Texto Áureo
E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram
sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos.
Atos 7:41
Verdade
Aplicada
A penalidade para aquele que trai a confiança do
Senhor é a dura realidade de ter que avançar sem a Sua presença e a Sua
proteção.
Textos de Referência
Êxodo 32:1-4
Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do
monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão
adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da
terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro
que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de
vossas filhas e trazei-mos.
Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro
que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão,
E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou
com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Este é teu
deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.
Intoxicados pelo Egito
Israel debutava seus primeiros dias
de liberdade quando acampou na península do Sinal. A jovem nação havia passado
os últimos quatro séculos sob a égide dos faraós, o que os tornou num povo
submisso e posteriormente escravizado. Seguiam leis ditadas, e cronometravam
seus dias de acordo com os desígnios de seus maiorais. Agora, sem um senhorio
para lhes dizer o que fazer, Israel dependia completamente da orientação de
Moisés, pois sobre eles ainda não existia uma constituição oficializada. O
único parâmetro para manter a “ordem” nacional na ausência de seu líder, era a
tradição oral passada de pai para filho, mas que em decorrência da passagem do
tempo, se encontrava gasta e fragilizada. Foram muitos anos de convivência com
hicsos e egípcios, observando seus ritos, convivendo com culturas distintas e
se simpatizando com as práticas destes povos. Assim, Israel ainda estava
intoxicado com paganismo, saudosos de algumas comodidades que o deserto retirou
deles. Podemos dizer que ISRAEL havia saído do EGITO, mas o EGITO, ainda não
tinha saído de Israel. Deus estava ciente desta realidade, e rapidamente tratou
de intervir. Convocou Moisés para uma “reunião” no alto da montanha, onde
revelou todos os preceitos de sua lei, e explanou minuciosamente os tópicos
normativos e regulamentadores para as mais diversas facetas da vida espiritual
e social dos israelitas. Os primeiros pontos desta lei tratavam exatamente da
relação de Deus para com seu povo, e definia a mais importante questão a ser
respeitada pela nação: - EU SOU o SENHOR
teu DEUS que vos livrou da escravidão... Não terás outros deuses diante de mim,
não farás imagem de escultura para adora-las e não tomarás o meu nome em vão! -
Porém, antes mesmo que esta legislação começasse a vigorar, Israel
contrariou irremediavelmente a vontade do Senhor, deixando-se dominar por seus
próprios instintos e retrocedendo espiritualmente ao nível dos egípcios.
Moisés já estava na montanha à
quarenta dias quando os israelitas concluíram que seu líder havia morrido, e sua
morte anulava as possibilidades de comunicação com o “Deus” que não se podia
ver. Recorreram então ao segundo em comando, afim de que ele tomasse alguma
atitude para acalmar o povo que começava a se amotinar. Na visão de alguns dos
principais da congregação, era necessário que um “deus” fosse introduzido no
acampamento, afim de guiar os Israelitas pelo restante do caminho. Arão toma
então uma medida controversa, e pede aos israelitas que doem seus pendentes e
brincos de ouro como matéria prima, e após derreter o material aurifico no
fogo, fazendo uso de um buril, forjou um bezerro. Ao ver aquela imagem, muitos
israelitas puseram-se a declarar que aquele sim, era o “deus” que os libertara
da escravidão, muito provavelmente, influenciados pelas referências pagãs de Ápis
(um Deus com aspectos de touro) e Hathor (deusa com aspecto de vaca). Ao
presenciar esta bizarra cena, Arão edifica um altar diante da imagem, e clama ao
povo: - “Amanhã será festa ao Senhor.
”
Por melhor que fossem as intenções, o
povo se enveredou por um caminho tortuoso, oferecendo holocaustos e ofertas
pacíficas para sua nova divindade. Na manhã seguinte, houve muita celebração
pelo bezerro de ouro, onde o povo comeu, bebeu e se fartou. Mas logo a situação
ficou descontrolada, e a festa se transformou em uma orgia espiritual, onde
muitos israelitas tiraram as próprias vestes, e agora, literalmente “pelados”,
se entregavam a danças e rituais. Foi neste momento que a ira do Senhor se
ascendeu, e Deus decidiu exterminar aquele povo desobediente. Moisés precisou
intervir com urgência, e enquanto descia da montanha, se encontrou com Josué
que o aguardava ali. Então, o jovem general se reporta ao líder com
preocupação: - Há gritos de guerra no
arraial... Porém, Moisés,
previamente avisado pelo Senhor, respondeu: - Não é grito
de vitória e nem de derrota... São apenas vozes que cantam... - A resposta dada por Moisés nos revela um dos
aspectos mais significativos do pecado: Começa com festa e termina com morte!
Arão e o bezerro de ouro
O pedido dos israelitas não significava
necessariamente que esses indivíduos estivessem rejeitando ao Senhor, eles
queriam Deus, mas um Deus de acordo com o que suas mentes imaginavam (Êxodo
32:1). A demora de Moisés foi o perfeito álibi para que o povo retrocedesse seu
coração de volta ao Egito. Inquietos pela ausência do líder visível, que há
quarenta dias estivera no monte, eles se uniram para fazer um pedido especial a
Arão, o responsável na ausência de Moisés.
O que você faria se seu pastor sumisse sem dar
notícias durante quarenta dias? O povo esperou e ao fim de quarenta dias se
desesperançou. Ao verem o monte a fumegar, o ruído dos trovões e os relâmpagos
sob a montanha, concluíram que Moisés havia morrido (Êxodo 20:18; 32:1). Na
verdade, eles não podiam ficar para sempre parados no deserto. O povo queria
saber a quem seguir e em que acreditar. Sem respostas, eles pedem a Arão que
confeccione um deus para que adorem. Eles tinham um pensamento coreto, mas com
a leitura errada. Seus corações nunca compreenderam quem era realmente o Deus a
quem estavam servindo. É possível criar uma imagem de deus segundo nossa
própria imaginação. Para Moisés, o Senhor era um amigo íntimo que falava face a
face. Para eles, o Senhor era apenas um deus que poderia ser trocado por
qualquer outro caso não atendesse seus desejos.
Como é fácil o coração carnal se afastar da
verdadeira adoração a Deus! Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam
indo, tentou dar um jeitinho de controla-las erigindo um altar diante da imagem
e proclamando uma festa ao Senhor. Talvez quisesse conservar alguma semelhança
com a adoração ao Senhor. Esse ato lembra os esforços de conservar uma forma de
piedade sem ter seu poder e o sincretismo que há em grande parte do
cristianismo nominal (II Timóteo 3:5). Muitos eruditos tentam defender Arão,
afirmando que ele cedeu porque temeu o povo ou porque não acreditava que eles
se desfariam de seus pendentes de ouro. Arão era influente, mas não teve
personalidade para liderar o povo. Fez tudo errado e foi dele a ideia de
confeccionar um bezerro. (Êxodo 32:2-4). De onde terá vindo sua inspiração? É
provável que Arão tenha tentado copiar o Touro Ápis, símbolo da força e da
fecundidade, que era cultuado no Egito. Será que poderíamos imaginar como seria
o destino de Israel se Moisés não voltasse e Arão assumisse? Misericórdia!
Ao descer do monte e ver toda aquela adoração,
Moisés confronta Arão, que rapidamente coloca a culpa no povo (Êxodo 32:22).
Logo em seguida Arão mente de forma descarada, pois afirma que colocou o ouro
no fogo e saiu o bezerro (Êxodo 32:24). Será que ele estava querendo dizer que
aconteceu um milagre? Como é fácil para alguns líderes procederem como Arão.
Antes de agirem, sondam meticulosamente opinião pública. Pensam que é
imprudente ser muito rígidos. Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e
concordar com as tendências atuais. Acreditam que não se pode ter sucesso a
menos que acompanhem a multidão; para eles é melhor abrir mão da verdade do que
perder a influência sobre as pessoas. O problema deles é o que dirão no dia do
acerto de contas.
Arão – Vítima ou Réu?
Inegavelmente, Arão é um dos mais
influentes personagens do Velho Testamento. Braço direito de Moisés, esteve
lado a lado com seu irmão na dura cruzada contra Faraó. Era muito respeitado
entre os anciãos de Israel (inicialmente, até mais que o próprio Moisés), o que
lhe fazia um formador de opinião. Podemos dizer que Arão era um excelente
auxiliar, pró-ativo, eficiente e generoso para estender a mão. Juntamente com
Hur, manteve os braços de Moisés erguidos durante a batalha contra os
amalequitas (Êxodo 17:12). Em Números
17, encontramos o relato de como Deus o escolheu para ser o primeiro “Sumo
Sacerdote” de Israel, sendo o pai da linhagem sacerdotal que se manteve ativa
por mais de 1500 anos. Arão era um homem notável e cheio de virtudes, mas tinha
uma falha de caráter que o desabonava como líder: era influenciável. Vimos na
lição anterior que ele se deixou influenciar por sua irmã Miriã na sedição
contra Moisés, e agora, nos deparamos como Arão tendo que se posicionar diante
do povo, mas ao invés de refrear o ímpeto pecaminoso de sua gente, ele acaba optando
pelo caminho mais fácil de ceder ao desejo da maioria.
Muitos estudiosos acreditam que Arão,
originalmente, não tinha intenção de dar aos israelitas um “deus” tangível.
Assim, o fato dele ter requisitado ouro como matéria prima, seria uma tentativa
de “inviabilizar” aquele projeto em decorrência do alto “custo”. Mas a
obstinação do povo suplantou a preocupação com o orçamento doméstico, e do meio
da congregação brotaram doações de colares e brincos. Como o “tiro saiu pela
culatra”, Arão se viu coagido a forjar uma divindade para supostamente orientar
a nação. Ele tinha plena consciência de que estava errando miseravelmente como
líder, tanto que tentou esconder de Moisés sua participação ativa na criação da
imagem, insinuando que a mesma tinha “saído” do fogo. Outro detalhe de grande
significância, é que ao edificar o altar diante do bezerro, Arão avisa aos
israelitas que na manhã seguinte haveria “FESTA AO SENHOR”, talvez prevendo que
o verdadeiro “DEUS” de alguma forma interviria naquela situação. Quando o povo
passa a se despir, partindo da idolatria para novas práticas pecaminosas, Arão
não coibiu tal atitude, pois esperava com isso que a nação fosse envergonhada
diante de seus inimigos, forçando os a uma nova postura (Êxodo 32:25).
Aparentemente, a intenção de Arão era
permitir o “erro”, para com isso ensinar ao povo que “erros” tem conseqüências.
O problema de Arão é que com esta estratégia, ele errava junto com seu povo, e
em decorrência da posição ocupada, sua falha ficava ainda mais acentuada. Na
ausência do líder, a autoridade presente em Moisés, repousava em Arão e,
portanto, ele tinha a legalidade de coibir as intenções perniciosas de Israel,
e ao mesmo tempo, buscar orientação do Senhor. Ao invés disto, optou por
estratégias débeis e cedeu aos caprichos de um povo sobre o qual ele tinha
autonomia de decisão.
Moisés e as tábuas da Lei
Deus, por misericórdia, revelou a Moisés a
idolatria de Israel. Sua palavra soava como uma rejeição (Êxodo 32:7). Ciente,
Moisés intercede, mas, ao descer do monte, quebra a Lei e pune os culpados.
Três coisas iremos destacar neste ponto: a intercessão de Moisés; o porquê de
quebrar as tábuas e a maneira como se interpôs diante de Deus pelo povo. A
avaliação que Deus fez dessa multidão perversa era muito clara: “De dura
cerviz”. Essa expressão é aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser
controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera.
Deus quer destruir o povo, mas, com uma coragem que só poderia vir de uma fé
robusta, Moisés rogou: “Toma-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal
contra o teu povo”. Pediu, também, que Deus se lembrasse das promessas feitas
aos patriarcas, a quem, pelo Seu nome, jurara dar a terra da promessa
eternamente. Na defesa perante Deus, há três argumentos para o Senhor não
exterminar o povo. Primeiro, este procedimento anularia as vitórias anteriores.
Segundo, daria ocasião aos egípcios para se gloriarem. E, por último, quebraria
a promessa feita a Abraão. Todos esses argumentos foram apelos fundamentados na
glória de Deus e, com certeza, um verdadeiro exemplo de oração intercessora (Êxodo
32:7-15). Esse, provavelmente, foi maior teste que Moisés teve de suportar. O
Senhor queria destruir o povo. Não há como negar que seria justo deus tomar tal
providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse
intercedido. Deus conhecia seu servo, sabia que ele passaria no teste e se tornaria
mediador. Moisés viu a realidade da ira de Deus, rejeitou a oportunidade de
glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de Deus.
Moisés teve compaixão e suplicou pela moderação da
ira de Deus, mas, quando viu pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira que
Deus expressara. No entanto, a ira santa tinha de ser abrandada com compaixão
amorosa. Moisés tinha em mãos a própria Lei, que condenava à morte o povo
rebelde. Se a punição da Lei fosse implementada imediatamente, Israel teria que
morrer. O povo quebrara a Lei. Enquanto estava diante dos israelitas e
observara a lascívia que faziam, Moisés ergueu a Lei acima da cabeça e,
provavelmente à vista de todos, lançou as tábuas ao chão com força e ímpeto.
Ele lhes trouxera algo de que eram indignos. Estavam totalmente desqualificados
para receber aquele dom de Deus. Ou as tábuas tinham que ser quebradas ou o
povo tinha que ser destruído. Moisés quebrou as tábuas. Ele desfez o trabalho
de Deus para poupar a vida do povo.
Ao organizar o arraial, os rebeldes foram punidos,
mas a Lei estava quebrada e Moisés deveria retornar a presença do Senhor tanto
para reconciliar Israel quanto para reparar os danos causados ao trabalho
divino. Moisés tinha de achar um meio de voltar a uma relação de concerto com Deus.
Na presença de deus, Moisés confessou o pecado de Israel e com uma santa
ousadia disse: “perdoa o seu pecado, se não, risca-me peço-te, do teu livro,
que tens escrito” (Êxodo 32:32). “Riscar” significa: “cortar” da comunhão com o
Deus vivo, ou entregar a morte”. O amor de Moisés pelos israelitas era tão
grande que ele não se importava em viver, a menos que Deus lhe perdoasse. Ele
só desceria do Sinai com o perdão e a paz estabelecida entre Deus e todo o
povo. Que exemplo de líder foi Moisés. As paixões carnais vividas pelo povo de
Israel trouxeram sérios apuros para Moisés. Colocar sua própria vida à prova é
um ato que vai além do amor, que poucos homens ousariam tentar.
Quando o bezerro se vai...
O coração de Moisés pulsava por seu
povo. Agora que ele já tinha plena consciência da grandiosidade de sua missão,
Moisés se colocou corajosamente entre a fúria de Deus e Israel. O Grande EU SOU
tencionava eliminar aquele povo pecaminoso e reiniciar a “Aliança Abraâmica” a
partir de Moisés. É claro que antes de
ver com seus próprios olhos todo o mal que proliferava a revelia dentro do
arraial, o líder defendeu sua gente com toda a convicção, argumentando que tipo
de visão as outras nações teriam sobre o DEUS de Israel, caso ele promovesse um
extermínio de seus próprios adoradores. O Senhor deu então a Moisés, uma
oportunidade de ver com seus próprios olhos a prostituição espiritual dos
israelitas, e após testemunhar esta abominação, até mesmo o homem mais manso da
terra se encheu de furor. Moisés quebrou as tabuas da lei, repreendeu o povo e
sabatinou duramente a Arão. Depois, retornou para a montanha, afim de fazer
expiação pelo povo, pedindo a Deus perdão por tão grave falha nacional. O amor
de Moisés por sua gente era tão intenso, que ele pôs em cheque sua própria salvação,
pedindo que seu nome fosse riscado do livro de Deus, caso o pecado do povo não
fosse perdoado. Foi em decorrência desta postura patriarcal de Moisés que Deus
não aniquilou os israelitas, dando uma nova chance para aquela geração. Porém,
nem mesmo Moisés deixaria passar impune tamanha afronta, e medidas extremas
foram tomadas.
A primeira ação de Moisés diante
daquela idolatria foi exatamente eliminar o objeto do culto pagão, atirando o
bezerro de ouro no fogo. Então, tomou a massa derretida a esmiuçou até se
tornar em pó, que por sua vez foi aspergido sobre o reservatório de água, do
qual os israelitas saciavam a sede. Assim, o povo “digeriu” na “marra” o
resultado de seu erro. Depois, Moisés se pôs diante da congregação e deu um
ultimato ao povo dizendo: - Quem for pelo
Senhor, venha até mim! - Para a surpresa de Moisés, apenas os levitas
(liderados por um arrependido Arão), tomaram posição, e se perfilaram ao seu lado.
Então, Moisés fez com que os homens de
Levi, tendo a espada sobre sua coxa, jurassem fidelidade ao Senhor. Eles assim
fizeram, e foram orientados a entrarem no arraial para matar os adoradores do
bezerro, independentemente de serem amigos ou irmãos. Os levitas então, indo de
porta em porta, exterminaram cerca de três mil pessoas, eliminando aquele mal
do meio de Israel. Tal atitude fez de Levi uma tribo agradável aos olhos do
Senhor, que mais tarde os separaria para sua própria possessão (Números 8:14).
Apenas após tomar estas medidas disciplinares é que Moisés se apresentou diante
de Deus, clamando por sua misericórdia.
Mais do que pedir perdão, é necessário
se arrepender do mal praticado e extirpar a raiz do pecado por completo de
nossas vidas.
O bezerro de ouro no coração humano
O grande problema de Israel não estava no
pensamento da morte de Moisés ou porque a paciência esgotou. Isso não justifica
a confecção de um ídolo e uma adoração tão fervorosa. O bezerro vai muito além
de uma estátua, ele representa um problema do íntimo do coração humano. Embora o coração do povo pudesse necessitar de
uma prova visível, Deus já lhes havia dado manifestações do Seu poder e amor,
mas seus corações insensatos não puderam discernir. Por um momento, eles se
esqueceram de tudo o que Deus realizou e como os livrou do Egito. Eles ignoraram
o sobrenatural e, sem paciência, fizeram o incompreensível. Na verdade, usando
o artifício de que queriam agradar a Deus, eles buscavam agradar a si mesmos.
Qual a diferença do povo que adorou o bezerro e o povo dos dias atuais?
Atualmente temos motivos para ir ao templo, mas, lamentavelmente, muitos deles
não são o Evangelho. Temos uma geração indiferente, com cultos de satisfações
humanas que nada produzem a não ser muito barulho e pouco caráter cristão. A
quem buscamos agradar afinal? A Deus ou a nós mesmos? A atitude de idolatria
não foi por ignorância espiritual, foi um ato de rebeldia com todo o
conhecimento. A idolatria é um problema para os filhos de Deus e hoje ela
aparece sob diversos aspectos: o amor ao dinheiro, o materialismo, a cobiça
pelo poder, o desejo desenfreado pelo sexo e todas outras sortes de males.
O que é a religiosidade senão um bezerro? Mesmo não
fazendo ídolos, podemos ser culpados de procurar moldar nosso Deus à nossa
imagem para justá-lo às nossas expectativas, desejos e circunstâncias. Quando
fugimos da Palavra, fugimos da leitura perfeita de quem Deus realmente é, qual
é a Sua vontade, como devemos nos aproximar dEle, com que espécie de
sacrifícios Ele se agrada e de que forma Ele deve ser adorado. O bezerro de
ouro é o símbolo de uma indefinição religiosa, de querer controlar aquilo que é
incontrolável. A ideia de um deus feito ao nosso desejo com a de um Deus Senhor
da história é aceitar a vontade de Deus sem renunciar a vontade própria. Em
definitivo, é chamar de Deus ao que nada mais é que um ídolo.
A tentação mais forte que Israel sofreu ao longo da
história foi a idolatria. Rodeado de povos que davam culto aos ídolos, sentiam
o desejo de se unirem aos ritos que com frequência eram mais vistosos e
atrativos que os seus. Porém, mais perigosa que a tentação, era a idolatria da
própria ideia de Deus. Eles não aceitavam a ideia de um Deus vivo que não
podiam manipular. Queriam um Deus concreto que pudessem apalpar. É a tentação
da aparência, do imediato; um intento de materializar o sagrado. Sua declaração
comprovava que não compreenderam o êxodo. Eles não diziam que havia sido Deus e
sim Moisés quem os havia tirado da terrado Egito. Eles não entenderam que
Moisés era somente um intermediário (Êxodo 32:1). Eles construíram um bezerro
com ouro trazido do Egito. De algum modo, esse ouro representava o passado,
vinculava à situação anterior, que em várias ocasiões haviam ansiado. O bezerro
de ouro pode ser qualquer coisa que ainda está abrigada em nossos corações e
nos encaminha a identificar ao Senhor não de modo sobrenatural, mas humano.
Resultando numa fé que não foi construída naquilo que Deus disse, a qual nos
leva a satisfação e nunca à transformação.
Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (31/05/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95 - Editora Betel
Moisés - Lição 09
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa
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Pb. Miquéias Daniel Gomes