Pb. Carlos Alexandre Alves de Lima
Caminhando pela área social da
igreja, deparei-me com uma cena tão comum em nosso meio, mas, tão cheia de
significados, que me fez pensar na generosidade Deus, que concede a seres
humanos uma honra que ecoa pela eternidade. O que vi, foi algumas obreiras da
Casa do Senhor, atarefadas com o preparo da mesa que seria disposta para a
Celebração da Santa Ceia.
Percebi o carinho com que
manuseavam as toalhas e o cuidado na harmonização dos elementos dentro do espaço.
Pão e Vinho, símbolos máximos desta celebração, representando o corpo e o
sangue de Cristo recebiam delas um trato ainda mais especial, sendo manuseados
com cautela, respeito, amor, temor e alegria. Lembrei-me então da morte de
Jesus.
Eram três horas da tarde quanto o
Salvador expirou na cruz. Seus seguidores tinham apenas três horas para
retira-lo dali e levá-lo ao sepulcro, pois o sábado judaico começava as seis da
tarde e não lhes era permito por lei, realizar qualquer trabalho dentro daquele
período. Isso não impediu que um grupo dedicado preparasse o corpo do Mestre
para o que achavam ser seu sono perpetuo. Eles tomaram o corpo jazido, e o
lavaram, retirando o sangue coagulado que se ajuntava por toda a extensão da
pele. Em seguida, o corpo de Jesus foi besuntado com óleos aromáticos e
balsamos. Usualmente, os judeus enrolavam seus mortos em diversos metros de
tecido antes de sepultá-lo, mas como não havia tempo hábil para isto, aqueles discípulos
optaram por envolver o corpo do Messias em um lençol de linho, e retornar na
manhã de domingo, para finalizar os trabalhos. Não foi o aconteceu, pois quando
as mulheres chegaram ao tumulo naquela manhã, apenas os lençóis estavam ali,
sem corpo... Jesus havia ressuscitado.
Ao ver os preparativos da Santa Ceia,
me emocionei ao perceber que hoje temos a mesma honra e privilegio daqueles
irmãos, preparar com nossas mãos os elementos que representam os símbolos da
Nova Aliança. O PÃO assado em fornos e preparado a base de farinha é terreno,
mas representa o PÃO DA VIDA descido do céu. O VINHO, fruto da vide, distribuído
em cada cálice por mãos humanas é o símbolo máximo do SANGUE vertido na cruz do
Calvário para remissão de pecados. Fazemos isso em memória de sua morte, mas
não preparamos está cerimonia com pesar ou luto, e sim repletos de alegria.
Lembramos da Morte para celebrar a Vida.... Que privilégio glorioso!
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