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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Porque Deus interrompeu a construção da Torre de Babel?

Quando Ninrode arquitetou o projeto mais audacioso da história da humanidade, ao tentar construir uma torre que alcançasse os céus, e assim, se tornasse um refúgio seguro caso um novo dilúvio fosse enviado sobre a terra, todos os homens de sua geração prontamente atenderam ao chamado. 
 
Apesar da complexidade daquela empreitada, a obra prosperou vertiginosamente, pois todos estavam “unidos” e “falavam uma só língua”. 
 
Os construtores desenvolveram técnicas especiais para queimar os tijolos afim de lhe dar maior resistência, e utilizavam o piche como liga entre eles, dando condições para que as imensas fileiras de tijolos se sustentassem uma sobre as outras. O campo de trabalho era próspero e o povo esforçado, tanto que o próprio Deus decidiu visitar o “canteiro de obras”.

O relato de Gênesis 11:6 expressa a admiração do Criador pela organização dos construtores, sendo que o próprio Deus testifica que se assim continuassem, em breve, não haveria limites para o que os homens pudessem fazer. Exatamente por isso, uma reunião é convocada nos céus, afim de avaliar o portentoso empreendimento, e uma questão importante é trazida para a pauta central.  Tudo está indo muito bem, a obra prospera, o povo é unido e se comunica com perfeição, “mas a motivação” esta deturpada. A intenção de Ninrode com a construção da gigantesca torre era “ajuntar os homens em um único lugar” e “engrandecer o seu próprio nome”. Os homens se esqueceram completamente do nome de “Deus” e agora almejavam perpetrar seus próprios nomes na história. Ao intentar “reunir” os homens em uma única cidade, Ninrode contrariava a ordem divina de multiplicar e “encher” a Terra (Gênesis 1:28). O povo trabalhava corretamente, mas a “MOTIVAÇÃO” estava errada. Assim, conhecendo a força de uma motivação enraizada profundamente no coração humano, Deus decide intervir, e confunde a língua dos homens, e sem poder se comunicar entre si, os construtores não tiveram outra opção a não ser interromper a construção, e cada família se viu obrigada a migrar para regiões diferentes da terra.

Infelizmente, muitos homens têm construído verdadeiros “impérios”, fazendo uso indevido da Palavra de Deus. Interpretam a Bíblia ao bel prazer, aplicando textos isolados como regras de fé para justificar seus engôdos doutrinários. Muitos homens têm se colocado acima do próprio Cristo, com muitas denominações tendo como seu estandarte um líder religioso e não mais o Salvador Ressurreto. Obras megalomaníacas ofuscam a simplicidade do Evangelho. Rituais abolidos pelo próprio Cristo são trazidos de volta com intenções puramente comerciais. A fé do povo tem sido tratada como moeda de troca e milagres são barganhados por bens materiais. Homens amantes de si mesmo, que por puro hedonismo e interesse pessoal são verdadeiros “profissionais” da fé, e com isso, pastores se tornam animadores de plateias e levitas são elevados a status de ídolos. Obviamente, quando isto acontece, a Bíblia é posta no centro de um cabo de guerra de intenções escusas. Nestes casos, a motivação está claramente deturpada, sendo lapidada pelos mesmos falsos profetas que Jesus nos alertou que estariam em nosso meio (Mateus 24:11).
 
Se tem uma lição que Babel nos ensinou, é que quando as motivações estão deturpadas, a obra pode até prosperar, mas um dia, essa ostentação se transformará em ruína. O orgulho humano precede a queda e a avareza é um anuncio antecipado da miséria. Que possamos voltar ao Evangelho puro e simples que Jesus nos ensinou, onde o amor é o maior mandamento e corações limpos são cartões de visita para o trono de Deus. Onde os valores são medidos pela voluntariedade e não por cifras monetárias. Onde o que somos testifica do Evangelho e não apenas o que temos. Um Evangelho onde Cristo seja o centro e homens sejam apenas servos. Um Evangelho onde a Bíblia seja amada, lida e meditada com fervor e paixão, e não garimpada descompromissadamente, apenas em busca de argumentos que justifiquem as motivações libidinosas de homens que se comprometem apenas com o próprio ego.
 

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