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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

EBD - Cultivando o diálogo, a renúncia e a tolerância



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 07
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley
Pb. Miquéias Daniel Gomes


Texto Áureo
Provérbios 1:2
Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência.

Verdade Aplicada
O homem sábio é aquele que ouve e pratica a Palavra de Deus. Ele constrói sua casa e seus relacionamentos sobre o fundamento sólido.

Textos de Referência
Efésios 4:2-3  
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Filipenses 2:2-4
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.



Vida cristã em família
(Comentário Adicional)
Pb. Bene Wanderley

Você já se perguntou alguma vez como deve viver a vida cristã? Vivemos numa época muito relativista, em que cada um faz sua própria verdade e tem seus valores éticos e morais alicerçados em puro hedonismo. Mas se vivemos com Cristo, existe um viver padrão que nos foi ensinado por Ele mesmo. Mateus 5 nos revela como o Mestre dos Mestres era um grande cultivador. Ele sabia que sua tarefa era cultivar os corações dos seus seguidores “cuidar, zelar, conservar”, e por tanto passou a ensinar os seus discípulos as bases mestras da vida cristã em todos os seus aspectos. E como um bom cultivador expressou as mais sublimes palavras: bem aventurado os humildes de espírito, pois deles é o reino dos céus. Jesus começa seu ensino falando da humildade. Ele sabia em seu espírito a necessidade de cultivar nos corações dos seus discípulos essa virtude de extrema necessidade, pois sem a humildade de espírito seria (e é) impossível fazer parte ou até mesmo herdar o Reino dos Céus. O humilde de espírito a que se refere esse ensinamento, pode ser entendido como um espírito sempre pronto a abrir mão dos seus próprios interesses em favor dos outros. O salmista em sua oração de confissão e arrependimento nos dá com clareza, um vislumbre desta realidade: “cria em mim, oh Deus, um coração puro e renova dentro de mim um coração sempre pronto, inabalável, disposto a obedecer, pronto se despojar dos próprios interesses" (Salmos 51:10).

Desde o alvorecer deste século, temos visto, ouvido e testemunhado uma avassaladora onda de perversão dos homens em todas as áreas da sua vida, a crescente desvalorização da ética e dos bons costumes, e por fim, a degradação da família. Em função da multiplicação da ciência e dos grandes avanços das modernas tecnologias estarem sobre fortes influências satânicas, temos enfrentado dias difíceis e, porque não dizer, insuportáveis de viver. A falta de comunicação tem afetado em muitos aspectos os relacionamentos familiares, e as relações fraternais entre os fiéis no viver diário cristão. É bom ressaltarmos que um diálogo é o inverso do monólogo, onde só uma pessoa discursa sem deixar que outras pessoas se expressem também. O discurso monólogo é orgulhoso, soberbo, arrogante, presunçoso, vaidoso, violento, vil, sem graça e desprovido de humildade. Já o diálogo é quando as pessoas falam e se escutam, cada qual colocando seu ponto de vista e tendo a chance de se expressar. No diálogo todos tem e devem ter direito de serem ouvidos. Ouvir e falar no momento certo. O que temos visto no meio das famílias é a falta de diálogo e como resultado temos uma degradação dos valores éticos estabelecidos por Deus para guardar as famílias da corrupção maligna. Precisamos reavaliar nossos conceitos e tudo aquilo que temos tido como valores éticos. Incentivar nossas famílias ao diálogo, na verdade é uma reeducação familiar.

No entanto deve haver uma disponibilidade de todos para a prática da abnegação. Mateus 16:24 tem a chave- mestra para uma vida de vitória na caminhada de todo cristão: " renúncia ".  Negar a nós mesmo e seguir o caminho que nos está proposto. A vida cristã se caracteriza pelas renúncias que temos de fazer e devemos fazer. Isaías, o profeta messiânico, nos traz à luz aquilo que caracterizava a pessoa do Messias. Vemos o resultado da renúncia na vida do Cristo, Ele foi desprezado, o mais rejeitado dentre os homens, homem de dores, foi oprimido, humilhado, ficou em silêncio diante dos seus acusadores e foi moído pelos nossos pecados (Isaías 53:3-12), renunciar ainda é o caminho mais eficaz para uma vida de paz em nosso núcleo familiar cristão. Isso com toda certeza não será uma tarefa agradável para muitos, pois infelizmente nossa geração tem desprezado os princípios cristãos acarretando sobre sim varias tribulações. É lamentável, mas a real situação de muitas famílias cristãs é de total degradação moral e espiritual. Pais que se fecham para o dialogo e a renúncia na família tem colhido a mais desastrosa colheita da história da humanidade “filhos abomináveis".  O termo parece duro e medieval, mas certamente é o que melhor defina essa geração corrupta, ainda pior que a descritas em Gênesis 6, fazendo uma comparação aos dias de Noé (Mateus 24:32-39).

Mas a renuncia precisa se ancorar na tolerância, pois esta é uma virtude gloriosa da parte de Deus que devemos cultivar com mais intensidade e "num desejo ardente", pois a palavra de Deus nos diz em Mateus 5:7 que bem-aventurados são os misericordiosos, pois eles alcançarão misericórdia. Ser paciente é ter a capacidade de suportar as fraquezas dos fracos e demonstrar misericórdia ao que falhou na tentativa de acertar. A tolerância no meio da família é uma arma poderosa para estabelecer relacionamentos quebrados. O que temos visto nas famílias é a inversão de valores que convergem para verdadeiros desequilíbrios mentais, filiais, maternais e paternais. Pais sem estrutura psicológica, sem estrutura financeira e morai. Infelizmente as igrejas não tem dado o devido valor ao ensino familiar pré e pós casamento. Temos visivelmente bons livros e revistas com o tema família. Mas pouco (ou nenhuma prática). Cabe a nossa geração mudar sua própria história e a transformação começa no seio familiar.


A eficácia do diálogo na comunicação

O diálogo leva a compreensão do que o outro pensa e sente. A renúncia é a compreensão de que não se pode agir sempre como se gostaria. A tolerância faz parte do entendimento de que todos falham e de que ninguém é perfeito. As pessoas precisam aprender a se comunicar. Sem um transmissor e um receptor a comunicação não se efetiva. O monólogo não é o suficiente para duas pessoas se relacionarem. Existem várias formas de comunicação, mas a mais eficiente é o diálogo. O ato de dialogar deve ser estimulado e treinado, pois quem tem uma boa comunicação se sobressai. No diálogo é preciso saber ouvir e falar no momento certo. O diálogo desarma o silêncio diabólico. Com o diálogo se quebra o gelo e as barreiras caem. Sem o diálogo tudo se esfria, se distancia, há um vazio, há uma barreira, um isolamento. Mas com o diálogo se renova o compromisso, as pessoas ficam mais unidas, se conhecem melhor e aperfeiçoam os laços. A Bíblia diz em Eclesiastes 3:7 que há tempo de falar e tempo de ficar calado, saiba discernir isto. Não podemos atropelar quem está com a palavra, nem responder antes da hora, mas quem fala precisa dar oportunidade a quem está ouvindo para se expressar também. Mesmo que você não consiga atender outra pessoa em todos os seus anseios e expectativas, somente o ato de ouvir com atenção, sem cortes, sem retrucar, desaprovar e condenar, lhe coloca em posição de autoridade respeitável e conselheiro confiável.

O diálogo precisa ocorrer de forma clara e objetiva, sempre trazendo a edificação. Se a pessoa não se expressar, o seu cônjuge não saberá o que ela está pensando nem as suas necessidades. A conversa clara e objetiva, sem rodeios, será salutar para a vida do casal. O diálogo de coisas passadas que fizeram mal ao casal deve ser evitado, sob pena de se abrir feridas já cicatrizadas. Tudo que não traz edificação deve ser desprezado (I Coríntios 10:23). Nunca dê seu parecer antes de ouvir ou sem examinar bem a matéria. É preciso estar muito convicto do seu posicionamento e bem seguro da verdade dos fatos. As respostas não podem ser com ira, ou com as emoções à flor da pele (Provérbios 18:13). Não se devem acreditar em todas as versões que chegarem aos ouvidos. Precisamos sempre chegar os fatos e as fontes de onde partiram as informações.

O diálogo precisa ocorrer com verdade, educação e respeito. A honestidade a sinceridade precisam prevalecer. Muitos lares estão contaminados com a mentira, um vício de comunicação. Cuidado! Apocalipse 21:8 diz que ficarão de fora todos aqueles que amam e praticam a mentira. Não pense que a verdade irá ferir a pessoa amada, desde que ela seja transmitida com amor e com educação e respeito, pois a verdade deve libertar e dar vida, jamais ferir ou matar a pessoa (João 8:32). Cuidado para não perder o respeito. A palavra de Deus diz que é mais difícil reconquistar uma pessoa que foi desrespeitada ou ofendida do que uma cidade fortificada (Provérbios 18:19). Quando estamos namorando ou noivos, ou até os primeiros anos de casados, as falas são as seguintes: “por gentileza”; “por favor”; “amorzinho”; “paixão”. Mas por que será que com o passar do tempo, os casais mudam o vocabulário e a forma de tratamento? A mentira é uma característica de Satanás. A mentira é um pecado totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Apocalipse 19:11). Merece ser especialmente ressaltado que a indiferença para com o pecado da mentira é um dos sintomas mais claros da impiedade de uma pessoa. Tal indivíduo ainda não nasceu do Espírito Santo (João 3:6), pois está completamente sob a influência de Satanás, como seu pai espiritual (João 4:24 /  Apocalipse 22:15).


Um caráter semelhante a Cristo
(Comentário Adicional)
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O que define o cristão perante Deus, são os frutos que ele produz (Mateus 7:16). Uma vida de frutificação desenvolve no homem um caráter semelhante ao de Cristo, refletindo positivamente em todos os seus relacionamentos. Durante seu ministério, Jesus se mostrou atencioso, amável, carinhoso, empático e terno, sem jamais perder sua identidade ou renegar seu zelo pelas coisas celestes. As pessoas gostavam de estar com Ele, pois sua presença era doce e intensa, mas ouvir suas palavras revestidas de unção e autoridade era uma experiência impactantemente transformadora. Jesus era “bom de conversa”, simpático e tolerante. Com esta postura amigável, atraia a atenção dos “pecadores”, exatamente as pessoas que buscava alcançar (Lucas 5:32). Quem frutifica espiritualmente desenvolve este mesmo caráter misericordioso e amável.  O amor deve ser a base da nossa pregação, o lema de nossa cruzada celeste e a motivação de nosso serviço, pois é a “coluna cervical dos frutos espirituais”. Este fruto pode ser descrito como uma tangerina com nove gomos ou um belo cacho com nove uvas muito viçosas: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fé, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22). Um fruto com apenas oito gomos ou um cacho com apenas oito uvas, é inegavelmente defeituoso, produzido por uma árvore de qualidade duvidosa, sendo esta uma condição irrevogável e sem concessões. Uma árvore que produza frutos incompletos será desqualificada, desarraigada e lançada ao fogo. Assim, a avaliação de nosso caráter para fins de juízo ou galardão se dará pelo minucioso exame dos frutos que produzimos ao longo de nossas vidas. A frutificação espiritual deve seguir uma linha continua e vertical, do homem para Deus. Em contrapartida, seus efeitos são sentidos também na horizontal, nas nossas relações humanas. O Fruto do Espírito tem sabor adocicado para as pessoas que nos cercam. Para melhor entendimento, basta uma analise sucinta de dois elementos presentes no Fruto Espiritual: Mansidão e Domínio Próprio.

Mansidão é a qualidade ou estado de manso (alguém de índole pacifica; pacato; calmo; tranquilo); brandura e suavidade. No contexto bíblico, porém, a mansidão é atribuída ao indivíduo que consegue equalizar força e coragem com moderação, irando-se com equidade e somente quando necessário, além de submeter-se sempre humildemente a vontade de Deus (Como por exemplo, Moisés – Números 12:3).  Uma outra palavra que pode definir “mansidão” é “docilidade”, que remete a alguém que é fácil de guiar.  Mansidão também está ligada diretamente a serenidade, que é a capacidade de se manter calmo e sossegado mesmo em situações estressantes, denotando se em paz. Esta é uma virtude tão excelente que Paulo nos aconselhou a estarmos vestidos dela (I Colossenses 3:12) e a seguirmos por toda a nossa vida (I Timóteo 6:11). O indivíduo que desenvolve a mansidão é um semeador de paz, e consegue pregar a mensagem de Cristo sem sequer dizer uma única palavra. Pedro, que aliás, precisou desenvolver a mansidão ao longo de sua vida, ensinou que a melhor forma de se ganhar um cônjuge ímpio para Jesus não é por palavras e nem por beleza, mas sim utilizando o incorruptível traje de um espírito manso e quieto (I Pedro 3:1-4). A mansidão produzirá no homem uma vida fecunda e sustentada em três pilares básicos: SANTIDADE (ser manso igual a Cristo nos leva a agir como Cristo); BONDADE (ser manso nos leva a sabedoria do fino trato com os demais); ENTREGA (ser manso é viver para Deus e a sociedade como um pacificador, alguém que promove a paz).

Já o Domínio Próprio nada mais é que do exercer “autocontrole”.  Somos constituídos de corpo, alma e espírito. Deus deseja operar nestas três esferas de nossa vida (pensamentos, vontades e ações), mas para que isso aconteça, precisamos entregar esse “pacote” a Ele. Para tal se faz necessário um amortização da carne, um refinamento de alma e uma constante renovação espiritual. Se tudo isto acontecer, então o homem consegue perseverar em oração, jejuar, meditar na Bíblia e assim encontrar os meios (e a força necessária) para manter seus impulsos e instintos em stand by. O Domínio Próprio não elimina suas fraquezas e defeitos, mas os tranca em uma caixa espiritual, de onde não podem mais agir, embora continuem vegetando lá dentro. Outro termo usado para definir esse autocontrole é TEMPERANÇA. Desenvolver esta virtude significa equilibrar seus sentimentos; colocar limites aos próprios desejos; controlar a atração por prazeres; assegurar o domínio da vontade espiritual sobre os instintos carnais e corrigir desvios temperamentais. Se optarmos por viver em frutificação, Deus é honrado em nossa vida, e as pessoas a nossa volta certamente serão muito mais felizes, tornando nosso lar em um recanto de paz e serenidade.


A vida é marcada por renúncias

Jesus disse aos Seus discípulos: “se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24). Para tudo na vida há necessidade de renúncias. Para o casamento não é diferente. Muitas coisas que gostamos precisamos renunciar ou negociar com o nosso cônjuge, pois não se admite posições ferrenhas e radicais no casamento. A renúncia de posições radicais fortalece a harmonia. Renunciar dá uma conotação de se esvaziar de si mesmo, tirar o egoísmo e trabalhar em benefício da união e unidade do casamento. Renunciar posições radicais que nada contribuem ou acrescentam ao casamento, a não ser conflitos e desgastes. Precisamos também renunciar a forma grosseira, agressiva e ignorante de tratar a pessoa amada, pois só tira a paz e corroí o amor. A renúncia deve ser espontânea, voluntária, de foro íntimo, pois por coação e força não é renúncia, é escravidão. A atitude de renúncia é algo de Deus e alcança as pessoas com maturidade, que reconhecem sua valiosa ajuda no convívio de duas pessoas que se amam.

A renúncia da vida de solteiro é um dever para os casados. Depois de casado, precisa-se abrir mão do individual em benefício do mútuo. Para estar casado não se pode viver mais uma vida como se estivesse solteiro, não tendo hora de chegar em casa, saindo a hora que bem quer, estando com quem  quer, tendo a mesma vida que levava quando tinha a liberdade de fazer o que queria. Os amigos de solteiro ou passam ser amigos do casal ou precisam ser analisados para se tomar uma decisão inteligente. As amizades antigas podem causar ciúmes ao casal, o que é prejudicial ao casamento. Renunciar é abrir mão de algo. É simplesmente dizer “sim”. Mesmo que seja um direito natural que tenhamos, muitas vezes deve ser renunciado. Jesus disse que seguir a Ele seria uma vida de renúncias. Deixamos muitas coisas para estar com Jesus. Esta é uma questão de escolha.

A renúncia deve partir dos dois lados, isto é, marido e mulher. Para um casamento duradouro é necessária uma boa dose de renúncia. Exige-se que a renúncia tenha pista dupla, deve partir dos dois lados. Isto requer maturidade, amadurecimento e sabedoria de ambas as partes. O homem não pode agir com machismo, sem nunca abrir mão das suas posições. O marido precisa olhar para a mulher conforme está registrado em I Pedro 3:7: “Igualmente, vós, maridos vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. A correspondência também é recíproca, uma vez que a mulher não deve relegar o seu marido a segundo plano. De acordo com o apóstolo Pedro, o marido que não é compreensível com a sua esposa, e que também não a honra como sua irmã em Cristo, prejudicará o seu relacionamento com Deus, criando uma barreira entre suas orações e o Eterno Deus (Colossenses 3:19). Os esposos (e futuros maridos – tanto os noivos quanto os solteiros) devem estar condicionados a elogiarem constantemente suas esposas. As esposas (e futuras esposas – tanto noivas quanto às solteiras) devem estar condicionadas a sempre amar e ajudar seus companheiros segundo a vontade de Deus (Efésios 5:23 / I Pedro 3:1-6). A mulher precisa usar de sabedoria para edificar a sua casa (Provérbios 14:1), mas entre o casal deve haver bastante equilíbrio.


Em busca de equilíbrio emocional
(Comentário Adicional)
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Nenhum homem está isento de falhas e desvios de caráter. Os sentimentos humanos são imprevisíveis e as emoções nos deixam vulneráveis diante do imponderável. Cada indivíduo é diferente entre si, o que transforma qualquer relacionamento num constante choque de interesses e divergências de interpretações. Casamentos duradouros e relações bem sucedidas têm como base o equilíbrio emocional dos envolvidos, ferramenta fundamental para tempos de crise e dias de conflito. Cada ser humano tem seu próprio limite e, portanto, ninguém deve “medir” as demais pessoas pela sua própria “régua”. Nossa verdade absoluta pode ser apenas uma teoria efêmera quando confrontada com a realidade coletiva. Ninguém é perfeito ou está isento de erros e quedas (I Coríntios 10:12). Somos diferentes uns dos outros, e há muita beleza nesta diversidade, pois abre margem para melhorias continuas. Relevantes estudos da psicologia cristã revelam quatro tipos básicos de temperamentos individuais, onde todos possuem seus próprios deméritos, sendo eles: melancólico, fleumático, colérico e sanguíneo. Um indivíduo que produza frutos espirituais não eliminará de seu temperamento os aspectos negativos inerentes à ele; mas poderá equilibrá-lo com as demais virtudes presentes no fruto. Por exemplo: Um cristão que tenha o temperamento melancólico terá tendências para a autodepreciarão, tristeza constante e inclinação a um quadro depressivo, mas compensa estas fraquezas com outras virtudes do fruto espiritual, tais como amor, alegria e paz. O fleumático tende a ser calculista, materialista e sistemático, mas equilibra suas ações através do amor, da longanimidade, da benignidade e da bondade. O colérico, inclinado ao preconceito, ao rancor e a ansiedade, equilibra seu caráter mediante o amor, a fidelidade e a mansidão. Já o sanguíneo, impulsivo e intolerante, corrige seus desvios de personalidade ao exercer amor, benignidade, longanimidade e mansidão.

A bondade pode ser definida como a disposição permanente de uma pessoa em fazer o bem. Os salmistas declaram não apenas o fato de Deus ser bom, mas também o descreve como sendo o autor de toda generosidade e a essência da bondade (Salmos 23:6, 31:19, 52:1). Como filho de Deus, todo cristão deve buscar constantemente a bondade, vivendo sua vida moldada na vida do próprio Cristo, manancial inesgotável de bondade e ternura. Não devemos nos contentar com uma bondade teórica, onde nos limitamos a não fazer o mal, mas sim colocar as mãos na “massa” exercendo na prática toda a bondade que existe em nós por meio do amor de Cristo. No código penal brasileiro, a omissão de socorro é tratada como um crime gravíssimo. Ou seja, não fazer o bem e tão grave quanto se fazer o mal. Adolf Hitler, sádico genocida, construiu seu império de terror tendo como alicerce a omissão dos líderes mundiais que se fizeram de cego as atrocidades cometidas pelo nazismo. Atribui-se a Martin Luther King a celebre frase: “O que me preocupa não é grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”. A bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os bons deixam de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade.

Porém, mais do que ser bom, é preciso ser benigno. A benignidade está estritamente ligada ao desejo de “não” se fazer o mal e conseqüentemente praticar a bondade. Deus jamais desejou qualquer tipo de mal ao ser humano (Jeremias 29:11 / João 3:16) e até mesmo suas ações mais drásticas foram tomadas por amor, e logo deseja que seus filhos, criados sua imagem e semelhança  também possuam tal virtude (Gênesis 1:26 / Hebreus 12:6). A benignidade age no cristão como um anticorpo que combate sentimentos nocivos em relação as demais pessoas. É um agente de cura que age em áreas afetadas pelas mágoas ou pelo preconceito, possibilitando a prática do pedido feito por Paulo aos féis em Éfeso: Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2).  Podemos correlacionar e interligar a benignidade com outros sentimentos e algumas virtudes essenciais ao cristianismo, tais como a afabilidade (cortesia e gentileza), amabilidade, (ato de ser amável), amenidade (leveza e delicadeza no trato), benevolência (boa vontade para com o próximo), ihaneza (sinceridade e clareza), sociabilidade (capacidade de viver bem em sociedade), clemência (disposição para perdoar), filantropia (amor a humanidade), altruísmo (ausência de egoísmo) e tolerância, que é suportar com paciência. Quando exercermos tais virtudes, nem que seja para o mais pequenino filho do Senhor, estamos sendo benignos para com o próprio Deus, e tal gesto não ficará sem recompensa (Mateus 25:40).


A tolerância requer paciência

Tolerar é aceitar o cônjuge com a sua personalidade. É amá-lo e respeitá-lo. É aceitar como a pessoa é. É suportar as imperfeições. É esperar crescer e adquirir maturidade. O namoro e o noivado são estágios probatórios para o casamento, mas muitos casaram pensando que poderiam mudar a natureza dos seus cônjuges após o casamento, mas hoje descobriram que isto é muito difícil. Agora precisam aprender a conviver com algumas situações que não são o ideal, mas resta ter paciência e suportar uns aos outros em amor (Efésios 4:2 / Colossenses 3:13). Todos nós temos as nossas tradições que envolvem a família, a religião, os costumes, as comemorações, a formação, a alimentação, etc. Muitas coisas que as pessoas fazem passam de geração para geração, de pai para filho. As comemorações que marcam dias especiais na família são uma coisa muito particular. A alimentação é regional e muitos preservam as comidas típicas de seu estado. A concepção religiosa de usos e costumes varia de pessoa para pessoa, mesmo dentro da mesma denominação. A tolerância deve fazer parte da relação marido e mulher, que quem ama deve ter uma dose maior de tolerância, que não deve se estressar com o jeito de agir do cônjuge, nem se desgastar quando está fora do seu alcance de corrigir a outra pessoa. De acordo com a Palavra de Deus, ser tolerante significa: ter amor e consideração por aqueles que não são como nós (Mateus 5:43-47 /  Romanos 12:18 / I Corintos 3:1-5 / Filipenses 3:15 / I Tessalonicenses 5:15 /  Hebreus 12:14); ser paciente e perdoar os erros dos outros (Mateus 18:21-22 / Lucas 17:4 / Romanos 15:5 / Efésios 4:1-2) ser compreensivo com os mais fracos (Romanos 14:1 /  Gálatas 6:1 /  I Coríntios 10:23-24).

Todos nós temos os nossos limites, isto é, vamos até um determinado ponto, depois não conseguimos mais avançar. Os cônjuges precisam entender isto. Não adianta exigir além das possibilidades físicas e intelectuais. Cada pessoa tem uma capacidade de absorção e de assimilação. O nosso desenvolvimento intelectual diferencia um do outro. Um dos cônjuges pode chegar mais longe nos estudos ou galgar uma posição social de mais destaque, mas isto não lhe dá o direito de desprezar a pessoa amada. O limite pode ser diferente do outro, mas não devemos nos desesperar, porque isto é normal. Não busque forçar o seu cônjuge a ultrapassar os limites que ele tem, pois isto é prejudicial à saúde física, mental e psicológica. A própria pessoa é que deverá trabalhar para diminuir as suas restrições e aumentar os seus limites. Quem não admite que um está menos preparado que o outro, ou tem menos disposição, terá problemas sérios no casamento. Conversar sobre os limites de cada um evita os maus entendidos e as suspeitas desnecessárias.

Todos nós temos falhas, um mal costume, ou mesmo um cacoete. Sempre temos alguma coisa que desagrada o outro. Mas a maturidade diz que é preciso tolerar as imperfeições do cônjuge e tentar ajudá-lo a corrigir as falhas com amor e respeito. Nunca devemos zombar ou criticar a pessoa amada por um defeito, pois talvez não tenhamos o defeito dela, mas, em contrapartida, temos um defeito que ela não tem. Nunca podemos pensar que somos perfeitos, que não temos imperfeições e que não carecemos de nenhuma melhora. Ninguém é perfeito, pleno, absoluto. Por isso, há a necessidade de tolerar um ao outro. Precisamos aguardar com paciência o nosso cônjuge amadurecer, pois ninguém nasce sabendo. É com o passar dos anos que adquirimos experiências. Tolere o seu cônjuge e lhe dê oportunidades de crescimento. Participe sempre do desenvolvimento um do outro.

Conclusão

É extremamente necessário para quem almeja viver dias felizes e ter um casamento alegre e duradouro atentar para a seguinte orientação: “Não se esqueça jamais de cultivar atitudes que coloquem essas três palavras em evidência: diálogo, renúncia e tolerância”.




Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 14 de fevereiro de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás. 

Um comentário:

  1. Endereço da Filial
    da assembleia de Deus madureira Mogi das cruzes bairro do rodeio

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