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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

EBD - Vivendo a felicidade no lar


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 06
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes


Texto Áureo
Salmos 128:3
A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.

Verdade Aplicada
A felicidade é a busca de todo homem e é a sua maior motivação. Como Deus é a fonte da felicidade, podemos alcança-la praticando o temor a Ele e a obediência à Sua Palavra.

Textos de Referência
Salmos 128:1-6

Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos!
Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.
Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR!
O SENHOR te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.
E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.


Essa tal “Felicidade”
(Comentário Adicional)

Numa definição pragmática, a felicidade pode ser entendida como um momento durável de satisfação, durante o qual a pessoa se sente plenamente realizada e aquém a qualquer tipo de sofrimento. Ao longo da história, diversas civilizações interpretaram o conceito da felicidade sob prismas diferenciados. Aristóteles tinha uma visão poética sobre a felicidade, considerando-a como sendo “uma atividade virtuosa da alma em conformidade com a razão”. A psicologia faz ligação direta “dessa tal felicidade” ao estado emocional do indivíduo. Neste context, a felicidade é formada por diversas emoções e sentimentos, que podem ser desencadeados por realizações pessoais, sonhos realizados, desejos atendidos, ou até mesmo pelo bem-estar de quem amamos. Os filósofos, em geral, associavam a felicidade ao prazer, a liberdade de comportamento e ao estilo de vida escolhido por alguém. Os antigos gregos usavam o termo “eudaimonia” para descrever a felicidade, a mesma palavra que hoje equivale a “ética”. Nesta perspectiva, assim como o caráter, a “felicidade” é peculiarmente singular em cada indivíduo, devendo ser buscada e sentida individualmente, mas partilhada com aqueles que nos cercam.  As diversas religiões existentes também têm suas próprias interpretações  da felicidade, cada uma pautada em suas crenças, dogmas e ritos. Mas nada disso se compara a definição de felicidade encontrada na Bíblia. As Sagradas Escrituras seguem exatamente na contramão do pensamento humano, e lista entre os homens mais felizes da terra, um grupo no mínimo paradoxal: os pobres de espírito, os que choram, os humildes, os injustiçados, os misericordiosos, os puros de coração e os perseguidos (Mateus 5:3-12). Numa análise bíblica, é podemos entender que quanto mais o homem compreende sua total dependência de Deus, mais perto está de vivenciar a verdadeira felicidade: - Provem, e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia! (Salmo 34:8).

Em Gálatas 5:22, Paulo apresenta a “felicidade” como um dos elementos presente no “Fruto Espiritual”. Chamada no texto original de “CHARA”, também podemos identificá-la como “Alegria” ou “Gozo”, sendo na prática, o profundo regozijo do coração, o verdadeiro gosto de viver e o legítimo amor à vida. É este aspecto do fruto espiritual que nos leva a sentir uma profunda “Satisfação no Senhor” independente das circunstâncias vividas. Ele não impede que tenhamos momentos de tristeza ou frustração, mas nos capacita a passar por eles com nossa devoção intacta e nosso desejo de adorar inalterável.  Sua fonte está na Graça de Deus, que é perfeita e infinita, logo o cristão que atravessa uma noite de tristeza terá logo pela manhã, motivos de sobra para sorrir; e aquele que ora em gemidos e lágrimas, pouco depois já esta a celebrar com cânticos de júbilos (Salmos 30:5).

Sabemos que a vida cristã implica em muitas provações (João 16:8) e inúmeros perigos (Mateus 10:16), mas mesmo nas piores condições podemos experimentar dessa imensa alegria que a presença do Senhor Jesus nos proporciona, afinal, nada e ninguém poderá tirá-la de nós (João 16:22) . Esta alegria, não se trata de um mero sentimento, e nem é reflexo de um momento de descontração; mas sim uma característica inerente do homem que se entrega a Deus, pois uma vez feita esta escolha, somos “ungidos” com o “óleo da alegria” (Salmos 45:7). Davi estava em um dos piores momentos de sua vida. Ele havia perdido seu mentor espiritual (Samuel), estava muito longe de casa e as circunstâncias tinham afastado seus amigos. Agora, era um fugitivo perseguido pelo exército de Israel e estava encurralado numa caverna escura e úmida de Adulão... Motivos de sobra para chorar, se lamentar e se entregar ao desespero. Mas não são estes sentimentos que encontramos em sua mais conhecida composição deste período... “– O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente as águas tranquilas... Ainda que eu andasse pelo vale da sombra e da morte eu não teria medo, pois sua vara e teu cajado me consolam... Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges minha cabeça com olho e o meu cálice transborda... Certamente que a bondade e a misericórdia me seguiram todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor por muitos dias (Salmo 23). Em vez de lamento, louvor... Ao invés de desespero, esperança... Que estas sejam nossas palavras nas horas mais tristes da vida... Somente assim, até mesmo a mais escura caverna se tornará em um lar iluminado, pleno da verdadeira felicidade.


Mulher: videira frutífera

O projeto de Deus para o casamento é de uma família harmoniosa e feliz. A Bíblia descreve a forma maravilhosa a felicidade da família quando está concentra-se nos princípios e ensinamentos divinos. No salmo 128, a mulher é comparada à videira, que produz uva, origem da fabricação do vinho, símbolo da alegria, alegoria de uma mulher feliz no seu lar. Assim como uma vinha produz muitos frutos, a mulher que teme ao Senhor frutificará e dará muitos frutos. A mulher é considerada polivalente, pois consegue realizar muitas tarefas ao mesmo tempo. É o exemplo de mulher guerreira que mesmo tendo filhos para cuidar e casa para zelar, não abre mão de ajudar no orçamento familiar. A mulher sábia olha pelo governo da sua casa e não come o pão da preguiça (Provérbios 31:27). Ela cuida dos filhos à roda da sua mesa (Salmo 128:3). A mulher que teme ao Senhor administra muito bem a sua casa e educa os seus filhos com brilhantismo, ao ponto de ser chamada bem-aventurada. No Salmo 128, a mulher é comparada à videira frutífera, um arbusto que é fonte de alimento, fonte de nutrientes e fonte de renda. A videira simbolicamente era empregada como prosperidade e paz entre os antigos hebreus, mas simbolizavam particularmente o povo escolhido, um símbolo da frutificação. O vinho era um importante item da dieta normal dos hebreus, suprindo-lhes o ferro e outros minerais essenciais à alimentação. Era também a alegria dos pobres que colhiam as respingas para o seu sustento.

O homem que teme ao Senhor não é preguiçoso. Não lhe falta serviço e come o pão do suor do seu rosto (Gêneses 3:19). Da mesma forma, a mulher que teme ao Senhor busca lã e linho e trabalha com mãos hábeis (Provérbios 31:13). Ela estende as mãos ao fuso e as palmas das suas mãos pegam na roca (Provérbios 31:19). Aquele (e aquela) que é justo e teme ao Senhor não precisa arriscar a sorte em jogos e loterias, porque sabe e crê que o Senhor cuida e supre as suas necessidades. O Eterno também cuida de sua descendência (Salmo 37:25). A vida piedosa é proveitosa também aqui na Terra (I Timóteo 4:8), tanto no trabalho, como no lar, e na coletividade nacional. O trabalho, tanto do homem quanto da mulher, prospera quando feito no temos de Deus (Salmo 127:1-2), pois o esforço humano dissipa-se sem a orientação divina. A mulher frutífera não entrega a sua casa a terceiros, ainda que tenha empregados. É ela que administra, juntamente com seu marido, e não deixa ninguém mandar na sua casa.

A felicidade do homem e da mulher que teme ao Senhor é incomparável. Eles irão bem porque têm promessa e também confiam no Deus Todo Poderoso. Eles sabem que as provas e tribulações são passageiras. A luta vem e passa e eles não desanimam. Felicidade não é ausência de conflitos, mas a habilidade em lidar com eles. Ao compreendermos o significado da vida em família e buscar os ensinamentos da Palavra de Deus para aplicação no nosso dia a dia, teremos a resolução dos nossos problemas, as dúvidas serão dirimidas e abriremos espaço para que possamos viver bem e começarmos a gozar da felicidade dessa promessa descrita no Salmo 128. O salmista chama de bem-aventurado, isto é, muito feliz, o homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Para esses, o Eterno Deus tem reservado bênçãos indescritíveis. O segredo das bênçãos na vida do cristão é justamente o resultado de se reconhecer que só o Senhor é Deus e que só Ele merece toda glória, toda exaltação e toda adoração. Cristãos que possuem cônjuge descrente ou afastado precisam de muita sabedoria para lidar com a situação. Fale mais do seu cônjuge a Deus do que Deus ao seu cônjuge (I Pedro 3:1-2).


O Evangelho Doméstico
(Comentário Adicional)

Em II Coríntios 6:14, Paulo orienta que o cristão ao casar,  jamais  se prenda em jugo desigual com um incrédulo. A preocupação do apóstolo é pertinente e tão atual hoje, quanto no tempo em que a epístola foi escrita. O jugo citado, (também conhecido por canga ou parelha) é uma peça feita de madeira que é utilizada para unir dois bois, afim que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. Paulo toma uma liberdade poética para exemplificar que no casamento, ambos os cônjuges estão “presos” um ao outro, lado a lado, e devem andar na mesma direção e no mesmo ritmo, caso contrário, não sairão do lugar. Daí a recomendação para não estar atrelado a um jugo desigual, pois luz e trevas não podem coexistir, assim como justiça e injustiça não conseguem ocupar o mesmo espaço. A fé deve ser uma alavanca que leva o casal para frente, e não um cabo de guerra que os atravanca numa disputa sem vencedores. Assim, todo cristão, deve buscar um cônjuge entre seus pares, procurando a orientação do Senhor para encontrar alguém cuja vida também esteja enquadrada nos princípios da Palavra de Deus. Mas e quando apenas um dos cônjuges, já unidos anteriormente, é atraído ao Evangelho? Como ele deve proceder em relação ao seu casamento? A primeira e mais importante recomendação é: permaneça casado. Os laços do matrimônio são sagrados perante Deus, e cabe ao cristão zelar pelos seus votos. Paulo abre uma exceção apenas no caso extremo do cônjuge descrente se opor veementemente a fé de seu parceiro(a), ao ponto de exigir a escolha “ele(a)” ou “Cristo"”, e neste caso, não há nem o que ponderar: "O marido conceda à esposa o que lhe é devido e também semelhantemente a esposa a seu marido...Ora, aos casados, ordeno, não eu mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se que não se case, ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte da sua mulher ... Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz." (I Coríntios 7:15  - editado)

Porém, em circunstâncias normais, não há nenhum pecado na relação deste casal, apesar da incredulidade de um deles, pois o cônjuge descrente é “santificado” pela fé do outro: E, se uma mulher tem marido descrente, e ele se dispõe a viver com ela, não se divorcie dele. Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. (I Coríntios 7:13-14). Neste caso, o cônjuge convertido se torna em uma fonte numa casa antes escurecida pelo pecado, um pilar de fé e espiritualidade, capaz de manter seu lar em pé mesmo diante da provação. Ele/ela passa a ser um Embaixador de Reino de Deus em sua família, realizando uma obra missionária junto aos seus entes queridos. Porém, mas do que pregar o Evangelho, será preciso vivenciá-lo, pois o testemunho fala muito mais que uma pregação. E este é exatamente o conselho de Pedro: Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus (I Pedro 3:1-4).

Postura fidedigna, mansidão espiritual, sabedoria e modéstia no falar... Quem pode confrontar argumentos tão poderosos?  O Evangelho Doméstico é pregado com pequenas atitudes, no zelo carinhoso das tarefas rotineiras, no empenho pela felicidade do outro. Pedro continua seu ensinamento orientando para que os relacionamentos sejam misericordiosos, afáveis e repletos de amor. Que as relações sexuais sejam pautadas no respeito e embasadas na boa comunicação, e que cada um entenda a fragilidade do outro.  O mal deve ser retalhado com o bem, e a injuria respondida com beatitudes (I Pedro 3:7-9). Para o apóstolo, dentro de uma relação, às vezes o silêncio é mais eficaz do que mil palavras, e pode ser a mais poderosa das mensagens.  Cada ação fraterna e cordial são sementes que vão caindo no coração do cônjuge descrente, dando campo para o Espírito Santo de Deus trabalhar. Somos nós que abrimos as portas para Jesus entrar em nossa casa, e a chave que abre esta porta é o amor. Um cônjuge que persevera em oração e pratica a caridade em sua vida conjugal, santifica seu casamento e testifica do Evangelho com tanta veemência, ao ponto de poder  testificar: Chegou salvação a esta casa! (Lucas 19:9)


Filhos: plantas de oliveira

A palavra de Deus é muito clara quanto a colocar os filhos á roda da tua mesa (Salmo 128:3). Significa que os pais não podem abrir mão da educação e dos ensinamentos da Palavra de Deus. No Salmo 128, os filhos são comparados a oliveira, que produz azeite, o símbolo de fertilidade. Os filhos são presentes de Deus (Salmos 127:3). São tesouros muito valiosos concedidos ao casal como fruto do seu amor. Os filhos são mais valiosos do que bens materiais e deixa-los em tempo integral nas creches não é o ideal. Infelizmente, nos dias de hoje, na fase em que a criança mais precisa dos pais só os veem e encontram nos finais de semana. É importante que cada casal faça uma reflexão e um estudo minucioso para tentar equacionar esta alarmante situação. Vale ressaltar que cada caso é um caso. A família deve se reunir para tomar as refeições na mesa e não no sofá nem na frente da televisão. Comente com eles que, se possível, devem desligar os telefones e os computadores. As refeições em família são momentos sagrados, são como banquetes de alegria.

Os pais receberam a solene incumbência de repassar aos filhos os mandamentos e as leis do Senhor. É algo intransferível e pessoal dos pais, sempre com o apoio da igreja (Deuteronômio 6:6-7). Os pais devem ensinar os filhos a terem prazer na Lei do Senhor e a meditar nela continuamente (Salmo 1:2); a sentir gosto pela Escola Bíblica Dominical e pelo ensino da Palavra de Deus e a sentir alegria em frequentar a casa de Deus, a igreja (Salmo 122:1). Instruir o menino no caminho em que deve andar significa que os pais deverão estar juntos com os filhos e não apenas mostrar o caminho (Provérbios 22:6). Para que a Palavra de Deus esteja na lembrança de seus filhos amanhã, você tem que ensinar na vida deles hoje. A família feliz traz paz para a nação. Quando a família vai bem, a Igreja vai bem, a sociedade vai bem e a nação recebe benefícios desta família bem estruturada. Quando a família não tem problemas, os governos não precisam se preocupar, diminui consideravelmente as crianças jogadas na rua, a marginalidade e a bandidagem são reduzidas. A educação desde o berço faz muito bem à nação.

Os filhos tendem a copiar os pais em quase todas as áreas da vida, porque estes são espelhos para os filhos. Eles tendem a copiá-los nas suas profissões, nas suas atitudes, nas suas vestimentas, no modo de referir à casa de Deus e aos ungidos do Senhor. É importante lembrar que também estão de olho no modo como os pais desempenham o ministério eclesiástico e como levam as sua vidas espirituais. Tome como exemplo a decisão de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15). Os filhos podem até fechar os ouvidos para os conselhos, mas abrem os olhos para o exemplo. A maior educação que se pode dar a um filho é um exemplo digno de vida. Os filhos são comparados como plantas de oliveira, uma das mais valiosas árvores dos hebreus antigos. O povo oriental reputava a oliveira como símbolo de beleza, força, bênção divina, prosperidade, virilidade e frutificação. Informe para eles que a oliveira chega a desenvolver até sete metros de altura com troncos contorcidos e numerosos galhos. Se for cortada, novos ramos e saem das raízes. A oliveira era fonte de alimento, azeitonas, azeite, fonte de renda, fonte de descanso pelas suas sombras, fonte de meditação, fonte de ajuda aos pobres, fonte de madeira, onde várias coisas eram esculpidas, principalmente para o templo de Salomão. A oliveira era realmente digna de ser chamada rainha das árvores.


Construindo um legado
(Comentário Adicional)

Nossa vida nesta Terra é extremamente curta, sendo chamada pela Bíblia de brisa, sopro e comparada a uma pequena planta que nasce e rapidamente morre. Na prática, temos pouquíssimo tempo para realizar a missão que nos foi confiada, e por mais que consigamos avanços consideráveis, infelizmente, alguma coisa sempre fica para traz. É inegável que nossos dias estão relativamente mais curtos, e nossas “horas” se tornaram artigo de luxo. São tantas as ocupações e preocupações que fica praticamente impossível administrar o tempo disponível para atender tamanha demanda. Atividades diárias se acumulam sobre nossas costas e nos obrigam a estabelecer prioridades, o que fatalmente fará com que momentos importantes e decisivos sejam sublimados pelo cruel carrasco cronológico. A modernidade impõe um julgo praticamente desumano sobre o indivíduo, e essa imposição é aumentada sobre o líder cristão, que precisa mensurar em poucas horas o teórico e o prático, a ação e a reação, o planejamento e a execução, o material e o espiritual, a vida secular e o ministério.  Devido à necessidade de se fazer mil coisas em um período relativamente escasso, é que muitas vezes, atividades importantes não são feitas. Em suma, toda esta realidade se encerra na mais pragmática das revelações: é impossível fazer tudo sozinho.  

Mas esta não é uma verdade pertinente apenas aos nossos dias, pois desde a antiguidade, os textos sagrados explicitam a necessidade do trabalho em equipe, em referências como as encontradas em Provérbios 24:6, Eclesiastes 4:9-10, Isaías 41:6 e Lucas 10:1. Já no Éden, a existência da vida humana foi drasticamente reduzida em decorrência do pecado (Gêneses 2:17), e mais nenhum homem conseguiu ser pleno em realizações, pois nossa vida se finda antes de nossas ambições. Assim, cada pessoa aproveita o “gancho” deixado por outros, para a partir deste ponto começar a desenvolver algo pessoal e possivelmente relevante, que chamará a atenção da próxima geração, que usará este novo “gancho” para suas próprias inovações. Tem se então a verdade por traz do jargão: Neste mundo nada se inventa, mas se copia.

A grande preocupação que devemos ter, se divide em duas etapas. Na primeira avaliamos se nossas ações honram o que foi construído pelos patriarcas que sucedemos, e também, se estamos construindo algo realmente sólido para a posteridade. Ninguém é pleno sozinho... Ninguém consegue ser completo no isolamento. Precisamos trabalhar em conjunto com os que foram e com os que serão, a fim de construir uma história e perpetrar um legado. Muitos acreditam que um exército de ovelhas lideradas por um leão, venceriam facilmente um exército de leões liderados por uma ovelha. Isto porque o líder tem a capacidade de moldar seus liderados de acordo com sua própria mentalidade. Esta dádiva é uma faca de dois gumes, pois quando não usada com sabedoria se torna em maldição. Líderes fracos fatalmente forjarão grupos fracos, e líderes fortes, fortaleceram seus liderados, por mais fracos que sejam. Este princípio vale para qualquer outra esfera de ação, tais como o empreendedorismo, a dedicação, a inventividade e a pró-atividade. O líder sempre ira ditar o ritmo da caminhada de seus liderados.  Os “pais” são os líderes de sua família, e suas ações repercutem nas gerações que se seguem. É preciso edificar o lar na Rocha que é Cristo, cuidar com esmero da herança do Senhor que são os filhos, zelando para que os mesmos ensinamentos sejam passados aos netos e bisnetos. Bem aventurado é o homem que quando não estando mais presente em vida, ainda é respeitado pela sua família como um homem de Deus, digno de ser lembrado, honrado e imitado.


Netos: Herança do Senhor

O homem que teme ao Senhor tem a promessa de vida longa, isto é, a longevidade de dias e a recompensa de ver os frutos dos frutos, que representam mais uma corda do coração. Os netos são bênçãos de Deus na nossa vida. É extremamente maravilhoso contemplar a nossa posteridade com os nossos olhos. É uma alegria indescritível a chegada dos netos. A impressão que temos é que supera o amor que temos pelos filhos. No entanto, hoje estamos vivendo uma inversão de valores, pois avós estão criando os netos. A palavra de Deus é bem clara sobre o assunto. Devemos ver os netos com os próprios olhos, visita-los, brincar com eles, cuidar por um período, mas não tomar a responsabilidade de educa-los e cria-los, pois isso é tarefa dos pais. Sabemos que existem exceções, mas não vamos entrar neste mérito, porque cada caso é um caso. Alguns acontecimentos na vida do casal podem levar os avós a ter que criar os netos, mas estas exceções deverão estar concentradas na morte dos pais, na incapacidade psíquica ou mental dos pais, numa separação em que haja prejuízo para a criança ou quando a criança corre riscos na tutela de madrasta ou padrasto. Não pode ser uma regra, mas algo pontual.

Viver para ver os filhos de teus filhos quer dizer viver mais sobre a face da Terra (Salmo 128:6). É notório que quando os netos chegam, a nossa idade está começando a ficar avançada (Gêneses 48:8-22 / Jó 42:16-17). Significa que ver os filhos dos filhos é cumprimento da promessa de honrar aos pais (Efésios 6:1-2). Assim como os pais têm a responsabilidade de guiar os filhos nos caminhos do Senhor, os filhos têm a obrigação de obedecer aos seus pais no Senhor. Muitos homens e mulheres perdem o rumo procurando soluções em todas as partes, esquecendo-se da Palavra de Deus. Com essa atitude não enxergam a solução que está bem perto de todos nós. No entanto, basta recorrer à Palavra de Deus, a qual nos ensina como resolver os problemas e receber a benção de Deus e a á felicidade tanto para o nosso casamento quanto para a nossa vida em família.

Ao ver Manassés e Efraim, os filhos de José, o patriarca Jacó regozijou-se grandemente com a extrema bondade de Deus (Gêneses 48:11), pois é o Eterno Deus que nos proporciona a maravilhosa oportunidade de ver os filhos dos nossos filhos (Salmo 128:6), Se observarmos atentamente o capítulo 48 de Gênesis, veremos Jacó mencionar que as bênçãos do Senhor tinham superado todas as suas expectativas (Gêneses 48:9-11). Quão feliz é o homem cujo coração transborda de gratidão a Deus por Sua infinita bondade. É importante compreender que ver os filhos dos filhos também é uma oportunidade de abençoar a nossa descendência (Gêneses 48:16). A graça de Deus não segue a linha da natureza humana. Deus não age segundo as nossas expectativas. O Senhor é soberano e todas as Suas bênçãos são distribuídas conforme a Sua vontade. O patriarca Jacó entendeu muito bem estas coisas e tratou de abençoar a sua descendência. Tudo começa com o temor ao Senhor, pois fora disso não há esperança. A Palavra de Deus nos afirma que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Provérbios 9:10). O homem e a mulher que desejam ver as bênçãos do Senhor sobre as suas vidas necessitam temer e honrar ao Deus Todo-Poderoso. Nossos filhos e netos precisam ver em nós homens e mulheres que temem a Deus, Aquele que é fiel e poderoso para nos honrar e nos conceder Sua infinita misericórdia e maravilhosa bondade, que se estende de geração em geração (Salmo 100:5).

Conclusão

Enquanto não atentarmos para a Palavra de Deus concernente ao casamento e à família, não teremos a felicidade tão almejada. Não adianta pedir conselhos, participar de encontros de casais, simpósios, seminários, palestras, chás e outros, se não colocarmos em prática os seus ensinamentos.



Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 07 de fevereiro de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás. 

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