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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EBD - Compreendendo a Lei da Semeadura



Texto Áureo
Gálatas 6:7
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.

Verdade Aplicada
A diferença entre pessoas de sucesso e as outras é a percepção e a atitude que tomam diante daquilo que Deus coloca em suas mãos para administrar.


Textos de Referência
II Coríntios 9:8-11

E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda a boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.


Ação e Reação

É simplesmente impossível colher de onde não se plantou. Se nenhuma semente for lançada ao solo, nenhum fruto dali nascerá. Ninguém colherá laranjas em uma plantação de vagens, ou repolhos onde se plantou apenas cenouras. A lei da semeadura é simples e objetiva: é preciso plantar para colher, e só se colhera os frutos cujas sementes foram plantadas. Não há exceções quanto a essa regra e até mesmo as Escrituras salientam esta verdade: - Porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará (Gálatas 6:7). O Reino de Deus é uma terra muito fértil, onde cada semente plantada nasce em proporções abundantes. Independentemente do que escolhermos plantar, nos será devolvida em generosidade uma medida recalcada, sacudida e transbordante de tudo aquilo que se plantou (Lucas 6:38). Ao longo de nossa vida, o dia de amanhã será sempre uma incógnita, pois pouco (ou nada) podemos prever de nosso futuro ou destino enquanto vivente. O tempo que dedicamos na escolha das sementes que irão compor nosso alforje para a semeadura do “hoje”, e um raro momento onde se pode flertar com o próprio futuro. São as nossas decisões no presente que começam a lapidar a posteridade, nos dando a chance de optar por frutos doces ou amargos quando as eiras estiverem em flor. A colheita não reserva surpresas, pois apenas transforma em realidade nossos desejos externados. Não se pode escolher os frutos que serão colhidos, pois o poder da diversidade reside apenas nas sementes. Deus concedeu ao homem, ainda no princípio da criação, o privilégio do livre arbítrio, tornando-o um ser capaz de trilhar os próprios caminhos e seguir os anseios pessoais de sua alma. Mas esta liberdade esta recoberta de uma responsabilidade cujos efeitos perdurarão não apenas neste mundo, como ecoaram por toda a eternidade. Quando céus e terra deixarem de existir, estaremos exatamente no lugar que escolhermos em vida, e esta jornada começa quando a primeira semente toca o solo. Cada ação desencadeia uma reação.

Faz parte da índole divina respeitar piamente o livro arbítrio do homem, e, portanto, ainda que almeje intensamente se relacionar com sua mais preciosa criação, Deus espera pacientemente que o ser humano dê o primeiro passo em sua direção. A mais valiosa lição aprendida com a parábola do pródigo, é que toda vez que um filho afastado toma a decisão de retornar para casa, haverá um pai de prontidão bem ali na porta, o aguardando de coração aberto e sorriso largo. Mas uma decisão precisa ser tomada e uma ação obrigatoriamente tem de ser posta em pratica. Basta um passo consciente em direção a Deus para que Ele mova os céus e venha nos abraçar. Ter uma relação produtiva com Deus não passa por formulas mirabolantes e ideologias complexas. Pelo contrário, o andar com Deus exige apenas que as escolhas corretas sejam feitas, inda que o resultado imediato destas resoluções pareça desfavorável. O Evangelho não é um mar de rosas e nem imuniza o cristão contra tragédias, lágrimas e dores. Ele exige muita renúncia e autonegação e insere em nossa rotina cruzes pesadas, lobos agressivos e batalhas que nossos olhos se quer podem ver. Aceitar esta oferta espiritual é simples, e além de indicar uma terra boa para o plantio, ainda encherá nossas mãos com sementes de excelência superior. Mas a semeadura será longa, cansativa e sofrida, e logo, a grande questão a ser pesada na balança é se estamos dispostos a nos entregar de corpo e alma a este plantio. Afinal, Deus não tem prazer em quem retrocede (Hebreus 10:38)

O Salmo 126 retrata muito bem a realidade da semeadura e seus resultados futuros. Os judeus haviam amargado sete décadas numa terra estrangeira, tudo porque fizeram escolhas ruins no passado, plantando sementes de idolatria e desobediência, que resultaram numa colheita amarga de muito choro e solidão. Mas se não temos a opção de escolher os frutos da colheita atual, podemos optar por sementes diferenciadas para a próxima estação, e nas terras do exílio, o povo do Senhor pode vivenciar um avivamento espiritual forjado no fogo da dor. Ali, longes da pátria mãe, os judeus reacenderam sua esperança na chegada do Messias e voltaram a meditar nas escrituras como a muito tempo não faziam. Enquanto comiam do fruto rançoso, plantavam sementes adocicadas, regadas com as próprias lágrimas. A semeadura realizada sob a égide dos caldeus, foi colhida em liberdade. Nos séculos seguintes, os judeus subiram os degraus do tempo cantando a felicidade de voltar para casa, e como o Senhor restaurou a sorte de Sião, transformando o pesadelo em um sonho muito bom e real. Os lábios que se cerraram na Babilônia, agora cantavam hinos de louvor. O povo que outrora serviu de escárnio das nações, agora era testemunha das grandes coisas que o Senhor podia fazer. Vale a pena esperar no Senhor e confiar em sua fidelidade, pois “os que semeiam em lágrimas, segarão com alegria”. Quem leva a preciosa semente andando e chorando, voltará sem dúvidas com alegria, trazendo consigo os seus frutos!   


Comer ou plantar?

Todas as nossas ações no mundo físico têm repercussão no mundo espiritual. A lei do “dar” não está relacionada apenas com o aspecto financeiro, ela se relaciona a todas as áreas da nossa vida (Mateus 7:1- 2 / Lucas 6:37-38). Se desejarmos boas repercussões, devemos fazer boas ações. É evidente que esse princípio tem uma vida aplicação muito mais ampla em nossa vida, pois tudo o que fazemos é um investimento na carne ou no Espírito (Gálatas 6:7-8). Tudo o que investimos no Reino de Deus é comparado a uma semeadura e, muitas vezes, não semeamos porque não conhecemos a repercussão espiritual de uma semeadura (Lucas 12:21 / Mateus 19:21). Existem pessoas no Corpo de Cristo que reagem de diferentes maneiras diante de um elemento que Deus lhes dá. Alguns fazem a opção correta de plantar a semente, outros simplesmente a comem. Lamentavelmente, a grande maioria de cristãos ao redor do mundo conhece apenas a parte do cristianismo que destila provas e decepções por não saber discernir e fazer bom uso das coisas que Deus coloca em suas mãos. Mas qual seria o segredo dos vencedores, por que, não importa o que façam, parece que somente com sua presença as coisas mais impossíveis se tornam realidade? A diferença entre pessoas de sucesso e gente medíocre é a percepção e a atitude que tomam diante das coisas que Deus coloca em suas mãos para administrar. Merece ser destacado que é preciso orar, interceder, mas é preciso também agir. Esdras deveria chorar e lamentar pela situação do povo, mas deveria também agir (Esdras 10:4). Neemias orou bastante, mas também agiu (Neemias 4:9-16 / 13.25). “Eu quero colher, mas o que estou fazendo para que este sonho saia do mundo da abstração e concretize-se no real? ”

O ato dar se relaciona com um princípio de amor que redunda como gratidão pela graça recebida (II Coríntios 9:8). O dar como gratidão funciona bem, mas precisamos anexar a esse sentimento mais duas formas, que são: o dar como honra e o dar baseado na justiça de Deus (Provérbios 3:9-10 / II Coríntios 9:9-10). A honra não busca receber nada. Ela compensa a gratidão recebida e a justiça é o reconhecimento divino baseado em nossa atitude de crer naquilo que somente Ele pode fazer. Ofertar não é algo que fazemos, mas algo que somos. É um estilo de vida para o cristão que compreende a graça de Deus. Além disso, a graça de Deus enriquece o servo do Senhor, moral e espiritualmente, de modo que cresce em caráter cristão. Assim como temos leis físicas que governam o universo, Deus estabeleceu leis espirituais para governar as nossas vidas. Essas leis fazem com que todas as nossas ações no mundo físico tenham repercussão no mundo espiritual. A lei do “dar” não está relacionada apenas com o aspecto financeiro, ela se relaciona a todas as áreas da nossa vida (Mateus 7:1-2 / Lucas 6:37-38).

A justiça de Deus é simbolizada por uma balança onde as nossas obras são pesadas (Daniel 5:27). A balança tem dois lados. De um lado estão as nossas obras, do outro, o que Deus coloca para nos abençoar. Se colocarmos bastante de um lado, Deus se vê obrigado a colocar bastante do outro lado por causa da sua justiça (II Coríntios 9:10). Se colocarmos muito na balança das obras, Deus também não faz por menos (II Coríntios 9:6). Quem planta pouco colhe pouco. Nossas ações determinam a quantidade da colheita. O agricultor que planta muitas sementes terá maior probabilidade de colher uma safra abundante. O investidor que coloca uma grande soma de dinheiro no banco, sem dúvida, receberá mais dividendos.  Quanto mais investirmos na obra do Senhor, mais frutos teremos (Filipenses 4:10-20).


O Dízimo do Senhor

Dízimo é um tema relativamente simples, já que as poucas referências a ele no texto bíblico são bastante objetivas. Mas, infelizmente tem se  tornado uma questão complicada em decorrência das diversas interpretações criadas para justificar uma ou outra forma de transmitir a mesma mensagem.  Com isto, a questão do dízimo gera dificuldade e resistência em muitos círculos, já que em determinadas igrejas, o dízimo recebe excessiva ênfase e em outras, ele é ignorado. Certo é, que o dízimo e as ofertas deveriam ser uma alegria, uma bênção, e não motivo de discussão teológica, desgastes e intrigas.  No contexto do Velho Testamento, o dízimo era uma exigência da lei, já que todos os israelitas deveriam trazer ao Tabernáculo (posteriormente ao Templo), 10% de todo o fruto de seu trabalho e de tudo o que criassem, conforme referências encontradas em Levítico 27:30; Números 18:26; Deuteronômio 14:22; II Cônicas 31:5; Malaquias 3:8-10. Alguns estudiosos entendem o dízimo no Velho Testamento apenas como um método de taxação destinado a prover as necessidades dos sacerdotes e levitas, porém, a mais relevante e reveladora referência em relação ao dizimo é encontrada em Malaquias 3:10-12, onde numa época de escassez e miséria, em que as pessoas estavam mais preocupadas com o próprio bem estar do que com a casa de Deus, o Senhor brada do céu com a seguinte mensagem:  Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exército.

No Novo Testamento, em nenhum lugar é ordenado, e nem mesmo recomendado que os cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Porém se analisarmos o texto de Malaquias, veremos que a motivação original do dízimo continua tão atual quanto nos dias dos profetas, com a “igreja” ocupando o lugar do “templo/tabernáculo”. A reação de Deus à ação humana de dizimar é uma proteção espiritual sobre as finanças, e consequentemente, bênçãos materiais atreladas a prática da generosidade. Uma vez que no Novo Testamento não existe uma nova revelação sobre este princípio, é correto afirmar que os mesmos não foram alterados. Paulo afirma que os crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja, mas não há de fato no Novo Testamento, uma determinação sobre a porcentagem de ganhos que deva ser separada, sendo recomendado que esta oferta seja feita “conforme a sua prosperidade” (I Coríntios 16:1-2).

A igreja cristã, em geral, adotou os 10% do dízimo do Velho Testamento e a incorporou como um “mínimo recomendado” para o ofertar cristão. Entretanto, ninguém deve se sentir obrigado ou coagido com uma porcentagem pré-definida.  De acordo com a recomendação paulina, deve-se ofertar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Porém, é de total importância que o cristão torne o ato de dizimar em num hábito de sua vida eclesiástica, pois tal atitude gera bênçãos sobre suas finanças. É preciso orar é buscar sabedoria em Deus, para que o cristão desenvolva sua própria consciência em relação a sua participação nos dízimos e nas ofertas, pois esta é uma atitude que parte exclusivamente do indivíduo, sendo uma escolha de cada crente. São sementes. E que “cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Coríntios 9:7).


Princípios da contribuição
financeira

A contribuição financeira é um ato tão espiritual quanto pregar ou distribuir folhetos. Se semearmos de acordo com os princípios da graça, a semente se multiplicará e suprirá nossas necessidades. Analisemos a fonte de nossas bênçãos, o que Deus observa no ato da oferta e o princípio pelo qual Deus nos enriquece. No ato de “dar” ninguém ganha de Deus. Paulo afirma que Ele é quem dá semente ao que semeia (II Coríntios 9:6). Ele mesmo disse a Jó: “Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu” (Jó 41:11). Davi também sabia muito bem quem era a nossa fonte: “Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos” (I Crônicas 29:13b). Deus nunca precisou de oferta alguma de nossa parte, pelo contrário, Ele é quem primeiro semeia em nossas vidas para termos o que dar a Ele mesmo. E por que faz isso? Porque seu desejo é que sejamos supridos em todas as nossas necessidades e, tendo em abundância, outros sejam abençoados através de nossas vidas (II Coríntios 9:6-12). O texto bíblico de Êxodo 25.1-7 apresenta um modelo de oferta voluntária. Porém, olhando atentamente, veremos que no deserto o povo tinha o que dar ao Senhor. E por que tinham? Porque primeiro o Senhor lhes deu e depois pediu para que pudesse multiplica-los.

Deus estabeleceu o percentual da investidura em seu Reino (II Coríntios 9:6). Deus trabalha com quantidade, mas também exige qualidade. Muito se fala a respeito da oferta de Caim e Abel, mas, se observarmos bem, existem duas coisas que se destacaram na hora da entrega de ambos: Caim saiu em desvantagem porque ofereceu o fruto de uma terra amaldiçoada ao Senhor (Gêneses 3:17 / 4:3). No entanto, o quesito principal observado por Deus no ato da oferta foi a pureza do coração dos ofertantes (Gêneses 4:4-5 / I João 3:12). A qualidade do adorador pode anular a quantidade da oferta, pois esse é um princípio da justiça divina. Esclareça que o horizonte que o servo de Deus contempla vai bem adiante da sua aposentadoria. O cristão que tem sabedoria olha para a eternidade e trabalha pacientemente para colher nela os frutos do que tem semeado agora: “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5:7-8).

Na passagem de II Coríntios 9:11, o termo grego usado para expressar “Tudo” está na voz passiva. Significa que não atuamos, recebemos uma ação. Ou seja, não enriquecemos, somos enriquecidos. Esse é um princípio de justiça, porque se damos, Deus nos enriquece, e, em “tudo”. Isso não é teologia da prosperidade. É a Bíblia que está dizendo que Deus nos enriquece tanto no espiritual, quanto no material. Não há motivos para queixas. A resposta é que enquanto uns semeiam, outros comem a semente! Na casa de Deus existem esses dois tipos de pessoas e a pergunta é: qual deles somos nós? Sempre que somos tentados a nos esquecer deste princípio, devemos nos recordar de que Deus demonstrou para conosco generosidade suprema. “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? ” (Romanos 8:32). Explique para eles que, tanto em sua natureza quanto em sua graça, Deus é um doador generoso. Devemos seguir o exemplo divino aquele desejoso de ser piedoso.


Uma Cerimônia de Coroação

O profeta Zacarias foi levantado por Deus como um conselheiro dos judeus após os anos de exílio. A marca registrada deste mensageiro do Senhor foram as suas maravilhosas “visões” espirituais, que quando interpretadas corretamente, ainda revelam verdades gloriosas para cristãos de todos os tempos e lugares. Zacarias foi contemporâneo de Ageu, e profetizou num período onde os líderes mais expoentes da nação eram Esdras e Neemias, responsáveis por recolaram Israel num caminho de retorno aos mandamentos de Deus. Parte importante destes princípios era exatamente a generosidade para com a Casa do Senhor, através da entrega de dízimos e ofertas alçadas para manutenção do santuário e sustento dos levitas. Neste período, o sumo-sacerdote responsável pelos serviços do templo era Josué, personagem recorrente nas visões de Zacarias, representando o próprio Cristo que haveria de vir. Após uma série de oito visões miraculosas e interligadas, Deus ordena ao profeta para descer até as casas de Heldai, Tobias, Jedaías e Josias, todos recém repatriados, e ali pedir doações de ouro e prata. Com o material doado, ele deveria confeccionar algumas coroas. Em seguida, a ordem do Senhor era para que o profeta se dirigisse até o templo, onde então, uma após a outra, deveria colocar cada coroa na cabeça de Josué (Zacarias 6:9-15).

Apesar da discussão teológica em torno deste evento ser acalorada em algumas “rodas”, é comum o entendimento da tipologia  existente nesta passagem como sendo um simbolismo para a coroação do próprio Cristo, já que o propósito relevado ao profeta é exatamente estabelecer um memorial no templo do Senhor, o mesmo local onde o menino Jesus seria apresentado quatro séculos depois (Lucas 2:27). Se a coroa representa o poder, a honra e a autoridade que é outorgada a um Rei, aqui vale ressaltar a origem da matéria prima utilizada em sua fabricação, ou seja, a voluntariedade do povo em ofertar. Os judeus que retornaram do exílio tinham poucos recursos. Naquele tempo havia apenas um animal para cada seis pessoas, o que evidencia a limitação financeira daquela gente. O pouco que tinham foi empregado na reconstrução de Jerusalém, com a edificação do tempo e a reforma dos muros. Mesmo assim, quando o Senhor solicitou que as famílias contribuíssem com ouro e prata para uma destinação aparentemente fútil, o povo não se omitiu em ajudar.

Para ser coroado, Josué precisou se ajoelhar, inclinando-se diante do profeta, que honradamente depositou a coroa sobre sua cabeça. Ali, diante do sumo sacerdote, Zacarias não estava sozinho, pois em suas mãos segurava o fruto da generosidade dos judeus. Se analisarmos esta cena com os olhos espirituais, passaremos a contribuir com muito mais amor e alegria. Imagine que agora, ao invés de Josué, temos o próprio Cristo ressurreto. Todo poder lhe foi dado nos céus e na terra, e Ele se tornou Senhor sobre tudo e todos. Diariamente, as miríades de anjos e um número incontável de santos exaltam seu nome e reafirmam sua realeza. Diante de tão grande devoção, Cristo levanta do trono e se inclina para ser coroado por seu povo.  A beleza deste mistério é que a coroa que reluz em sua cabeça, repousando sobre seus cabelos brancos como neve, é feita aqui na terra, usando uma matéria prima muito prezada na eternidade: a generosidade dos fiéis, que jamais se negam a estender a sua mão para as necessidades do Reino de Deus. Ofertar com alegria é coroar o Cristo mais uma vez.


Os segredos de uma boa colheita

A leitura correta de uma oferta a Deus não é a base de troca, mas a alegria de levar ao altar do Senhor o reconhecimento por tudo o que Ele representa em nossas vidas. Observaremos agora três fatores importantes para uma boa semeadura: os segredos da provisão divina e seu crescimento, a correta motivação para uma semeadura e o que devemos semear. Quando um israelita consagrava suas primícias, isto é, os primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de seus animais e também dos frutos da terra, tudo o que vinha depois estava santificado pelo Senhor. Paulo cita o exemplo da raiz, nos dando a entender que, se ela for santificada, seus ramos e tudo o que dela surgir também o serão (Romanos 11:16). Foi essa a leitura que os judeus receberam da Lei de Moisés. Eles entendiam que, ao santificar ao Senhor as primícias de sua renda, todo o restante da renda que ficavam em suas mãos estavam também, santificado (Provérbios 3:9). “Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus” (II Coríntios 9:12). O termo usado aqui se refere ao “serviço sacerdotal, neste ponto, Paulo eleva a prática de ofertar ao nível mais alto possível. Ele considera a coleta um “sacrifício espiritual” apresentado a Deus, da mesma forma que um sacerdote apresentava um sacrifício no altar.

Em qualquer atividade que façamos, a motivação é um fator de importância vital. Um agricultor planta porque sabe que seguindo as condições corretas ele vai colher o que plantou. Paulo fala que nossa contribuição deve ser motivada pela alegria, com desprendimento, de coração livre. Não como contribuintes “tristes”, que dão de má vontade ou que dão porque precisam. Ele afirma que o verdadeiro juízo de uma boa obra não é o que a Igreja ou o mundo possa pensar dela, mas sim, a estima em que Deus a tem. Merece ser especialmente ressaltado que “Deus”, conforme afirma o apóstolo Paulo, “ama ao que dá com alegria”, e este é o ponto saliente (Provérbios 22:9 / II Coríntios 9:6). Paulo queria que o presente fosse um ato de generosidade pelo lado dos coríntios, não um ato de cobiça ou avareza de seu lado, onde ele de alguma forma exortaria o presente deles através da culpa ou de outra forma manipuladora (II Coríntios 9:1-5). Em contraste com muitos pregadores atualmente, Paulo não usou da culpa para conseguir a bênção. A bênção não é a única coisa que é importante. É igualmente importante saber como a doação é dada. Comente com eles que usar a culpa para motivar as pessoas doarem está errado. O único motivador válido é o desejo do coração para doar.

Não existe uma maneira de se saber com exatidão sobre como e quando iremos colher, mas uma coisa é certa, tudo o que plantamos iremos colher (Gálatas 6:7). Devemos sempre semear boas sementes, não confiados não em nós mesmos, mas no Senhor, certos de que essas sementes vão produzir a seu tempo bons frutos para nossa alegria. Uma má escolha poderá acarretar sérios transtornos mais adiante. Por esta razão, devemos pensar no futuro e tomar sábias decisões, porque a colheita pode até tardar, mas não falhará. Se o passado não bom conosco, não devemos ficar estagnados com relação ao futuro, devemos seguir o conselho de Salomão, lançar sementes, semear em todo o tempo e, com certeza, Deus nos abençoará (Eclesiastes 11:1-6). Este é um princípio fácil de entender. Entregando a Deus o que lhe pertence, tudo o que nos restar, além de abençoado, será acrescido ainda mais. Infelizmente, por não o entender, muitas pessoas criam desculpas para não semear. As leis da semeadura nos ajudam a compreender muitas coisas em nossas vidas. O porquê de muitas coisas pode ser explicado através deste ensino, pois “quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna; para que o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem” (João 4:36). 

Conclusão
 
Mais do que nunca, é preciso que tomemos as mesmas atitudes de um agricultor. Devemos arregaçar as mangas e lançar as boas sementes. É bem verdade que estamos diante de um mundo cheio de escolhas. Sendo assim, tudo o que temos de fazer é escolher as melhores sementes e lançá-las.



Participe da EBD deste domingo, 29/11/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual 
Lição 9

Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes



 

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