Moisés é sem dúvidas um
dos homens mais valorosos de toda a história. Sua vida é contada em versos e
prosas, analisada, discutida e recontada em milhares de livros, dezenas de
filmes e inúmeras canções. Muito temos que aprender com ele, e seu legado deixado
para a humanidade serve de referencial para quem deseja uma vida de intimidade
com Deus. Moisés foi rei, profeta e sacerdote de sua gente, viveu cada página
da história que Deus lhe escreveu com muita dignidade e comprometimento. Sua
liderança é historicamente apontada como um modelo de gestão eficiente e
produtiva, já que mesmo com os desvios ocorridos no deserto em decorrência dos
pecados de Israel, a nação que chega as margens do Jordão é maior do que a
saída do Egito. Mas um aspecto bem específico na vida de Moisés é sua postura
diante do maior imprevisto que um homem pode enfrentar: o NÃO de
DEUS.
Nossas orações, por mais
sinceras que sejam, sempre estão carregadas de pedidos e solicitações, sejam em
causa própria ou intercessoras por pessoas a nossa volta, e sempre tencionamos
uma resposta positiva do Senhor. Ainda que oremos pedindo para que “seja feita
sua vontade”, no íntimo de nossa alma, estamos esperançosos que nosso Pai
conceda milimetricamente os desejos de nosso coração. É claro que tal
pensamento não é errôneo, já que o próprio Jesus nos ensinou que é preciso
pedir para receber, procurar para encontrar e bater para a porta abrir (Lucas
11:9). Porém, é preciso entender que não são as nossas petições que nos tornam
crentes melhores, mas sim a nossa postura diante das respostas que recebemos.
Por vezes, Deus segura nossas mãos, olha profundamente em nossos olhos, e nos
presenteia com um belíssimo NÃO, inda que nossa própria vida dependesse do SIM.
É neste momento que nosso caráter espiritual é posto em prova, já que uma linha
tênue se estabelece entre a murmuração e o louvor. O que fazer quando Deus
retira de nós os nossos maiores sonhos?
Moisés falava com Deus
face a face. Dialoga com o Senhor de forma intima e pessoal, como nenhum outro
homem em toda a história. Foi através de suas petições que o Mar Vermelho se
abriu, vitórias impossíveis foram conquistas, comida superabundou no deserto e
a ira do Todo Poderoso se aplacou por diversas vezes. Mesmo assim, nem todas as
suas orações foram respondidas. Após o povo contender contra Moisés em Meribá e
pouco depois, já em Cades-Barnéia, menosprezar Canaã e desejar voltar ao Egito
por temer os atuais moradores da terra prometida, Deus decidiu que aquela
geração não entraria no Egito. Mais uma vez o grande líder tentou convencer o
Senhor a perdoar seu povo, porém recebeu uma das mais duras respostas já dadas
para uma oração: - Chega! Não me fale mais sobre este assunto! – Para
completar, Deus surpreende Moisés com uma notícia completamente inesperada: -
Sobe ao monte Pisga e observe toda a terra de Canaã... Contemple-a em toda a
sua extensão, pois você não pisará nela, se quer irá passar o Jordão... Prepara
Josué como teu sucessor, pois será ele, e não você que levará o povo a
conquistar a terra da promessa... (Deuteronômio 3:26-29)
Sem dúvidas, Moisés
sentiu o golpe. A morte não estava em seus planos. Ele havia dedicado anos a
fio no propósito de chegar a terra da promessa, mas agora, em decorrência de
seu erro em Meribá, o gosto desta vitória lhe será tirado. E como Moisés reage
diante desta “aparente” injustiça? Aceita humildemente a vontade do Senhor,
acelera o processo de preparação de Josué e trata de reunir o povo para
ensina-los a aprender com os erros cometidos por seus pais, e não perderem
bênçãos gloriosas no futuro. Um exemplo irrepreensível de conduta, fé e
caráter. Mas engana-se quem pensa que Deus deixou Moisés sem uma recompensa... Três
evangélicas narram uma das mais memoráveis histórias do Novo Testamento, quando
Jesus se transfigura em glória, e ali, na terra conquistada com tanto labor,
recebe a vista de dois “amigos” muito especiais para uma agradável conversa...
Um deles era Moisés!
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