Cada um fique na vocação em que foi
chamado (I Coríntios 7:20)
A
palavra vocação vem do grego Klésis e de suas variantes Klétos,
Káleo ou Klésin, e significa
chamado, convite ou convocação. É um termo que abrange a todos nós. Há um propósito
divino em nossa passagem pela Terra (Provérbios 16:4), e só seremos completamente
realizados (e consequentemente, felizes), quando cumprirmos esses desígnios a
nós reservados. Todos somos vocacionados, e não existem exceções quanto a isto.
Deus não criou seres humanos desocupados e inúteis. Ele criou gente para
trabalhar, para se ocupar, para executar sua vontade pessoal, para se colocar
como instrumento na concretização de seus propósitos. O homem de Deus não
precisa ficar esperando um chamado extra especial. Pela sua própria origem e
seu DNA missionário, a Igreja já está vocacionada, chamada, separada, eleita e
designada para proclamar as Boas Novas (Marcos 16:15).
Existe,
porém, uma vocação específica, que embora seja diferente para cada um, possui
certa uniformidade estrutural, e é embasada nela, que os DONS MINISTERIAIS são desenvolvidos:
1º)
Somos chamados por Deus.
2º)
Passamos a ser “incomodados” pelo Espírito a fim de nos engajarmos no
ministério.
3º)
Partimos para o entendimento daquilo que nos “provoca” e “inquieta”.
4º)
Alcançamos o discernimento de nossa inquietação, descobrindo nossa vocação
específica.
5º)
Iniciamos nossa preparação ministerial.
6º)
Assumimos nossa posição estratégica dentro da grande Obra do Senhor.
Podemos
resumir todo esse processo dizendo que Deus chama; o homem busca a Deus; o
homem recebe um sinal eficaz de sua vocação; o homem assume uma posição diante
de Deus.
Logo,
a VOCAÇÃO ESPECÍFICA se sustenta em quatro pilares:
O
CHAMADO (que parte de Deus)
O
DISCERNIMENTO (o vocacionado reconhece seu chamado)
A
PREPARAÇÃO (o vocacionado parte em busca do aprimoramento)
O
EXERCÍCIO (o vocacionado assume para si a missão proposta)
É
claro que na prática, nem sempre é tão fácil identificar corretamente nossa
vocação. Não que Deus seja impreciso ao chamar, mas sim devido à complexidade
da natureza humana daquele que é chamado. Existem porem certos fatores
estimulados pela providência divina que são indicadores de uma vocação genuína,
tais como:
-
Intensa compulsão interior.
-
Crescente amor à alma dos pecadores.
-
Inquietante consciência da falta de obreiros.
-
Comprovada aptidão natural.
-
Percepção gradual da natureza especifica da vocação.
-
Persistente vitória sobre os obstáculos a vocação.
E
extremamente relevante evidenciar que alguns sinais que consideramos como
respostas conclusivas sobre nossa vocação podem ser ambíguos e duvidosos,
devendo ser analisados como muita cautela, como por exemplo:
-
Tradição familiar.
-
Influência de terceiros.
-
Facilidade no aprendizado teológico.
-Insucesso
na vida pessoal ou profissional.
-Qualificação
natural.
-
Motivação externa.
-Atração
por status eclesiásticos e sedução por vantagens.
Uma
vez que reconhecemos nossa vocação, devemos passá-la no teste da submissão,
pois historicamente ela é mostrada como uma grande virtude de todo discípulo, e
está estritamente ligada a humildade, pois todo aquele que almeja ensinar,
precisa primeiramente aprender.
Logo
a submissão deve ser espontânea e real, caracterizada pela humildade, pelo
esvaziamento do “EU” e pela renúncia. Por mais intensa que seja sua vocação, há
um tempo determinado para que ele aflore e seja reconhecida pelos homens, e
isto se dará no tempo de Deus. Jamais tente apressar as coisas ao seu favor.
Seja
sempre o mais preciso possível nas avaliações, reavaliações e releituras de sua
caminhada, procurando ser sincero consigo mesmo e com seu Deus naquilo que é
essencial para seu ministério, acentuando mais os pontos de luzes que nos são
evidentes, do que os sombrios, obscuros e vazios que de certa forma causem
incertezas em seu processo de reconhecimento vocacional... Nestes casos,
procure resposta em Deus, Pai das Luzes, em quem não há duvidas, mudanças ou variações
(Tiago 1:17).
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