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quinta-feira, 24 de março de 2016

EBD - Os desafios de educar filhos


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 13
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley


Texto Áureo
Provérbios 22:6
Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.

Verdade Aplicada
Os pais não podem agir com coação, estupidez ou maus tratos com os filhos, pois, além de não ser a forma ideal, existem leis que preveem sanções aos pais infratores.

Textos de Referência
Deuteronômio 6.6-7
E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.
Salmos 127:3-4
Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.
Efésios 6:4
E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
Colossenses 3:21
Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.


Família: 
Manancial de Influências
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Criar um filho dentro dos preceitos bíblicos, não é de fato, uma garantia de que eles se tornarão bons cristãos. O livre-arbítrio é pertinente a todo ser humano, e a fé, não pode ser transferida geneticamente. Por mais protetores que os pais sejam com sua prole, inevitavelmente, chegará o dia em que os filhos terão que fazer suas escolhas, da mesma maneira que seus progenitores fizeram as deles. Filósofos e pensadores da antiga Grécia, desenvolveram a ideologia que o indivíduo é um produto do meio em que ele vive. Este mesmo conceito foi defendido por Sartre e Carl Marx, sendo utilizado ainda hoje para explicar a formação caráter humano. Biblicamente falando, ninguém poderá se escusar de suas ações pecaminosas, justificando-se com os erros alheios. Cada indivíduo é responsável por seus atos, devendo arcar com as respectivas conseqüências. Diante de Deus, o culpado não pode alegar inocência (Naum 1:3). Esta verdade, porém, não tira dos pais a responsabilidade de orientar seus filhos a viver uma vida de santidade e reverência ao Senhor. É preciso ser um manancial de influências positivas e abençoadoras para as próximas gerações. O papel dos pais no discipulado dos filhos, passa pela preparação da terra, o plantio da semente e o cuidar dos primeiros ramos. Em determinado momento, serão eles a assumir o cuidado desta árvore, tornando-se responsáveis pela produção e qualidade dos frutos. Se plantarmos em nossos rebentos sementes perniciosas, no futuro, será dificultoso para eles, a geração de frutos espirituais. Por isso, Salomão foi enfático em seu aconselhamento para que os filhos fossem ensinados desde os primórdios da vida “no” caminho em que deve andar. Mostrar a direção e caminhar ao lado de nossos filhos, não garante que eles trilharão este mesmo caminho nos anos vindouros, mas criará em seu consciente um parâmetro moral que soará um alarme cada vez que seus pés pisarem em estradas tortuosas. Mesmo não estando no caminho correto, terão consciência de onde deveriam estar.

Na parábola do prodigo, nos deparamos com um filho desejo por trilhar caminhos opostos aos indicados por seu pai. Com o coração pesaroso, o velho homem entregou ao seu caçula, a parte da herança que lhe era de direito, e viu, com lágrimas nos olhos, seu filho afastar-se rumo a uma vida de sonhos coloridos e enganosos. Enquanto o moço vivia inconseqüentemente, gastando todos os bens que herdou; o pai mantinha plantão constante no portão da casa, com os olhos fixos na estrada, certo que um dia o seu filho iria voltar. Com o passar do tempo, o dinheiro acabou, e o pródigo se viu sozinho no mundo, desamparado e sentindo muita fome. Quando chegou ao fundo do poço, lembrou-se dos ensinamentos de seu velho pai e decidiu voltar para casa, afim pedir para que fosse contratado como um empregado. Com este pensamento, começou a trilhar o caminho da volta. Quando ainda estava longe de casa, o pai, que aguardava no portão, o avistou e correu ao seu encontro, abraçando e beijando carinhosamente o filho. Não sabemos quantos anos aquele moço esteve fora de casa, mas foi tempo suficiente para que ele gastasse uma fortuna, experimentasse a miséria e subjugasse seu ego. E todos esses os dias, o pai esperou no portão, certo que seu filho voltaria para casa. Ele tinha sido um bom pai e ensinado seu menino o caminho a se andar. O prodigo errou e se perdeu, mas nunca esquecer a direção para qual deveria voltar.

Em seu texto “A Maternidade e o Poder de Influenciar”, nossa Pra. Márcia Gomes discorre sobre a influência dos pais na vida de seus filhos, que é capaz, inclusive, de blindá-los espiritualmente contra ambientes de preciosidade. Um belo exemplo desta realidade é a influência de Joquebede e Anrão na vida de Moisés. Por uma intervenção milagrosa de Deus, esta família recebeu de volta um filho já considerado perdido. O acordo com a princesa do Egito era que Joquebede criaria Moisés como sua ama de leite, devendo o devolver ao palácio quando o menino fosse desmamado. Assim, apesar de ser a mãe biológica da criança, Joquebede teria poucos anos para instruir seu filho nos preceitos do Deus de Israel. Foi tempo o suficiente. Na casa real, Moisés se versou na cultura egípcia, na arte da guerra e da arquitetura, mas não se deixou influenciar pelo paganismo da religião dos Faraós. Hebreus 11:24 registra que pela fé impetrada por sua família nos primórdios de sua vida, Moisés rejeitou entrar na linhagem de sucessão ao trono, preferindo conservar sua identidade hebréia. Séculos depois, uma mulher chamada Ana, prometeu ao Senhor entregar seu filho no templo, caso fosse agraciada com a benção da maternidade. Quando Samuel nasceu, Ana e Elcana tiveram pouco tempo para educar seu filho, antes que ele fosse habitar na Casa do Senhor. Devido as bases adquiridas em sua família, o menino Samuel não se deixou influenciar pelo sacerdócio corrompido daquela época, sendo uma luz em meio as trevas da apostasia. Estas duas famílias dedicadas e fiéis, só ficaram com seus filhos até que fossem desmamados, o que não passaria dos quatro anos de idade. Depois disso, Moisés foi enviado para a corte opulenta e imoral do Egito, e Samuel foi mandado para o treinamento por um sacerdote idoso que não havia sido capaz de educar seus próprios filhos. Porém, tanto Moisés quanto Samuel se tornaram grandes homens de Deus.


Filhos: 
Herança do Senhor

Hoje os nossos filhos têm mais informações do que tínhamos no passado. Por isso, os pais também devem acompanhar o desenvolvimento e o progresso tecnológico para ajudar os filhos a crescerem sem prejuízo. Os filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre o seu galardão (Salmo 127:3). A responsabilidade recai sobre os pais, que deverão cuidá-los bem, da melhor maneira possível, pois os pais são apenas mordomos cuidando daquilo que não é deles. Tanto é que os filhos nascem, crescem se casam e vão embora constituir novas famílias. Os filhos são recompensas da parte de Deus. São bens ativos e não dívidas. O Senhor espera que sejamos bons despenseiros na criação e educação dos filhos. Eles são privilégios dados a nós. É uma bênção usufruirmos durante a vida da companhia, do carinho e do amor dos filhos. Não podemos abrir mão da missão deliciosa que Deus nos confiou. As dádivas do Eterno Deus são tão despretensiosas como são milagrosas (Salmos 127:3-5). Essas verdades são ilustradas com clareza no primeiro e no último parágrafo do capítulo 11 de Gênesis, onde o homem edifica para a glória e segurança, e acaba conseguindo nada mais do que um fiasco, enquanto Deus foi silenciosamente dando para Terá um filho (Abraão), cujas bênçãos têm proliferado desde então. A passagem bíblica de Salmos 127:3-5 nada fala acerca de riquezas monetárias ou de posição. No entanto, o texto destaca que uma família temente ao Senhor é riqueza e honra suficiente.

Os pais têm a responsabilidade de ensinar aos filhos “no” caminho em que devem andar (Provérbios 22:6). Não adianta mostrar a porta, há necessidade de entrar por ela. Os pais não devem mandar os filhos para a igreja, devem ir juntos. Não adianta querer o filho na igreja se a mãe fica assistindo novela ou o pai assistindo futebol. Além dos pais serem guias, sacerdotes e provedores, também deverá dar as suas vidas como exemplo aos filhos. Para educar os filhos na presença de Deus, os pais também precisam estar na presença de Deus. Os pais não devem só ensinar a ser honesto, mas ser honesto também. Não apenas ensinar a não falar palavras feias, mas não falar também. Não apenas ensinar contra os vícios, mas não ser viciado em nada também. Não apenas ensinar a não mentir, mas não mentir também. Não apenas ensinar a não xingar, mas não xingar também.

Muitos filhos querem imitar os pais, inclusive na profissão. Cuidado com os maus exemplos, pois os filhos poderão copiá-los. Alguém, certa feita, disse: “As palavras comovem, mas o exemplo arrasta”. A maior herança que deixamos para os nossos filhos não são os estudos nem os bens patrimoniais, mas um nome limpo, uma vida honrada e digna, um exemplo a ser seguido. Infelizmente, alguns pais pensam que os filhos são bobos e que não estão de olho nas suas atitudes. Os pais são espelhos para os filhos. Por isso é necessário tomar muito cuidado com as palavras que não edificam, com o vocabulário baixo, torpe, com as atitudes insensatas e os exemplos negativos. Os pais não devem fazer nada que os seus filhos não possam copiar. Um filho aprende mais observando as atitudes do pai do que o pai falando para ele fazer. O que os nossos filhos estão vendo em casa? Você fala uma coisa e faz outra?


Lar: 
Entronizando Deus na Família
Comentário Adicional:
Pr. Wilson Gomes

A sociedade é constituída por um conjunto de famílias. Por sua vez, o núcleo familiar deve ser mais que pessoas vivendo numa mesma casa. É preciso construir um “lar”, ambiente de amor, respeito, proteção e justiça, pois os “lares” são as células que formam uma nação. Lares fortes, nação forte, igrejas fortes, escolas fortes, e assim por diante. Não há sombras de dúvidas que dentro do lar são forjados o caráter, a educação e a índole de cada pessoa. E neste contexto, analisando pela Bíblia, (ou até mesmo considerando aspectos seculares), duas figuras exercem influência determinante na formação de indivíduos íntegros: o pai e a mãe. A eles cabe a missão de serem os primeiros transmissores dos oráculos divinos aos seus filhos. Podemos dizer que cada pai e mãe são, respectivamente, pastor e pastora do lar. E deles o dever de ensinar a criança no caminho em que deve andar, sempre respaldado nos ensinos de Cristo. Sob a sua tutela, deve ser desenvolvidos conceitos de moral e justiça, ensinando e praticando a honestidade, a misericórdia e a honradez. Mas, infelizmente, muitos pais são materialistas e não pensam no futuro espiritual de seus filhos. Não plantam para a eternidade. Querem honrar posições momentâneas, buscam reverência instantânea e esquecem que estamos semeando para a posteridade. Questionam publicamente a Deus pelo que não se recebem, e com isso matam a fé de seus filhos, que veem os pais como figuras murmuradoras e críticas, estacionadas na fé, decepcionadas com Deus, com a igreja e com os irmãos.

Seguindo esse exemplo deturpado, eles têm seu caráter moldado num clima de frieza espiritual. Crescem almejando ter idade para abandonar a igreja (a mesma igreja que segundo seus pais “não possui mais a presença de Deus”). O irônico (embora trágico) é que depois esses mesmos pais choram amargamente, pedindo para Jesus trazer seus filhos de volta para a igreja. A mesma igreja da qual tanto disseram mal.  E se ao invés de murmuração e palavras ofensivas, nossos filhos nos ouvissem fazendo orações de agradecimentos? E se ao invés de picuinhas e falatórios eles nos vissem lendo a Bíblia, falando em línguas com lágrimas nos olhos e sendo gratos pelo que temos... O problema é que só choramos quando eles se perdem. Se nossos filhos testemunhassem um altar de adoração no centro da casa talvez isso não acontecesse. Provérbios 22:6 diz que nossos filhos se lembrarão do caminho em decorrência do ensinamento ministrado pelos pais. Então a questão de grande relevância é: O que temos ensinado?

O lar é o agente formador do caráter e da estrutura espiritual de nossos filhos. Lares fortes, filhos fortes. Pais vacilantes, filhos fracos e sem determinação. Alguém sabiamente já disse que o lar é a oficina onde os filhos são construídos. Lares abençoados fabricam filhos abençoados. É dentro do lar que a criança é evangelizada, através da vida dos pais, das orações, da palavra de Deus. Toda essa ação é como um manancial que invadirá a vida da criança, e ela, sem duvidas, será impactada profundamente, porque o evangelho para ela não veio do altar da Igreja, mas sim do altar da família. Sendo assim, papais e mamães, precisam de muita coragem, fé e amor. Nossa missão patriarcal é árdua e prazerosa, agridoce com sabores acentuados. Em casa, temos a chance de gerar um cristão autênticos, mesmo antes dele fazer sua confissão pública de fé, ou seja, aceitar a Cristo na Igreja.  Filhos encontram o caminho da salvação quando os seus pais entronizam Cristo dentro do lar.


Limites: 
Quem manda em sua casa?

Aceitar os filhos mandarem nos pais é negativo e fora dos princípios da Palavra de Deus (Hebreus 12:8). A Palavra de Deus afirma em I Timóteo 3:4-5 que o obreiro (mas esse princípio vale para todos) precisa governar bem a própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com todo o respeito, pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da Igreja de Deus? Com essa palavra, o apóstolo Paulo nos dá prova suficiente sobre quem deve mandar na casa. Os filhos devem obedecer e honrar os pais porque é um mandamento com promessa, além de ser extremamente agradável ao Senhor (Efésios 6:13 /Colossenses 3:20). No entanto, os pais também não podem provocar a ira dos filhos, para que não percam o ânimo (Efésios 6:4 /Colossenses 3:21). Os filhos precisam de normas para serem obedecidas, pois onde não há regras nem regulamentos vira bagunça (Provérbios 29:17). Os pais devem estabelecer limites justos e lógicos. Não devem exagerar nos limites. Devem elogiar quando cumprirem os horários e os limites pré-estabelecidos. Não devem colocar limites inatingíveis para evitar desgastes. Nunca punir injustamente. Devem corrigir sempre com justiça. Jamais disciplinar os filhos com as emoções afloradas. Mesmo o melhor treinamento não pode injetar a sabedoria. Somente pode encorajar a escolha no sentido de procurá-la (Provérbios 2:1). Um filho pode ter um conceito tão grandioso de si mesmo que pode recusar aprender (Provérbios17:21). Os pais devem estabelecer os limites, mas a decisão de cumprir ou não é dos filhos.

Quem ama ensina e coloca limites. Os pais devem ensinar aos filhos a ouvir e aceitar o “sim” e o “não”. Deve-se sempre educar os filhos sob o princípio de que na vida não se pode fazer somente o que se quer (Provérbios 29:15). Ensinar que não se pode ter tudo que quer. Desejar tudo que quer é uma ilusão perigosa. Ensinar que nem tudo que se acha bonito é bom, pois nem tudo que reluz é ouro. Ensinar que não precisa experimentar de tudo na vida para saber que não vale a pena, pois algumas coisas não são legítimas nem boas, além de serem prejudiciais à saúde física e à vida espiritual. É digno salientar que a atitude de um filho a respeito da sabedoria (Provérbios 2:2; 29:3), o consentimento dele diante de uma tentação, tanto aceitando quanto recusando (Provérbios 1:10), que determina os seus caminhos. Ressalte para eles que o contrário da vergonha da família é a alegria que um filho sábio providencia (este é o tema da porção central do livro de Provérbios).

A Palavra de Deus afirma em Hebreus 12:7-8 que é para disciplina que suportamos a correção, pois o nosso Deus nos trata como filhos. E faz uma simples pergunta: “Que filho há a quem o pai não corrige?”. Logo após, dá uma célebre resposta: “O filho que fica sem disciplina, da qual todos devem ser participantes, passa a ser bastardo e não filho”. Assim como somos corrigidos constantemente por Deus para o nosso próprio bem, visto que somos  Seus filhos (João 1:12), mediante a fé (Efésios 2:8-9), não devemos retirar a disciplinados nossos filhos (Provérbios 23:13), mas devemos ter o cuidado para não os espancar. É uma atitude que necessita de moderação. Disciplina o teu filho e ele te dará descanso; dará delícias à tua alma (Provérbios 29:17). Mais do que nunca, é preciso que os pais entendam que o caráter, através do qual a sabedoria se expressa, é uma planta que cresce com mais força após ser podada (Provérbios 5:11-12; 15:32-33 / Hebreus 12:11) – e isto desde os dias da infância (Provérbios 13:24; 22:6). No caso da criança entregue a si mesma, o único resultado que se pode prever é a vergonha para os seus pais: A disciplina gera sabedoria, mas o filho entregue a si mesmo envergonha sua mãe (Provérbios 29:15). O que retém a vara odeia seu filho, mas o que o ama, a seu tempo o disciplina (Provérbios 13:24). A disciplina não é espancamento nem maus tratos, não é tirar sangue ou deixar uma cicatriz, é mostrar que não se pode ficar sem regras e correção. Os pais precisam usar de sabedoria para corrigi-los. Não faça na rua, na igreja ou perto dos amiguinhos, isso pode envergonhá-los e marcar uma atitude nada conveniente dos pais.


Cristo: 
A solução para os conflitos familiares
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley

Manter a família sintonizada com Deus é nosso maior e mais nobre desafio. E a modernidade tem contribuído por demais, para tornar esta árdua tarefa em algo cada vez mais complexo e desafiador. Estamos testemunhando uma significativa demolição dos valores éticos, morais e religiosos, sendo que a família é o alvo prioritário desta apostasia que vem crescendo assustadoramente, fragilizando até mesmo as mais sólidas instituições. O mundo está em constante processo de “evolução”, com mudanças diárias se amontoando sobre nossas cabeças.  Porém, muito daquilo que a atual geração chama de “modernidade”, vem embutida pela destruição sumária da moral, da decência e da verdadeira fé cristã. O objetivo é exatamente destruir os laços familiares, bases e pilares desta instituição maravilhosa, que se vê a perigo de desaparecer por completo. Nossos filhos vêm sendo bombardeados por todos os lados com opções, alternativas e caminhos paralelos, que o novo mundo lhes apresenta nas mais belas e variadas formas. Uma das iscas mais atrativas é o pensamento da liberdade de expressão, sem restrições e regras, ou seja, o velho e eficiente “fazes o que queres, pois é tudo da lei”.  Podemos observar esta decadência florida em uma escala sem precedentes, até mesmo dentro de família genuinamente cristãs. Muitos de nossos valores estão sendo desprezados pelas novas gerações, e apesar do exímio esforço de muitos pais ainda comprometidos com a Bíblia, o controle sobre os filhos parece escorrer lentamente por entre seus dedos, pois eles nascem, crescem, e de repente, somos surpreendidos quando aquela meiga e dócil criança, se torna em mais um individuo totalmente dominado por este sistema mundano.

O sistema ensina que o ser humano é livre para escolher o seu futuro, que suas escolhas devem considerar apenas a felicidade do próprio “EU”, que a liberdade (que disfarça a libertinagem) lhe é um direito garantido e ninguém pode dar qualquer opinião sobre sua vida. Neste ponto, os pais são postos de lado e a capacidade de influenciar os filhos fica cada vez mais comprometida. Um problema ainda maior, é que muitas famílias hodiernas são formadas por cristãos opacos (sem cor, sem vida, sem sabor, sem Cristo reinando em suas vidas). Indivíduos que não se posicionam, e que são vulneráveis a todo tipo de pressão externa, seja socioeconômica ou religiosa. Com isso, a família é soterrada por uma avalanche de influências negativas. E a falta de entendimento das escrituras, é a causa de tantas controvérsias na educação dos filhos. Pais desestruturados são presas fáceis para o mal, que os destrói emocionalmente, fazendo deles reféns da modernidade deste presente século, onde se proclama uma falsa liberdade, que na verdade, é um caminho quase sem volta para a completa destruição.  Mas o buraco pode ser ainda mais profundo. Muitas famílias são construídas a partir de casamentos problemáticas e deficientes,  concebido em momentos inoportunos e com motivações errôneas. E isso reflete na criação dos filhos.

Se o problema existe, então cabe aos pais, encontrar uma solução. E respostas objetivas para indagações complexas podem ser encontradas nas páginas das Escrituras. Filhos não nos foram entregues como um problema para ser resolvido, mas sim como bênçãos e heranças do Senhor (Salmos 127:3).  A consciência desta verdade deve nortear nossa postura diante de nossos filhos, que precisam ser criados para serem devolvidos a Deus. É preciso cuidar dessa benção com todo o nosso coração e determinação, cientes que filhos não nos foram dados em posse, mas sim confiados para zeloso cuidar. Pais que aceitam com honra a disciplina do Senhor e sua exortar, estão aptos a disciplinem seus filhos. O contrario é exemplo diário de hipocrisia.  Se quisermos filhos sadios, teremos primeiro que buscar a cura de nossas próprias enfermidades emocionais. Os pais têm grande responsabilidade na disciplina dos filhos, mas a coerência deve ser companheira constante nessa tarefa de imensa responsabilidade, e um fator indispensável é a observação dos ensinos bíblicos: Instruí a criança no caminho em que deve andar (Provérbios 22:6).

Mostrar o caminho é dizer-lhes da grande honra que é o servir ao Senhor Jesus Cristo com inteireza de corpo, alma e espírito. Dar a eles a oportunidade de conhecer os dois lados da moeda, conscientizá-los que existem dois caminhos, e que cada escolha implica em algum tipo de renuncia e produz efeitos eternais.  É preciso alerta sobre as conseqüências oriundas da escolha do caminho a ser seguido, e alertá-los sobre a implacável lei da semeadura, onde tudo aquilo que plantar, colhe-se em abundância.  E ainda mais importante que ensinar com palavras, é preciso demonstrar na pratica o resultado de uma vida embasada nas escolhas corretas. Os pais são a real referência dos filhos, espelhos onde suas crianças se enxergam no amanhã. Isso exigirá muita determinação e coragem para os pais, implicando na tomada de decisões duras, e muitas vezes não incompreendidas no momento. É preciso postura e muita força. Autoridade sem autoritarismo. Cristo é a resposta definitiva para todos os dilema, a solução de todos os conflitos e a cura para qualquer tipo de dor.


Desafios: 
Educar versus treinar

Ao educar nossos filhos, estamos passando valores éticos, morais e cristãos, mas, com o mundo agonizando por falta desses elementos, se torna uma missão dificílima, pois o que eles enxergam na sociedade, e ás vezes até dentro das igrejas, são comportamentos totalmente desvirtuados dos conceitos bíblicos e valores cristãos. Mesmo com todas as dificuldades, precisamos preparar os filhos para o futuro, torná-los hábeis e capazes de vencer na vida. Os filhos precisam ser educados na disciplina e admoestação do Senhor (Efésios 6:4). A Bíblia recomenda ensinar a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Provérbios 22:6). Não podemos deixar de transmitir os valores cristãos (teoria e prática) desde cedo. Inculque nos filhos a Palavra do Senhor desde criança, assentado em casa, andando pelo caminho, ao deitar e ao levantar (Deuteronômio 6:6-7). Merece ser especialmente destacado que, ao educar o filho, os pais precisam ter um tratamento de educação, respeito e verdade. Nunca minta para o filho, pois, ao descobrir uma mentira sua, ele questionará todas as suas ações. Também não desqualifique o seu filho com palavras de maldição, como: “Você não será nada na vida” ou “Esse menino só nos traz problemas” (Tiago 3:10).

Educar é um desafio diário e essa tarefa compete aos pais e não à igreja ou escola. Educar filhos para a vida é educar embasado no amor, equilíbrio emocional, limites e diálogo. Isso propiciará qualidade aos ensinamentos. Educar é, acima de tudo, dar exemplos. Invista tempo com seus filhos, ouça-os, ame-os incondicionalmente, não abra mão da disciplina, desenvolva diariamente a autoestima deles e nunca deixe de ensinar a amar a Deus e a sua Palavra (Provérbios 22:6). Pais, Deus deu essa missão a vocês!Não queira que o seu filho já tenha a experiência e a sua maturidade. Lembre-se sempre do seguinte versículo bíblico: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (I Coríntios 13:11). Diga para eles que ninguém adquire experiência de um dia para outro. Os nossos filhos vão sendo treinados aos poucos. Uns podem demorar mais do que os outros.

O ser humano precisa de outras pessoas para se desenvolver, pois é um ser social. Na infância, há necessidade de a criança reproduzir o ambiente familiar onde vive. Através dos gestos, falas e atitudes, pode-se notar indicadores de relação familiar com a qual a criança está inserida. Como a família é um modelo cultural, social e emocional, a criança extrairá dele o aprendizado. É nessa fase de formação da personalidade que esse meio estabelece vínculos afetivos e construções de aprendizagem para toda vida. É necessário que a família esteja atenta às atitudes, formas e conteúdos que estão repassando, de forma indireta, às suas crianças. Quando um homem ama ao Senhor de maneira total, obedece totalmente as suas Palavras, que estão gravadas no coração. O livro de Deuteronômio dedica importância especial à tarefa de ensinar a família (Deuteronômio 4:9; 6:20-25; 11:19). As exigências da aliança do Senhor devem ser o assunto da conversa a todo o tempo, em casa, no caminho, de noite e de dia. E vital para aqueles que já possuem filhos, dedicarem tempo do seu dia para falar de Deus a eles, para ler a Bíblia juntos, para ensinar os caminhos da oração. E os que ainda não são pais, devem se preparar para este grande momento. Precisamos amar a Palavra de Deus em todo o tempo. Nossos filhos certamente contemplarão os nossos hábitos e crescerão amando as Sagradas Escrituras.


Conclusão

Educar filhos nos dias de hoje é um desafio. Os pais devem se conscientizar de que não se pode criar filhos hoje como fomos criados no passado. A cada década, precisamos nos atualizara respeito de como educar os nossos filhos. Não dá para pararmos no tempo e ignorarmos a evolução e a modernidade.



Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 27 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.

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