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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Uma mulher sábia e sua serva corajosa


Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o Senhor dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso. Ora, tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina, que passou a servir à mulher de Naamã. Um dia ela disse à sua senhora: "Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra" (II Reis 5:1-3)


Pouco sabemos sobre estas duas mulheres, apenas que uma era a devotada esposa de Naamã e que a outra não passava de uma serviçal com origem israelita e pouca idade. Mas existe aqui uma lição valiosa sobre nunca negar quem na verdade somos. Não existem maiores detalhes sobre a menina deportada, mas o texto evidencia que ela conhecia muito bem a sua história, sua gente e o local de sua origem. Da cozinha daquela grande casa, ela podia acompanhar o sofrimento de seus senhores devido a doença de Naamã, observava o vai e vem dos médicos com diagnósticos cada vez mais pessimistas e os momentos de fraqueza daquele que era um herói nacional. Segundo a Bíblia, embora não fosse um servo do Deus Verdadeiro, Naamã era um homem bom e íntegro e isso comoveu o coração daquela menina, que se sentia impelida a fazer algo em favor de seu patrão e sabia como ajudar. Porém, sua posição de serviço não lhe proporcionava voz ativa naquela casa, e o fato de se manter calada era uma garantia de evitar se envolve-se em problemas futuros.

E agora? Omitir-se e ficar na zona de conforto ou expor-se perigosamente para ajudar o próximo? Aquela menina escolheu o caminho que poderia lhe trazer consequências terríveis em caso de engodo, e reportando-se a sua senhora, garantiu que em Samaria, havia um profeta que poderia curar seu marido. A esposa de Naamã entra nesta história na exata posição descrita em Provérbios 14:1: “A mulher sábia edifica o seu lar”, e se apressa em anunciar as boas novas. Embora suas esperanças tenham sido castigadas por decepções e suas forças para lutar cada dia estejam mais escassas, aquela mulher decide agarrar-se a um novo fio de fé e encoraja seu marido a buscar ajuda no lugar mais improvável: uma cidade subjulgada. Mas o que levou a esposa do general Naamã a confiar tão cegamente nas palavras de uma criança? O pragmatismo dirá que foi o desespero, porém há uma possibilidade que melhor se enquadra nesta história: TESTEMUNHO.
A mulher acreditou na menina, pois as palavras daquela pequena serva eram dignas de confiança. Sua postura como israelita, mesmo em uma terra estrangeira não passava despercebida, ao ponto da “primeira dama” de um dos maiores exércitos daquele tempo ter certeza absoluta que a menina sabia exatamente o que estava falando. Falar com propriedade. Crer no que prega. Viver a própria mensagem. Esse é o segredo dos maiores ganhadores de alma. As vezes o que somos grita tão alto que nossas palavras são abafadas e nosso testemunho se torna a essência de nossa mensagem, afinal como já dizia Agostinho: "Pregue o Evangelho, se precisar use palavras".




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