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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Consumir "de propósito" ou "com propósito"?


Quem não planeja o uso do seu dinheiro e gasta conforme seus impulsos, inevitavelmente se verá a baila com muitos problemas, os quais afetarão não apenas o indivíduo, mas também toda a sua família, pois um orçamento mal administrado traz consigo consequências extremamente sérias, dentre as quais podemos ressalta: irritação, tensão, saúde afetada, insegurança familiar, distanciamento no relacionamento conjugal e mau testemunho diante da sociedade. 

É fácil se identificar com estes sintomas, afinal, quem nunca teve problemas financeiros ou passou aperto por falta de dinheiro? Quem não se preocupa em ganhar dinheiro para pagar as dívidas, fazer aquela viagem tão desejada, ir para alguma praia paradisíaca ou até mesmo comprar algo mais “frívolo” e “banal”? 

A grande maioria dos problemas financeiros se deve exatamente a insistência do ser humano em nortear a sua vida pelo "monetário" e não nos valores de Deus. O mercado produz e tenta convencê-lo: “Você pode comprar”, “Você tem que comprar”, “Você precisa comprar”. São estas algumas das estratégias mais eficazes que o mercado regido pelo capitalismo e se impõe através de propagadas na televisão, usando das mais variadas formas de marketing para nos convencer de que precisamos daquele produto específico, sendo que  na grande maioria das vezes, “algum famoso formador de opinião" é utilizado para mostrar uma realidade falsa, na qual o “ator” lhe impõe uma felicidade artificial inerente aquele produto, que teoricamente, "todo mundo que é bem sucedido já tem", e que você precisa comprar também.

Outra ferramenta muito utilizada, é o envio de carta até sua residência falando de sua importância como “cliente preferencial”, e o pior, é que muitas pessoas acabam acreditando nessa "chantagem emocional". Não se deixe ser enganado, pois as empresas querem apenas vender para lucrarem cada vez mais, sem se importar com o rombo financeiro no orçamento do cidadão.  Um exemplo disso é o lançamento de novos aparelhos eletrônicos em uma freqüência exacerbante, na qual se formos acompanhar o avanço, nem chegaremos a sair de uma dívida e já estaremos em outra. As vitrines anunciam o parcelamento em 12, 24 e outras tantas parcelas, que nos arremetem a pensar que é possível sair comprando... (“Aaah são apenas 12 vezes de R$ 8,50”)....  E quando vamos pôr na ponta do lápis, vemos que caímos numa verdadeira armadilha financeira, pois são as pequenas parcelas que acabam nos complicando no fechamento do orçamento mensal.

Em Provérbios 18:9, a palavra nos orienta para que evitemos certos tipos de atividades, como por exemplo, financiamentos e empréstimos para bens de consumo. Este aconselhamento está mais atual hoje do que nos dias em que foi escrito, pois quando se financia um bem adquirido em 12 prestações, paga-se em média 70% a mais do que ele vale. Em outras palavras, quem opta por esta forma de pagamento, acaba jogando dinheiro fora. Os financiamentos para compra de imóvel e demais bens duráveis, deve ser analisado criteriosamente e submetido a Deus em oração.

Vivemos em uma época em que o “Ter” e tornou-se mais importante do que “Ser”, ou seja, você é aquilo que tem. Mas este conceito anti-bíblico não passa de uma realidade maquiada pelo consumismo, já que de fato, não existe a necessidade real de se ter tudo aquilo que se deseja. Neste ponto, é prudente fazer uma análise de consciência e ponderar alguns princípios da necessidade: O uso justifica a compra?  Tenho condições de pagar? Como esse “bem” me ajuda no meu dia a dia? Como esse “bem” me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha Vida? Se eu não comprar isso me prejudicara em alguma coisa? Eu realmente necessito do que estão me oferecendo? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto (por vezes frívolos, efêmeros e passageiros).

Com base nos “princípios de necessidade” citados acima, é possível refletir sobre o quão necessário determinado produto será, ou se estamos compramos por impulso. Geralmente, quando isto ocorre, depois da compra (e daquele momento de felicidade passageira), o indivíduo se vê as voltas com algumas indagações inquietantes: “porque eu comprei isso?” “Qual foi a real necessidade da compra deste produto?” Outra armadilha constante são os créditos fáceis e cartões de crédito, os quais se você não consegue conviver bem com ele, é melhor não tê-los.

Aquele que planeja e poupa seus ganhos, sempre está resguardado de surpresas, pois quem desenvolve uma vida financeira controlada sem exageros de gastos desnecessários, tem maiores chances de viver uma vida mais saudável no âmbito pessoal, familiar e conjugal. Para o indivíduo, uma finança equilibrada ajuda até mesmo a evitar certos tipos de enfermidades. Uma pessoa que "deve" na “praça”, nem sempre consegue dormir direito, e isso acaba afetando sua saúde e seus relacionamentos. Estando em crise financeira, a pessoas tende a ficar mais irritadiça, agressiva e rude. Isso reflete diretamente na relação conjugal, causando desconforto, disputas e desgastes difíceis de reparar. O carinho diário acaba sendo suplantado pelas faturas e boletos, contas de água, telefone, internet e energia elétrica (já atrasadas), e principalmente pela dispensa sem diversidades de alimentos. O texto bíblico de Provérbios 10 nos ensina a sermos prudentes, para que não venhamos a passar por crises.

O equilíbrio na vida financeira de uma família (e as consequentes bênçãos celestiais), começa exatamente pelo reconhecimento de quem Deus “É”. E a forma como empregamos nosso dinheiro também demonstra a realidade de nosso amor por Deus. Devemos honrar ao Senhor com aquilo que produzimos – “Daí pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Marcos 12:17) -  sempre com alegria e gratidão. Aquele que honra a Deus com dízimos e ofertas, também será honrado pelo Senhor, como está escrito em Malaquias 3.10:  “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Podemos ver que se você quer uma vida abençoada você precisa primeiro abençoar. 

O mundo usará de várias ferramentas e diversas estratégias para te desviar de uma vida plena e saudável financeiramente, apregoando a ostentação como estilo de vida. Muitas famílias estão sendo destruídas por não resistirem ao “impulso” materialista, mal percebendo o arrombo provocado em suas finanças. O padrão estipulado pelo mundo pode até satisfazer o ego, fazendo o indivíduo se sentir mais atraente, mascarando as reais necessidades do homem. Mas viver assim é estar cego pela mentira, ostentando aquilo que não é acessível ao seu bolso, desejando o desnecessário.  

Esse consumismo se revela uma patologia social, com pessoas  vivem de modo a impressionar terceiros, sem de fato, se importar com suas carências reais.  Ostentar não é a melhor forma de aproveitar a vida. Quando se constrói uma realidade em cima de mentiras, ver este mundo de fantasia desmoronar e só uma questão de tempo.

Colaboração: Lucas Passareli Gomes

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