz mãe de
filhos. Aleluia! Louvai ao SENHOR. Louvai, servos do SENHOR, louvai o nome do
SENHOR. Salmo 113
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