Texto Áureo
Os céus e a terra tomo hoje por
testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.
Deuteronômio 30:19
Verdade Aplicada
A fé é a chave que nos abre o
portal eterno e nos permite ver de forma cristalina aquilo que ainda não tomou
forma no mundo físico.
Textos de Referência
Hebreus 11.23-26
Pela fé, Moisés, já nascido, foi
escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e
não temeram o mandamento do rei.
Pela fé, Moisés, sendo já grande,
recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado
com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;
tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito;
porque tinha em vista a recompensa.
Fé para se
manter fiel e dizer não
Há um conhecido
ditado popular que diz: “Cavalo dado, não se olha os dentes”. Este jargão se
baseia no fato que para comprar um equino, faz-se necessária uma minuciosa
inspeção no animal, e de acordo com especialistas, a arcada dentária tem muito
a revelar, principalmente sobre a idade do alazão. Mas se o cavalo for um
presente, então é melhor ignorar os detalhes, e simplesmente aceitar a oferta.
Ouvimos este tipo de aconselhamento todos os dias, quando nossos líderes,
amigos e familiares nos incentivam a “não perder" as oportunidades que a vida
nos dá, ou voltando à metáfora inicial, se o cavalo passar selado, não tenha
receio de monta-lo. Mas será que todo presente deve ser aceito de bom grado? Será
que todo cavalo selado esta indo na direção correta? Moisés é um dos maiores
exemplos no que tange a critérios para aceitar ou não as dádivas que nos são
oferecidas. O hebreu que nasceu condenado a morte, viu sua vida dar uma guinada
completa quando foi encontrado pela filha de Faraó. O até então moribundo
escravo, seria alçado imediatamente ao posto de príncipe do Egito, antes mesmo que aquele dia
com inicio fatídico chegasse ao fim. Criado no palácio, desfrutando das
regalias e comodidades destinadas apenas para a realeza, Moisés teve a
oportunidade de crescer sobre a égide do império mais poderoso de sua época,
recebendo treinamento político e militar, sendo preparado para assumir um lugar
na linha de sucessão do trono, o que segundo alguns estudiosos, poderia ter acontecido
antes mesmo dos eventos que o levaram ao exílio.
O cavalo dado a
Moisés era simplesmente o "Trono do Egito", com todo o poderio e privilégios pertencentes
apenas aos chamados “Filhos de Rah”. Para olhos pragmáticos, aquela era uma
oportunidade irrecusável, destas que acontecem uma única vez na história, e,
portanto, isenta de qualquer ação avaliativa. Moisés não pensava assim. No
pouco tempo que esteve ao lado de sua mãe biológica, ele absorveu valores
maiores que qualquer ambição terrena, e esta bagagem espiritual adquirida foi
determinante para uma decisão surpreendente: Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó... O cavalo era imponente, mas seus dentes estavam pobres. A tradição
egípcia determinava que qualquer aspirante a Faraó, deveria também ingressar na
casta sacerdotal do Egito, imergindo de corpo e alma em sua religiosidade
politeísta, repleta de misticismo e rituais pagãos. Esta, sem duvida, seria uma
viagem sem volta a obscuridade espiritual, que por fé, Moisés se negou a fazer. Mesmo que para isso, tivesse que abrir mão de seu “futuro” glorioso nas fartas planícies
do Nilo. Embora não seja possível precisar a qual dinastia Moisés pertenceu, a
história egípcia registra alguns atritos ente uma certa rainha regente com os
líderes religiosos de seu tempo, já que seu “filho adotivo”, se negava a
ingressar na casta sacerdotal. Seria Moisés? É muito provável que sim. Fato é
que a decisão de Moisés foi baseada em convicção, e não barganha. Até seria
conveniente abrir mão de governar uma nação para liderar outra de maior
relevância. Mas o chamado de Moisés se deu décadas após sua renúncia.
Moisés foi um homem
notável e de atos memoráveis. Venceu batalhas épicas, atravessou o Mar
Vermelho, tirou água da rocha, falou com Deus face a face... Porém, foi sua
abnegação que o fez gigante. O escritor da carta aos hebreus, em sua antológica
galeria de Heróis da Fé (Hebreus 11), ressalta os grandes feitos de homens e
mulheres que transformaram o mundo. Quando fala sobre Moisés, embora cite
alguns elementos de sua liderança, ele ressaltou o que fez de um simples
levita um verdadeiro herói: Sua fidelidade – “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;
tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito;
porque tinha em vista a recompensa. ”
A decidida ação
de fé tomada por Moisés
O escritor do livro de Hebreus
destila grandeza quando revela as renúncias de Moisés pela fé. As decisões
tomadas pelo patriarca apresentam o alcance do poder divino. Sabemos que a
graça cobre o mais vil entre os pecadores, mas a história de Moisés nos ensina
que Deus também salva nobres, príncipes e cultos. Pela fé, Moisés foi capaz de
ver através da eternidade o que todos em seu tempo duvidaram. Ele recusou a
nobreza, foi contado como um louco ao escolher os desfavorecidos e discerniu de
modo singular a verdadeira riqueza do universo. Durante seus primeiros quarenta anos de vida,
Moisés se tornou um dos homens mais sábios e mais poderosos do Egito, uma
figura importante, o filho único e herdeiro do trono de Faraó. Estevão diz que
ele era: “instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas
palavras e obras” (Atos 7:22). Moisés era capaz de governar uma nação. Somente
um louco poderia desprezar um palácio, a posição e a nobreza para dedicar sua
vida a pessoas desconhecidas e pensamento escravo. O desprezo com que foi
valorizada sua decisão e as acusações e escárnio que acumulou sobre si lhe
acrescentaram o título de “louco”. Quando chegou a uma idade suficiente madura
para saber qual era a plenitude da verdade, desprezou todo compromisso e se
apresentou audazmente como um servo do Deus vivente. O escritor aos hebreus
destaca que sua decisão não foi por sentimento pátrio, e sim por fé. Essa fé
que lhe fez perder tudo foi a mesma que o fez ser o que é (Hebreus 11:24). Além
de ser um varão de alto nível cultural, Moisés era o filho adotivo de Termutis,
a filha de Faraó. Embora a história não nos assegure, é possível que fosse o
herdeiro da coroa egípcia por adoção. Diz-se que, na época, o rei do Egito não
tinha um herdeiro e Moisés era o herdeiro direto da coroa.
Moisés foi criado no luxo como
herdeiro do reino. Até que chegou um dia em que se decidiu aliar aos oprimidos
israelitas e dizer adeus ao futuro de riqueza, tranquilidade, comodidades e
domínio real (Hebreus 11:25). Devemos ter em mente aspectos importantes como: o
tipo de sociedade que Moisés se sentiu compelido a deixar; a separação dos mais
estimáveis amigos; o rompimento com todas as honrasse a nobreza com que sempre
viveu para ser maltratado com um grupo sem prestígio e prestes a ser devastado.
Ele pode não ter convivido com o pecado, mas sempre teve a seus pés os tesouros
do Egito. Moisés sempre soube quem era e, quando descobriu o que deveria fazer,
teve honra em decidir pelo que é correto, mesmo que desagradasse aos demais.
A causa que Moisés abraçou trazia
como prêmio uma abundante tribulação (Hebreus 11:26). Não havia recompensa
presente, senão o que perder; deveria agir motivado apenas por um puro
princípio, amor a Deus e convicção da verdade. Tudo o que o povo iria lhe
oferecer era aflição em lugar de riqueza e honra. Ainda hoje a recompensa é a
mesma, é preciso calcular o custo antes de dizer que realmente se serve a Deus.
Se servir ao Senhor não for suficiente recompensa, aqueles que esperam maiores
coisas sigam seu caminho egoísta. Se a eternidade não for suficiente, os que
almejam reconhecimento busquem aqui mesmo na terra o seu galardão. Moisés atuou
de maneira totalmente desinteressada, sem receber promessa alguma, sem qualquer
ajuda em troca. Por causa da verdade e pelo Senhor, Moisés renunciou a tudo,
contentando-se apenas em ser contado com o oprimido povo de Deus. A verdade não
oferece nenhum dote, exceto a si mesma, a quem desejar abraçá-la. Moisés
pertenceu a mais nobre classe de homens e sua maior grandeza foi a
simplicidade.
Fé, a fonte das
decisões de Moisés
Durante toda sua infância, Moises
foi influenciado por sua mãe Joquebede e certamente sabia ser ele o libertador
de Israel, pois cuidava que seus irmãos também entendessem (Atos 7:24). Mesmo
sendo o detentor de tal verdade, algo o deveria impulsionar a prosseguir, a fé
foi a força motriz que alavancou sua vida e lhe fez ver coisas inefáveis. Em comparação com a luz eterna da Palavra de Deus,
o conhecimento dos homens nada mais é que uma escuridão visível. Os grandes
sábios não se dispõem a reconhecer o Deus vivo. Em todas as épocas, os sábios
desprezaram a sabedoria do infinito (I Coríntios 1:18-26). Moisés conheceu toda
a ciência egípcia, conhecia cada um deus existente ali, mas sabia em seu
coração que havia somente um Deus. Os instintos da natureza hebreia e a morte
do egípcio muito contribuíram para uma mudança na vida de Moisés, mas o texto
indica que a razão principal de seu rompimento foi a fé e, através dela, viu
tanto o sofrimento quanto a recompensa (Hebreus 11:26). A fé mostrou a Moisés o
que havia dentro da eternidade, daí em diante, qualquer grandeza que visse no
mundo se tornava nada diante do que a fé lhe revelara (Romanos 8:17-18).
Moisés descartou a possibilidade
das riquezas humanas por uma recompensa na eternidade. Embora perdesse,
esperava se tornar um vencedor. Sabia que, no dia do julgamento, veria a
balança imparcial, sabia que não havia trocado um galardão incorruptível por um
“mísero prato de lentilhas” como fazem os que se vendem na casa de Deus. Era
isso o que Moisés via e nada poderia persuadir sua mente. Moisés se dispôs a
seguir a estrela e, mesmo que andasse através das chamas e das inundações, o
que importava era o que via pela fé. Ele sabia que sua causa era a causa de
Deus e, portanto, essa era a única verdade que impulsionava sua vida a queimar
todos os arquivos do passado e seguir em frente, sem pestanejar.
A fé de Moisés também descansa em
Cristo. Ele ainda não havia vindo, mas ele o viu através da eternidade (Hebreus
11:26). Ele conhecia a promessa dos patriarcas que, na semente de Abraão,
seriam benditas todas as nações da terra e estava disposto a assumir o
vitupério para participar da promessa. Ele não conhecia tudo o que conhecemos
hoje, mas tinha fé no Messias que havia de vir. Mais adiante, ele próprio
anuncia o Cristo que havia visto pela fé (Deuteronômio 18:18). E, como prêmio
por seu trabalho e por sua fé, ele volta após a morte, já glorificado,
juntamente com o profeta Elias, para testificar daquele a quem havia anunciado,
como sendo a única voz a ser ouvida pelos discípulos e a única autoridade na
terra outorgada pelo Pai (Lucas 9:30-31). Cabe ressaltar que Moisés e Elias
falavam (Lucas 9:31). As aparições de Moisés e Elias junto a Jesus são para
esclarecer as dúvidas dos discípulos quanto a quem Jesus era (Mateus 16:13-14);
para firmar sua fé sobre em quem acreditar; e apresentar que tanto os mortos
(Moisés) quantos os que serão arrebatados (Elias) serão glorificados (Lucas 9:30).
Moisés e Elias no monte da transfiguração representam a ressurreição dos mortos
e o arrebatamento dos vivos”. (Extraído do livro “Inferno, uma eternidade sem
Deus” - Editora Betel).
Fé para
confrontar o próprio meio
A aclamada Bíblia
NVI, assim expressa o texto de Provérbios 22:6 – Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo
com o passar dos anos não se desviará deles. A educação dada a Moisés por
sua mãe Joquebede só faz provar que este sábio conselho de Salomão já estava
respaldado por uma fórmula de sucesso testada e aprovada. Quando subiu
definitivamente as escadas do palácio rumo a realeza, ele já tinha entalhado em
seu coração o temor ao Deus de seus antepassados e o amor aos seus irmãos
hebreus. Ele passaria a viver cercado de religiosidade, rodeado por dezenas de
deuses e altares, e mesmo assim, num ambiente onde as divindades se amontavam
as carreiras, Moisés se manteve fiel à sua crença monoteísta, sem ainda ter
tido uma experiência pessoal com o Deus de seus pais. O famoso filosofo
Rousseau estabeleceu um conceito mundialmente aceito quando afirmou que o homem
é fruto do meio em que vive. Pois bem, alguns personagens bíblicos emergem das
escrituras para se opor a esta regra social, demostrando valores morais e
caráter espiritual, mesmo em meio a culturas pagãs e sociedades deturpadas. O
pequeno Moisés assentou em seu coração, que mesmo alçado ao posto de filho do
Egito, não se tornaria um egípcio em seu interior. Seu corpo poderia estar
ornado e caracterizado como um príncipe, mas sua alma, mente e espírito se
preservariam leais aos princípios aprendidos em seus primeiros anos. Esta
educação recebida foi a semente que germinou em fé e se tornou o alicerce de
sua postura fidedigna ao Deus dos hebreus, mesmo que o meio externo o
pressionassem para agir de forma contrária.
O mesmo podemos
dizer de Samuel. Ele passou poucos anos de sua infância sendo instruído
diretamente por Ana. Tempo este suficiente para dinamizar sua fé e fidelidade.
Ainda em tenra idade, ele foi conduzido ao templo onde seria educado por Eli,
um sacerdote decadente que além de omitir a Palavra ao seu povo, permitia uma
série de desmando ministeriais de seus próprios filhos. O exemplo latente
naquela família era suficiente para transformar o pequeno Samuel em obreiro
letárgico, mimado e descompromissado, porém, contrariando o meio em que vivia,
ele se tornou um dos homens mais admiráveis de toda história, exercendo
ministério profético e sacerdotal, sendo o último (e maior) juiz de Israel,
além de ungir os dois primeiros reis da nação.
Outro exemplo
valioso é Daniel. Ele estava muito longe de casa, e seu vínculo com a
religião judaica estava fragilizado. Seu nome, que exaltavam o Deus de
Israel foi substituído por outro pagão, que glorificava a um deus estrangeiro.
Nos anos vindouros, ele teria contato direto com a cultura babilônica, repleta
de ritos e misticismo, a começar pelos pomposos jantares bancados pelo rei. Assim
como seus compatriotas, Daniel poderia se adaptar a situação e viver uma vida
de regalias dentro de preceitos pagãos. Porém, ele optou por preservar intacta
sua essência, conservar sua origem e se manter fiel ao único e verdadeiro Deus.
Nabucodonosor ordenou que seus “convidados” fossem alimentados com a mesma
comida servida para a família real. Ótimos vinhos, elaboradas massas, vegetação
orgânica e carnes selecionadas. O problema é que na cozinha do palácio, os
sacerdotes pagãos eram tão influentes quanto os chefes, pois toda refeição
antes de ir para mesa era oferecida e consagrada para o deus Bel ou qualquer
outra deidade babilônica. Pratos belos, saborosos e contaminados pelo pecado.
Daniel tomou a decisão arriscada de não se contaminar com as iguarias do rei, e
convenceu seu superior a lhe fornecer uma dieta a base de legumes e água. Ao
final do período de treinamento, ele apresentou os melhores resultados físicos
e intelectuais. Ele não se isolou dos demais. Ele não se recusou a sentar em sua
cadeira. Ele estava lá na sala de jantar e ali ficava durante toda a refeição.
Mas tomou uma posição em relação à mesa e disse não aos
alimentos que sabia ser espiritualmente nocivos. E este é o segredo para quem deseja se
opor ao seu “meio” e fazer diferença no mundo: POSTURA e DECISÃO.
Perder para
ganhar: uma lição de fé
Escolher servir a Deus é
inimizade declarada contra o mundo (Hebreus 11:27). Moisés se tornou inimigo de
todos para se fazer amigo de Deus. O que viu afinal? O texto é muito claro: ele
viu o invisível. O maior obstáculo que um servo de Deus pode ter na vida é
criar raízes em algum lugar. Qualquer pessoa que está, há muito tempo, fixo em
algum trabalho ou lugar ficará inseguro em deixar o comodismo de sua situação.
Moisés poderia ter gostado de ser o filho da filha de Faraó, ele sabia que
chegaria um tempo em que não iria mais retroceder por causa de sua posição e
que prejudicaria tanto a nação quanto sua própria alma. A palavra traduzida por
“escolhendo ou preferindo” no versículo 25 vem do grego “tomar uma decisão”. E,
logo em seguida, o texto diz que ele “abandonou, deixou o Egito” (Hebreus 11:27).
Como um míssil que persegue um jato inimigo, Moisés viu o que estava à frente,
olhou para além da encruzilhada do caminho das decisões e permitiu que sua fé
comandasse suas atitudes. Grande parte dos erros que cometemos está em não
estabelecer as prioridades da vida. Moisés sabia que nasceu para ser um
libertador e que um dia deveria escolher entre a luxúria do Egito e o
sofrimento de um deserto escaldante. Ele refletiu sobre a sua posição, chegou a
uma conclusão e fez sua escolha. Todos nós temos a mesma opção.
A causa pela qual Moisés
renunciaria sua coroa incluía como galardão terreno um grupo de escravos
quebrantados e oprimidos pela sociedade. A escravidão tanto desumaniza quanto
incapacita, impedindo por gerações o gozo da própria liberdade. Está comprovado
que, mesmo que os escravos recebessem liberdade, eles jamais atuariam como os
que nasceram livres, porque a escravidão é como um ferro que espeta a alma e
amarra o espírito. Está claro que a missão de Moisés exigia muito mais que
deixar tudo. Ele deveria se ajustar aquele povo; deveria descer a seu nível;
conviver com eles; suportá-los e amá-los como o povo escolhido de Deus.
Devemos considerar o que Moisés
deixou e o que recebeu em troca. Não houve um monumento para esse homem tão
dedicado e tão altruísta. Não houve uma esfinge, nem tampouco uma pirâmide. O
Egito estava mais que disposto a esquecer que tal homem existiu um dia. Esse
grande herói morreu em um cume solitário, nas encostas áridas do monte Pisga,
sem receber ao menos uma flor em sua sepultura. Moisés trocou voluntariamente
os monumentos e a aclamação, os incentivos, o poder e os prazeres terrenos por
uma recompensa num reino invisível. Ele deu tudo o que possuía por um
relacionamento com Deus. Foi o maior negócio que alguém poderia ter feito. O
que perdeu não teria condições de guardar, mas o que ganhou jamais poderia
perder. A fé de Moisés ultrapassou a
visão do mundo físico e, como recompensa do Senhor, foi-lhe dado o privilégio
que homem algum jamais teve em toda a história da humanidade: ver a Deus face a
face, falar com Ele boca a boca, ver a glória de Jeová passar diante de si e
estar com o Cristo. Ele recusou o material, o visível e o passageiro, mas pode
ver o espiritual, o invisível e o eterno.
Heróis da Fé
O alicerce da
fidelidade é a convicção, e esta é por sua vez é o mais evidente fruto da fé
genuína. Logo, é impossível desvincular uma da outra; e esta é uma verdade
intrínseca em cada página da Bíblia e explícita na história de seus mais
importantes personagens. Homens fieis são dotados de grande fé, e a está fé
gera a convicção exigida para que a fidelidade se mantenha intacta. O anônimo
escritor da epístola aos Hebreus não apenas define o conceito “FÉ” com
perfeição (Hebreus 11:1), como também apresenta uma extensa lista de homens e
mulheres que convictos de sua fé, mantiveram-se fieis ao Senhor em todos os
momentos de suas vidas, e alerta: “sem ela é impossível agradar a Deus”
(Hebreus 11:6).
E foi exatamente
por intermédio do “firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que ainda não existem”, que os antigos heróis da fé, ainda nos inspiram
e testificam do grande poder de Deus. A fé, aliada a fidelidade, levou Abel ao
oferecimento de um sacrifício puro e verdadeiro. Enoque andou com Deus em tempo
integral até ser transladado. Noé construiu uma arca para sobreviver ao dilúvio,
mesmo ainda não havendo chuvas no céu. Abraão foi chamado “Amigo de Deus” e
habitou na terra da promessa, assim como seus descendentes Isaque e Jacó, sendo
pai de uma nação, ainda que sua esposa Sara estéril. Fé e fidelidade nortearam
esta família, com bênçãos sendo ministradas de pais para filhos, até que o
número dos seus não pudesse mais ser contado. Por fé, Moisés abdicou de uma
vida no palácio para viver no deserto, conduzindo seu povo de volta para a
terra da promessa. Pela fé, Raabe, por generosidade acolheu os espias hebreus,
e por conta deste ato, sobreviveu a queda dos muros de Jerico. Hebreus 11 ainda
lista outros exemplos de homens fidedignos, tais como Gideão, Baraque, Sansão,
Jefté Davi, Samuel e outros profetas, os quais pela fé venceram reinos,
praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,
apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram
forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga exércitos poderosos e as
mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos. Como a fidelidade é
recompensadora não?
Mas as vezes ela
nos leva a testes ainda mais intensos, onde a fé e a convicção são exigidas em
sua plenitude. O escritor aos Hebreus, que até então narrava aos atos
portentosos de homens que estavam convictos de sua fé, passa agora a narrar
feitos ainda mais impressionantes. Pela Fé, e por Fidelidade, alguns foram
torturados, abrindo mão de seu livramento. Outros experimentaram escárnios,
açoites e até prisões. Muitos foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao
fio da espada. Andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados,
aflitos e maltratados, errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e
cavernas da terra. E todos eles, mesmo mantendo se fiel a sua fé, não alcançaram
a promessa, mas morreram em paz e alegremente, sabendo que o seu testemunho
inspiraria muitas vidas. Somos aconselhados em Apocalipse 2:10 a sermos fieis
até o fim, mesmo que este “FIM” seja a morte, pois aqueles que assim procedem,
recebem na eternidade, das mãos do próprio Cristo, a Coroa da Vida.
Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (14/06/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95 - Editora Betel
Moisés - Lição 11
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa
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Pb. Miquéias Daniel Gomes
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