O apóstolo Paulo
exorta os filhos à obediência aos pais, bem como os pais a não provocá-los a
ira, mas criá-los na disciplina e admoestação do Senhor (Efésios 6:1-4 /
Colossenses 3:20-21). A Bíblia refere-se ainda a esse assunto nos dez
mandamentos, dizendo que os filhos devem honrar a seus pais (Êxodo 20:12), e
faz questão de salientar que é o primeiro mandamento com promessa. Encontramos
várias outras referências nas Escrituras enfocando o assunto, as quais
contemplam a felicidade do lar, da família que teme a Deus e se compraz nos
seus mandamentos e referem-se aos filhos como herança do Senhor. Só no livro de
Provérbios, encontramos uma riqueza imensurável de ensinamentos que, aplicados
à família, são o suficiente para uma vida equilibrada e harmoniosa.
Quando um filho nasce,
seus pais têm a oportunidade de compreender com um pouco mais de propriedade o
amor do próprio Deus. Afinal, para aquele pequeno ser que acaba de chegar ao
mundo, é destinado todo o afeto e cuidados que seus progenitores são capazes de
gerar. Amor sacrificial, incondicional e irrestrito, externado em total
devoção, mesmo sem (na maioria das vezes) receber nada em troca, da mesma forma
que Deus age em nosso favor. Em Romanos 8:15, Paulo afirma que através do
Espírito somos adotados pelo próprio Deus e passamos a ter o direito de
chamá-lo “ABBA PAI”. Este termo, derivado do aramaico, conota intimidade na
relação paternal, podendo ser entendido como “meu pai” ou “paizinho”, e em sua
etimologia original remete a forma como uma criança pequena se refere ao seu
pai. Foi usado pelo próprio Jesus em algumas oportunidades (Marcos 14:36), já
que sua relação com o Deus Pai era vinculada em uma unidade perfeita e
imutável (João 17:10-11).
Deus deseja intimidade com sua “família” (Mateus 12:50), e ao nos criar sua semelhança, e depois nos conceder parte do seu tesouro particular em forma de “filhos”, transmite-nos a mensagem, que é este o mesmo relacionamento que espera existir entre nós e nossa preciosa herança (Salmo 127:3).
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