Texto Áureo
E escolheu Moisés homens
capazes, de todo o Israel, e o pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil,
maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez.
Êxodo 18:25
Verdade Aplicada
A unção e o chamado são
qualidades indispensáveis a um líder, mas a capacidade de ouvir e aprender são
imprescindíveis para o avanço ministerial.
Textos de Referência
Êxodo 18.17-20 e 24
O sogro de Moisés,
porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.
Certamente desfalecerás,
assim tu como este povo que está contigo; porque isto te é
pesado demais; tu só não o podes fazer.
Ouve agora a minha voz;
eu te aconselharei, e seja Deus contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus e leva
tu as causas a Deus;
Ensinar-lhes-ás os
estatutos e as leis e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que
devem fazer.
E Moisés deu ouvidos à
voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera.
Uma nova família para Moisés
Êxodo 2:15 registra um dos mais
melancólicos momentos da vida de Moisés. Sem ter para onde ir e não podendo
retornar para o lugar que sempre chamou de lar, ele caminha vagarosamente pelas
áreas quentes do deserto, até ser vencido pelo cansaço. Então, imerso em seus
pensamentos, senta-se junto a um poço de águas construído na terra de Midiã. O
que fazer agora? O que será do amanhã? Enquanto Moisés reflete sobre seu
passado e divaga pesarosamente sobre o futuro, percebe a aproximação de algumas
mulheres, que se achegam ao poço afim de abeberar os seus rebanhos. Por alguns
minutos Moisés observa o trabalho das moças, até que um grupo de pastores
salientes também se aproximam do poço e usando de força bruta, tentam levar
vantagem sobre as meninas. Moisés, um “gentleman inveterado" toma partido e
decide intervir na situação. Primeiro ele usa seu treinamento militar para dar
um “sacode” nos pastores abelhudos, e depois, sua finesse para se voluntariar a
terminar o serviço das pastorinhas. As meninas retornam para casa mais rápido
do que é usual, e são questionadas pelo pai sobre a rapidez do trabalho. Elas cotam sobre o ataque sofrido e como um egípcio desconhecido afugentou
os agressores e concluiu em tempo recorde as atividades do dia. O patriarca
demostra interesse em conhecer o gentil bem feitor, e desta forma, Moisés é
convidado a visitar a aldeia dos midianitas. A empatia entre ambos é quase instantânea,
e Jetro convida Moisés apara permanecer com eles por mais tempo. Os dias
se tornariam meses, e os meses anos... Naquele lugar, Moisés encontraria o
refúgio que tanto buscava, vivendo uma calmaria jamais experimentada, longe da
monarquia egípcia e distante do sofrimento israelita. Em Midiã, o outrora
“príncipe” se tornaria um pacato pastor de ovelhas, pai de dois filhos, casado
com Zípora (uma das pastoras que ajudou no poço), tendo o próprio Jetro por
sogro.
Jetro exercia em Midiã um tipo de
liderança tribal religiosa, sendo identificado como um sacerdote de elevada
consideração. No seu aclamado livro “Histórias dos Hebreus”, o historiador
Flavio Josefo comenta sobre “um sacerdote
chamado Reuel, ou Jetro, muito estimado entre os seus, que louvou a gratidão
das filhas e mandou chamar Moisés, dando lhe sua filha Zípora por esposa”. Provavelmente,
“Jetro” era uma nomenclatura para fins religiosos, já que em outras referências ele é identificado como Reuel, em contextos que indicam ser este seu nome
“civil” (Êxodo 2:18). O fato é que Jetro se tornou um amigo pessoal e
conselheiro de seu genro, cujas palavras influenciavam positivamente as decisões
de Moisés. Jetro tinha sete filhas que cuidavam de seus rebanhos antes da
chegada de Moisés, e o pentateuco ainda faz menção a pelo menos um de seus
filhos. Este homem chamado Hobabe teria herdado o patriarcado de seu pai, se
tornando um honrado líder de seu povo, e que mais tarde também foi um
importante aliado de Moisés, ajudando os israelitas na conquista de Canaã (Números 10:20-33). Jetro
por sua vez, ajudou Moisés a entender os desígnios do Todo Poderoso e aceitar a
missão de libertar os israelitas - Então foi Moisés, e voltou para Jetro, seu
sogro, e disse-lhe: Eu irei agora, e tornarei a meus irmãos, que estão no
Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai em paz (Êxodo
4:18).
Como já visto em estudo anterior, ainda no caminho para Egito, Moisés optou por enviar sua esposa e
filhos de volta a Midiã para preserva-los em segurança. Agora, com os hebreus
livres da servidão e em marcha rumo a terra da promessa, Jetro decide promover
o reencontro de Moisés com sua família.
Moisés recebe Jetro
A ilustre visita de seu
sogro, que trazia consigo pessoas muito queridas, bem como sábios conselhos
administrativos ligados ao campo jurídico, revolucionaram o trabalho de Moisés
e a história de Israel.
A
visita de Jetro influenciou a vida de Moisés. Jetro era um sacerdote
experiente, um homem do deserto. Moisés, seu genro, era um homem extraordinário
potencial e era possuidor de um “espírito ensinável”, uma qualidade do líder
que deseja ter sucesso diante de Deus e dos homens. O
encontro de Jetro e Moisés apresenta um relacionamento sólido e digno de ser
copiado em nossos dias. Moisés havia aprendido a conviver em família e seu
sogro, além de conselheiro, era fiel amigo. A alegria de Moisés no reencontro
com a família e a de Jetro ao saber de todo bem que o Senhor havia feito a
Israel por mão de Moisés mostra uma comunhão maravilhosa, pouco vista em nossos
dias (Êxodo 18:7- 8). Moisés também contava com o auxílio de seu sogro, pois
Jetro cuidou de seus filhos e de sua esposa. Moisés foi um homem que falava face a face
com o Senhor Deus, mas também possuía relacionamentos familiares fortes, com
raízes profundas em Deus, que davam todo o suporte para sua vida pública e
funções junto ao povo.
Moisés teve um princípio
de liderança muito árduo. Somente ele conhecia a Deus e todos o buscavam para
saber qual seria o próximo passo a ser dado. Moisés se encontrava entre o
esgotamento mental e a frustração daqueles que encaravam a fila e retornavam no
outro dia na esperança de falar com ele. Estar com Moisés era para eles o
objetivo da vida diária. Esses antigos escravos estavam acostumados a esse tipo
de governo. Haviam aprendido a depender da autoridade centralizada durante
algumas centenas de anos em que estiveram no Egito. Por outro lado, Jetro era
um sacerdote de Midiã e sabia como manejar melhor um organismo religioso.
Moisés tinha o chamado e a boa vontade, mas Jetro possuía a sabedoria e a
experiência. Com sábios conselhos, Jetro instruiu seu atarefado genro no
caminho da sabedoria (Êxodo 18:14).
Jetro pôde observar com
claridade que Moisés estava distorcendo a natureza de seu chamado como cabeça
de Israel. Moisés havia consolidado seus dons espirituais juntamente com a tarefa
de administração e as operações em um sistema gigantesco de burocracia
espiritual. Jetro viu uma administração descentralizada, com uma divisão
piedosa de trabalho, e apresentou uma saída: ele entendeu que a metodologia de
Moisés era tanto nociva para ele quanto para o povo que liderava (Êxodo 18.17-18).
Moisés era um homem responsável, separado para um fim específico e dotado de
uma unção extraordinária, mas, agindo sem o auxílio de outros, ele não somente
sucumbiria, como também levaria consigo seus seguidores. Nem Jesus trabalhou
sozinho. Centralizadores jamais produzem sucessores, esse é um mal que assola
nossa geração. Moisés estava esgotado, pois a carga de um governo era
demasiadamente pesada. Ao mesmo tempo que ajudava as pessoas, ele também necessitava
ser ajudado. Ele estava esgotando o povo e lhes ensinando uma desnecessária
dependência social. Jetro surge no momento mais crítico de sua vida e, vendo
sua fadiga, instrui-lhe a descentralizar o sistema e preparar pessoas.
Jetro visualiza um problema
Durante
séculos os israelitas viveram regiamente sobre as leis do Egito. Agora livres,
eram uma nação imatura, buscando encontrar sua própria identidade. Ainda não
havia uma legislação que os orientasse, e com isso era absolutamente normal que
se sentissem deslocados em suas relações sociais. Israel era como um pássaro
criado em cativeiro, que uma vez fora da gaiola não sabe exatamente
"como" e "para onde" voar. Assim, Moisés era o único porto
seguro, uma verdadeira “central” de informações para milhares de israelitas que
recorriam a ele em busca de orientação. De bom grado, Moisés absorveu tal
responsabilidade, mas lhe faltava a expertise necessária no trato com esta
questão, já que sua sistemática de trabalho causava grande desgaste no povo e
em si mesmo. Uma fila gigantesca se formava diante de Moisés aguardando o
momento de sua audiência, enquanto ele resolvia pessoalmente até a mais
irrelevante das questões apresentadas. Jetro observou Moisés julgar o
povo, e percebeu que ele julgava com arbitrariedade, sem dividir a
responsabilidade com outros. Então, questionou seu genro dizendo que não era
sábio manter as pessoas esperando o dia todo para terem seus casos
resolvidos.
Moisés
por sua vez, argumentou que tal sistemática era necessária, pois era o único a
falar diretamente com Deus e assim podia conhecer pessoalmente a vontade de
Deus para resolver as questões individuais. Outro ponto de relevância na ótica do
grande líder, é que ele poderia utilizar a ocasião para ensinar ao povo os
estatutos de Deus e as suas leis. Mas tal explicação não convenceu a Jetro, que
insistiu com seu genro que aquela era uma estratégia de trabalho falha. Mesmo
um homem com a força espiritual de Moisés não deveria esquecer que era um
simples humano, e com este tipo de procedimento mais atrapalhava do que
ajudava. Jetro foi categórico ao enfatizar o desgaste que a postura de Moisés
provocava em todos - Você não pode fazer tudo este trabalho
sozinho, pois ele é pesado tanto para você, quanto para o povo -
Moisés ainda era um líder em formação, aprendendo na prática o que era ser
mentor de milhares de pessoas, mas ele, e portanto, precisava de um
conselheiro amigo e experiente para lhe mostrar que uma alternativa mais
viável. O maior problema do método empregado por Moisés consistia no labor
excessivo, que o sobrecarregava de trabalho e também impactava negativamente a
própria comunidade, já que muito se perdia em produtivamente com as pessoas
sendo forçadas a esperar durante horas por um atendimento às vezes
desnecessário.
Os sábios conselhos de Jetro
Sem
perceber Moisés é observado por seu sogro Jetro, que notou a ineficiência de
seu trabalho. O conceito de autoridade delegada de Jetro é sem dúvida um dos
maiores fundamentos de liderança do mundo inteiro. Observemos o elemento
principal desse estilo de liderança: Antes da sugestão dada por Jetro para que
Moisés constituísse líderes que o auxiliassem na tarefa divina, primeiro,
Moisés deveria ensinar ao povo as ordenanças e leis para que pudessem entender
“o caminho em que deveriam andar e a obra que deveriam fazer” (Êxodo 18:19-20).
A hierarquia de líderes delegados não funcionaria sem um fundamento exaustivo
do povo na lei de Deus. Portanto, Jetro não coloca ênfase na estrutura de
líderes, mas sim em primeiro estar focado no autogoverno do indivíduo debaixo
da lei de Deus. Isso acontece hoje; em vez de os líderes se focarem no ensino e
em projetar o caminho, eles projetam os benefícios de servir a Deus e primam
pelo nome da organização quando o primeiro passo seria formar o caráter e dar
sentido à vida, sem jamais oferecer uma religião. Apesar de sua grandeza e
autoridade, Moisés foi humilde o suficiente para acolher o sábio conselho
sugerido por seu sogro. Bom seria se tivéssemos pessoas como Jetro e corações
como o de Moisés. Pessoas que nos alertassem acerca de como estamos agindo e
tivessem a coragem de dizer-nos abertamente: “Não é bom o que fazes”.
O alicerce que traria
suporte e crescimento ao povo e uma liderança de sucesso para Moisés baseava-se
no conhecimento da Palavra de Deus. Infelizmente nos encontramos em meio a uma
geração cheia de metodologias e invenções que busca alcançar a pátria celestial
por intermédio de fórmulas de crescimento, uma geração sem hábito de leitura e,
por isso, limitada quanto a seu potencial e ao poder de Deus sobre si. A Bíblia
nos ensina o motivo pelo qual o povo se perde: falta de conhecimento (Oséias 4:6).
Também nos ensina porque erramos tanto (Mateus 22:29). A ordem deixada por
Jesus no momento de sua ascensão foi para fazer discípulos e guardar a Palavra
(Mateus 28:18-20). Jetro era experiente e sabia que conhecer a Deus e Sua
vontade é também estar ciente do caminho que se deverá percorrer e da missão
que se irá desenvolver.
Jetro descreve as
qualidades que tais homens deveriam possuir (Êxodo 18.21-22). Estes
desempenhariam as funções de julgar e ensinar de acordo com as instruções de Moisés.
Para isso, deveriam ser tementes a Deus e o temor não seria apenas um
sentimento, eles deveriam ter uma vida que refletisse esse temor. Sendo homens
dignos de confiança e inimigos de ganhos desonestos, não deveriam apenas ser
honestos, mas homens que possuíssem aversão a roubos, subornos, assim poderiam
julgar retamente (Levíticos 19:15 / Provérbios 1:7). Jetro aconselhou Moisés a
designar chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez, ou seja, eles deveriam
resolver questões mais simples numa instância menor e Moisés as mais complexas.
A humildade e sabedoria de Moisés ao ouvir o conselho de Jetro trouxeram-lhe um
grande alívio, pois era impossível para ele sozinho resolver todas as questões
trazidas pelo povo de Israel. O conselho foi capaz de resolver tanto o problema
de Moisés quanto o do povo.
Lições Práticas
As palavras de Jetro são
palavras poderosas que, postas em prática, podem causar um grande impacto tanto
em líderes quanto em seus liderados. A tônica é conhecer para ser responsável.
Quando um povo está cheio de conhecimento, não dá trabalho a seus líderes, eles
trabalham com seus líderes. O nome de
Jetro significa “excelência”. Também chamado de Reuel (Êxodo 2:18-22), ele era
sacerdote e príncipe em Midiã. Considerado um dos primeiros consultores
gerenciais da história, Jetro possuía três grandes qualidades: era um homem
sábio, observador e hospitaleiro. As chamadas “leis de Jetro” influenciam ainda
hoje líderes em todos os segmentos gerenciais. O que Jetro observou faltar em
Moisés foi equilíbrio e seu conselho visava atingir exatamente essa área falha
da vida de Moisés. Moisés não via o que fazia e precisava ser despertado. Às
vezes, o Senhor coloca em nosso caminho pessoas como Jetro, que nos ajudarão a
ajustar nossas vidas e, em nome de Deus, impulsionar-nos-ão a desenvolver nosso
potencial, a aprender a planejar e avaliar as nossas decisões. O caminho
apresentado por Jetro era seguro e bom para todos. Porém, de que adiantaria o
conselho de Jetro se o coração de Moisés não fosse ensinável? Pessoas de
coração obstinado sempre desprezam bons conselhos porque acham que o fazem é
sempre o correto. Conselheiros são enviados, ouvir é uma decisão nossa!
Existe um grande ganho quando homens de deus ouvem e aprendem com
líderes mais experientes. A humildade revela a grandeza de um líder, pois essa
virtude possibilita receber conselhos e prestar contas: tais coisas
possibilitam o crescimento e o aumento em sabedoria.
Durante sua vida, o tema
mais mencionado por Moisés foi guardar os mandamentos do Senhor. Tudo o que
aconteceu de ruim ao povo passou pela porta da desobediência. O grande foco do
conselho de Jetro era padronizar o povo, dar a eles entendimento para que
pudessem andar com suas próprias pernas (Êxodo 18:20). Ainda hoje as pessoas
agem da mesma forma, vivem na dependência do “óleo ungido” sobre suas cabeças,
de buscar alguém que Deus capacitou com dons para saber do seu amanhã, mas,
quanto mais ouvem, menos praticam. Alguns esperam que “o homem de Deus” lhes
imponha as mãos e lance uma palavra profética para mudar suas vidas, para lhes
abrir as “portas do mundo espiritual”. No entanto, continuam ocos porque o que
gera vida não é a mão alheia e sim a Palavra de Deus. Na verdade, não compreenderam
esse requisito como fundamental e indispensável à vida cristã.
A razão pela qual Moisés
deveria estabelecer o povo na lei de Deus é que aprenderiam por si mesmos o
caminho que Deus desejava que andassem e a obra que Ele esperava que fizessem.
Então o povo faria juízos nos assuntos menores da vida cotidiana sem precisar
visitar seus supervisores por qualquer situação ocorrida (Êxodo 18:21). A rede
de líderes julgaria os assuntos menores, todavia, o povo também conheceria a lei
e tudo ficaria mais fácil, pois todos estariam num mesmo nível de conhecimento.
Um número sem fim daqueles que buscam seus líderes em gabinetes é sempre de
pessoas que manuseiam a Bíblia e não são frequentes nos cultos. Isso é
assustador em nossos dias. Encontramos muito em nossa geração pessoas que
precisam que outros resolvam seus problemas quando elas mesmas acham que os
tais devem ter essas responsabilidades e não elas. Esse quadro precisa mudar,
mas, para isso, o povo deve retornar à Palavra. O líder cristão, por mais
capacitado que seja, não conseguirá realizar suas tarefas sem a ajuda de
auxiliares. Ninguém pode fazer a obra de Deus sozinho. O líder cristão precisa
de conselheiros dados por Deus que o ajudem. Sigamos o exemplo de Moisés que,
ouvindo sábios conselhos, conseguiu conduzir o povo de Deus à Terra Prometida.
A construção de um legado
Nossa
vida nesta Terra é extremamente curta, sendo chamada pela Bíblia de brisa,
sopro e comparada a uma pequena planta que nasce e rapidamente morre. Na
prática, temos pouquíssimo tempo para realizar a missão que nos foi confiada, e
por mais que consigamos avanços consideráveis, infelizmente, alguma coisa
sempre fica para traz. É inegável que nossos dias estão relativamente mais
curtos, e nossas “horas” se tornaram artigo de luxo. São tantas as ocupações e
preocupações que fica praticamente impossível administrar o tempo disponível
para atender tamanha demanda. Atividades diárias se acumulam sobre nossas
costas e nos obrigam a estabelecer prioridades, o que fatalmente fará com que momentos
importantes e decisivos sejam sublimados pelo cruel carrasco cronológico. A
modernidade impõe um julgo praticamente desumano sobre o indivíduo, e essa
imposição é aumentada sobre o líder cristão, que precisa mensurar em poucas
horas o teórico e o prático, a ação e a reação, o planejamento e a execução, o
material e o espiritual, a vida secular e o ministério. Devido à
necessidade de se fazer mil coisas em um período relativamente escasso, é que
muitas vezes, atividades importantes não são feitas. Em suma, toda esta
realidade se encerra na mais pragmática das revelações: é impossível fazer tudo
sozinho.
Mas
esta não é uma verdade pertinente apenas aos nossos dias, pois desde a
antiguidade, os textos sagrados explicitam a necessidade do trabalho em equipe,
em referências como as encontradas em Provérbios 24:6, Eclesiastes 4:9-10,
Isaías 41:6 e Lucas 10:1. Já no Éden, a existência da vida humana foi
drasticamente reduzida em decorrência do pecado (Gêneses 2:17), e mais nenhum
homem conseguiu ser pleno em realizações, pois nossa vida se finda antes de
nossas ambições. Assim, cada pessoa aproveita o “gancho” deixado por outros,
para a partir deste ponto começar a desenvolver algo pessoal e possivelmente
relevante, que chamará a atenção da próxima geração, que usará este novo
“gancho” para suas próprias inovações. Tem se então a verdade por traz do
jargão: Neste mundo nada se inventa, mas se copia.
A
grande preocupação que devemos ter, se divide em duas etapas. Na primeira
avaliamos se nossas ações honram o que foi construído pelos patriarcas que
sucedemos, e também, se estamos construindo algo realmente sólido para a
posteridade. Ninguém é pleno sozinho... Ninguém consegue ser completo no
isolamento. Precisamos trabalhar em conjunto com os que foram e com os que
serão, afim de construir uma história e perpetrar um legado. Muitos acreditam
que um exército de ovelhas lideradas por um leão, venceriam facilmente um
exército de leões liderados por uma ovelha. Isto porque o líder tem a
capacidade de moldar seus liderados de acordo com sua própria mentalidade. Esta
dádiva é uma faca de dois gumes, pois quando não usada com sabedoria se torna
em maldição. Líderes fracos fatalmente forjarão grupos fracos, e líderes
fortes, fortaleceram seus liderados, por mais fracos que sejam. Este princípio
vale para qualquer outra esfera de ação, tais como o empreendedorismo, a
dedicação, a inventividade e a pró atividade. O líder sempre ira ditar o ritmo
da caminhada de seus liderados. Moisés em sua liderança honra o seu Deus
e a história de seus antepassados Abraão, Isaque, Jacó e José. Embora tenha um
“pé” nas tradições do passado, seu olhar está voltado para o futuro, sabendo
que ele é preparado no presente. Isto fica evidente na aceitação sumária do
conselho de Jetro e no preparo esmerado de seu discípulo e sucessor Josué, uma
junção de fatores que permitiram a Israel chegar em Canaã mais fortalecido do
que em sua saída do Egito, mesmo que o deserto lhes tenha imposto desgastantes
desafios.
Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (10/05/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95 - Editora Betel
Moisés - Lição 06
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa
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Pb. Miquéias Daniel Gomes
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