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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Miriã e o pecado da inveja


Moisés era como uma vidraça cristalina pela qual olhos humanos podiam enxergar a Glória do Senhor. Ele se tornou um verdadeiro condulete por onde as bênçãos desciam do céu sobre a nação, e isso fazia dele um homem amado por todos. Quase sempre...

Mais nem tudo eram flores. No meio do povo, logo surgiram olhos cobiçosos, ansiosos por poder e destaque social. Inimigos ardilosos começam um levante contra Moisés, levando muitas pessoas a pecarem contra o homem de Deus. Engana-se quem pensa que a inveja vinha de longe, do meio dos estrangeiros que caminhavam junto aos hebreus... Os arquitetos deste covarde motim eram íntimos e queridos de Moisés, na verdade, tinham nas veias o mesmo sangue. Seus irmãos, Arão e Miriã.

Muitos anos antes, encontramos a pequena Miriã seguindo seu irmãozinho recém-nascido pelas margens do Nilo, para depois, com uma coragem admirável, comparecer diante da princesa egípcia, oferecendo os serviços da própria mãe como “ama de leite”. Meses antes, Arão se tornara o braço direito de Moisés, sendo seu porta voz no Egito. 

Agora, ambos não aceitavam a liderança de seu irmão mais novo e começaram a vasculhar sua vida, procurando uma forma de diminuir sua autoridade. O único argumento encontrado por eles diz respeito a vida familiar de Moisés, e embora não tivesse nenhuma relevância, o assunto acabou gerando certo burburinho entre o povo. Miriã e Arão passaram a criticar publicamente o fato do grande líder “hebreu” ser casado com uma mulher estrangeira, esperando que devido a este matrimonio “miscigenado”, Moisés passasse a ter sua liderança questionada no arraial, abrindo espaço para uma maior visibilidade de ambos na congregação.

Não podemos esquecer que Miriã era uma mulher valorosa, e Arão, por sua vez, ocupava o posto de segundo em comando. Ambos serviam a Deus com devoção, porém se deixaram dominar pelos ciúmes da intimidade de Moisés com Deus (o que lhe outorgava imensa autoridade ministerial), e ao invés de investirem em sua relação pessoal com o Senhor, optaram por tentar desmoralizar e desmerecer o irmão mais “bem sucedido”. O preço desta sedição foi alto e trouxe consequências dolorosas. Quem toca no ungido do Senhor, agride a “menina dos olhos de Deus”, gerando uma reação imediata do Todo Poderoso contra si (Zacarias 2:8).



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