Texto
Áureo
Atos 28:3
E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides e pondo-as no fogo,
uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão.
Verdade
Aplicada
Não existe investida diabólica que não se revele diante do fogo
produzido por Deus ou que possa frear um crente cheio do Espírito Santo.
Textos de
Referência
Atos
28.5-8
Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não padeceu nenhum mal.
E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas
tendo esperado já muito e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de
parecer, diziam que era um deus.
E ali, próximo daquele mesmo lugar, havia umas herdades que pertenciam
ao principal da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou
benignamente por três dias.
E aconteceu estar de cama enfermo de febres e disenteria o pai de
Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o curou.
Apenas destroços
Quando
Paulo embarcou para seu julgamento em Roma, tudo parecia maravilhosamente bem.
Embora fosse um “prisioneiro”, o apóstolo se sentia honrado desta condição,
pois o desejo de evangelizar as nações era o combustível de sua vida, e se
aquele era o jeito de falar de Jesus aos romanos, ele estava feliz e realizado
(II Timóteo 3:16 / Efésios 3:1). Paulo zarpou de Cesaréia sob a custódia do
centurião Júlio, onde se estabeleceu uma simpatia reciproca. Entre os
companheiros de viagem também estavam seus amigos Lucas e Aristarco, mantendo o
apostolo num ambiente quase familiar. Ao
chegarem em Sidom, foi permitido a Paulo que visitasse alguns cristãos da
cidade, dos quais recebeu muito carinho e algumas provisões. A viagem prosseguiu por Chipre, Cilicia,
Panfília e Lícia. Nesta última parada, Júlio achou por bem transferir seus
passageiros para um navio cargueiro que ia para a Itália, abarrotado de trigo. A partir
daí, a viagem começou a ficar bem complicada, já que o navio cruzou a rota de
um vendaval, e a intensidade dos ventos limitava drasticamente a velocidade do
navio. Quase se arrastando, a embarcação é direcionada para a costa de Creta,
onde usa a ilha como um escudo contra o vendaval. Dali, eles conseguem aportar
em uma cidade receptiva, com um novo bem promissor: Bons Portos. Mas este seria
o último alento da viagem. Antes de zarparem da cidade, uma reunião é realizada
para decidir a viabilidade da jornada, já que aquela não era uma estação propícia
para se lançar em alto mar. Entre os consultados está o próprio Paulo, que se
dirigindo aos responsáveis pela viagem advertiu: - Senhores, vejo que esta viagem
será muito trabalhosa, com danos e prejuízos, não apenas da carga e da
embarcação, mas também de nossas própria vidas (Atos 27:10).
Como
aquela seria uma longa viagem, o centurião Júlio deu mais crédito as palavras
do piloto e do mestre do navio, que insistiram para que a viagem fosse retomada
com imediatismo, pois queriam chegar ao porto de Fênix antes que o inverno
agitasse permanentemente o mar. Aproveitando-se da calma momentânea das águas,
a tribulação se lança ao mar rapidamente, e tudo parecia estar indo muito bem,
até que a embarcação foi apanhada pela fúria do tufão “Euro-Aquilão” vindo do
nordeste de Creta. Com o navio sendo açoitado pelas ondas e arrastado sem
direção pelo vento, logo a tripulação percebe que a embarcação não é párea para
a natureza. Afim de aliviar o peso do barco, eles começam a se desfazer das
cargas, e para não ficarem ao sabor dos ventos, se livraram da armação do
velame do navio. Durante dias nenhum daqueles homens viu o sol e nem as
estrelas, e desencorajados, deixaram de se alimentar, perdendo por completa as
esperanças. Paulo descobriu que os tripulantes do navio tramavam abandonar o
barco em um bote, deixando os “prisioneiros” para traz. Imediatamente comunicou
o fato a Júlio, que tomou medidas disciplinares para que todos trabalhassem em
conjunto. No 14º dia de tormenta, Paulo insistiu para que todos se
alimentassem, pois, o navio se perderia, mas as pessoas seriam salvas (Atos
27:21-26).
Após a
refeição, os homens avistaram uma praia, e se livrando do resto da comida para
aliviar a embarcação, tentaram levar o já fragilizado barco rumo a terra seca.
Porém, no meio do caminho, o navio se chocou com um recife, encravando a quilha
na areia. Com o impacto, a embarcação se desfragmentou, sendo varrida pelas
ondas. Como era usual entre a guarda romana, os soldados decidiram assassinar
seus prisioneiros para que não houvesse fuga, porém, Paulo intercedeu. Júlio
então ordenou que todos se agarrassem em alguma parte dos destroços, para que
pudessem chegar a praia nadando. Para surpresa geral, todos alcançaram a terra
firme com vida. Nestas situações, muitos se perguntam o porquê Deus tira nossos
pés do navio e põem em nossas mãos apenas uma parte dos destroços. Simples... É
que o “NAVIO” afunda, mas os “DESTROÇOS” não. São eles que te levarão até a
praia. Deus tem seus meios de trabalhar e não cabe a nós entende-los, mas sim
vive-lo. Se houver naufrágio, se agarre ao destroço, nade como nunca e siga o
fluxo das águas... Deus conhece a geografia do mar, e sempre haverá uma praia
por perto.
Uma víbora
em meio ao fogo
A experiência do naufrágio havia sido extremamente traumática e
descansar era tudo o que aqueles homens precisavam e antes de prosseguir a
viagem. Estava escuro e frio e o apóstolo resolveu acrescentar lenha na
fogueira. Muito pior do que a situação que vivemos pode ser a interpretação que
as pessoas têm ao nosso respeito. Paulo viajava como um prisioneiro, já havia
sido injustiçado pelos judeus, havia passado por julgamentos e acusações,
encarou uma tremenda tempestade, sobreviveu a mais um naufrágio e agora uma
víbora se agarra à sua mão (Atos 28:4). A vida de Paulo passa por uma cadeia de
eventos que parece não terminar. Agora, em Malta, uma víbora se agarra em sua
mão (Atos 28:3). Existem momentos que devemos escolher entre lamentar ou agir,
esperar que a tela da provação se feche ou sacudirmos as mãos. Na interpretação
das pessoas, alguma maldição estava sob a vida de Paulo. Mas ele não se deixou
levar nem pela víbora, nem pela opinião alheia. Existem palavras que nos
paralisam e nessas horas é importante não somente sacudir as mãos, como também
a mente (Romanos 12:1-2). A atitude correta e a esperança (Romanos 4:18 / Colossenses
1:23 / I Tessalonicenses 5:8). Não importa quantas víboras se prendam à nossa
mão, Deus não nos chamou para sermos consumidos pelas víboras da desesperança e
da dúvida, mas para sacudi-las no fogo. Paulo e os que viajavam no barco foram
lançados sobre a ilha de Malta. Ngrego se chama “barbaroiaos” – maltenhos; mas
para os gregos os bárbaros eram pessoas que diziam “barbar”, o que significa
que falavam uma linguagem estrangeira incompreensível e não a flexível e bela
língua grega. Estamos mais perto do significado quando simplesmente os chamamos
de nativos. Mostre para eles que o navio em que Paulo viajava foi obrigado a
irem em direção ao sul, de Cnido até o sul de Creta. Em vista da direção
predominante dos ventos naquela tempestade, é pouco provável que o navio tenha
então dado meia-volta e navegado em direção ao norte até Mljet ou a ilha perto
de Corfu. Assim, é mais provável que a localização de Malta fosse bem mais ao
oeste. Isso faz da ilha de Malta, ao sul da Sicília, o local mais provável do
naufrágio.
Os bárbaros foram solidários com os sobreviventes do naufrágio (Atos 28:2).
Por causa do frio e da chuva, eles foram se aquecer diante da fogueira e Paulo
juntou alguns gravetos secos para lançar no fogo já existente. Então, para
fugir do “calor”, a víbora se revelou de onde estava camuflada (Atos 28:3). O
texto é claro: “o fogo” revelou onde estava a víbora. Se desejarmos de todo o
coração um avivamento em nosso tempo, vamos ficar surpresos em ver a atuação de
Satanás em lugares e vidas aparentemente normais. O fogo tem como
característica iluminar e tudo o que estiver acobertado pelas trevas há de se
declarar (Daniel 2:22 / I Coríntios 3:13 / Efésios 5:13). Os habitantes de
Malta conheciam muito bem o poder do veneno da víbora. Eles tinham plena
convicção de que Paulo iria morrer, porém nada lhe aconteceu. Eles esperavam que
o veneno deformasse a Paulo e que ele fosse afastado pelo inchaço. Há pessoas
assim em nossa sociedade. Pessoas deformadas no afeto, no ciúme, na alma
complexo de inferioridade, pessoas deformadas nos princípios e distante de
Deus. Reforce para eles que o fogo de Deus queima este veneno e pode
restabelecer vidas e restaurar conceitos morais até então perdidos e
esquecidos. O apóstolo Paulo levou a víbora até o fogo. Façamos como ele e
levemos as víboras que nos atacam a presença do fogo do Espírito Santo de Deus.
De uma coisa devemos ter certeza: Satanás não suporta o fogo; e nós temos em
nossas vidas o fogo do Espírito Santo de Deus.
Todos esperavam que Paulo morresse, mas ele de modo simples sacudiu a
víbora na fogueira e agiu como se nada houvesse acontecido (Atos 29:4-5). De
repente, viram que Paulo já não era mais uma maldição e passaram a compará-lo
com um “deus” (Atos 29.6). Em nossa vida, sempre haverá fases que irão nos
marcar e depende de nós deixarmos que as situações nos afoguem ou nos impulsionem
a seguir em frente (Filipenses 3:12-13). Estar nas mãos de Jesus é sempre ir
além do essencial (Filipenses 4:12). Não podemos ser parados pelo que pensam ou
acham de nós. Muitos não entendem como Deus está agindo conosco e traçam um
perfil de acordo com o que veem. Para uns somos malditos, para outros somos
deuses, mas o que importa, na verdade, é o que somos para Deus e o que Ele é
para nós. A cada passo de nossa vida, Deus vai montando a nossa história. Se
juntarmos tudo o que já vivemos, vamos observar que grande parte do que somos
foi gerado através de cada circunstância vivida. Deus nos dá a informação à
medida que vamos passando por cada fase da vida. O perigo reside em pular essas
fases (I Coríntios 8:2).
A Ilha de Malta
Quando
Paulo anunciou aos companheiros de viagem que a embarcação fatalmente se
perderia, também revelou que por trás do naufrágio estava estrategicamente
delineado um grande propósito: É
necessário que cheguemos a uma ilha. É interessante observar que sem os
velames do navio, não é possível direcionar uma embarcação, e, portanto, é
correto concluir que Deus tirou a direção de mãos humanas e tratou Dele mesmo
conduzir o barco pela rota traçada nos céus. Uma vez que confirmaram o fato de
todos terem chagados vivos na praia, os homens logo buscaram saber onde
estavam. Não demorou a descobrirem que estavam numa ilha chamada Malta,
habitada por um povo bárbaro, assim classificado por possuir um dialeto
próprio, diferente do grego. Certamente aquela era uma terra renegada, onde o
evangelho de Cristo teria muita dificuldade para entrar, não fosse o
providencial naufrágio de um barco com alguns missionários dentro. É
maravilhoso contemplar a cada página da Bíblia como Deus tem um plano
meticuloso e perfeito, afim de que todos os homens se salvem (João 3:16). Deus
se importava com as almas “bárbaras” de Malta, mesmo que a elite religiosa
judaico-cristã a ignorasse por completo. Afim de alcançar esses “filhos”
amados, Deus simplesmente leva até suas portas o maior missionário de todos os
tempos! E para surpresa geral, ele é recebido entre os nativos com cordialidade
e muito carinho.
Quem
milita na obra do Senhor, e se sujeita a vontade de Deus (mesmo que isso
signifique naufragar), sempre enfrentará a fúria do inimigo. Para Paulo, ela se
manifesta na forma de uma serpente mortífera, temida pelos moradores locais,
que furtivamente escondida entre os galhos secos, ataca a mão do apóstolo, que
mais uma vez estava sendo usada em prol do próximo. Não é possível definir
exatamente qual a espécie do animal que atacou Paulo, pois o evangelista a
relata apenas como “víbora”. Até hoje, a
ciência herpetofaunística já
identificou mais de 200 tipos de víboras, sendo que a mais conhecida entre os
brasileiros é a cascavel. Essas serpentes não tem o hábito de caçar, preferindo
ficar escondida, espreitando a vítima, aguardando o momento oportuno para dar o
bote. Ao picar, seus dentes curvados, (que chegam a encostar-se ao céu da boca
do animal), adentram a pele inoculando um veneno mortal na corrente sanguínea,
fazendo com que a maioria das vítimas venha a obto ainda no local.
A
víbora que atacou Paulo era tão venenosa, que os habitantes de Malta,
conhecedores dos efeitos de sua picada, ao verem as algemas nas mãos do apóstolo,
julgaram que Paulo era um “assassino” por receber tamanha punição. Então,
esperaram para vê-lo “inchar e morrer”. Nada disso aconteceu. Paulo
simplesmente a jogou no fogo, mais uma vez transformando a expectativa da morte
terrena em esperança de vida eterna. Aos servos do Senhor, as melhores
oportunidades vão aparecer habilmente disfarçadas em problemas insolúveis e
dificuldades insuperáveis. Precisamos aprender a transformar tragédias em
oportunidades, finais em recomeços e ensinar as pessoas a lição mais importante
que já aprendemos... A porta de saída deste ciclo de caos e a mesma que dá
entrada a um novo mundo de oportunidades: JESUS CRISTO!
As declarações do Fogo
Os bárbaros eram politeístas e a “justiça” a quem se referem estava
personificada na deusa “Dike” que segundo suas crenças, intervia para castigar
os malfeitores (Atos 28.4). Paulo estava dentro do propósito divino e as
circunstâncias lhe criaram possibilidades para atuar em nome do Senhor. Traçando
aqui um paralelo da vida espiritual, entendemos que estar “seco” é estar sem
vida (Ezequiel 37:11 / Marcos 11:12-14 / 20.21). Observemos que a fogueira já
estava acesa e Paulo conduzia gravetos secos para adicioná-los ao fogo e este
aumentar (Atos 28:2). A víbora entre os gravetos secos é um símbolo da ação de
Satanás numa vida sem frutos e sem comunhão (Provérbios 30:19). Quando essa
vida é levada ao fogo da presença de Deus, o calor do Espírito Santo gera o
incômodo, fazendo com que o inimigo se manifeste e parta em retirada. A unção
que estava sobre a vida de Paulo era mais forte que o veneno da serpente e
assim também acontece com todo aquele que está cheio do poder do Espírito Santo
(Lucas 10:19 / Marcos 16:17 / Efésios 6:16).
O fogo é purificador. Quando a presença de Deus entra em ação, os demônios se
agitam e o local fica pronto para ser preenchido e habitado pelo Senhor (Marcos
10:17 / Lucas 9:42). Isso acontece porque os demônios agem ilegalmente e não
subsistem diante da verdade.
O fato de a víbora abocanhar a mão de Paulo nos ensina como Satanás
tenta nos frear, inutilizando nossas ferramentas de trabalho que, neste caso,
eram as mãos de Paulo (II Corintios 10:4 / Atos 28:3). A mordida não aconteceu somente pelo
fato da víbora fugir do fogo, foi um golpe de retaliação, um último golpe antes
da derrota. Em vários casos de libertação e batalha espiritual, a retaliação é
certa, por isso devemos estar preparados como Paulo que não se importando com a
víbora, de pronto a lançou no fogo, que é o seu lugar (Mateus 25:41 / Apocalipse
20:10). O propósito de Deus era usar Paulo para encorajar e abençoar outras
pessoas em ocasiões de dificuldade. Nós tambem podemos também encorajar e levar
bênçãos a pessoas que estão angustiadas e doentes. Podemos servir a Deus por
meio de palavras e atos que animem outras pessoas. Para isso, devemos estar
preparados contra as investidas do maligno, que tenta, inutilmente, parar o
Corpo e o avanço do Reino de Deus.
Paulo não permitiu que a rejeição e a crítica frustrassem os projetos de
Deus em sua vida. Públio, o chefe da ilha de malta, era o principal
representante romano dessa ilha. Seu pai estava doente e Paulo teve a
oportunidade de exercitar seu dom de curar e levar-lhe o consolo. Após serem
informados acerca do milagre, os demais moradores da ilha que estavam doentes
também vieram e foram curados pelas mãos de Paulo (Atos 28:9). A víbora foi uma
arma usada por Satanás para tirar Paulo de seu caminho. A tempestade não afogou
o apóstolo, mas quem sabe cairia numa armadilha escondida. Como cristãos,
devemos estar sempre alertas, pois a serpente ou o leão podem nos atacar (II Coríntios
11:3; I Pedro 5:8). Também devemos lembrar sempre que estamos sendo observados
e usar essas oportunidades para engrandecer o nome de Cristo.
Sinais, prodígios e maravilhas
Quando
Jesus comissionou seus discípulos, também lhes concedeu autoridade para em seu
nome, realizarem obras portentosas, tais como expulsar demônios, curar enfermos
e pegar com as mãos em serpentes e escorpiões (Mateus 16:17). Estes sinais,
além de serem uma prova incontestável de nossa fé, tem a capacidade de impactar
profundamente suas testemunhas oculares. Em Malta, Paulo fez valer seus dons a
fim de testificar do grande poder de Jesus Cristo, vencendo um naufrágio,
sobrevivendo ao ataque de uma víbora e ministrando cura e libertação aos
nativos. A igreja primitiva,
estabelecida em Cristo, se solidificou através da mensagem do Salvador
Ressurreto, de obras caridosas e em decorrência da atuação miraculoso dos
cristãos, que em nome de seu mestre, impactaram toda aquela geração com a
realização de muitos milagres, curando uma infinidade de pessoas. Podemos definir os dons de cura dados à igreja
como sendo a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo do homem livrando o de
todo tipo de enfermidade, sem que seja necessária a intervenção de recursos
humanos. Precisamos entender, porém, que embora a cura de nossas mazelas e
dores seja uma promessa bíblica (Isaías 53-3), existem algumas enfermidades que
tem um propósito específico em nossas vidas e por este motivo “não” serão
curadas até que cumpram seu desígnio sobre nós (II Coríntios 12:7-8). Por outro
lado, não é vergonha alguma ao cristão procurar a medicina humana para tratar
de suas enfermidades, pois a mesma tem sua utilidade reconhecida pela Bíblia
(Mateus 9:12). Mas, forando a exceção aqui citada, toda e qualquer enfermidade
pode sim ser curada através da fé, pois a ausência de fé impede a realização de
um milagre.
Além dos
dons de curar, que possuem o mesmo efeito sobre uma simples dor de cabeça ou um
câncer terminal, a igreja do Senhor também esta apta a realizar o que Paulo
chamou de “operações de maravilhas”, que podem sim, igualar-se a feitos
neo-testamentários. Eventos deste porte (mar aberto, chuva de saraiva, água
transformada em sangue, pão caindo do céu) excedem em muito os impactos
causados pela cura de um enfermo, pois tem abrangência em grandes massas e não
apenas em indivíduos. Por trás destes impactantes eventos, temos sempre um
homem cheio do Espírito Santo que dá a voz de comando para que tais feitos
portentosos aconteçam. Embora muitos acreditem que feitos tão grandiosos não
tenham lugar no mundo de hoje, devemos nos lembrar que o homem capaz de
ressuscitar mortos e transformar água em vinho declarou que “aquele que crê em
mim também fará as obras que faço e as fará moires do que estas... (João
14:12)” Podemos portanto afirmar que os grandes sinais são raros em nosso
tempo, mas não estão extintos. Mas que
uma Operação de Maravilhas aconteça, faz-se necessário que um propósito
específico exista, pois milagre sem propósito não passa de show de mágica.
Um milagre
pode ser definido como uma intervenção sobrenatural no curso usual da natureza
ou uma suspensão temporária da ordem costumeira através da intervenção do
Espírito Santo, ou seja, toda manifestação espiritual através dos DONS pode ser
considerado um milagre. Mas o DOM específico de OPERAÇÃO DE MARAVILHAS, que
pode também ser chamado de OPERAÇÃO DE MILAGRES ou OPERAÇÃO DE PODERES, e que
no original grego significa “explosões de onipotência”, tem como propósito
demonstrar o poder e a grandeza de Deus de forma inquestionável, a ponto de “estontear”
quem o testemunha, e é o único DOM que leva o indivíduo que o recebe a
participar de uma pequenina parcela do poder de Deus, o mesmo poder usado na
criação do mundo. Devemos tomar muito cuidado para não supervalorizarmos o
milagre e usa-los como bússola para nortear nossa vida. Sinais e maravilhas são
meios que o Senhor usa para se manifestar ao seu povo, tendo como ferramenta as
mãos e a boca de alguns indivíduos agraciados, mas não são eles os parâmetros
indicativos para o desejo de Deus sobre nós. Logo não podemos nos tornar
“reféns” dos milagres, buscando desesperadamente alguém que os realize e nem
mudar nossa postura cristã quando um milagre não acontece. Nossa vida deve ser
lapidada, regida e conduzida pela “PALAVRA” e não por manifestações
megalomaníacas de poder.
Avivamento e Provisões
A experiência nos ensina que as grandes provações são sinais de grandes
maravilhas por parte do nosso Deus. Após a batalha com a víbora, Paulo se torna
a esperança daqueles nativos e, como gratidão pela benção alcançada, eles tanto
honraram quanto supriram as necessidades do apóstolo (Atos 28:9-10). O Espírito
impulsionou Paulo até Malta e o que para muitos era uma grande provação, para
Deus era uma oportunidade de atuar com seu Servo. Paulo jamais chegaria lá se
não fosse a força dos ventos contrários (Atos 27:4). Não estava em seus planos
estar em Malta; seu alvo era Roma (Atos 23.11). Aquela víbora não mordeu outra
pessoa a não ser Paulo, foi sua ação que a revelou e por causa desse incidente
se desencadeou um avivamento e a glorificação do nome de Jesus. Existe alguém
dentro de nós que nos desafia a olhar além das circunstâncias e da víbora,
alguém mais poderoso que a tempestade e mais determinante que a víbora. Um Deus
pronto para entrar em ação, abrindo as janelas dos céus e derramando do Seu bom
tesouro para fazer prosperar a obra de nossas mãos. “O vento assopra onde quer,
e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo
aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8).
Adquirimos credibilidade quando nos conectamos com indivíduos e
mostramos um genuíno interesse em ajuda-los. Ao tocar os corações das pessoas
daquela ilha, Paulo e toda tripulação foram providos de suas necessidades (Atos
28:10). Olhe para suas mãos! Sacuda as mãos. O que tens nas mãos? Nada, porque
a tempestade arrebatou. Sacuda as mãos esteja pronto para ver o que Deus estará
pondo sobre elas. Mais importante que mãos cheias, é ver como Deus pode usar
essas mãos vazias e com cicatrizes para curar os enfermos, fazer milagres e
abraçar aqueles que necessitam de esperança (Romanos 4:18). É preciso entender
que Deus espera que sejamos os mesmos cristãos tanto em momentos de bonança
quanto em momentos de aflição! Explique para os alunos que, quando passamos
fiéis pela adversidade, Deus transformará o agente da adversidade em agente de
honra em nossa vida! Mostre para eles que o texto de Atos 28.10 ilustra bem
essa verdade na vida do apóstolo Paulo: “os quais nos distinguiram com muitas
honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram a bordo tudo o que era
necessário”.
No momento em que as pessoas viram a víbora agarrada à mão de Paulo,
elas tiraram suas próprias conclusões, interpretando de forma errônea aquela
situação. Se nesse exato momento Paulo estivesse cônscio de sua missão e firme
na fé, os comentários poderiam alterar sua situação. Por que Paulo sacudiu a
víbora no fogo? Porque sabia em quem podia confiar. Quando confiamos em Deus e
nos mantemos fiéis à sua Palavra, Ele transforma a vergonha em honra e escassez
em abundância (Isaías 61:3 / Atos 28:10).
A vontade do inimigo é tirar nossa credibilidade. O seu desejo é nos fazer
pensar que Deus nos abandonou e que não existe nada ou ninguém que possa nos
ajudar. Façamos como Paulo, lancemos não somente esse pensamento, mas também a
própria víbora no fogo. Nada nos acontecerá até que Deus faça conosco o que
determinou fazer. O que vai motivar isso é nossa atitude diante de cada nova
etapa com a qual nos depararmos. Vamos sacudir as mãos, lançar a víbora no fogo
e caminhar com firmeza até a próxima fase de nossas vidas.
Participe da EBD deste domingo, 27/09/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento
Lição 13
Lição 13
Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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