Jhonatan Wilson Gomes
Chovia a cântaros na cidade de
Estiva Gerbi, quando as primeiras mães começaram a adentrar o templo, muitas
delas, já com os cabelos encharcados e o rosto respigado pelas preciosas
perolas que se precipitavam do céu.... Talvez fosse um ensaio para as lágrimas
que verteriam dos olhos de muitas delas durante a cerimônia que lhes fora
preparada... Dia das mães é assim mesmo... evoca sentimentos e lembranças que de
alguma forma precisam se exteriorizar... Daí vem o choro emocionado ou o riso
nervoso, latente a cada palavra ou gesto que já fora anteriormente (e
propositalmente), elaborados para emocionar... Claro que as vezes o inesperado
apronta das suas, e aí, até quem é filho entra na dança das lágrimas... Chuvas e
lágrimas, coisas que se completam perfeitamente nesta noite tão especial, onde
mães revisitaram a infância de filhos já crescidos, ou vislumbraram o
amadurecimento de suas pequenas crianças, seja num vídeo melindrosamente
engendrado para comover, ou no detalhe "deliciosamente cruel" de ver estampado em cada
criança o nome de sua mãe enquanto cantavam com a pureza somente pertinente aos anjos que “quando você chorar, estarei aqui para te abraçar”...
Tudo isso me faz nostálgico... Me faz pensar e viajar em lembranças esquecidas,
mas nunca perdidas..
Sinto falta de brincar com os
anjos, sinto falta da minha pureza. Sinto falta de muitas coisas.
Principalmente de ter 8 (e poucos) anos.... Hoje em dia abro álbuns de
fotografia guardados na gaveta e me encaro na minha imagem do que um dia fui....
Eu cresci.... Não me lembro de ninguém ter me perguntado se era isso o que eu
queria. Em exceção a minha mãe que sempre me aconselhou a aproveitar a
meninice: “Tudo em seu tempo, meu filho. Tudo em seu tempo! ”
A única coisa que eu não perdi da
infância até aqui foi o colo da minha mãe. Toda vez que estou em apuros é ela o
primeiro socorro, o primeiro abraço, o primeiro beijo, a primeira advertência (por
que não) e também a última (mãe sempre avisa quando algo dará errado... que
sensibilidade é esta?). É no dia das mães que estamos dispostos e cheios de
vontade de presentear quem irá para sempre nos amar. Homenageá-la, nem que seja
in memoriam, pois, mãe, mora no coração, “ELE” e “ela” estão dentro de você...
Li uma frase que diz: “Mãe, ah! Se
por um descuido Deus lhe fizesse eterna”. E eu concordo. Sempre digo para Deus
fazer as coisas segundo a vontade dEle, mas se tem algo que eu imploro é que os
dias da minha mãe sejam ampliados aqui na Terra... Na verdade, quero orar em
nome de todos os filhos, porque aqui nesta igreja eu encontrei muitos irmãos, e
muitas mães...
“Senhor, multiplicai os dias
destas mulheres em nosso meio. Acompanhe-as em todo riso e em toda lagrima,
todo trabalho e toda prece, todo dia e toda noite. Que tua benção cubra de luz
a vida destas mães para que, cheias do teu Espírito, elas nos sejam mais presença
de ti, que elas nos deixem o legado da sabedoria de viver! ”
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