Élita Pavan
Estudante de Fisioterapia
Dismenorréia por
definição é uma dor severa, pélvica, crônica e cíclica associada à menstruação.
Cerca de 90% das mulheres experimentam este quadro em alguma fase da vida,
contudo a grande maioria não procura assistência médica, pois os sintomas são
suportáveis.Existem dois tipos de cólica menstrual: a dismenorréia primária e a
secundária.
Em 80% dos casos a
cólica menstrual está associada à dismenorréia primária e se manifesta um a
dois anos após a primeira menstruação ou menarca.
A dismenorréia primária
é provocada por aumento na produção da chamada prostaglandina pela camada que
reveste o útero, denominada endométrio. A prostaglandina é uma substância
hormonal produzida a partir do estímulo da progesterona, o hormônio que
predomina na segunda fase do ciclo reprodutivo feminino, depois que ocorre a
ovulação. O excesso de prostaglandina durante o período menstrual provoca
fortes contrações do útero, que é um músculo. Ao contrair-se o útero pressiona
os vasos sanguíneos à sua volta, dificultando o suprimento de oxigênio aos
tecidos. A dor é resultado da falta de oxigênio em partes do útero. O excesso
de prostaglandina afeta outros órgãos e é por isso que a cólica menstrual é frequentemente
acompanhada de sintomas como dor de cabeça, dor nas costas, náusea e vômito,
tontura e diarréia.
Já a dismenorreia
secundária está associada a alterações do sistema reprodutivo, como
endometriose, miomas uterinos, infecção pélvica, anormalidades congênitas da
anatomia do útero ou da vagina, uso de DIU (dispositivo intrauterino) como método
anticoncepcional, entre outras. Comumente ocorre após dois anos da menarca
(primeira menstruação).
Os principais
sintomas das dismenorréias
Além da dor, que pode
ser intensa, também são prováveis os seguintes desconfortos:
- Náusea
- Diarréia
- Vômito
- Dor na região lombar e
do sacro, com irradiação para as coxas
- Fadiga
- Nervosismo
- Tontura
- Dor de cabeça
(cefaléia)
- Desmaio ou síncope
(esta ocorrência é bem rara)
Tratamento
ANTI-INFLAMATÓRIOS
NÃO ESTERÓIDES (Aines)
Para combater a
dismenorréia primária são usados atualmente anti-inflamatórios não-esteróides,
de última geração, conhecidos pela forma abreviada AINES. Esses medicamentos
bloqueiam a produção das prostaglandinas, diminuem a dor e a inflamação e não
produzem efeitos colaterais no aparelho digestivo. Entre os Aines mais usados
pelos médicos estão o ibuprofeno, o acetaminophen, o naproxen e naproxenosódium
-- os nomes correspondem ao princípio ativo do medicamento. O uso da
medicação deve começar pouco antes ou no início da dor menstrual e ser repetido
em intervalos de seis a oitos horas para evitar a formação de mais
prostaglandinas.
PÍLULA
ANTICONCEPCIONAL
Para mulheres que sofrem
de dismenorréia secundária os médicos podem acrescentar ao tratamento o uso de
anticoncepcionais orais. Eles bloqueiam o ciclo hormonal natural e a ovulação,
impedindo a produção excessiva de prostaglandinas. As pílulas são eficazes em
80% até 90% dos casos mais graves de dismenorréia.
Tratamento
fisioterapêutico para dismenorreia
Pode ser feito com:
- Termoterapia através
do calor, que vai estimular a irrigação sanguínea, relaxar a musculatura e
aliviar o impacto das contrações do útero.
- Massoterapia, que é um
tipo de massagem por amassamento ou fricção que acalma, melhora a circulação e
relaxa a musculatura, como a massagem reflexa, ayurvédica ou o shiatsu, por
exemplo.
- Exercícios pélvicos que
alongam os músculos, promovendo o seu relaxamento e aliviam a dor.
- Estimulação Nervosa
Transcutânea, a TENS, em que através da colocação de elétrodos na pele na
região lombar e pélvica é emitida uma corrente elétrica que não provoca dor e
que estimula as terminações nervosas, aliviando a dor e a cólica.
- Crioterapia, que é a
aplicação de gelo sobre a pele que vai ajudar a aliviar a dor.
- Acupuntura em que
através da colocação de agulhas em pontos chave pode ser possível diminuir a
dor menstrual e regular o ciclo menstrual.
O tratamento
fisioterapêutico para dismenorreia é uma ótima opção para mulheres que não
querem recorrer á ingestão de remédios.
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