Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 07
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira
Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Texto Áureo
Provérbios 1:2
Para se conhecer a sabedoria e a instrução;
para se entenderem as palavras da prudência.
Verdade Aplicada
O homem sábio é aquele que ouve e
pratica a Palavra de Deus. Ele constrói sua casa e seus relacionamentos sobre o
fundamento sólido.
Textos de Referência
Efésios 4:2-3
Com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a
unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Filipenses 2:2-4
Completai o meu gozo, para que
sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por
vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si
mesmo.
Não atente cada um para o que é
propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
Vida cristã em família
(Comentário Adicional)
Pb. Bene Wanderley
Você já se perguntou alguma vez como deve viver a vida
cristã? Vivemos numa época muito relativista, em que cada um faz sua própria
verdade e tem seus valores éticos e morais alicerçados em puro hedonismo. Mas se vivemos com Cristo, existe
um viver padrão que nos foi ensinado por Ele mesmo. Mateus 5 nos revela como o
Mestre dos Mestres era um grande cultivador. Ele sabia que sua tarefa era
cultivar os corações dos seus seguidores “cuidar, zelar, conservar”, e por
tanto passou a ensinar os seus discípulos as bases mestras da vida cristã em
todos os seus aspectos. E como um bom cultivador expressou as mais sublimes
palavras: bem aventurado os humildes de
espírito, pois deles é o reino dos céus. Jesus começa seu ensino falando da
humildade. Ele sabia em seu espírito a necessidade de cultivar nos corações dos
seus discípulos essa virtude de extrema necessidade, pois sem a humildade de
espírito seria (e é) impossível fazer parte ou até mesmo herdar o Reino dos Céus.
O humilde de espírito a que se refere esse ensinamento, pode ser entendido como
um espírito sempre pronto a abrir mão dos seus próprios interesses em favor dos
outros. O salmista em sua oração de confissão e arrependimento nos dá com
clareza, um vislumbre desta realidade: “cria em mim, oh Deus, um coração puro e
renova dentro de mim um coração sempre pronto, inabalável, disposto a obedecer,
pronto se despojar dos próprios interesses" (Salmos 51:10).
Desde o alvorecer deste século, temos visto, ouvido e
testemunhado uma avassaladora onda de perversão dos homens em todas as áreas da
sua vida, a crescente desvalorização da ética e dos bons costumes, e por fim,
a degradação da família. Em função da multiplicação da ciência e dos grandes
avanços das modernas tecnologias estarem sobre fortes influências satânicas,
temos enfrentado dias difíceis e, porque não dizer, insuportáveis de viver. A falta
de comunicação tem afetado em muitos aspectos os relacionamentos familiares, e
as relações fraternais entre os fiéis no viver diário cristão. É bom
ressaltarmos que um diálogo é o inverso do monólogo, onde só uma pessoa
discursa sem deixar que outras pessoas se expressem também. O discurso monólogo
é orgulhoso, soberbo, arrogante, presunçoso, vaidoso, violento, vil, sem graça
e desprovido de humildade. Já o diálogo é quando as pessoas falam e se escutam,
cada qual colocando seu ponto de vista e tendo a chance de se expressar. No
diálogo todos tem e devem ter direito de serem ouvidos. Ouvir e falar no momento
certo. O que temos visto no meio das famílias é a falta de diálogo e como
resultado temos uma degradação dos valores éticos estabelecidos por Deus para
guardar as famílias da corrupção maligna. Precisamos reavaliar nossos conceitos
e tudo aquilo que temos tido como valores éticos. Incentivar nossas famílias ao
diálogo, na verdade é uma reeducação familiar.
No entanto deve haver uma disponibilidade de todos para a
prática da abnegação. Mateus 16:24 tem a chave- mestra para uma vida de vitória
na caminhada de todo cristão: " renúncia ". Negar a nós mesmo e seguir o caminho que nos
está proposto. A vida cristã se caracteriza pelas renúncias que temos de fazer
e devemos fazer. Isaías, o profeta messiânico, nos traz à luz aquilo que
caracterizava a pessoa do Messias. Vemos o resultado da renúncia na vida do
Cristo, Ele foi desprezado, o mais rejeitado dentre os homens, homem de dores,
foi oprimido, humilhado, ficou em silêncio diante dos seus acusadores e foi
moído pelos nossos pecados (Isaías 53:3-12), renunciar ainda é o caminho mais
eficaz para uma vida de paz em nosso núcleo familiar cristão. Isso com toda
certeza não será uma tarefa agradável para muitos, pois infelizmente nossa
geração tem desprezado os princípios cristãos acarretando sobre sim varias
tribulações. É lamentável, mas a real situação de muitas famílias cristãs é de
total degradação moral e espiritual. Pais que se fecham para o dialogo e a
renúncia na família tem colhido a mais desastrosa colheita da história da
humanidade “filhos abomináveis". O
termo parece duro e medieval, mas certamente é o que melhor defina essa geração
corrupta, ainda pior que a descritas em Gênesis 6, fazendo uma comparação aos
dias de Noé (Mateus 24:32-39).
Mas a renuncia precisa se ancorar na tolerância, pois esta
é uma virtude gloriosa da parte de Deus que devemos cultivar com mais
intensidade e "num desejo ardente", pois a palavra de Deus nos diz em
Mateus 5:7 que bem-aventurados são os misericordiosos, pois eles alcançarão
misericórdia. Ser paciente é ter a capacidade de suportar as fraquezas dos
fracos e demonstrar misericórdia ao que falhou na tentativa de acertar. A
tolerância no meio da família é uma arma poderosa para estabelecer
relacionamentos quebrados. O que temos visto nas famílias é a inversão de
valores que convergem para verdadeiros desequilíbrios mentais, filiais,
maternais e paternais. Pais sem estrutura psicológica, sem estrutura financeira
e morai. Infelizmente as igrejas não tem dado o devido valor ao ensino familiar
pré e pós casamento. Temos visivelmente bons livros e revistas com o tema
família. Mas pouco (ou nenhuma prática). Cabe a nossa geração mudar sua própria
história e a transformação começa no seio familiar.
A eficácia do diálogo na comunicação
O diálogo leva a compreensão do que o
outro pensa e sente. A renúncia é a compreensão de que não se pode agir sempre
como se gostaria. A tolerância faz parte do entendimento de que todos falham e
de que ninguém é perfeito. As pessoas precisam aprender a se comunicar. Sem um
transmissor e um receptor a comunicação não se efetiva. O monólogo não é o
suficiente para duas pessoas se relacionarem. Existem várias formas de
comunicação, mas a mais eficiente é o diálogo. O ato de dialogar deve ser
estimulado e treinado, pois quem tem uma boa comunicação se sobressai. No
diálogo é preciso saber ouvir e falar no momento certo. O diálogo desarma o
silêncio diabólico. Com o diálogo se quebra o gelo e as barreiras caem. Sem o
diálogo tudo se esfria, se distancia, há um vazio, há uma barreira, um
isolamento. Mas com o diálogo se renova o compromisso, as pessoas ficam mais
unidas, se conhecem melhor e aperfeiçoam os laços. A Bíblia diz em Eclesiastes
3:7 que há tempo de falar e tempo de ficar calado, saiba discernir isto. Não
podemos atropelar quem está com a palavra, nem responder antes da hora, mas
quem fala precisa dar oportunidade a quem está ouvindo para se expressar
também. Mesmo que você não consiga atender outra pessoa em todos os seus
anseios e expectativas, somente o ato de ouvir com atenção, sem cortes, sem
retrucar, desaprovar e condenar, lhe coloca em posição de autoridade
respeitável e conselheiro confiável.
O diálogo precisa ocorrer de forma
clara e objetiva, sempre trazendo a edificação. Se a pessoa não se expressar, o
seu cônjuge não saberá o que ela está pensando nem as suas necessidades. A
conversa clara e objetiva, sem rodeios, será salutar para a vida do casal. O
diálogo de coisas passadas que fizeram mal ao casal deve ser evitado, sob pena
de se abrir feridas já cicatrizadas. Tudo que não traz edificação deve ser
desprezado (I Coríntios 10:23). Nunca dê seu parecer antes de ouvir ou sem
examinar bem a matéria. É preciso estar muito convicto do seu posicionamento e
bem seguro da verdade dos fatos. As respostas não podem ser com ira, ou com as
emoções à flor da pele (Provérbios 18:13). Não se devem acreditar em todas as
versões que chegarem aos ouvidos. Precisamos sempre chegar os fatos e as fontes
de onde partiram as informações.
O diálogo precisa ocorrer com verdade,
educação e respeito. A honestidade a sinceridade precisam prevalecer. Muitos
lares estão contaminados com a mentira, um vício de comunicação. Cuidado!
Apocalipse 21:8 diz que ficarão de fora todos aqueles que amam e praticam a
mentira. Não pense que a verdade irá ferir a pessoa amada, desde que ela seja
transmitida com amor e com educação e respeito, pois a verdade deve libertar e
dar vida, jamais ferir ou matar a pessoa (João 8:32). Cuidado para não perder o
respeito. A palavra de Deus diz que é mais difícil reconquistar uma pessoa que
foi desrespeitada ou ofendida do que uma cidade fortificada (Provérbios 18:19).
Quando estamos namorando ou noivos, ou até os primeiros anos de casados, as
falas são as seguintes: “por gentileza”; “por favor”; “amorzinho”; “paixão”.
Mas por que será que com o passar do tempo, os casais mudam o vocabulário e a forma
de tratamento? A mentira é uma característica de Satanás. A mentira é um pecado
totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Apocalipse 19:11).
Merece ser especialmente ressaltado que a indiferença para com o pecado da
mentira é um dos sintomas mais claros da impiedade de uma pessoa. Tal indivíduo
ainda não nasceu do Espírito Santo (João 3:6), pois está completamente sob a
influência de Satanás, como seu pai espiritual (João 4:24 / Apocalipse 22:15).
Um caráter semelhante a Cristo
(Comentário Adicional)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
O que define o cristão perante Deus, são os frutos que ele
produz (Mateus 7:16). Uma vida de frutificação desenvolve no homem um caráter
semelhante ao de Cristo, refletindo positivamente em todos os seus
relacionamentos. Durante seu ministério, Jesus se mostrou atencioso,
amável, carinhoso, empático e terno, sem jamais perder sua identidade ou
renegar seu zelo pelas coisas celestes. As pessoas gostavam de estar com Ele,
pois sua presença era doce e intensa, mas ouvir suas palavras revestidas de
unção e autoridade era uma experiência impactantemente transformadora. Jesus
era “bom de conversa”, simpático e tolerante. Com esta postura amigável, atraia
a atenção dos “pecadores”, exatamente as pessoas que buscava alcançar (Lucas
5:32). Quem frutifica espiritualmente desenvolve este mesmo caráter
misericordioso e amável. O amor deve ser
a base da nossa pregação, o lema de nossa cruzada celeste e a motivação de
nosso serviço, pois é a “coluna cervical dos frutos espirituais”. Este fruto
pode ser descrito como uma tangerina com nove gomos ou um belo cacho com nove
uvas muito viçosas: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fé, mansidão e
domínio próprio (Gálatas 5:22). Um fruto com apenas oito gomos ou um cacho com
apenas oito uvas, é inegavelmente defeituoso, produzido por uma árvore de
qualidade duvidosa, sendo esta uma condição irrevogável e sem concessões. Uma
árvore que produza frutos incompletos será desqualificada, desarraigada e
lançada ao fogo. Assim, a avaliação de nosso caráter para fins de juízo ou
galardão se dará pelo minucioso exame dos frutos que produzimos ao longo de
nossas vidas. A frutificação espiritual deve seguir uma linha continua e
vertical, do homem para Deus. Em contrapartida, seus efeitos são sentidos
também na horizontal, nas nossas relações humanas. O Fruto do Espírito tem
sabor adocicado para as pessoas que nos cercam. Para melhor entendimento, basta
uma analise sucinta de dois elementos presentes no Fruto Espiritual: Mansidão e
Domínio Próprio.
Mansidão é a qualidade ou estado de manso (alguém de índole
pacifica; pacato; calmo; tranquilo); brandura e suavidade. No contexto bíblico,
porém, a mansidão é atribuída ao indivíduo que consegue equalizar força e
coragem com moderação, irando-se com equidade e somente quando necessário, além
de submeter-se sempre humildemente a vontade de Deus (Como por exemplo, Moisés
– Números 12:3). Uma outra palavra que
pode definir “mansidão” é “docilidade”, que remete a alguém que é fácil de
guiar. Mansidão também está ligada
diretamente a serenidade, que é a capacidade de se manter calmo e sossegado
mesmo em situações estressantes, denotando se em paz. Esta é uma virtude tão
excelente que Paulo nos aconselhou a estarmos vestidos dela (I Colossenses
3:12) e a seguirmos por toda a nossa vida (I Timóteo 6:11). O indivíduo que
desenvolve a mansidão é um semeador de paz, e consegue pregar a mensagem de
Cristo sem sequer dizer uma única palavra. Pedro, que aliás, precisou
desenvolver a mansidão ao longo de sua vida, ensinou que a melhor forma de se
ganhar um cônjuge ímpio para Jesus não é por palavras e nem por beleza, mas sim
utilizando o incorruptível traje de um espírito manso e quieto (I Pedro 3:1-4).
A mansidão produzirá no homem uma vida fecunda e sustentada em três pilares
básicos: SANTIDADE (ser manso igual a Cristo nos leva a agir como Cristo);
BONDADE (ser manso nos leva a sabedoria do fino trato com os demais); ENTREGA
(ser manso é viver para Deus e a sociedade como um pacificador, alguém que
promove a paz).
Já o Domínio Próprio nada mais é que do exercer “autocontrole”. Somos constituídos de corpo, alma e espírito. Deus deseja operar nestas três esferas de nossa vida (pensamentos, vontades e ações), mas para que isso aconteça, precisamos entregar esse “pacote” a Ele. Para tal se faz necessário um amortização da carne, um refinamento de alma e uma constante renovação espiritual. Se tudo isto acontecer, então o homem consegue perseverar em oração, jejuar, meditar na Bíblia e assim encontrar os meios (e a força necessária) para manter seus impulsos e instintos em stand by. O Domínio Próprio não elimina suas fraquezas e defeitos, mas os tranca em uma caixa espiritual, de onde não podem mais agir, embora continuem vegetando lá dentro. Outro termo usado para definir esse autocontrole é TEMPERANÇA. Desenvolver esta virtude significa equilibrar seus sentimentos; colocar limites aos próprios desejos; controlar a atração por prazeres; assegurar o domínio da vontade espiritual sobre os instintos carnais e corrigir desvios temperamentais. Se optarmos por viver em frutificação, Deus é honrado em nossa vida, e as pessoas a nossa volta certamente serão muito mais felizes, tornando nosso lar em um recanto de paz e serenidade.
Já o Domínio Próprio nada mais é que do exercer “autocontrole”. Somos constituídos de corpo, alma e espírito. Deus deseja operar nestas três esferas de nossa vida (pensamentos, vontades e ações), mas para que isso aconteça, precisamos entregar esse “pacote” a Ele. Para tal se faz necessário um amortização da carne, um refinamento de alma e uma constante renovação espiritual. Se tudo isto acontecer, então o homem consegue perseverar em oração, jejuar, meditar na Bíblia e assim encontrar os meios (e a força necessária) para manter seus impulsos e instintos em stand by. O Domínio Próprio não elimina suas fraquezas e defeitos, mas os tranca em uma caixa espiritual, de onde não podem mais agir, embora continuem vegetando lá dentro. Outro termo usado para definir esse autocontrole é TEMPERANÇA. Desenvolver esta virtude significa equilibrar seus sentimentos; colocar limites aos próprios desejos; controlar a atração por prazeres; assegurar o domínio da vontade espiritual sobre os instintos carnais e corrigir desvios temperamentais. Se optarmos por viver em frutificação, Deus é honrado em nossa vida, e as pessoas a nossa volta certamente serão muito mais felizes, tornando nosso lar em um recanto de paz e serenidade.
A vida é marcada por renúncias
Jesus disse aos Seus discípulos: “se
alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e
siga-me” (Mateus 16:24). Para tudo na vida há necessidade de renúncias. Para o
casamento não é diferente. Muitas coisas que gostamos precisamos renunciar ou
negociar com o nosso cônjuge, pois não se admite posições ferrenhas e radicais
no casamento. A renúncia de posições radicais fortalece a harmonia. Renunciar
dá uma conotação de se esvaziar de si mesmo, tirar o egoísmo e trabalhar em
benefício da união e unidade do casamento. Renunciar posições radicais que nada
contribuem ou acrescentam ao casamento, a não ser conflitos e desgastes.
Precisamos também renunciar a forma grosseira, agressiva e ignorante de tratar
a pessoa amada, pois só tira a paz e corroí o amor. A renúncia deve ser
espontânea, voluntária, de foro íntimo, pois por coação e força não é renúncia,
é escravidão. A atitude de renúncia é algo de Deus e alcança as pessoas com
maturidade, que reconhecem sua valiosa ajuda no convívio de duas pessoas que se
amam.
A renúncia da vida de solteiro é um
dever para os casados. Depois de casado, precisa-se abrir mão do individual em
benefício do mútuo. Para estar casado não se pode viver mais uma vida como se
estivesse solteiro, não tendo hora de chegar em casa, saindo a hora que bem quer,
estando com quem quer, tendo a mesma vida que levava quando tinha a
liberdade de fazer o que queria. Os amigos de solteiro ou passam ser amigos do
casal ou precisam ser analisados para se tomar uma decisão inteligente. As
amizades antigas podem causar ciúmes ao casal, o que é prejudicial ao
casamento. Renunciar é abrir mão de algo. É simplesmente dizer “sim”. Mesmo que
seja um direito natural que tenhamos, muitas vezes deve ser renunciado. Jesus
disse que seguir a Ele seria uma vida de renúncias. Deixamos muitas coisas para
estar com Jesus. Esta é uma questão de escolha.
A renúncia deve partir dos dois lados,
isto é, marido e mulher. Para um casamento duradouro é necessária uma boa dose
de renúncia. Exige-se que a renúncia tenha pista dupla, deve partir dos dois
lados. Isto requer maturidade, amadurecimento e sabedoria de ambas as partes. O
homem não pode agir com machismo, sem nunca abrir mão das suas posições. O
marido precisa olhar para a mulher conforme está registrado em I Pedro 3:7:
“Igualmente, vós, maridos vivei com elas com entendimento, dando honra à
mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da
vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. A correspondência também
é recíproca, uma vez que a mulher não deve relegar o seu marido a segundo
plano. De acordo com o apóstolo Pedro, o marido que não é compreensível com a
sua esposa, e que também não a honra como sua irmã em Cristo, prejudicará o seu
relacionamento com Deus, criando uma barreira entre suas orações e o Eterno
Deus (Colossenses 3:19). Os esposos (e futuros maridos – tanto os noivos quanto
os solteiros) devem estar condicionados a elogiarem constantemente suas
esposas. As esposas (e futuras esposas – tanto noivas quanto às solteiras) devem
estar condicionadas a sempre amar e ajudar seus companheiros segundo a vontade
de Deus (Efésios 5:23 / I Pedro 3:1-6). A mulher precisa usar de sabedoria para
edificar a sua casa (Provérbios 14:1), mas entre o casal deve haver bastante
equilíbrio.
Em busca de equilíbrio emocional
(Comentário Adicional)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Nenhum homem está isento de falhas e desvios de caráter. Os
sentimentos humanos são imprevisíveis e as emoções nos deixam vulneráveis
diante do imponderável. Cada indivíduo é diferente entre si, o que transforma
qualquer relacionamento num constante choque de interesses e divergências de
interpretações. Casamentos duradouros e relações bem sucedidas têm como base o
equilíbrio emocional dos envolvidos, ferramenta fundamental para tempos de
crise e dias de conflito. Cada ser humano tem seu próprio limite e, portanto,
ninguém deve “medir” as demais pessoas pela sua própria “régua”. Nossa verdade
absoluta pode ser apenas uma teoria efêmera quando confrontada com a realidade coletiva.
Ninguém é perfeito ou está isento de erros e quedas (I Coríntios 10:12). Somos
diferentes uns dos outros, e há muita beleza nesta diversidade, pois abre
margem para melhorias continuas. Relevantes estudos da psicologia cristã
revelam quatro tipos básicos de temperamentos individuais, onde todos possuem
seus próprios deméritos, sendo eles: melancólico, fleumático, colérico e
sanguíneo. Um indivíduo que produza frutos espirituais não eliminará de seu
temperamento os aspectos negativos inerentes à ele; mas poderá equilibrá-lo com
as demais virtudes presentes no fruto. Por exemplo: Um cristão que tenha o
temperamento melancólico terá tendências para a autodepreciarão, tristeza
constante e inclinação a um quadro depressivo, mas compensa estas fraquezas com
outras virtudes do fruto espiritual, tais como amor, alegria e paz. O
fleumático tende a ser calculista, materialista e sistemático, mas equilibra
suas ações através do amor, da longanimidade, da benignidade e da bondade. O
colérico, inclinado ao preconceito, ao rancor e a ansiedade, equilibra seu
caráter mediante o amor, a fidelidade e a mansidão. Já o sanguíneo, impulsivo e
intolerante, corrige seus desvios de personalidade ao exercer amor,
benignidade, longanimidade e mansidão.
A bondade pode ser definida como a disposição permanente de
uma pessoa em fazer o bem. Os salmistas declaram não apenas o fato de Deus ser
bom, mas também o descreve como sendo o autor de toda generosidade e a essência
da bondade (Salmos 23:6, 31:19, 52:1). Como filho de Deus, todo cristão deve
buscar constantemente a bondade, vivendo sua vida moldada na vida do próprio
Cristo, manancial inesgotável de bondade e ternura. Não devemos nos contentar
com uma bondade teórica, onde nos limitamos a não fazer o mal, mas sim colocar
as mãos na “massa” exercendo na prática toda a bondade que existe em nós por
meio do amor de Cristo. No código penal brasileiro, a omissão de socorro é
tratada como um crime gravíssimo. Ou seja, não fazer o bem e tão grave quanto
se fazer o mal. Adolf Hitler, sádico genocida, construiu seu império de terror
tendo como alicerce a omissão dos líderes mundiais que se fizeram de cego as
atrocidades cometidas pelo nazismo. Atribui-se a Martin Luther King a celebre
frase: “O que me preocupa não é grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”. A
bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os bons deixam
de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade.
Porém, mais do que ser bom, é preciso ser benigno. A
benignidade está estritamente ligada ao desejo de “não” se fazer o mal e
conseqüentemente praticar a bondade. Deus jamais desejou qualquer tipo de mal
ao ser humano (Jeremias 29:11 / João 3:16) e até mesmo suas ações mais drásticas
foram tomadas por amor, e logo deseja que seus filhos, criados sua imagem e
semelhança também possuam tal virtude (Gênesis
1:26 / Hebreus 12:6). A benignidade age no cristão como um anticorpo que
combate sentimentos nocivos em relação as demais pessoas. É um agente de cura
que age em áreas afetadas pelas mágoas ou pelo preconceito, possibilitando a
prática do pedido feito por Paulo aos féis em Éfeso: Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2). Podemos correlacionar e interligar a
benignidade com outros sentimentos e algumas virtudes essenciais ao
cristianismo, tais como a afabilidade (cortesia e gentileza), amabilidade, (ato
de ser amável), amenidade (leveza e delicadeza no trato), benevolência (boa
vontade para com o próximo), ihaneza (sinceridade e clareza), sociabilidade
(capacidade de viver bem em sociedade), clemência (disposição para perdoar), filantropia
(amor a humanidade), altruísmo (ausência de egoísmo) e tolerância, que é
suportar com paciência. Quando exercermos tais virtudes, nem que seja para o
mais pequenino filho do Senhor, estamos sendo benignos para com o próprio Deus,
e tal gesto não ficará sem recompensa (Mateus 25:40).
A tolerância requer paciência
Tolerar é aceitar o cônjuge com a sua
personalidade. É amá-lo e respeitá-lo. É aceitar como a pessoa é. É suportar as
imperfeições. É esperar crescer e adquirir maturidade. O namoro e o noivado são
estágios probatórios para o casamento, mas muitos casaram pensando que poderiam
mudar a natureza dos seus cônjuges após o casamento, mas hoje descobriram que
isto é muito difícil. Agora precisam aprender a conviver com algumas situações
que não são o ideal, mas resta ter paciência e suportar uns aos outros em amor
(Efésios 4:2 / Colossenses 3:13). Todos nós temos as nossas tradições que envolvem
a família, a religião, os costumes, as comemorações, a formação, a alimentação,
etc. Muitas coisas que as pessoas fazem passam de geração para geração, de pai
para filho. As comemorações que marcam dias especiais na família são uma coisa
muito particular. A alimentação é regional e muitos preservam as comidas
típicas de seu estado. A concepção religiosa de usos e costumes varia de pessoa
para pessoa, mesmo dentro da mesma denominação. A tolerância deve fazer parte
da relação marido e mulher, que quem ama deve ter uma dose maior de tolerância,
que não deve se estressar com o jeito de agir do cônjuge, nem se desgastar
quando está fora do seu alcance de corrigir a outra pessoa. De acordo com a
Palavra de Deus, ser tolerante significa: ter amor e consideração por aqueles
que não são como nós (Mateus 5:43-47 / Romanos
12:18 / I Corintos 3:1-5 / Filipenses 3:15 / I Tessalonicenses 5:15 / Hebreus 12:14); ser paciente e perdoar os
erros dos outros (Mateus 18:21-22 / Lucas 17:4 / Romanos 15:5 / Efésios 4:1-2)
ser compreensivo com os mais fracos (Romanos 14:1 / Gálatas 6:1 /
I Coríntios 10:23-24).
Todos nós temos os nossos limites, isto
é, vamos até um determinado ponto, depois não conseguimos mais avançar. Os
cônjuges precisam entender isto. Não adianta exigir além das possibilidades
físicas e intelectuais. Cada pessoa tem uma capacidade de absorção e de
assimilação. O nosso desenvolvimento intelectual diferencia um do outro. Um dos
cônjuges pode chegar mais longe nos estudos ou galgar uma posição social de
mais destaque, mas isto não lhe dá o direito de desprezar a pessoa amada. O
limite pode ser diferente do outro, mas não devemos nos desesperar, porque isto
é normal. Não busque forçar o seu cônjuge a ultrapassar os limites que ele tem,
pois isto é prejudicial à saúde física, mental e psicológica. A própria pessoa
é que deverá trabalhar para diminuir as suas restrições e aumentar os seus
limites. Quem não admite que um está menos preparado que o outro, ou tem menos
disposição, terá problemas sérios no casamento. Conversar sobre os limites de
cada um evita os maus entendidos e as suspeitas desnecessárias.
Todos nós temos falhas, um mal costume,
ou mesmo um cacoete. Sempre temos alguma coisa que desagrada o outro. Mas a
maturidade diz que é preciso tolerar as imperfeições do cônjuge e tentar ajudá-lo
a corrigir as falhas com amor e respeito. Nunca devemos zombar ou criticar a
pessoa amada por um defeito, pois talvez não tenhamos o defeito dela, mas, em
contrapartida, temos um defeito que ela não tem. Nunca podemos pensar que somos
perfeitos, que não temos imperfeições e que não carecemos de nenhuma melhora. Ninguém
é perfeito, pleno, absoluto. Por isso, há a necessidade de tolerar um ao outro.
Precisamos aguardar com paciência o nosso cônjuge amadurecer, pois ninguém
nasce sabendo. É com o passar dos anos que adquirimos experiências. Tolere o
seu cônjuge e lhe dê oportunidades de crescimento. Participe sempre do
desenvolvimento um do outro.
Conclusão
É extremamente necessário para quem
almeja viver dias felizes e ter um casamento alegre e duradouro atentar para a
seguinte orientação: “Não se esqueça jamais de cultivar atitudes que coloquem
essas três palavras em evidência: diálogo, renúncia e tolerância”.
Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 14 de fevereiro de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.
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ResponderExcluirda assembleia de Deus madureira Mogi das cruzes bairro do rodeio