No
folclore contemporâneo, o UNICÓRNIO, também chamado de licórnio, é um ser
mitológico, normalmente branco quando
adulto, dourado em sua fase de
potrinho, e prateado durante a adolescência. Tem um único chifre posicionado em
sua cabeça como uma espiral, e segundo crenças, vive geralmente nas florestas
do norte da Europa. Supostamente, seu chifre, seu sangue e o seu pelo, têm poderes mágicos.
Este animal “encantado” é constante frequentador das páginas da literatura fantástica, especialmente nos livros de Lewis Carroll (autor de Alice no País das Maravilhas), C.S. Lewis (autor de “As crônicas de Narnia), Peter Beagle (autor de O último Unicórnio), e mais recentemente nos textos de J.K. Rowling (autora de Harry Potter). Mas, já estava presente até mesmo na obra renascentista de Voltaire, como por exemplo, “A Princesa da Babilônia”.
Este animal “encantado” é constante frequentador das páginas da literatura fantástica, especialmente nos livros de Lewis Carroll (autor de Alice no País das Maravilhas), C.S. Lewis (autor de “As crônicas de Narnia), Peter Beagle (autor de O último Unicórnio), e mais recentemente nos textos de J.K. Rowling (autora de Harry Potter). Mas, já estava presente até mesmo na obra renascentista de Voltaire, como por exemplo, “A Princesa da Babilônia”.
Mas
e quanto a Bíblia? É verdade que ela realmente confirma a existência destas
tais criaturas mitológicas?
Inegavelmente,
em algumas versões da Bíblia em língua portuguesa,
existe sim uma série de referências a um
animal identificado como “Unicórnio”, e que podem ser encontradas nos
seguintes textos:
Números 4:8
Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio; consumirá as nações, seus
inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará.
Deuteronômio 33:17
Ele tem a glória do primogênito do seu boi, e as suas pontas
são pontas de unicórnio; com elas
ferirá os povos juntamente até às extremidades da terra; estes, pois, são os
dez milhares de Efraim, e estes são os milhares de Manassés.
Jó 39:9-10
Querer-te-á servir o unicórnio
ou ficará na tua cavalariça? Ou amarrarás o unicórnio ao rego com uma corda, ou
estorroará após ti os vales?
Salmo 22:21
Salva-me da boca do leão; sim, ouve-me desde as pontas dos unicórnios.
Salmo 29:6
Ele os faz saltar como a um bezerro; ao Líbano e Siriom, como
novos unicórnios.
Salmo 92:10
Mas tu exaltarás o meu poder, como o do unicórnio: serei ungido com óleo fresco.
Isaías 34:7
E os unicórnios descerão
com eles, e os bezerros, com os touros; e a sua terra beberá sangue até se
fartar, e o seu pó de gordura se encherá.
Porém,
um breve estudo já é mais que suficiente para comprovar que esse “unicórnio” bíblico não é o cavalo mágico
com um chifre na cabeça, que habita nosso imaginário popular. A palavra
original em hebraico é "re'êm", e o seu
significado, embora não seja conhecido com precisão, está longe de descrever o animal
folclórico que conhecemos hoje, haja visto que o “unicórnio” como mitologia,
surgiu na Pérsia ou na China, na era pré-cristã, provavelmente
como uma interpretação do achado de fósseis do Elasmotherium Ibiricum,
um tipo de rinoceronte pré histórico. Os
hebreus nunca tiveram contato com os chineses, e só se relacionaram com os
persas depois que todos os textos acima citados já haviam sido escritos, tornando impossível,
que se trate do mesmo ser.
A palavra "unicórnio" surgiu na
Bíblia quando a mesma foi traduzida para o grego (Septuaginta), por volta de
300 anos após o nascimento de Cristo, sendo que a palavra hebraica original "re'êm", foi substituída pelo termo
"monokeros", que em bom português equivale a "monochifre".
Daí, por facilidades ou conveniência literárias, a adaptação para a já conhecida
criatura chamada de “UNICÓRNIO” foi questão de tempo.
Algumas
Bíblias, porém, já retraduziram esse termo infeliz para outros mais prováveis e
plausíveis, como por exemplo o “auroque”, uma espécie de
boi selvagem caçado pelos povos mesopotâmicos, e que hoje já estão extintos. Inclusive,
já foram encontrados altos-relevos em
sítios arqueológicos na Assíria onde os auroques são retratados de perfil,
parecendo assim terem um chifre só. Assim, muitos textos já foram revisados, e
com isso deixaram de ter essa conotação mitológica, que tantos questionamentos desnecessários tem levantado já a longa data.
Compare,
por exemplo, o texto de Números 23:22, em diversas versões da Bíblia,
considerando que “ox” é boi, “wild-ox” pode ser entendido como
touro selvagem, “búfalo” é um tipo de boi de porte muito grande, e “rinocerotis” se traduz literalmente por
rinoceronte.
(Almeida Revista e
Corrigida – 1995)
Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio.
(Almeida Revista e
Atualizada).
Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem.
(Bíblia na Linguagem
de Hoje).
Deus os tirou do Egito; ele tem a força de um touro selvagem.
(American Standad
Version).
God bringeth them forth out of Egypt; He hath as it were the
strength of the wild-ox.
(Bible in Basic
English).
God who has taken them out of Egypt; his horns are like those
of the mountain ox”.
(Green s Literal
Translation).
God who brought them out of Egypt is for him like the lofty
horns of the wild ox.
(La Sacra Biblia
Nuova Riveduta).
Dio, che lo ha fatto uscire dall Egitto, è per lui come le
corna poderose del búfalo.
(Modern King James
Version).
God brought them out of Egypt. He has, as it were, the
strength of an ox.
(Jerome's Latin
Vulgate)
Deus eduxit eum de Aegypto cuius fortitudo similis est rinocerotis.
Parabéns...muito esclarecedor...que Deus possa te usar mais e mais...
ResponderExcluirPois é tem muitas pessoas ensinando para as crianças que podem usar a tiara de unicórnio,com um chifre colorido...esse tipo de animal imaginário não é o mesmo descrito na Bíblia
ResponderExcluirValiosissimo esclarecimento
ResponderExcluir