Podemos sem nenhum receio afirmar que a Bíblia é o manual do povo
de Deus. Ela estabelece as diretrizes a serem seguidas por aqueles que desejam
viver enquadrados na vontade do Senhor, nos norteando em todas as situações da
vida. E obviamente, um assunto tão inerente ao nosso cotidiano e vital para a
existência humana como o sexo, não ficaria sem detalhadas orientações. A mais relevante recomendação
bíblica em relação ao sexo está registrada em Hebreus 14:4 - “O casamento deve ser honrado por
todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os
adúlteros”. Este texto deixa
muito claro que o sexo praticado dentro do casamento tem a benção de Deus, e
que a expressão “leito sem mácula ou puro”, fala diretamente sobre a fidelidade
conjugal. Infelizmente, muitos acabam interpretando este texto sob uma ótica
legalista, e com isto desenvolvem o conceito de que o “sexo” deve ser “santo”,
mas na pratica essa santidade consiste em conotar como pecaminosa qualquer
prática sexual que não esteja relacionada à fecundação. Com isto, muitos
casamentos se deterioram já que o sexo passa a ser encarado pelos cônjuges como
uma “obrigação”, tornando a relação sexual em um ato pesaroso, capaz até mesmo
de provocar repulsa e promover culpa. A Bíblia, em nenhum momento condena o
prazer sexual dentro do casamento, pelo contrário, ela o apresenta como um
presente do criador, que ao presenciar a relação macho e fêmea testificou que
aquilo “era muito bom”.
Em I Coríntios 7:3, Paulo aconselha aos casais que nunca privem
seu cônjuge do prazer sexual, e em Provérbios 5:18-19, é recomendado que “o
homem se alegre com a mulher de sua mocidade (virgindade), que em todo o tempo
seja inebriado pelos seios dela e que constantemente se extasie com o seu
amor”. E obviamente, aqui, a
recíproca também é verdadeira. Em Gênesis 26:8, encontramos mais uma evidência
do conceito bíblico para o sexo conjugal. Quando Isaque peregrinou por
Gerar, temendo represálias dos moradores locais, mentiu que Rebeca era sua
irmã. Isso despertou o interesse do rei Abmeleque para aquela mulher, que
decidiu sonda-la pela janela do quarto. Mas para sua surpresa, presenciou a
intimidade do casal, que de acordo com o texto, estavam “brincando”, ou em
outras palavras, “se divertindo durante a ato sexual” (versão sociedade bíblica
britânica).
Porém, mesmo os cristãos mais liberais entre quatro paredes, ainda
são incomodados pela dúvida de quais são os limites do sexo no casamento.
Obviamente, esta é uma questão de cunho pessoal, e os parâmetros sobre o que
“pode” ou “não pode”, varia de casal para casa, sendo necessário um diálogo
efetivo e sincero, para que ambos exponham seus necessidades e limites, afim de
chegar a um sendo satisfatório para os dois lados. Para ser abençoado, o sexo
precisa ser benéfico para ambos os cônjuges, e qualquer ato que provoque mágoa,
culpa ou constrangimento a um deles, deve ser sumariamente abolido. Um excelente
exercício para os casais que desejam levar a “Bíblia” para a “cama” é a leitura
conjunta e sistemática de Cantares. Este livro gerou muitas controvérsias na
história do cristianismo, pois muitos se negavam a aceitar sua espiritualidade,
mas hoje já se entende a importância da obra dentro do cânone sagrado. Cantares
de Salomão foi escrito por alguém que amava e era amado, falando explicitamente
de amor, companheirismo, sexo, romance e poesia. Muitos terapeutas cristãos
aconselham que a leitura conjunta seja realizada da seguinte forma:
Crie uma tabela, associando as metáforas usadas no poema, com os
elementos reais a que se refere (Por
exemplo, no capítulo 7, Palmeira = corpo / cacho de uva = seios, / vinho =
boca). Depois, realize a
leitura substituindo a linguagem figurada pela literal, e assim, aprenda a
desfrutar de todo o prazer que o sexo pode fornecer, sem fugir das diretrizes
bíblicas: “Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e então os
teus seios serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o
das maçãs” Cânticos 7:8.
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