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quinta-feira, 28 de maio de 2015

EBD: Construindo bezerros de ouro


Texto Áureo
E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos.
Atos 7:41

Verdade Aplicada                                                                            
A penalidade para aquele que trai a confiança do Senhor é a dura realidade de ter que avançar sem a Sua presença e a Sua proteção.

Textos de Referência
Êxodo 32:1-4

Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos.
Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão,
E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.


Intoxicados pelo Egito

Israel debutava seus primeiros dias de liberdade quando acampou na península do Sinal. A jovem nação havia passado os últimos quatro séculos sob a égide dos faraós, o que os tornou num povo submisso e posteriormente escravizado. Seguiam leis ditadas, e cronometravam seus dias de acordo com os desígnios de seus maiorais. Agora, sem um senhorio para lhes dizer o que fazer, Israel dependia completamente da orientação de Moisés, pois sobre eles ainda não existia uma constituição oficializada. O único parâmetro para manter a “ordem” nacional na ausência de seu líder, era a tradição oral passada de pai para filho, mas que em decorrência da passagem do tempo, se encontrava gasta e fragilizada. Foram muitos anos de convivência com hicsos e egípcios, observando seus ritos, convivendo com culturas distintas e se simpatizando com as práticas destes povos. Assim, Israel ainda estava intoxicado com paganismo, saudosos de algumas comodidades que o deserto retirou deles. Podemos dizer que ISRAEL havia saído do EGITO, mas o EGITO, ainda não tinha saído de Israel. Deus estava ciente desta realidade, e rapidamente tratou de intervir. Convocou Moisés para uma “reunião” no alto da montanha, onde revelou todos os preceitos de sua lei, e explanou minuciosamente os tópicos normativos e regulamentadores para as mais diversas facetas da vida espiritual e social dos israelitas. Os primeiros pontos desta lei tratavam exatamente da relação de Deus para com seu povo, e definia a mais importante questão a ser respeitada pela nação: - EU SOU o SENHOR teu DEUS que vos livrou da escravidão... Não terás outros deuses diante de mim, não farás imagem de escultura para adora-las e não tomarás o meu nome em vão! - Porém, antes mesmo que esta legislação começasse a vigorar, Israel contrariou irremediavelmente a vontade do Senhor, deixando-se dominar por seus próprios instintos e retrocedendo espiritualmente ao nível dos egípcios.

Moisés já estava na montanha à quarenta dias quando os israelitas concluíram que seu líder havia morrido, e sua morte anulava as possibilidades de comunicação com o “Deus” que não se podia ver. Recorreram então ao segundo em comando, afim de que ele tomasse alguma atitude para acalmar o povo que começava a se amotinar. Na visão de alguns dos principais da congregação, era necessário que um “deus” fosse introduzido no acampamento, afim de guiar os Israelitas pelo restante do caminho. Arão toma então uma medida controversa, e pede aos israelitas que doem seus pendentes e brincos de ouro como matéria prima, e após derreter o material aurifico no fogo, fazendo uso de um buril, forjou um bezerro. Ao ver aquela imagem, muitos israelitas puseram-se a declarar que aquele sim, era o “deus” que os libertara da escravidão, muito provavelmente, influenciados pelas referências pagãs de Ápis (um Deus com aspectos de touro) e Hathor (deusa com aspecto de vaca). Ao presenciar esta bizarra cena, Arão edifica um altar diante da imagem, e clama ao povo: - “Amanhã será festa ao Senhor. ”

Por melhor que fossem as intenções, o povo se enveredou por um caminho tortuoso, oferecendo holocaustos e ofertas pacíficas para sua nova divindade. Na manhã seguinte, houve muita celebração pelo bezerro de ouro, onde o povo comeu, bebeu e se fartou. Mas logo a situação ficou descontrolada, e a festa se transformou em uma orgia espiritual, onde muitos israelitas tiraram as próprias vestes, e agora, literalmente “pelados”, se entregavam a danças e rituais. Foi neste momento que a ira do Senhor se ascendeu, e Deus decidiu exterminar aquele povo desobediente. Moisés precisou intervir com urgência, e enquanto descia da montanha, se encontrou com Josué que o aguardava ali. Então, o jovem general se reporta ao líder com preocupação: - Há gritos de guerra no arraial...  Porém, Moisés, previamente avisado pelo Senhor, respondeu:  - Não é grito de vitória e nem de derrota... São apenas vozes que cantam... -  A resposta dada por Moisés nos revela um dos aspectos mais significativos do pecado: Começa com festa e termina com morte!


Arão e o bezerro de ouro

O pedido dos israelitas não significava necessariamente que esses indivíduos estivessem rejeitando ao Senhor, eles queriam Deus, mas um Deus de acordo com o que suas mentes imaginavam (Êxodo 32:1). A demora de Moisés foi o perfeito álibi para que o povo retrocedesse seu coração de volta ao Egito. Inquietos pela ausência do líder visível, que há quarenta dias estivera no monte, eles se uniram para fazer um pedido especial a Arão, o responsável na ausência de Moisés.

O que você faria se seu pastor sumisse sem dar notícias durante quarenta dias? O povo esperou e ao fim de quarenta dias se desesperançou. Ao verem o monte a fumegar, o ruído dos trovões e os relâmpagos sob a montanha, concluíram que Moisés havia morrido (Êxodo 20:18; 32:1). Na verdade, eles não podiam ficar para sempre parados no deserto. O povo queria saber a quem seguir e em que acreditar. Sem respostas, eles pedem a Arão que confeccione um deus para que adorem. Eles tinham um pensamento coreto, mas com a leitura errada. Seus corações nunca compreenderam quem era realmente o Deus a quem estavam servindo. É possível criar uma imagem de deus segundo nossa própria imaginação. Para Moisés, o Senhor era um amigo íntimo que falava face a face. Para eles, o Senhor era apenas um deus que poderia ser trocado por qualquer outro caso não atendesse seus desejos.

Como é fácil o coração carnal se afastar da verdadeira adoração a Deus! Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam indo, tentou dar um jeitinho de controla-las erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao Senhor. Talvez quisesse conservar alguma semelhança com a adoração ao Senhor. Esse ato lembra os esforços de conservar uma forma de piedade sem ter seu poder e o sincretismo que há em grande parte do cristianismo nominal (II Timóteo 3:5). Muitos eruditos tentam defender Arão, afirmando que ele cedeu porque temeu o povo ou porque não acreditava que eles se desfariam de seus pendentes de ouro. Arão era influente, mas não teve personalidade para liderar o povo. Fez tudo errado e foi dele a ideia de confeccionar um bezerro. (Êxodo 32:2-4). De onde terá vindo sua inspiração? É provável que Arão tenha tentado copiar o Touro Ápis, símbolo da força e da fecundidade, que era cultuado no Egito. Será que poderíamos imaginar como seria o destino de Israel se Moisés não voltasse e Arão assumisse? Misericórdia!

Ao descer do monte e ver toda aquela adoração, Moisés confronta Arão, que rapidamente coloca a culpa no povo (Êxodo 32:22). Logo em seguida Arão mente de forma descarada, pois afirma que colocou o ouro no fogo e saiu o bezerro (Êxodo 32:24). Será que ele estava querendo dizer que aconteceu um milagre? Como é fácil para alguns líderes procederem como Arão. Antes de agirem, sondam meticulosamente opinião pública. Pensam que é imprudente ser muito rígidos. Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e concordar com as tendências atuais. Acreditam que não se pode ter sucesso a menos que acompanhem a multidão; para eles é melhor abrir mão da verdade do que perder a influência sobre as pessoas. O problema deles é o que dirão no dia do acerto de contas.


Arão – Vítima ou Réu?

Inegavelmente, Arão é um dos mais influentes personagens do Velho Testamento. Braço direito de Moisés, esteve lado a lado com seu irmão na dura cruzada contra Faraó. Era muito respeitado entre os anciãos de Israel (inicialmente, até mais que o próprio Moisés), o que lhe fazia um formador de opinião. Podemos dizer que Arão era um excelente auxiliar, pró-ativo, eficiente e generoso para estender a mão. Juntamente com Hur, manteve os braços de Moisés erguidos durante a batalha contra os amalequitas (Êxodo 17:12).  Em Números 17, encontramos o relato de como Deus o escolheu para ser o primeiro “Sumo Sacerdote” de Israel, sendo o pai da linhagem sacerdotal que se manteve ativa por mais de 1500 anos. Arão era um homem notável e cheio de virtudes, mas tinha uma falha de caráter que o desabonava como líder: era influenciável. Vimos na lição anterior que ele se deixou influenciar por sua irmã Miriã na sedição contra Moisés, e agora, nos deparamos como Arão tendo que se posicionar diante do povo, mas ao invés de refrear o ímpeto pecaminoso de sua gente, ele acaba optando pelo caminho mais fácil de ceder ao desejo da maioria.

Muitos estudiosos acreditam que Arão, originalmente, não tinha intenção de dar aos israelitas um “deus” tangível. Assim, o fato dele ter requisitado ouro como matéria prima, seria uma tentativa de “inviabilizar” aquele projeto em decorrência do alto “custo”. Mas a obstinação do povo suplantou a preocupação com o orçamento doméstico, e do meio da congregação brotaram doações de colares e brincos. Como o “tiro saiu pela culatra”, Arão se viu coagido a forjar uma divindade para supostamente orientar a nação. Ele tinha plena consciência de que estava errando miseravelmente como líder, tanto que tentou esconder de Moisés sua participação ativa na criação da imagem, insinuando que a mesma tinha “saído” do fogo. Outro detalhe de grande significância, é que ao edificar o altar diante do bezerro, Arão avisa aos israelitas que na manhã seguinte haveria “FESTA AO SENHOR”, talvez prevendo que o verdadeiro “DEUS” de alguma forma interviria naquela situação. Quando o povo passa a se despir, partindo da idolatria para novas práticas pecaminosas, Arão não coibiu tal atitude, pois esperava com isso que a nação fosse envergonhada diante de seus inimigos, forçando os a uma nova postura (Êxodo 32:25).

Aparentemente, a intenção de Arão era permitir o “erro”, para com isso ensinar ao povo que “erros” tem conseqüências. O problema de Arão é que com esta estratégia, ele errava junto com seu povo, e em decorrência da posição ocupada, sua falha ficava ainda mais acentuada. Na ausência do líder, a autoridade presente em Moisés, repousava em Arão e, portanto, ele tinha a legalidade de coibir as intenções perniciosas de Israel, e ao mesmo tempo, buscar orientação do Senhor. Ao invés disto, optou por estratégias débeis e cedeu aos caprichos de um povo sobre o qual ele tinha autonomia de decisão.


Moisés e as tábuas da Lei

Deus, por misericórdia, revelou a Moisés a idolatria de Israel. Sua palavra soava como uma rejeição (Êxodo 32:7). Ciente, Moisés intercede, mas, ao descer do monte, quebra a Lei e pune os culpados. Três coisas iremos destacar neste ponto: a intercessão de Moisés; o porquê de quebrar as tábuas e a maneira como se interpôs diante de Deus pelo povo. A avaliação que Deus fez dessa multidão perversa era muito clara: “De dura cerviz”. Essa expressão é aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera. Deus quer destruir o povo, mas, com uma coragem que só poderia vir de uma fé robusta, Moisés rogou: “Toma-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo”. Pediu, também, que Deus se lembrasse das promessas feitas aos patriarcas, a quem, pelo Seu nome, jurara dar a terra da promessa eternamente. Na defesa perante Deus, há três argumentos para o Senhor não exterminar o povo. Primeiro, este procedimento anularia as vitórias anteriores. Segundo, daria ocasião aos egípcios para se gloriarem. E, por último, quebraria a promessa feita a Abraão. Todos esses argumentos foram apelos fundamentados na glória de Deus e, com certeza, um verdadeiro exemplo de oração intercessora (Êxodo 32:7-15). Esse, provavelmente, foi maior teste que Moisés teve de suportar. O Senhor queria destruir o povo. Não há como negar que seria justo deus tomar tal providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse intercedido. Deus conhecia seu servo, sabia que ele passaria no teste e se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de Deus, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de Deus.

Moisés teve compaixão e suplicou pela moderação da ira de Deus, mas, quando viu pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira que Deus expressara. No entanto, a ira santa tinha de ser abrandada com compaixão amorosa. Moisés tinha em mãos a própria Lei, que condenava à morte o povo rebelde. Se a punição da Lei fosse implementada imediatamente, Israel teria que morrer. O povo quebrara a Lei. Enquanto estava diante dos israelitas e observara a lascívia que faziam, Moisés ergueu a Lei acima da cabeça e, provavelmente à vista de todos, lançou as tábuas ao chão com força e ímpeto. Ele lhes trouxera algo de que eram indignos. Estavam totalmente desqualificados para receber aquele dom de Deus. Ou as tábuas tinham que ser quebradas ou o povo tinha que ser destruído. Moisés quebrou as tábuas. Ele desfez o trabalho de Deus para poupar a vida do povo.

Ao organizar o arraial, os rebeldes foram punidos, mas a Lei estava quebrada e Moisés deveria retornar a presença do Senhor tanto para reconciliar Israel quanto para reparar os danos causados ao trabalho divino. Moisés tinha de achar um meio de voltar a uma relação de concerto com Deus. Na presença de deus, Moisés confessou o pecado de Israel e com uma santa ousadia disse: “perdoa o seu pecado, se não, risca-me peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êxodo 32:32). “Riscar” significa: “cortar” da comunhão com o Deus vivo, ou entregar a morte”. O amor de Moisés pelos israelitas era tão grande que ele não se importava em viver, a menos que Deus lhe perdoasse. Ele só desceria do Sinai com o perdão e a paz estabelecida entre Deus e todo o povo. Que exemplo de líder foi Moisés. As paixões carnais vividas pelo povo de Israel trouxeram sérios apuros para Moisés. Colocar sua própria vida à prova é um ato que vai além do amor, que poucos homens ousariam tentar.


Quando o bezerro se vai...

O coração de Moisés pulsava por seu povo. Agora que ele já tinha plena consciência da grandiosidade de sua missão, Moisés se colocou corajosamente entre a fúria de Deus e Israel. O Grande EU SOU tencionava eliminar aquele povo pecaminoso e reiniciar a “Aliança Abraâmica” a partir de Moisés.  É claro que antes de ver com seus próprios olhos todo o mal que proliferava a revelia dentro do arraial, o líder defendeu sua gente com toda a convicção, argumentando que tipo de visão as outras nações teriam sobre o DEUS de Israel, caso ele promovesse um extermínio de seus próprios adoradores. O Senhor deu então a Moisés, uma oportunidade de ver com seus próprios olhos a prostituição espiritual dos israelitas, e após testemunhar esta abominação, até mesmo o homem mais manso da terra se encheu de furor. Moisés quebrou as tabuas da lei, repreendeu o povo e sabatinou duramente a Arão. Depois, retornou para a montanha, afim de fazer expiação pelo povo, pedindo a Deus perdão por tão grave falha nacional. O amor de Moisés por sua gente era tão intenso, que ele pôs em cheque sua própria salvação, pedindo que seu nome fosse riscado do livro de Deus, caso o pecado do povo não fosse perdoado. Foi em decorrência desta postura patriarcal de Moisés que Deus não aniquilou os israelitas, dando uma nova chance para aquela geração. Porém, nem mesmo Moisés deixaria passar impune tamanha afronta, e medidas extremas foram tomadas.

A primeira ação de Moisés diante daquela idolatria foi exatamente eliminar o objeto do culto pagão, atirando o bezerro de ouro no fogo. Então, tomou a massa derretida a esmiuçou até se tornar em pó, que por sua vez foi aspergido sobre o reservatório de água, do qual os israelitas saciavam a sede. Assim, o povo “digeriu” na “marra” o resultado de seu erro. Depois, Moisés se pôs diante da congregação e deu um ultimato ao povo dizendo: - Quem for pelo Senhor, venha até mim! - Para a surpresa de Moisés, apenas os levitas (liderados por um arrependido Arão), tomaram posição, e se perfilaram ao seu lado.  Então, Moisés fez com que os homens de Levi, tendo a espada sobre sua coxa, jurassem fidelidade ao Senhor. Eles assim fizeram, e foram orientados a entrarem no arraial para matar os adoradores do bezerro, independentemente de serem amigos ou irmãos. Os levitas então, indo de porta em porta, exterminaram cerca de três mil pessoas, eliminando aquele mal do meio de Israel. Tal atitude fez de Levi uma tribo agradável aos olhos do Senhor, que mais tarde os separaria para sua própria possessão (Números 8:14). Apenas após tomar estas medidas disciplinares é que Moisés se apresentou diante de Deus, clamando por sua misericórdia.

Mais do que pedir perdão, é necessário se arrepender do mal praticado e extirpar a raiz do pecado por completo de nossas vidas.


O bezerro de ouro no coração humano

O grande problema de Israel não estava no pensamento da morte de Moisés ou porque a paciência esgotou. Isso não justifica a confecção de um ídolo e uma adoração tão fervorosa. O bezerro vai muito além de uma estátua, ele representa um problema do íntimo do coração humano.  Embora o coração do povo pudesse necessitar de uma prova visível, Deus já lhes havia dado manifestações do Seu poder e amor, mas seus corações insensatos não puderam discernir. Por um momento, eles se esqueceram de tudo o que Deus realizou e como os livrou do Egito. Eles ignoraram o sobrenatural e, sem paciência, fizeram o incompreensível. Na verdade, usando o artifício de que queriam agradar a Deus, eles buscavam agradar a si mesmos. Qual a diferença do povo que adorou o bezerro e o povo dos dias atuais? Atualmente temos motivos para ir ao templo, mas, lamentavelmente, muitos deles não são o Evangelho. Temos uma geração indiferente, com cultos de satisfações humanas que nada produzem a não ser muito barulho e pouco caráter cristão. A quem buscamos agradar afinal? A Deus ou a nós mesmos? A atitude de idolatria não foi por ignorância espiritual, foi um ato de rebeldia com todo o conhecimento. A idolatria é um problema para os filhos de Deus e hoje ela aparece sob diversos aspectos: o amor ao dinheiro, o materialismo, a cobiça pelo poder, o desejo desenfreado pelo sexo e todas outras sortes de males.

O que é a religiosidade senão um bezerro? Mesmo não fazendo ídolos, podemos ser culpados de procurar moldar nosso Deus à nossa imagem para justá-lo às nossas expectativas, desejos e circunstâncias. Quando fugimos da Palavra, fugimos da leitura perfeita de quem Deus realmente é, qual é a Sua vontade, como devemos nos aproximar dEle, com que espécie de sacrifícios Ele se agrada e de que forma Ele deve ser adorado. O bezerro de ouro é o símbolo de uma indefinição religiosa, de querer controlar aquilo que é incontrolável. A ideia de um deus feito ao nosso desejo com a de um Deus Senhor da história é aceitar a vontade de Deus sem renunciar a vontade própria. Em definitivo, é chamar de Deus ao que nada mais é que um ídolo.

A tentação mais forte que Israel sofreu ao longo da história foi a idolatria. Rodeado de povos que davam culto aos ídolos, sentiam o desejo de se unirem aos ritos que com frequência eram mais vistosos e atrativos que os seus. Porém, mais perigosa que a tentação, era a idolatria da própria ideia de Deus. Eles não aceitavam a ideia de um Deus vivo que não podiam manipular. Queriam um Deus concreto que pudessem apalpar. É a tentação da aparência, do imediato; um intento de materializar o sagrado. Sua declaração comprovava que não compreenderam o êxodo. Eles não diziam que havia sido Deus e sim Moisés quem os havia tirado da terrado Egito. Eles não entenderam que Moisés era somente um intermediário (Êxodo 32:1). Eles construíram um bezerro com ouro trazido do Egito. De algum modo, esse ouro representava o passado, vinculava à situação anterior, que em várias ocasiões haviam ansiado. O bezerro de ouro pode ser qualquer coisa que ainda está abrigada em nossos corações e nos encaminha a identificar ao Senhor não de modo sobrenatural, mas humano. Resultando numa fé que não foi construída naquilo que Deus disse, a qual nos leva a satisfação e nunca à transformação.



Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (31/05/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95  - Editora Betel
Moisés - Lição 09
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa

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Pb. Miquéias Daniel Gomes


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