Texto
Áureo
E a nuvem se retirou de
sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve: e olhou Arão para Miriã,
e eis que estava leprosa.
Números
12:10
Verdade
Aplicada
O que distingue uma
pessoa das demais não é o seu nível de unção, nem tampouco os milagres que
opera, mas a qualidade do seu caráter diante de Deus.
Textos de
Referência
Números
12:5-8
Então, o Senhor desceu
na coluna de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã,
e ambos saíram.
E disse: Ouvi agora as
minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em
visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele.
Não é assim
com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa.
Boca a boca falo com
ele, claramente e não por enigmas; pois, ele vê a semelhança do Senhor; por
que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?
A inveja mora ao lado
Ninguém
teve um relacionamento tão intenso com Deus quanto Moisés. O fato de recair
sobre suas costas a responsabilidade de conduzir milhares de hebreus pelo
deserto, aliado ao reconhecimento de sua total dependência da direção divina,
fez de Moisés um homem ávido pelo Senhor, desejoso de estar constantemente
na presença de Deus. Exatamente por isso, Moisés se dedicava a prática da
oração, e se negava a tomar qualquer atitude sem prévia consulta ao seu Deus.
Todos estes elementos corroboraram para que o patriarca se tornasse íntimo do
“Todo Poderoso”, possibilitando diálogos francos e agridoces com seu Senhor.
Segundo o relato de Êxodo 19:19, quando Moisés falava, Deus respondia em “voz
alta”, e Deuteronômio 5:22 nos revela que do meio da nuvem, toda a congregação
de Israel, atônita e paralisada, podia ouvir a voz poderosa do grande “EU SOU”.
Desta maneira, a autoridade exercida por Moisés sob o povo só fazia aumentar, e
sua simples presença já era motivo de “frison”
entre os israelitas. Durante os dias em que esteve no alto do Sinai, Moisés
recebeu do Senhor não apenas o decálogo sagrado (os dez mandamentos), como
também todos os preceitos civis e religiosos que norteariam a jovem nação.
Outros aspectos são muito relevantes quando analisamos a vida deste grande
líder hebreu. Nele se encerra a “Dispensação Patriarcal” e se inicia a “Dispensação
da Lei”. Através de Moisés se cumpre a “Aliança Abraâmica” (Gêneses 12:12), e a
“Aliança Mosaica” é firmada entre Deus e seu povo (Deuteronômio 29:1-29). Foi
identificado como homem mais manso (humilde) da terra (Números 12:3) e foi o
único mortal que contemplou em vida a Glória de Senhor, tendo um vislumbre do
próprio Deus (Êxodo 33:17-23). Motivos não faltam para que Moisés se destaque
na galeria dos Heróis da Fé (Hebreus 11:24-25). Ele pode ser comparado a uma
frondosa árvore frutífera, da qual todas querem participar da sombra e saborear
dos frutos. Moisés era como uma vidraça cristalina pela qual olhos humanos
podiam enxergar a Glória do Senhor. Ele se tornou um verdadeiro condulete por
onde as bênçãos desciam do céu sobre a nação, e isso fazia dele um homem amado
por todos. Quase sempre...
Mais nem
tudo eram flores. No meio do povo, logo surgiram olhos cobiçosos, ansiosos por
poder e destaque social. Inimigos ardilosos começam um levante contra Moisés,
levando muitas pessoas a pecarem contra o homem de Deus. Engana-se quem pensa
que a inveja vinha de longe, do meio dos estrangeiros que caminhavam junto aos
hebreus... Os arquitetos deste covarde motim eram íntimos e queridos de Moisés,
na verdade, tinham nas veias o mesmo sangue. Seus irmãos, Arão e Miriã.
Muitos
anos antes, encontramos a pequena Miriã seguindo seu irmãozinho recém-nascido
pelas margens do Nilo, para depois, com uma coragem admirável, comparecer
diante da princesa egípcia, oferecendo os serviços da própria mãe como “ama de
leite”. Meses antes, Arão se tornara o braço direito de Moisés, sendo seu porta
voz no Egito. Agora, ambos não aceitavam a liderança de seu irmão mais novo e
começaram a vasculhar sua vida, procurando uma forma de diminuir sua
autoridade. O único argumento encontrado por eles diz respeito a vida familiar
de Moisés, e embora não tivesse nenhuma relevância, o assunto acabou gerando
certo burburinho entre o povo. Miriã e Arão passaram a criticar publicamente o
fato do grande líder “hebreu” ser casado com uma mulher estrangeira, esperando
que devido a este matrimonio “miscigenado”, Moisés passasse a ter sua liderança
questionada no arraial, abrindo espaço para uma maior visibilidade de ambos na
congregação.
Não
podemos esquecer que Miriã era uma mulher valorosa, e Arão, por sua vez,
ocupava o posto de segundo em comando. Ambos serviam a Deus com devoção, porém
se deixaram dominar pelos ciúmes da intimidade de Moisés com Deus (o que lhe
outorgava imensa autoridade ministerial), e ao invés de investirem em sua
relação pessoal com o Senhor, optaram por tentar desmoralizar e desmerecer o irmão
mais “bem sucedido”. O preço desta sedição foi alto e trouxe consequências
dolorosas. Quem toca no ungido do Senhor, agride a “menina dos olhos de Deus”, gerando
uma reação imediata do Todo Poderoso contra si (Zacarias 2:8).
A inveja
dos irmãos de Moisés
Todos aqueles que querem
viver piedosamente em Deus serão perseguidos e sempre se tornarão alvo do
inimigo. É comum ao que peleja estar sempre atento e pronto para esses ataques,
a única surpresa é quando o inimigo esta camuflado na pele de nossos próprios
irmãos. A desculpa de Miriã e Arão para se levantar contra a liderança de
Moisés foi o casamento deste com a mulher cuxita. Essa insatisfação estava
recheada de inveja e de uma necessidade de reconhecimento. Eles se
autodenominaram profetas e queriam estar no mesmo patamar espiritual que seu
irmão mais novo. No hebraico, murmuração é “difamar, levar contos” e a ideia
principal é “falar entre os dentes manifestando queixa ou desgosto por alguma
coisa – conversação em prejuízo de um ausente”. Quando a murmuração é baseada
em falsos argumentos é chamada de calúnia, porém, se estiver baseada em um fato
verdadeiro será denominada fofoca. A desculpa que desencadeou a murmuração
contra Moisés foi sua união matrimonial, mas a conversa tomou outro sentido
quando, conferenciado entre si, Miriã e Arão deixaram escapar um sentimento
oculto (Números 12:2). A murmuração trouxe a tona um íntimo desejo em seus
corações: serem reconhecidos entre o povo, ou quem sabe até mesmo diante de
Deus, como profetas semelhantes a Moisés. Não sabemos o que passou na mente de
Miriã nesse tempo, mas pode ser que ela achasse importante na vida de Moisés
por tê-lo colocado no rio Nilo e salvado sua vida quando ainda era um menino.
Arão, por ser mais velho, deve ter achado que Moisés lhe devia certo respeito
por ser mais novo e que ele deveria liderar. No entanto, o que a Bíblia nos
apresenta é a maldade que estava instalado no coração dos irmãos de Moisés.
Antes de apresentar o
coração invejoso de Miriã e Arão, a Bíblia faz uma referência a Moisés, dizendo
que ele era mais manso do que todos os homens que havia sobre a terra (Números
12:3). O texto revela que foi Miriã quem iniciou a contenda. Todavia, mesmo
sendo o mais velho, Arão não fez a menor questão de reprovar a atitude de sua
irmã, simplesmente compactuou com a sua inveja. Arão e Miriã deveriam
compreender que eram úteis, mesmo não sendo os primeiros, mas isso aconteceu e,
para piorar a situação, o Senhor estava ouvindo toda aquela conversa e
rapidamente tratou de descobri-los diante daquele a quem caluniavam sem razão. Ficou
muito claro na declaração feita pelos irmãos de Moisés que eles estavam
descontentes com suas posições. Para Arão, não era o suficiente ser o porta voz
das palavras de seu irmão, e Miriã se autodenominava profeta e queria também
reconhecimento. Na verdade, eles queriam que Deus desse o mesmo tratamento que
dava a Moisés. Diante daquela lamentável situação, o Senhor, de imediato, tomou
uma atitude. Ele sequer esperou que Miriã e Arão acalmassem os ânimos, logo os
convocou para uma conversa séria na tenda da congregação (Números 12:4). Havia
dois motivos para aquela rápida reunião: primeiro, eram todos líderes e havia o
perigo da divisão; segundo, eram irmãos e precisavam se unir para que aqueles
sentimentos fossem reparados e pudessem seguir com a missão. O Senhor não se
agrada de discórdias e divisões no meio do seu povo, ainda mais quando a
contenda existe entre irmãos. O Senhor deseja que tanto líderes quanto
liderados sejam fiéis e unidos num só propósito, visando edificação e nunca a
divisão.
Tratando
as impurezas da alma
Enquanto eles estavam
conversando e se lastimando porque Moisés era o preferido, o Senhor resolveu
acabar com toda aquela semente de discórdia que já havia interferido no relacionamento
familiar e que certamente causaria danos ao ministério de Moisés. Miriã e Arão
foram surpreendidos por Deus que decidiu colocar face a face quem caluniava e
quem estava sendo caluniado. Essa é uma fórmula pouco utilizada pelos cristãos
de nosso século. Geralmente quem chega com a notícia já recebe o mérito da
verdade e quando o acusado chega para tentar se defender sua imagem já está
exposta aos ventos. Deus nos ensina como tratar com fofoqueiros. É simples:
colocar o acusado e acusador frente a frente e expor a verdade. A fofoca não se
espalha e tratamos do imundo na hora. Foi isso que Deus fez. Para esclarecer
aquela situação, o Senhor convocou uma reunião e chamou Miriã, Arão e o
indefeso Moisés, que de nada estava sabendo. À porta da tenda, Ele desceu numa
nuvem e revelou para Moisés tanto a falsidade de seus irmãos quanto as suas
atitudes invejosas. A desculpa de Miriã e Arão trouxe à tona a inveja e o ciúme
que se abrigavam em seus corações pela posição e influência exercida por
Moisés. Devemos guardar nosso coração desses sentimentos nocivos, que nos levam
a errar contra Deus e nossos irmãos.
De uma maneira poderosa,
Deus diz que se entre eles houvesse profeta, Ele se revelaria em sonhos e visão
e deixa claro que Moisés é mais que um profeta, é um homem que Ele não precisa
usar figuras, que Ele fala boca a boca. Ele diz que visões e sonhos são enigmas
a serem interpretados, enquanto que falar cara a cara diz respeito a intimidade
sem obscuridade, ou seja, Arão e Miriã se achavam profetas, mas deus lhes
afirma que nada compreendem, porque não possuem uma clara visão acerca da
esfera espiritual. E conclui: “Moisés vê a semelhança do Senhor”. Moisés nada
diz, Deus julga sua causa e os invejosos são desmascarados diante dele. Eles
falaram pelos cantos e Deus os expôs a vergonha falando às claras (Números 12:4-8).
Na reunião dirigida por Deus, Moisés está calado e Deus age em seu favor. Ele
não abre a boca para fazer críticas, reclamar ou lamentar. Pelo contrário, ele
intercede e pede a cura para quem tentou agredi-lo. Quando a nuvem se vai, Arão
observa que sua irmã está leprosa, com a pele esbranquiçada (Números 12:10).
Dirige-se até Moisés e diz: “Ah meu senhor, ora não ponhas sobre nós este
pecado, que fizemos loucamente, e com que havemos pecado” (Números 12:11). Arão
era mais velho e o chama de “meu Senhor”. Ele agora esqueceu era profeta e
sacerdote e tornou-se servo após ser exortado por Deus e ver a lepra em Miriã.
Neste momento, ele sabe com quem está a autoridade e, mesmo sendo mais velho,
teve de reconhecer que Deus não se preocupa com a idade, mas sim com o caráter.
Na verdade, Arão era o sacerdote, era quem deveria interceder diante de Deus
por Miriã, mas estava comprometido, seu coração não era perfeito e apela para
que Moisés o faça.
É muito ruim quando
sabemos que não adianta clamar que Deus não nos ouvirá. Moisés ficou o todo o
tempo calado e se pronuncia com a oração mais rápida que alguém possa imaginar
(Números 12:13). Logo em seguida, Deus dá uma satisfação a Moisés, dizendo que
aquele ato foi como se um pai desse uma cuspida no rosto de uma filha,
tornando-a imunda (Números 12:14). Foi como se dissesse: “é só um lembrete para
ela aprender a respeitar as autoridades que constituí”.
Ossos Corroídos
Segundo o
dicionário Aurélio, inveja é desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outra
pessoa ou um desejo violento de possuir o bem alheio. Em outras palavras, é um
sentimento que faz com que o indivíduo enxergue o que o outro tem de bom, com
olhos maus. Logo, aquele que nutre um sentimento de mal-estar pela
felicidade dos outros, ou um desejo incontrolável de estar no lugar dessas
pessoas, está sentindo inveja. Biblicamente a inveja é tratada como um
sentimento faccioso e destruidor. O sábio Salomão classificou a inveja como
podridão dos ossos, numa clara explicação que este mal começa a corroer o
indivíduo de dentro para fora, agindo como um câncer silencioso e incrivelmente
destruidor (Provérbios 14:30). No Novo Testamento, ela é identificada como um
sentimento anticristão, quando o apóstolo Paulo escreveu em I Coríntios 3:3 que
as dissensões e as invejas são sentimentos pertinentes a homens carnais, e que
não podem existir em alguém que se tornou espiritual e vive por Deus.
A inveja é uma
grave enfermidade da alma que pode destruir muitas vidas, já que os invejosos
patológicos não medem as consequências de seus atos. A inveja é a arma
utilizada pelos fracos que não sabem lutar pelos seus sonhos e consequentemente
ocupam seu tempo tentando afetar negativamente o sonho de terceiros.
Infelizmente, em meio aos cristãos, há situações em que ministérios brilhantes
são destruídos em decorrência da inveja. Homens e mulheres com chamados
específicos acabam protelando sua própria vocação, desejando ardentemente
aquilo que Deus designou para outras pessoas.
No caso de Moisés, desde o seu nascimento, ele foi escolhido para liderar os israelitas no retorno para Canaã. Executou esta tarefa com magistratura, buscando a direção do Senhor para cada passo da jornada, o que lhe garantiu prosperidade mesmo nas situações mais adversas. Miriã e Arão sentiram-se incomodados pelo sucesso de Moisés, desejando exercer a mesma autoridade. Com isso deixaram a inveja tomar conta de seus corações, tendo os ossos corroídos por este sentimento pernicioso que visa destruir a felicidade alheia. Com isso, ambos se esqueceram que sobre suas próprias vidas existiam propósitos de grande valor.
Em Arão seria
iniciado o sacerdócio, e Miriã já exercia o ministério profético, sendo uma
respeitada conselheira. Ambos tiveram complicações ministeriais porque se
esqueceram do que Deus colocou em suas mãos para tentar retirar o que estava
nas mãos de Moisés. Como sabiamente disse o apostolo Paulo, “cada um fique na
vocação que foi chamado” (I Coríntios 7:20). Fidelidade a própria vocação é o
“cálcio” celestial que fortalece nossos “ossos” contra esta “osteoporose”
maldita chamada inveja.
Lições Práticas
Falar mal de Moisés foi
um agravo contra Deus, que congregou todos debaixo da nuvem de sua presença e
puniu severamente a Miriã. Foi imediato o desgosto de Deus quando questionaram
a posição de liderança do Seu ungido. Quando terminou de falar, a nuvem se
retirou (Números 12:10). Essa ação significava uma retirada divina, como um
juiz que sai do tribunal depois de dar a sentença. Diferentemente do
levantamento da nuvem, que sinalizava hora de mudar de acampamento. O maior
castigo pelo pecado, qualquer que seja sua manifestação em particular, é este
afastamento de deus. Quando Arão se voltou para sua irmã, viu que ela fora
atacada de lepra. Era um caso bem adiantado, já nos últimos estágios da doença.
A lepra era uma doença repugnante que tipificava o pecado. Miriã, que num momento
se exaltara em orgulho próprio, a ponto de pensar que deveria estar em posição
proeminente ou igual ao líder de todo o Israel, no momento seguinte, foi banida
do acampamento nas circunstâncias mais humilhantes. Este é o resultado do
pecado do orgulho (Provérbios 16:18 / Isaías 10:33).
Enfrentar desconfortos
com outras pessoas é inevitável, mas podemos escolher entre perdoar e guardar o
rancor. Perdoar não é uma tarefa fácil, mas é uma opção libertadora. Outra
coisa importante que a vida ensina é que o adversário trabalha através de
pessoas próxima a nós. Ele faz isso porque nossos entes queridos têm a
capacidade de nos ferir mais. As queixas de Miriã e Arão eram um reflexo de um
problema interior muito profundo. Em outras palavras, eles estavam com ciúmes.
Em vez de se contentarem com o dom e a posição que ocupavam, eles cobiçaram o
que seu irmão possuía. O que mais nos surpreende é que, na única oportunidade
que Moisés teve para falar, ele defendeu Miriã, implorando a Deus que a
curasse. O caráter demonstrado por Moisés explica porque caminhava tão perto de
Deus.
Nossa maior dificuldade
é entender por que a punição caiu somente para Miriã. Mas, lendo o texto,
entendemos que foi ela quem iniciou a contenda (Números 12:1). A lepra de Miriã
era uma questão de essência. Ela era leprosa em seu interior e o Senhor estava
mostrando para toda a congregação a podridão que abrigava dentro de si. A
mulher cuxita foi vítima de preconceito e o Senhor mostrou para todos que o
acusador tinha um problema interno. Agora é Miriã que sentirá o peso da
rejeição, pois todos desprezavam e evitavam uma pessoa leprosa. O pecado produz
um efeito paralisante. Enquanto MIriã não foi tratada o povo não pode avançar
em direção a Terra Prometida. Esse é um dos efeitos do pecado, ele não só
impede a quem erra, mas se estende atrapalhando a caminhada de quem se acerca
de nós. Além de opor-se ao líder levantado por Deus, Miriã ainda ancorado no
deserto. Durante uma semana, eles ficaram impedidos até que fosse restaurada. O
que mais nos preocupa com as “Miriãs” que existem em nosso meio é que, além de
estarem leprosas, elas ainda fazem com que todo o grupo fique paralisado, sem
poder entrar na terra da promessa. Arão e Miriã jamais entenderam a posição que
ocupavam, eles queriam caminhar paralelamente, fazendo divisão. Queriam ter
honra própria, mas enveredaram pelo caminho errado. Provérbios nos ensina que,
diante da honra, vai a humildade, isso foi tudo o que lhes faltou. A rebelião
tem raízes no próprio Satanás, pai de todas as rebeliões (I Samuel 15:23).
Sete coisas que Deus não pode suportar
Provérbios
6:16-19 é sem dúvidas um dos mais reveladores textos bíblicos para uma melhor compreensão
do caráter de Deus. Ali, estão listadas uma série de ações (infelizmente muito
comuns entre os seres humanos) que simplesmente provocam um sentimento de
completa repulsa no “Todo Poderoso”. Salomão nos diz que há sete coisas que o
Senhor detesta e uma delas, sua alma abomina.
“Detestar” conota a ideia de ter aversão e antipatia, não poder
“suportar” algo, alguém ou alguma coisa. Já “abominar” vai além de uma
“reprova”, sendo um sentimento de completa rejeição, capaz de gerar horror
quando se está diante daquilo que é abominável. Logo, quem pratica tais ações
não toma parte de Reino de Deus, a menos que se arrependa, confesse e deixe de
praticá-las (Provérbios 28:13). Quando Moisés recebeu as tabuas com os Dez
Mandamentos (que se preservam atuais e inalterados), Deus instruiu seu povo
através de um código moral que tratava das relações homem-Deus e homem-homem.
Não ter outros deuses, não construir imagens de escultura para adora-las, não
fazer uso indevido do nome de Deus, ter um dia especial para descanso e meditação,
honrar pai e mãe, não matar, não adulterar, não roubar, não mentir e não
desejar o que é de outra pessoa, são preceitos que segundo Jesus, se resumem
num único mandamento: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao
teu próximo como a ti mesmo (Lucas 10:27). A prática de qualquer uma das ações abaixo
identificadas, se opõem ferrenhamente tanto a lei quanto a graça,
inviabilizando por completo nossa relação com Deus. As seis primeiras são:
- Olhos
altivos, reflexo de um coração arrogante e vaidoso, orgulhoso de si mesmo e que
menosprezam o seu próximo.
- Língua
mentirosa, que age com sem lisura ou pudor, difamando, ludibriando e enganando.
- Mãos que
derramam sangue inocente, que praticam a violência e se negam a semear a paz.
- Uma
mente maliciosa que maquina pensamentos perversos, enchendo o coração de
maldade.
- Pés que
correm rumo ao pecado, desejando ardentemente a prática do mal.
- A
testemunha falsa, que com suas palavras mentirosas prejudica o próximo.
A sétima e
última, é também a mais perniciosa de todas elas, quando a análise é feita sob
a ótica divina. Tiago 3:15 dá ênfase ao perigo de se incorrer neste erro ao
dizer que uma pequena faísca é capaz de incendiar uma floresta. Foi neste erro que Miriã e Arão incorreram e
ainda hoje, muitas pessoas tem atraído caos sobre a própria vida em decorrência
desta nefasta e abominável prática: SEMEAR CONTENDA ENTRE OS IRMÃOS!
Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (24/05/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95 - Editora Betel
Moisés - Lição 08
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa
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Pb. Miquéias Daniel Gomes
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