Conta-se a história de um monge, que ao atravessar
certo caminho, deparou-se com um tigre. Ele começou a correr desesperadamente
para escapar da fera, até que chegou na beira de um precipício, sobre o qual
havia um cipó balançando. Não pensou duas vezes, agarrou-se nele e foi descendo
apressadamente.
Mas o cipó era curto, e quando ainda faltavam uns
vinte metros para o chão, percebeu que lá embaixo, pedras pontiagudas
aguardavam sua queda. O monge estava numa situação de total desespero. Se
subisse, seria devorado pelo tigre que o espreitava, se insistisse na descida,
fatalmente seria despedaçado pelas rochas afiadas. Enquanto fervilhava em
pensamentos sobre o que fazer, ele voltou sua atenção para a encosta do
penhasco e avistou um morangueiro. Projetou o seu corpo para tomar impulso, e
após algumas tentativas conseguiu apanhar alguns frutos.
O monge então, com os
olhos cerrados, degustou sua colheita, e mesmo estando preso entre o tigre e o
abismo, naquele momento sua mente só conseguia pensar em uma coisa: “Estes são os morangos mais deliciosos que
já comi em toda a minha vida!”
Quantas vezes, nesta longa e árdua jornada chamada
vida, somos perseguidos pelas “feras” que rondam nosso passado, e tentando
fugir das mesmas, somos levados a um abismo desconhecido chamado futuro, no
qual a única certeza que temos, é a que existem pedras pontiagudas ao fundo. O
herói da nossa história vem para mostrar que nossa primeira (e imediata)
atitude deve ser agarrar-se a qualquer fio de esperança, por mais débil que
possa parecer. Depois, já entrelaçado com essa “esperança”, simplesmente saborear
os frutos doces que o dia de hoje, também chamado de “PRESENTE” tem a nos
oferecer.
Como cristãos, frequentemente nossa boca é
invadida pelo gosto amargo do fel de nosso passado, ou pelo sabor rançoso
encontrado no medo do futuro; mas Cristo vem pela manhã, e te traz doces e
saborosos frutos, colhidos ainda no hoje. Não se prive o banquete. Como a
história do monge termina é um grande mistério, que nunca saberemos. E nem
precisamos. O que realmente importa é aprender a apreciar intensamente o dia de
hoje, mesmo sob a pressão avassaladora do ontem e a ameaça velada do amanhã.
E então? O que tem te atormentado? Serão os
fantasmas do passado que surgem inesperadamente cobrando antigas dividas já
pagas ou serão os monstros existentes no futuro, e que amedrontam antes mesmo
de chegarem?
Seu tempo é o “HOJE”, seu lugar é o “AQUI” e seu momento é o
“AGORA”. O ontem já não tem conserto, então considere-o consertado. O amanhã
pertence a Deus, então, convença-se que ele está em excelentes mãos.
O Hoje é
inteiramente seu, como um valioso presente que se ganha apenas uma vez na vida.
Então faça-o valer a pena! Viva mais, perdoe mais, ore mais... Coma hoje os
frutos que são oferecidos a você pelo próprio Deus. O mesmo Deus que no ontem
plantou a árvore e no amanhã, cuidará para que ela frutifique outra vez.
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