2015 mal começou e diversos municípios brasileiros
já estão vivendo surtos de dengue. O vírus da dengue é transmitido pela picada
da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica
em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas,
existindo 4 tipos diferentes desse vírus. Todos podem causar as diferentes
formas da doença.
A grande maioria das infecções é assintomática.
Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas
clínicas: dengue clássica - forma benigna, similar à gripe; dengue hemorrágica
- mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada
síndrome do choque associado à dengue - forma raríssima, mas que pode levar à
morte, se não houver atendimento especializado. Pacientes com dengue, ou com
suspeita da doença, precisam de assistência médica. Sob nenhum pretexto, devem
recorrer à automedicação, pois jamais podem usar antitérmicos que contenham
ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Melhoral, etc.), nem
anti-inflamatórios (Voltaren, diclofenaco de sódio, Scaflan), que
interferem no processo de coagulação do sangue.
Mas o que já era ruim, acabou de piorou, já que uma
doença, também transmitida pelo Aedes aegypti, acaba de encontrar um solo fértil em
terras brasileiras. Embora os vírus da febre chicungunya e os da dengue tenham características distintas,
os sintomas das duas doenças são semelhantes. Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de
repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema
(erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o
sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão
forte que chega a impedir os movimentos e pode
perdurar por meses depois que a febre vai embora. Ao contrário do que acontece
com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica
da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa
continuar ativa por muito tempo.
O diagnóstico deste novo vírus depende de uma
avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As
amostras de sangue para análise devem ser enviadas para os laboratórios de
referência nacional. Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV devem ser
notificados em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde. Na
fase aguda, o tratamento contra a febre chicungunha é sintomático. Analgésicos
e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem
hidratado é medida essencial para a recuperação. Quando a febre desaparece, mas
a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos
anti-inflamatórios e fisioterapia.
Como não existem tratamentos específicos contra a
dengue e nem vacina contra febre chikungunya, na verdade, a prevenção consiste
em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a
combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Fonte: Dr. Drauzio Varela
Nenhum comentário:
Postar um comentário