Assim descreve a Bíblia do Centenário (Bíblia do Centenário - História do
Centenário p.85 - Editora Betel):
"Num belo dia de 1924, um jovem chamado Paulo
Leivas Macalão, ao andar pelas ruas de São Cristovão em grande luta interior
(pois ainda não encontrara as respostas que esperava alcançar para sua vida,
nem conhecia a verdade divina), se abaixou para apanhar no chão um folheto
evangélico amassado. Ao apanhar aquele folheto, o jovem não sabia que sua vida estava
prestes a mudar para sempre como resultado da leitura do texto - uma mensagem
genuinamente bíblica e arrebatadora. No verso daquele folheto havia um endereço
e um convite para o comparecimento aos cultos na Rua São Luís Gonzaga nº 12, à
igreja do Orfanato. Paulo Macalão visitou aquela igreja e lá conheceu vários
crentes, dentre eles a irmã Florinda Brito (sua futura sogra, o que ele ainda
não sabia), que o convidou a frequentar os trabalhos de oração que acontecia
naquela igreja".
Paulo Macalão aceitou o convite, tornando-se um
assíduo frequentador dos cultos onde foi aprendendo gradativamente os
mandamentos de Deus e vivenciando o infinito amor divino para sua vida. No dia
5 de abril de 1924, rendeu-se totalmente a Jesus, entregando a Ele a sua vida após
ouvir o hino: "Vem meu Libertador".
Na manhã de domingo do dia 24 de junho de 1924,
Gunnar Vingren realizou na praia do Caju, o primeiro batismo em águas. Foi um
evento inédito e extraordinário, que atraiu uma multidão. Entre os candidatos
ao batismo naquela manhã, estava Paulo Leivas Macalão que, cinco meses depois,
em 3 de novembro de 1924, receberia o batismo no Espírito Santo.
Paulo Macalão foi um dos instrumentos do Senhor
para que a graça divina fluísse ao encontro dos desesperados, levantasse os
caídos e sustentasse os fracos. Ele havia deixado de lado a carreira militar
para se dedicar a pregação do Evangelho. Tornou-se o mais fiel colaborador do
Missionário Gunnar Vingren demonstrando, inclusive, vocação para dirigir cultos
e pregar a Palavra. E, com seu incentivo, realizou o primeiro culto a céu
aberto na Praça da República, no campo e Santana.
O trabalho cresceu, adquiriu corpo e, obviamente,
exigiu medidas ministeriais mais sérias. Por isso, se realizou a primeira
Convenção Estadual em 1915. Além das discussões visando resolver os problemas,
houve sessenta decisões por Cristo. Quando Lewis Pethrus, atendendo o convite
de Gunnar Vingren, veio da Suécia para o Brasil para participar da primeira Convenção
Geral em Natal, RN, em 1930, visitou a Igreja no Rio de Janeiro e pregou ali a
Palavra de Deus aos cariocas. Em 17 de agosto daquele ano o missionário Gunnar
Vingren, então pastor da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, aproveitando a
vista de Lewis
Pethrus consagrou Paulo Leivas Macalão ao santo
ministério pastoral.
Transcorria-se o ano de 1926 e o jovem Paulo
Macalão com o seu incansável labor e paixão pelas almas, saiu em direção a
Bangu, acompanhado de alguns crentes da recém-fundada igreja, semeando a
precisa semente, chegando aos subúrbios do Rio de Janeiro. Eles evangelizaram
ardorosamente muitas pessoas nas estações férreas Realengo, Bangu, Campo
Grande, Santa Cruz e Marechal Hermes.
Assim durante muitos anos esse incansável homem de
Deus realizou trabalhos diversificados no Rio de Janeiro, em todo o Estado,
estendendo-se para outros Estados plantando igrejas e cumprindo o ide de Jesus.
Umas das características marcante desse Servo do Senhor foi sua capacidade de
fazer discípulos. Deixou um batalhão de soldados fiéis que se tornaram
desbravadores por toda a nação brasileira, extrapolando as fronteiras gerando
trabalhos em muitos países. Assim Deus formou o Ministério de Madureira, cuja
função precípua é dar continuidade na plantação de Deus.
O trabalho de Paulo
Leivas Macalão foi um marco decisivo na História das Assembleias de Deus no
Brasil. Construiu o primeiro templo da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro no
Bairro de Bangu. Posteriormente construiu um templo gigantesco para sua época
em Madureira, onde centralizou os trabalhos. Ao contemplar o tamanho do templo
e suas dependências para época em que foi construído, percebe-se a ampla visão deste
abnegado homem de Deus.
Sua desenvoltura para o
ministério da música além de sua capacidade administrativa e evangelística
evidencia-se admiravelmente. É prudente salientar que durante muitos anos
ouvimos uma cobrança quanto à teologia Assembleiana, mas tais críticos não tiveram
o cuidado de observar nossa hinologia, que traz em suas letras o conteúdo de
todo nosso pensamento doutrinário. Assim sendo, a Harpa Cristã contém o cerne
da teologia Assembleiana, e Paulo Leivas Macalão se destacou nesse quesito
fundamental. O Diário do Pioneiro descreve o empenho de Paulo Leivas Macalão da
seguinte maneira:
"Um irmão que desde
o princípio teve um papel muito importante no trabalho foi Paulo
Leivas Macalão. Ele é filho de um general e havia começado a estudar para
seguir carreira militar. Mas então Deus o salvou e ele se alistou no
exército celestial, para servir ao Rei dos reis e ao Senhor dos senhores.
Ele se tornou o primeiro e mais fiel colaborador de Vingren, Em todos os
lugares ele cooperava com a sua Bíblia e o seu violino, sempre fervente e
zeloso e cheio do poder de Deus. Em horas livres ele escrevia e traduzia
hinos e muitos destes hinos são cantados hoje no Brasil". (O Diário do Pioneiro, p.125, CPAD)
Dedicou toda sua vida a obra
de Deus e inspirou centenas de servos de Deus nesse imenso Brasil, terminou a
sua carreira e guardou a fé, mas o fruto de seu trabalho todos nós ainda
desfrutamos e nele estamos empenhados através das Assembleias de Deus -
Ministério de Madureira.
Descansou no Senhor em
26 de Agosto de 1986, aos 79 anos de idades, mas seu legado como pastor e
musico permanece impávido, não apenas no ministério de Madureira, como em toda
a Assembleia de Deus no Brasil.
Extraído do livro: O Grão de trigo que
gerou as Assembleias de Deus - Pentecostalismo e História - Pr. José Elias
Croce
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