Élita Pavan
Estudante de Fisioterapia
A
batalha emocional é diária e constante. O campo de guerra é exatamente nossa
mente. As peças que se posicionam para este embate são muitas e diversificadas:
divagações, ansiedades, dúvidas, temores e mágoas... O tiroteio é ferrenho, e a
tragédia anunciada logo se concretiza...
Microcefalia
é uma condição neurológica rara que se caracteriza por anormalidades no
crescimento do cérebro dentro da caixa craniana. Em geral, ela ocorre quando os
ossos do crânio se fundem prematuramente e não deixam espaço para que o cérebro
cresça sem que haja compressão das suas estruturas. A alteração pode ser
congênita ou manifestar-se após o nascimento associada a outros fatores de
risco (doença secundária).
Algumas
crianças portadoras de microcefalia têm inteligência e desenvolvimento normais
apesar de a circunferência do crânio ser menor do que as estabelecidas nas
tabelas de referência para sua idade e sexo.
Entretanto,
na maioria dos casos, a microcefalia está ligada ao atraso no desenvolvimento
neurológico, mental, psíquico e motor. A gravidade da condição pode variar
de uma criança para outra.
Causas
Microcefalia
é o resultado do crescimento abaixo do normal do cérebro da criança ainda no
útero ou na infância. A microcefalia pode ser genética. Algumas outras causas
da microcefalia são:
-
Malformações do sistema nervoso central
-Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal:
algumas complicações na gravidez ou parto podem diminuir a oxigenação para o
cérebro do bebê
-
Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez
-
Desnutrição grave na gestação
-
Fenilcetonúria materna
-
Rubéola congênita na gravidez
-
Toxoplasmose congênita na gravidez
-
Infecção congênita por citomegalovírus
O
Ministério da Saúde confirmou recentemente a relação entre o Zika vírus e
o surto de casos de microcefalia no nordeste do país em 2015. A febre zika, ou
simplesmente zika vírus, é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida
pelo mosquito Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue e da Febre
chikungunya. Por se tratar de algo novo, não descrito anteriormente na
literatura médica, ainda não se sabe exatamente como funciona a relação entre
os problemas.
De
acordo com o Ministério da Saúde, as investigações sobre microcefalia e o Zika
vírus devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente,
a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade
para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três
meses de gravidez.
Sintomas
O
sinal mais evidente da microcefalia é o tamanho da cabeça, significativamente
menor do que a cabeça de outras crianças do mesmo sexo e idade. Os portadores
do transtorno apresentam perímetro craniano menor do que 33 cm ao nascer.
Dependendo
da gravidade da má-formação, podem surgir complicações como déficit cognitivo
grave, comprometimento visual, auditivo e da fala, hiperatividade, baixo peso e
estatura (nanismo) e convulsões (epilepsia).
Diagnóstico
A
microcefalia pode ser diagnosticada durante a gestação nos exames pré-natais
ou, então, pela avaliação clínica de rotina a que são submetidos os
recém-nascidos nas primeiras 24 horas de vida. O diagnóstico leva em conta a
medida da circunferência da cabeça (perímetro craniano) e sua relação com os dados
que constam das tabelas de crescimento padrão para as crianças do mesmo sexo e
idade.
Exames
de raios X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, mapeamento ósseo
e testes sanguíneos podem ser necessários para determinar a causa da
má-formação e a conduta terapêutica melhor indicada.
Tratamento
Não
há tratamento da Microcefalia, mas existem procedimentos para amenizar os
efeitos da ocorrência, no que diz respeito ao desenvolvimento mental da
criança.
A
cirurgia realizada nesse caso, é feita no momento em que o fechamento dos
ossos da cabeça é constatado, no período dos dois primeiros meses de vida do
bebê e o procedimento visa abrir as suturas dos ossos, evitando que o crânio se
feche, comprimindo o cérebro, impossibilitando-o de crescer.
Além
disso, pode ser necessário usar medicamentos que ajudam o dia a dia da criança,
que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhoram a tensão dos músculos. A
fisioterapia é indicada e pode ajudar no desenvolvimento físico e mental e
por isso quanto mais estímulo dentro da fisioterapia a criança tiver, melhores
serão os resultados. Assim, é recomendado fazer o maior número de sessões de
fisioterapia por semana.
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