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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Como enfrentar a rejeição?

A maioria de nós não lida bem com rejeição, especialmente naqueles momentos em que estamos mais vulneráveis. Todos nós passamos por isso, seja na família, entre amigos, quando não temos a atenção que necessitamos, ou mesmo em consequência de estarmos vivendo a vida cristã. A palavra rejeição conota a ideia de  ser descartado; desprezado, renegado por quem deveria nos valorizar, como se não tivessemos nenhum mérito. É como ouvir alguém falar: "Eu não quero você... você não tem valor; você não serve pra ser meu amigo! Você não é certo”... O que acontece para uma pessoa nessa situação é muito triste, afinal,  Deus não nos criou para sermos rejeitados. Ele nos criou para sermos aceitos, amados e apreciados.

Muitas pessoas de todas as partes do mundo sofrem a dor da rejeição. E um segmento surpreendentemente grande da sociedade e da “igreja” têm experimentado vez ou outra esse sofrimento, tornando a  rejeição em uma das feridas emocionais mais comuns. A sensação de ser rejeitado assemelha-se a ser jogado na lata do lixo da vida, é algo que machuca e deixa marcas que perseguem o indivíduo ao longo dos anos, condenando-o a um estado permanente de medo, tristeza e isolamento (Gênesis 3.9-10).

O sentimento de rejeição pode ter origens em diversas situações: convivência familiar, escola, amizades, trabalho e relação amorosa; existindo muitas causas que podem disparar este sentimento: abuso (incluindo abuso físico, verbal, sexual e emocional), conflitos no lar, adoção, abandono, infidelidade no casamento, divórcio, rejeição de colegas, etc. Todas estas situações são dramáticas e desencadeam muitas conseqüências desagradáveis. Basicamente, a rejeição nasce em situações de decepção (especialmente com pessoas valiosas para nós) nas quais nos sentimos desvalorizados, injustiçados, como se não se importassem com nossos sentimentos nem reconhecessem nossos esforços. Enfim, a raiz do sentimento de rejeição está na frustração de nossas expectativas sobre os outros.

Muitas pessoas sofrem com sentimento de rejeição originados durante a infância, por situações como, por exemplo, o favoritismo (real ou imaginário) de um dos pais ou dos dois, por um filho, em detrimento de outro. Se exacerbado, esses sentimentos podem causar insegurança e carência afetiva e ainda podem ser reforçados ao longo do desenvolvimento do sujeito (Gênesis 37.3). Assim, os sentimentos de rejeição acompanham a pessoa em seus relacionamentos interpessoais, ela sente dificuldade em sentir-se amada, aceita e valorizada. É importante ressaltar que o ponto crucial para a origem do sentimento de rejeição é a “interpretação” que a pessoa faz de estar sendo rejeitada (exemplo do irmão mais velho do filho pródigo – Lucas 15:19)) e não necessariamente, ela estar realmente sendo preterida (exemplo dos filhos de Jacó – Genesis 37:3)). Não se pode pensar que somos rejeitados por todas as pessoas, isso não é verdade, pois existem aqueles que se agrada de nós da maneira que somos. É claro que cada pessoa reage de forma distinta e peculiar aos elementos que constituíram sua história (Juízes 11.1-6). A rejeição possui múltiplas faces e a pessoa que se sente rejeitada, por exemplo, pode canalizar o sentimento em duas direções distintas: uma interna e outra externa.

Rejeição internalizada: Embora nem toda pessoa tímida ou introvertida tenha histórico de rejeição, há pessoas que internalizam o sentimento de rejeição e de não aceitação, gerando diversos outros sentimentos, como culpa e baixa autoestima. Outras consequências possíveis são timidez, complexo de inferioridade e dificuldade de se expressar ou expor sua opinião, gerando sofrimento para a pessoa (Jó 32.6).

Rejeição externalizada: Entretanto, o sentimento de rejeição também pode ser externalizado. Nesse caso, a pessoa canaliza agressividade para fora, como um mecanismo de defesa. Isto é, para defender-se da carência afetiva causada pela rejeição, a pessoa adota comportamento agressivo e arredio, justamente como estratégia para não mostrar sua fragilidade. Muitos são os exemplos de pessoas agressivas, soberbas, maledicentes ou aproveitadoras que, na realidade, encontraram nessas atitudes que humilham, agridem ou tiram vantagem do outro uma forma de lidar com seus próprios sentimentos de rejeição.

Pensar que ninguém gosta da gente é estratégia do inimigo querendo nos afastar da comunhão e nos deixar isolado. É verdade que ninguém consegue agradar a todos, mas importante é saber que temos disponível o que verdadeiramente precisamos: o amor de Jesus Cristo. De fato, sua opinião a nosso respeito é o que realmente conta e nos conforta. Procedimentos de práticas e ações desagradáveis na tentativa de “superar o sentimento de rejeição” não irá solucionar o problema, ao contrário, agravará mais ainda a situação. O que realmente precisamos é nos achegar a Deus, que "está perto dos que sofrem e salva os de espírito abatido" (Salmo 34:18). O sofrimento pode ser bom quando nos faz pedir a ajuda de Deus, e o nosso coração recebe a cura que Ele quer promover em nossas vidas.

Em alguns casos, o sentimento de rejeição pode se tornar uma arma perigosa, visto que o indivíduo, por se achar rejeitado, pode entrar em disputa contra aquele que ele pensa que o rejeitou. No entanto, nem sempre a disputa é maldosa: ao se colocar em disputa com alguém, o indivíduo pode não estar querendo, conscientemente, prejudicar alguma pessoa, mas sim apresentando um sintoma de sentimento de rejeição, tentando ser notado a qualquer preço. Assim, o sujeito acaba por ferir sentimentos de algumas pessoas que estão à sua volta e que são prejudicadas por seus atos (Lucas 15:28-31). A oração e a leitura da Palavra de Deus são o caminho para superar todos os sentimentos que causa males na vida de alguém, devemos abrir o coração e deixar Deus trabalhar em nossa vida e moldar nossos sentimentos e atitudes, somente assim, a pessoa é liberta e torna-se equilibrada.

Inevitavelmente, somos frequentemente rejeitados em diversos momentos e por diversas pessoas, ao menos que façamos tudo perfeitamente. Como nenhum de nós tem a habilidade de ser perfeito, somos feridos e precisamos lidar com a rejeição. O sentimento de rejeição pode ser provocado por diversos motivos, dos quais muitos, sequer foram citados aqui. Contudo nenhum deles é suficiente para vencer o poder de Deus na vida do servo fiel, que tem certeza das promessas de Jesus. Graças a Deus, temos também a certeza que Jesus nos ama, e por Ele, jamais seremos rejeitados (João 6:37). Embora possamos ter experimentado a rejeição por outros e mesmo que ainda hoje as pessoas possam rejeitar-nos oca­sionalmente, o poder da rejeição não consegue mais operar em nós ! A rejeição pode estar aí, mas não irá nos afetar, pois cremos apenas no que Deus diz e em nada mais.


Através do profeta Isaías, o Senhor nos dá a certeza de que nunca se esquecerá do seu povo. O profeta usa a figura da mãe para exemplificar a profundidade do amor de Deus em relação aos que são seus (Isaías 49:15). Jamais seremos esquecidos ou desamparados. Assim, não há razão para nos sentirmos rejeitados. O caminho para a cura está em crermos que Deus se importa conosco, apesar das nossas imperfeições, Ele nos ama profundamente. Antes de sermos concebidos no ventre materno, fomos gerados no coração de Deus.

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