Páginas

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

EBD: O milagre da cura de Naamã


Texto Áureo
E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
Lucas 4:27

Verdade Aplicada
Assim como um médico prescreve uma receita para a cura de um paciente, o nosso Deus indica a maneira correta de alcançarmos o sobrenatural em nossas vidas.

Textos de Referência
II Reis 5.1, 9, 10, 13.

Naamã, o comandante do exército da Síria, era muito respeitado e estimado pelo rei do seu país porque, por meio de Naamã, o SENHOR Deus tinha dado a vitória ao exército dos sírios. Ele era um soldado valente, mas sofria de uma terrível doença da pele.
Então Naamã foi com os seus cavalos e carros e parou na porta da casa de Eliseu.
Eliseu mandou que um empregado saísse e dissesse a ele que fosse se lavar sete vezes no rio Jordão, pois assim ficaria completamente curado da sua doença.
Então os seus empregados foram até o lugar onde ele estava e disseram: —Se o profeta mandasse o senhor fazer alguma coisa difícil, por acaso, o senhor não faria? Por que é que o senhor não pode ir se lavar, como ele disse, e ficar curado?


Panorâmico Histórico.

A cura de Naamã talvez seja uma das histórias mais conhecidas da Bíblia, podendo ser analisada, interpretada e recontada por diversos ângulos temáticos. O milagre em si, é o foco central deste relato bíblico, mas é a “movimentação” de seus personagens que traz a grande riqueza literária e espiritual deste texto. Um poderoso general em desespero, uma esposa zelosa e persistente, uma menina estrangeira fiel as suas origens, um profeta obstinado, um sábio conselheiro e um servo ganancioso. Cada ação gera uma reação... Cada decisão tomada pelo homem motiva a ação imediata de Deus. Muito mais que uma história sobre milagres, esta é uma história sobre as motivações que determinam quem somos de verdade, e como Deus intervirá em nossa vida. A Síria, também chamada Arã, compreendia o país que ficava entre o rio Eufrates ao oriente, e o Mediterrâneo ao ocidente, com a Cilicia ao norte, e o deserto da Arábia ao sul, excluindo a Palestina. A Síria possuía muitas cidades famosas dentro dos seus limites. Entre essas, as principais eram Damasco, Antioquia, Selêucia, Palmira e Laodicéia. Aparece pela primeira vez na história da Bíblia, aliado contra Davi com Hadadezer, rei de Zobá (II Samuel 8:5). O resultado da guerra foi a submissão da Síria a Davi, mas no reinado de Salomão, após uma série de revoltas populares, ficaram os reinos da Síria independentes de Israel, com quem tiveram repetidas guerras sob o governo da dinastia de Hadade, entre as quais o notável o cerco de Samaria, descrito em II Reis 6 e 7. Depois disto assassinou Hazael o rei da Síria, e usurpou o trono, oprimindo o reino de Israel, sendo posteriormente vencido por Jeoás, rei de Israel (II Reis 13:22- 25). Jeroboão II estabeleceu uma aliança entre a Síria e Israel contra Acaz, rei de Judá, sendo que este chamou em seu auxilio o monarca assírio, Tiglate-Pileser. Esta viria a ser o começo da derrocada síria para os assírios. É do meio desta história de amor e ódio entre Israel e Síria  (hoje, muito mais inclinada ao ódio) que desponta o celebre caso aqui estudado.

A cura de Naamã apresenta inúmeras lições que principiam no orgulho humano e se estendem até o profético. Todos os milagres registrados têm um fundamento, eles não aconteceram de forma despropositada, pois Deus jamais realiza algo sem propósito (Romanos 15:4). Deus usou muitos agentes para efetuar a conversão de Naamã, de um homem orgulhoso e auto suficiente, em um homem crente, humilde, e reverente (II Reis 5:15-18). A Bíblia o descreve como um homem respeitado, homem pelo qual o Senhor dera livramento aos sírios (I Reis 5:1).


Naamã – Um vencedor derrotado

No período bíblico, a lepra era a mais aterradora das enfermidades, pois além do aspecto contagioso, ela ainda era incompreendida, e, portanto, incurável. Os portadores desta doença eram exilados do convívio social e se isolavam em colônias leprosarias fora da cidade, onde morriam não apenas em decorrência da enfermidade, como também pela privação dos víveres básicos. Esta ação pública, embora parecesse cruel, era necessária para se evitar epidemias nas cidades. É registrado em II Crônicas 26:21, que até mesmo o rei Uzias, quando acometido por lepra, morreu solitário, numa casa construída para seu isolamento. Até o ano de 1837, quando o norueguês Armauer Hansen identificou a bactéria causadora desta moléstia, a crença existente é que sua origem seria hereditária, fruto do pecado ou castigo divino. Obviamente, mesmo que a lepra tenha sido usada por Deus para punir alguns indivíduos, nem todos os leprosos sofriam deste mal por causa do pecado. Hoje, a lepra é cientificamente chamada de “Hanseníase” ou “Doença de Hanser”, e sabe-se que na realidade é uma infecção bacteriana provocada pela bateria “Mycobacterium Leprae”, atingindo sobretudo os nervos periféricos do organismo, tais como a pele, o nariz e os olhos. Seus sintomas mais conhecidos são manchas pardas, esbranquiçadas ou erimatosas na pele, alteração da temperatura dos locais afetados pelas manchas, comprometimento dos membros periféricos que causam dormência em algumas regiões do corpo (essa ausência de sensibilidade favorece ferimentos que podem levar a perda de dedos e outras partes do corpo), aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo como orelhas, mãos e cotovelos, alteração da musculatura esquelética causando deformidades nas mãos e infiltrações na face. Embora seja extremamente contagiosa, a ciência moderna consegue tratar os sintomas da lepra e extingui-la do organismo com tratamentos que podem se estender de seis meses á cinco anos, sendo realizado a base de dapsona e rifampicina. Desde 1995, este tratamento é oferecido gratuitamente a pacientes de todo o mundo, inclusive no Brasil.

Naamã era um homem de poder, uma figura de destaque na nação e temido pelos seus inimigos (II Reis 5:1). Só havia um problema: era portador de lepra, uma doença incurável, que fazia desse grande vencedor um homem derrotado. Naamã era um vencedor vencido por uma doença. Duas coisas nos chamam atenção com respeito a Naamã: a primeira é que sua lepra não era igual a que Deus emprega para disciplinar seu povo (Números 12:9-15), ou como a lepra que conhecemos cientificamente, porque sua lepra não era daquele tipo que o segregava da sociedade. Ele vivia em família, e com toda a sociedade. A segunda é que Jesus afirmou que havia muitos leprosos em Israel, mas somente Naamã foi curado, o que nos faz acreditar que Deus tinha um propósito especial na realização desse milagre (Lucas 4:27).

Sabemos que existem variação nas formas em que a lepra se manifesta, e que provavelmente Naamã era portador de uma variante menos violenta da doença, podendo manter relações sociais. Mesmo assim, é evidente o desconforto das pessoas a sua volta com a situação, bem como o sofrimento físico e emocional de Naamã, cujas atribuições militares exigiam dele saúde e disposição, duas coisas que a “lepra” consumia progressivamente. Ele ansiava por um milagre.


A Menina estrangeira e a 
Mulher sábia

A Bíblia nos mostra que havia em sua casa uma menina sem nome, porém, muito importante em sua vida, a qual foi trazida cativa da terra de Israel por suas tropas (II Reis 5.2). Vendo seu estado e preocupando-se com seu bem estar, a menina comunica a esposa do general que seu marido poderia ser restaurado se estivesse diante do profeta que estava em Samaria. A palavra dessa menina trouxe ânimo à sua esposa que, com entusiasmo, lhe deu a notícia. Com as esperanças renovadas, Naamã fez saber a seu rei, o qual escreve uma carta ao rei de Israele entrega provisões a seu valoroso general (II Reis 5.4-6). O que mais nos alegra é que a lepra de Naamã não tem força sobre ela, mas sua compaixão é quem influencia a vida de Naamã. Não é necessário termos nome ou fama para realizarmos algo grandioso (Isaías 53:2-4). Naamã era um homem bom, cercado de pessoas que primavam por seu bem estar. Poderíamos afirmar que sua esposa era uma mulher muito especial, como deve ser a vida de uma esposa que tem um marido nessas condições? Esse tipo de doença cheira mal, e somente com uma gigantesca paciência e um amor que excede aos limites de nosso tempo é que um relacionamento como esse perdura. O milagre do corpo de Naamã é poderoso, mas o de seu casamento é de surpreender. Por muito menos que isso os casamentos de hoje se dissolvem. Essa mulher tem uma forte lição para os matrimônios de nossos dias, pois, por simples vaidade, as pessoas abandonam tanto o juramento quanto a benção dada por Deus. A mulher de Naamã é outra mulher sem nome, mas com uma qualidade de poucas no universo. Assim com a menina escrava, e seus próprios servos (II Reis 5:13). Cada uma dessas pessoas atua no milagre de sua vida de forma particular, mostrando que sua maior vitória era o companheirismo daqueles que lhes eram familiares.

Pouco sabemos sobre estas duas mulheres, apenas que uma era a devotada esposa de Naamã e que a outra não passava de uma serviçal com origem israelita e pouca idade. Mas existe aqui uma lição valiosa sobre nunca negar quem na verdade somos. Não existem registros detalhados sobre a menina deportada, mas o texto evidencia que ela conhecia muito bem a sua história, sua gente e o local de sua origem. Da cozinha daquela grande casa, ela podia acompanhar o sofrimento de seus senhores devido a doença de Naamã, observava o vai e vem dos médicos com diagnósticos cada vez mais pessimistas e os momentos de fraqueza daquele que era um herói nacional. Segundo a Bíblia, embora não fosse um servo do Deus Verdadeiro, Naamã era um homem bom e integro e isso comoveu o coração daquela menina, que se sentia impelida a fazer algo em favor de seu patrão e sabia como ajudar. Porém, sua posição de serviço não lhe proporcionava voz ativa naquela casa, e o fato de se manter calada era uma garantia de evitar se envolve-se em problemas futuros. E agora? Omitir-se e ficar na zona de conforto ou expor-se perigosamente para ajudar o próximo? Aquela menina escolheu o caminho que poderia lhe trazer consequências terríveis em caso de engodo, e reportando-se a sua senhora, garantiu que em Samaria, havia um profeta que poderia curar seu marido. A esposa de Naamã entra nesta história na exata posição descrita em Provérbios 14:1: “A mulher sábia edifica o seu lar”, e se apressa em anunciar as boas novas. Embora suas esperanças tenham sido castigadas por decepções e suas forças para lutar cada dia estejam mais escassas, aquela mulher decide agarrar-se a um novo fio de fé e encoraja seu marido a buscar ajuda no lugar mais improvável: uma cidade subjulgada. Mas o que levou a esposa do general Naamã a confiar tão cegamente nas palavras de uma criança? O pragmatismo dirá que foi o desespero, porém há uma possibilidade que melhor se enquadra nesta história: TESTEMUNHO.

A mulher acreditou na menina, pois as palavras daquela pequena serva eram dignas de confiança. Sua postura como israelita mesmo em uma terra estrangeira não passava despercebido, ao ponto da “primeira dama” de um dos maiores exércitos daquele tempo ter certeza absoluta que a menina sabia exatamente o que estava falando. Falar com propriedade. Crer no que prega. Viver a própria mensagem. Esse é o segredo dos maiores ganhadores de alma. As vezes o que somos grita tão alto que nossas palavras são abafadas e nosso testemunho se torna a essência de nossa mensagem, afinal como já dizia Agostinho: Pregue o Evangelho, se precisar use palavras.


Eliseu – Um profeta resignado

O último agente usado por Deus para a cura de Naamã foi o profeta Eliseu, que tanto ignorou sua presença quanto seus presentes. Eliseu resolveu o problema com uma receita: sete mergulhos para quebrar o orgulho. Naamã era um homem orgulhoso como mostram estas observações: - Ele veio à casa de Eliseu esperando ser recebido com toda pompa compatível com sua posição (II Reis 5.:9);  “a ter comigo” é uma posição enfática significando “a uma pessoa como eu” (II Reis 5:11);   “certamente” (ARC, BJ; NVI, “eu estava certo de que ele sairia”) uma tradução do infinitivo absoluto hebraico “sairia” também enfatiza O fato que Naamã considerava dever de Elizeu ir até ele, por lhe ser socialmente inferior; sua recusa em executar o plano diferente do que ele idealizara (II Reis 5.11-12). A maior decepção de Naamã foi receber apenas a receita para a cura, pois o profeta sequer o recebeu. Eliseu deixou Naamã em maus lençóis, pois ou se submetia ao tratamento, ou retornava do mesmo jeito. Eliseu deixou claro  também que seu ministério não poderia ser comprado, fator muito comum nos ministérios de nossos dias.

Elizeu, por intermédio de seu servo, manda um recado para Naamã instruindo que ele mergulhasse por sete vezes no Rio Jordão. Este caudaloso rio de águas escuras origina-se de quatro rios menores cujas cabeceiras estão no monte Hermon; chamados Barreight, Hasbani, Ledam e Banias, com profundidades variando de 3 a 35 metros em  seu corredor. O nome original deste rio é Iarden, que significa “declive” ou “o que desce”. Logo, este era o desafio proposto a Namaã, descer de sua posição altiva e se sujeitar a voz do Senhor.

“Não são porventura Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles, e ficar purificado? E voltou-se, e se foi com indignação” (II Reis 5:12). Ao dirigir-se ao profeta Elizeu, Naamã trouxe ouro e prata, símbolos de sua riqueza pessoal; dez mudas de vestes festivais caríssimas, símbolos de seu fino gosto; uma carta de recomendação do rei da Síria, símbolo do seu prestígio. Naamã pensava que Elizeu se comoveria com sua apresentação. Porém, o que mais chamou atenção do profeta foram seu orgulho e sua altivez. O orgulho de Naamã ofuscou sua doença, e o Jordão, embora fosse uma afronta era o lugar do seu milagre. Toda humilhação Divina culmina em grande exaltação (Provérbios 18:12).A imposição Divina de humilhar Naamã tinha um propósito definido: revelar-se a ele. A cura alcançada por Naamã restaurou tanto seu corpo físico quanto sua alma orgulhosa. O texto é claro quando diz: “ele desceu, mergulhou” (II Reis 5:14). Até que ponto ele desceu? Teve que se despir e mostrar a todos quem realmente era. Esse é o clássico exemplo de uma genuína conversão, despir-se publicamente, crendo que a remissão está na palavra de salvação. Quando desceu, seu orgulho deu lugar a humildade, mas quando mergulhou, sua visão acerca das coisas espirituais foi totalmente aberta, ele descobriu que havia um Deus verdadeiro em todo o mundo, o Deus de Israel. Naamã que havia se submetido, a Rimom em busca de um milagre, encontrou no Deus de Israel muito mais que a cura de seu corpo. Ao retornar diante de Eliseu, ele oferece sua fortuna, não como no primeiro encontro, mas com uma pura expressão de gratidão pelo que Deus havia realizado em sua vida através do profeta.


Um sábio conselho

Quando Naamã se mostrou relutante a instrução do profeta e decidiu voltar para a casa sem realizar a missão recomendada, foi um dos seus servos quem lhe deu o sábio conselho: Senhor, se já viemos até aqui, o que custa agora fazer conforme a palavra do profeta? São apenas mergulhos, e isso é fácil de fazer. Caso ele tivesse lhe pedido algo muito mais difícil, o Senhor não faria? – Depois destas palavras de seu subalterno, o poderoso Naamã revê suas convicções, e considera justo o argumento apresentado. Neste ponto, ainda sem saber, Naamã começa a ser curado interiormente, deixando aflorar um sentimento de humildade que seria a chave do milagre. Ao chegar no Jordão, Naamã se viu frente a frente com a batalha mais ferrenha de sua vida, a luta contra o próprio “eu”. Despindo-se de suas roupas militares, afunda nas águas lamacentas do rio pela primeira vez, mais nada acontece. Segunda vez... Nada... Terceira vez... Ainda leproso... Quarta vez... Leproso e enlameado... Quinta vez... Nada acontece outra vez... Sexta vez... Frustração e desespero... Sétima e última vez... Naamã retorna a superfície com a pele tão limpa quanto a de um bebê.

Naamã provou sua fé por seu trabalho; ele creu na Palavra e agiu de acordo com ela. Apresentava-se diante de Eliseu um novo homem não mais leproso. Agora, um homem restaurado, humilde, com fé no verdadeiro Deus e acima de tudo agradecido (II Reis 5:15). “E disse Naamã: Se não queres, dê-se a este teu servo uma carga terra que baste para carregar duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor (II Reis 5:17). Naamã deu testemunho público do poder do Senhor e de que Ele é o único Deus verdadeiro. É impressionante como Ele mesmo se apresentou: “este teu servo”. Naamã não somente deixou sua lepra no Jordão, deixou também seu orgulho e sua altivez. Naamã sempre fez parte da nobreza, mas aprendeu com o profeta de Israel que a cura da alma habita nos lugares mais simples e menos desejados como o Jordão. Um mergulho como esse faria bem a muitas pessoas em nossos dias. O trajeto do milagre de Naamã envolvia despir-se, não somente de suas vestes, mas daquele velho homem orgulhoso. Todavia, o ponto mais interessante do milagre está no cumprimento dos mergulhos, que representa a perseverança e a fé na palavra profética.


Geazi e a lepra da cobiça

A atitude honesta do uso dos dons fez com que a palavra de Eliseu fosse autenticada por Deus. Precisamos ter em mente que o Senhor não mandou Elizeu profetizar nada para Naamã, grande parte de suas predições foram sempre assim, endossadas pelo Senhor (II Reis 2:20-22; 6:6-7-18; 7:18). Trezentos e cinquenta quilos de prata, setenta e dois quilos de ouro, e dez vestes festivas coloridas (somente os ricos possuíam), sequer balançaram o profeta. Eliseu era um homem conectado, inviolável, e que jamais seria capaz de negociar seu ministério ou a benção de deus. Eliseu nos ensina que “unção” representa o selo de uma autoridade, e que homens de Deus devem ser incorruptíveis, não misturando o santo com o profano (Filipenses 2:15).

Por outro lado, seu servo Geazi, ao ver as riquezas oferecidas ao seu amo, deixou a cobiça falar mais alto e criou um estratagema para conseguir tomar possa daquelas preciosidades. Ele esperou que Naamã se afastasse o suficiente para não levantar suspeitas, e então partiu atrás da comitiva síria. Ao alcança-los, disse ao general Naamã que Elizeu mudará de ideia e decidirá aceitar os presentes. Assim, voltou para a casa abarrotado de riquezas conseguidas através da mentira, da desobediência e do engano. Como consequência deste ato, a lepra de Naamã foi transferida para ele, culminando em seu isolamento social. A doença impossibilitou que Geazi continuasse servindo ao profeta, pondo fim a um ministério que poderia ser tão bem sucedido quanto ao de seu professor, vide o exemplo de Elias e Elizeu. A lepra foi usada com certa frequência no velho testamento como uma punição para pecados específicos. Miriam ficou leprosa por causa da sedição que liderou contra Moisés e Uzias foi contaminado por realizar um trabalho sacerdotal que não lhe era permitido. A associação lepra-pecado pode ser entendida com uma simples analise dos sintomas clássicos da doença, como pode ser observado em um estudo publicado pelo Pr. Welfany Nolasco no site “Pregações e Estudos Bíblicos:  A lepra depois de contraída pode demorar muito para se manifestar visivelmente. Da mesma forma o pecado se esconde e muitas vezes demora aparecer seus sintomas. A lepra é uma doença que transmite de um para o outro, principalmente através do contato próximo com a pessoa ou com utensílios que tenha manuseado. O pecado é transmitido (a saúde não). Talvez a pessoa pega lepra e nem sabe de quem ou onde.  Dentre os tipos de lepra da época, havia uma comum em que a pele lustrava, ou seja, brilhava. Isso era o primeiro sinal de que a doença se manifestaria em seguida.  Da mesma maneira o pecado, à primeira vista nunca parece feio, mas se apresenta bonito para iludir. Em seguida, o local começa a inchar, crescer ou avolumar. Da mesma maneira o pecado nunca se contenta com o pouco, sempre quer mais e mais. E vai se alastrando de pouco em pouco. Com o progredir da doença, a pessoa não sente dor alguma e até hoje uma forma de diagnosticar e aproximar ao fogo para saber se está com lepra e se não sentir nada é porque está. Da mesma forma o pecado tira a sensibilidade da pessoa contra o mal a às vezes a pessoa está queimando no pecado e não percebe.


Conclusão

Lucas 4:27 nos revela uma inquietante verdade: “E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.” Sabemos que o nosso Deus é o Deus das coisas impossíveis, mas não podemos esquecer que seus milagres têm sempre uma finalidade. O foco da cura de Naamã estava não somente na quebra de seu orgulho, mas em como sua conversão se tornou notória a todos. Jesus disse que havia muitos leprosos, mas somente Naamã foi curado. Isto nos leva a valorizar o privilégio da escolha divina, a valorizar tudo aquilo que o Senhor faz em nosso favor. Quantos já desceram a sepultura? Quantos estão perdidos e sequer sabem o que é sentir o gozo do Espírito Santo? Por isso, Naamã estava grato, ele sentiu a graça sobre si. No que diz respeito aos salvos, será que nossas experiências com Deus têm nos conduzido a grandes reflexões, ou o tempo passa e continuamos como se nada tivesse ocorrido conosco? Será que não precisamos descer e mergulhar como fez o general? A arrogância pode nos fazer enxergar apenas aquilo que nos convém, é nessa hora que precisamos de um Jordão, um lugar onde realmente não desejamos mergulhar, mas de vital importância para nos purificar. O importante é que mesmo não querendo, Naamã optou por obedecer, e essa obediência lhe conferiu o milagre mais precioso de sua vida, a cura de seu corpo e a redenção de sua alma.


 Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (30/11/2014), da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93  
Milagres do Velho Testamento Editora Betel

Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes

2 comentários:

  1. Estou aprendendo muito e curtindo com esses cometarios extras Deus vos abençoe em cristo Jesus

    ResponderExcluir