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terça-feira, 1 de março de 2016

A Falência da Alma (Palavra Pastoral - Março 2016)



A batalha emocional é diária e constante. O campo de guerra é exatamente nossa mente. As peças que se posicionam para este embate são muitas e diversificadas: divagações, ansiedades, dúvidas, temores e mágoas... O tiroteio é ferrenho, e a tragédia anunciada logo se concretiza...

Alguém é mortalmente ferido... Não a carne e nem o sangue, mas sim uma parte de nós subvalorizada, e por vezes esquecida, mas que é determinante para quem somos e para onde vamos...

A guerra que acontece em nossa cabeça pode decretar a “falência de nossa alma”.

O homem é um ser triuno, formado por corpo, alma e espírito. Nosso corpo interage com o mundo que vivemos e nosso espírito se liga com Deus, com quem queremos viver. Mas a alma, por ser sútil e silenciosa, por vezes passa desapercebida, e acaba vitimada pela nossa omissão. Protegemos corpo e espírito, mas nos esquecemos que é a alma quem mais influência no resultado da batalha. Ela é o ponto de equilíbrio do homem, e sua falência decreta uma derrota sumária e quase irreversível.

Os reflexos se notam no corpo de no espírito.... Perde-se o brilho no rosto e a luminosidade do olhar. Os sonhos morrem e as emoções são sepultadas numa cova tão profunda quanto o inferno. Quando a alma enfrenta a falência, o coração se fecha sem data para reabertura, e geralmente, as chaves são jogadas num pântano de frustração, sendo difícil encontrá-las outra vez.

Com isso, nos tornamos rudes e insensíveis, pois a doçura no trato e no falar, é proveniente exatamente nos nossos sentimentos mais nobres, os mesmos que ficaram inacessíveis, esquecidos, empoeirados e enclausurados dentro de um coração impenetrável. Já não se pode amar, pois ninguém consegue oferecer aquilo que não tem.

Neste ponto, as verdades do indivíduo são: “ é cada um por si”, “não confie em ninguém”, “a opinião dos outros não me interessa”, “sou mais eu”...

Que situação triste é essa... Não enfrentamos a batalha da mente com a determinação necessária, e agora temos como únicos recursos o escapismo, o vitimismo e a omissão, fugindo para um deserto onde cada grão de areia é feito de decepção. Fugitivos que correm na direção oposta da liberdade...

Jesus tem o poder de reverter o quadro da falência e reabrir o coração, revelando que guardado no porão da nossa existência, ainda tem algo de muito bom.

Cristo entra na batalha por nós, e seu escudo forte nos protege das setas de Satanás. Com um espírito reto, quebrantado e fortalecido, o corpo se torna um recipiente para o melhor de Deus.

A alma se valoriza e enriquece... O brilho volta para o rosto e a luz enche os olhos mais uma vez. Como é bom o coração pulsar novamente, vívido e apaixonado.

No leito de morte, alguém exclamou: - “Deus, como eu queria começar tudo de novo... “ Não deu... A morte decreta o fim de tudo...  Mas enquanto há vida, há esperança.

Existe uma música secular que diz: “o pulso ainda pulsa”... Então, aproveite a oportunidade... Se jogue nos braços de Deus, abra seu coração novamente para viver as mais intensas emoções de sua vida! 

Ame e seja amado!



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