Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 09
Comentarista: Pr. Israel Maia
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Cp. Lucas Passareli
Texto Áureo
Lucas 10:35
E, partindo ao outro dia, tirou dois
dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de
mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
Verdade Aplicada
A benignidade nos capacita a fazer o
bem sempre com candura e compaixão.
Textos de Referência
Lucas 10:30-33
E, respondendo Jesus, disse: Descia um
homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram
e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente, descia pelo mesmo
caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E, de igual modo, também um levita,
chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano que ia de viagem
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
A essência do bem
A essência do bem
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Quando o apóstolo Paulo
lista as características do amor em I Coríntios 13, ele ressalta que o
“verdadeiro amor” não trata com “leviandade”. Ser leviano é proceder com
hipocrisia, sem bases verdadeiras, tendo comportamento volúvel e agindo com
insensatez. Num contexto “amoroso”, leviano se refere à pessoa que tem
sentimentos rasos e sem comprometimento. O leviano de coração, “importa-se” sem
se importar, logo “amar com leviandade” equivale a “não amar”. Quem assim
procede, inviabiliza o amadurecimento do Fruto do Espírito. O termo BENEGNIDADE
vem da palavra grega CHESTOTES e se caracteriza pela flexibilidade de
tratamento gentil e cordato para com todo o tipo de pessoa. Lucas 6:35
revela que Deus é benigno até mesmo para
com os maus e ingratos; afinal a benignidade faz parte da personalidade eterna
e imutável de Deus (por favor, leia o Salmo 136 antes de continuar a leitura
deste texto). Na prática, o exército da benignidade diz mais sobre o nosso
caráter do que a própria bondade, pois está estritamente ligada ao desejo de
não se fazer o mal, para consequentemente praticar o bem. Por exemplo: quando o paciente recebe um
diagnóstico positivo de câncer, a questão mais relevante é a “benignidade” do
mesmo, pois um câncer considerado “benigno”, embora continue sendo uma
patologia, “não” irá desencadear “males” ao seu portador. Deus jamais desejou
qualquer tipo de mal ao ser humano (Jeremias 29:11, João 3:16) e até mesmo suas
ações mais drásticas foram tomadas por amor (Hebreus 12:6), e logo deseja que
seus filhos, criados sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26) também possuam tal
virtude.
A benignidade age no
cristão como um tipo de anticorpo que combate sentimentos nocivos em relação as
demais pessoas. É um agente de cura que age em áreas afetadas pelas mágoas ou
pelo preconceito, possibilitando a prática do pedido feito por Paulo aos féis
em Éfeso: - Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2). “Podemos
correlacionar e interligar a benignidade como outros sentimentos e algumas
virtudes essenciais ao cristianismo, tais como, “afabilidade”, (cortesia e
gentileza), “amabilidade” (condição de ser amável), “ameninade” (presença de leveza
e delicadeza no trato), “benevolência” (boa vontade para com o próximo),
“ihaneza” (sinceridade e lisura), “sociabilidade” (capacidade de viver bem em
sociedade), “clemência” (disposição para perdoar), “filantropia”, “altruísmo” e
“tolerância” (capacidade de suportar com paciência).
Em Romanos 12:6-11, Paulo
ressalta que pela graça, cada um dos integrantes da grande família, recebe um
dom distinto e muito especial. Esses dons só podem ser empregados para
beneficio do próximo e por isso podemos chamá-los de “dons de serviço”. Mas
para exercê-los, é preciso preencher alguns requisitos muito especiais, tais
como, amor não fingido, apego ao bem, repulsa ao mal, cordialidade fraternal,
abnegação, fervor de e espírito e ausência de remissão em suas atribuições. Ser remisso é ser negligente, tardio para
fazer, vagaroso. Aqueles a quem o Senhor confiou a graça de exercer o bem, deve
fazê-lo sem demora, pois provavelmente outros não farão. Quando exercermos tais
virtudes, nem que seja para o mais pequenino filho do Senhor, estamos sendo
benignos para com o próprio Deus, e tal gesto não ficará sem recompensa (Mateus
25:40).
Amor Tangível
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
O assunto deste trimestre
esta sendo muito produtivo, pois há uma grande
necessidade de voltarmos a ensinar nas nossas igrejas, em larga escala, temas básicos
da vida cristã, como a importância de uma mudança real de comportamento, tendo
como agente modificador o "Fruto do Espírito" que está disponível a
todo crente enxertado na Videira Verdadeira. A pós-modernidade também pode ser
chamada de era da inutilidade, em decorrência das diversas “prioridades” nulas
e efêmeras que estabelecemos. Diante de tantas coisas inúteis que temos visto
em nosso meio, já era passado o tempo de se fazer algo no sentido de despertar
a igreja do Senhor Jesus para as doutrinas que realmente importam. O pecado do
orgulho ronda as nossas vidas pra tentar nos mover da rota que nos levará a
desfrutar das insondáveis riquezas de Deus. E hoje temos em mãos uma bela
oportunidade de rever nossos conceitos e valores, e assim, entender que corremos
o risco de estar nos afastando do caminho do Amor.
No texto de Lucas 10.:25 –
37, Jesus responde a indagação de muitas pessoas que não compreendiam a essência
da benignidade. Em seu ministério terreno, Jesus sempre enfrentou oponentes
ferozes que sempre estavam propensos a lhe criticar em tudo. Mas Lucas registra
algo maravilhoso da parte do Senhor Jesus, pois sempre que seus adversários se
opunham à seus ensinos e questionavam suas ações, Ele manifestava a sua
misericórdia e mostrava a sua essência misericordiosa. Ele era benigno. Sua disposição em manifestar a Graça de Deus
pelos homens falava mais alto no seu coração, do que qualquer critica recebida
ou tratamento rude a Ele destinado. Jesus veio para manifestar o Reino dos céus
e não impor aos homens um servir cego e opaco. Isso não! Ele veio para trazer
vida e vida em abundância.
E essa vida de abundância se manifesta com o fluir do fruto do Espírito na vida de todos os seus filhos. Jesus era a própria benignidade, ele estava ali demonstrando benignidade à todos os homens, pois ele mesmo disse: - Eu vim para servir e não para ser servido (Marcos 10:45). Ser benigno é expressar o amor em seu maior nível de tangibilidade. É fazer o bem sem olhar a quem, estender a mão aos necessitados e se dispor em favor dos outros sem medir distância. DEUS é benigno e quer que seus filhos sejam também. Se plantamos Amor, Deus nos dará sua graça para que nossa colheita se dê em forma de bênçãos.
E essa vida de abundância se manifesta com o fluir do fruto do Espírito na vida de todos os seus filhos. Jesus era a própria benignidade, ele estava ali demonstrando benignidade à todos os homens, pois ele mesmo disse: - Eu vim para servir e não para ser servido (Marcos 10:45). Ser benigno é expressar o amor em seu maior nível de tangibilidade. É fazer o bem sem olhar a quem, estender a mão aos necessitados e se dispor em favor dos outros sem medir distância. DEUS é benigno e quer que seus filhos sejam também. Se plantamos Amor, Deus nos dará sua graça para que nossa colheita se dê em forma de bênçãos.
Nesta lição, estudaremos a benignidade,
uma característica do Fruto do Espírito Santo que expõe o sentimento de quem
expressa o verdadeiro amor de Cristo. Benignidade é o amor sem medida pelo
próximo. Assim como a malignidade é uma característica de quem engendra o mal,
a benignidade é uma característica de quem engendra o bem, isto é, o benigno
não consegue pensar em fazer mal a ninguém e muito menos praticar tal afronta
(Salmo 103:8). Quando começamos a desenvolver a benignidade, passamos a olhar
os que estão a nossa volta de maneira diferente, pois começamos a aumentar em
nós o que chamamos de capacidade de pensar sempre no que é melhor para o
próximo (Cl 3.12). Isto quer dizer que aquele que é benigno não magoa e nem
provoca dor em seu semelhante, pois não consegue conviver com o sofrimento
alheio sem tomar uma atitude, visando o bem-estar do próximo. O benigno age.
Ele não espera que o pior aconteça (Lucas 10:33-34). Ao relatar a parábola do
bom samaritano, Jesus mostrou ao seu inquiridor que nem sempre aqueles que
devem fazer o bem o fazem (Lucas 10:25-32), cometendo assim pecado grave (Tiago
4:17). Toda forma de negação em fazer o bem designa um tipo de
pecado. No capítulo quatro de sua carta, o apóstolo Tiago adverte que a vida é
como vapor, que pode se esvanecer a qualquer momento. Por esta razão, sermos
presunçosos, demonstrando que, por nossas qualidades, alcançamos vitória, pois
tal postura é característica do maligno (Tiago 4:14-16). Fazer o bem é atributo
divino adquirido através do amadurecimento do Fruto do Espírito Santo (II
Coríntios 6:4-6).
Hoje temos visto através dos meios de
comunicações todo tipo de informação. Têm como objetivo nos afastar da
centralidade da Palavra de Deus, nos levando em direção ao que o mundo
apresenta como sendo o modo de vida ideal (Romanos 12:2). Contudo, quando
percebemos que não podemos pensar em nada que nos será vantajoso com o prejuízo
de outrem, estamos nos aproximando de uma vida onde o fruto do Espírito está
amadurecendo. Mesmo sabendo que podemos ter algum prejuízo pessoal, não podemos
prejudicar a coletividade. Devemos sempre assumir o prejuízo produzido por
nossas ações negativas (Jonas 1:11-12). Ser benigno em muitas ocasiões irá
exigir de nós uma posição ao lado da verdade. Como já estudamos na lição oito,
esta seção do Fruto do Espírito nos apresenta três características cada vez
mais difíceis de serem encontradas no mundo: longanimidade, benignidade e
bondade. Ser fiel, justo e verdadeiro tem se rotulado sinônimo de tolo. Muitos
cristãos são incentivados a agirem de forma maliciosa e até mesmo
inescrupulosa, causando o prejuízo de muitos (I Pedro 2:1). Este tipo de
atitude não é nada benigno.
Em Atos 16:24-34, observamos uma
expressão da benignidade quando Paulo apresenta ao carcereiro uma oportunidade
de salvação. Enquanto o homem queria se matar, o apóstolo lhe apresentou a
vida. Não uma vida passageira, mas a vida eterna em Cristo. Toda vez que nos
prestamos a pregar o Evangelho, estamos agindo de forma benigna, pois o
Evangelho para o homem é uma oportunidade de mudança para uma vida melhor (II Coríntios
5:17). Estar com Jesus proporciona ao indivíduo uma experiência diferente de
tudo o que ele já viveu, inclusive, desenvolvendo em si os atributos de Deus
que foram perdidos no ato do pecado (Romanos 3:23). Muitos pensam que ter uma
situação financeira equilibrada já é o suficiente para ser feliz, mas nem
sempre isso é verdade. Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a
sua alma? (Marcos 8:36). Sabendo disso, o cristão, cujo Fruto do Espírito está
nele, não pode deixar de apresentar a oportunidade de salvação para todos os
homens, independente da posição social a qual tal indivíduo se encontre (Marcos
16:15). O servo benigno deve afirmar que sem Jesus não dá para viver, pois uma
vida sem Cristo, ainda que com muito dinheiro, é completamente insossa (Marcos
8:36).
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Estar em Cristo e ser
fiel não imuniza ninguém de enfrentar os dias maus, as crises financeiras e o
tempo de escassez. Dizer que o crente não pode passar por necessidades e
provações é contrariar a própria Bíblia (Salmo 34:19). Nas horas difíceis, porém,
Deus sempre abrirá uma porta de escape e providenciará um socorro bem presente,
e esta provisão chegará através de mãos humanas. Por isso Deus tem levantado tantas
pessoas para desenvolverem trabalhos sociais dentro das comunidades eclesiástica,
a fim de socorrer o necessitado e alimentar ao faminto. Alguma vez você já
recebeu a ligação de alguém da igreja pedindo sua ajuda para montar uma cesta
básica que irá levar alimento a mesa de uma família carente? Possivelmente do
outro lado da linha, havia alguém que até mesmo sem saber, estava fazendo valer
um dos mais das mais belas atribuições confiadas a Igreja: O Dom de Socorro. Neste caso, alguém é levantado por Deus para
liderar essa “esquadra de salvação”, porem, cabe a todo o cristão, a obrigação
de contribuir e ajudar, repartindo o que temos com os irmãos necessitados, e
isto também é ser benigno. (Atos 2:42-47). A Igreja Primitiva cresceu
vertiginosamente porque pregou e viveu o genuíno amor cristão, uma mensagem de
aceitação, liberalidade, entrega, devoção, compartilhamento e hospitalidade. Ao analisarmos estas dádivas valorosas confiadas aos fiéis,
podemos concluir que todo cristão deve possuir pelo menos uma delas, pois só
assim contribuirá para que a Igreja cumpra “todas” as funções para as quais foi
designada (espirituais materiais e sociais).
Ser
hospitaleiro significa acolher em casa por
caridade ou cortesia pessoas, seja conhecida ou não. Dificilmente alguém abre
as portas de sua casa para dar guarida a um completo desconhecido, e isto nada
tem a ver com ser bom ou não, mas sim com o fato de cuidar e proteger da
própria família. Por isso ao longo da história, Deus tem levantado pessoas que
se dedicam a receber e cuidar dos cansados da viagem (ou da vida), dando lhes
guarida, proteção, alimento, cama e acima de tudo dignidade. Alguns abrem suas
próprias casas, outros dedicam sua vida em albergues, centros de reabilitação,
ONG`s e cozinhas comunitárias, fazendo o bem sem olhar a quem. O escritor da
carta enviado aos judeus espalhados pelo mundo deixou um conselho tão
revelador, que trouxe uma verdade surpreendente sobre a importância de se
exercer a hospitalidade: “Conserve-se
entre vós a caridade fraterna. Não vos esqueçais da hospitalidade, pela qual
alguns, sem o saberem, hospedaram anjos.
Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E
dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles”. (Hebreus 13:1-3)
No grego neo-testamentario, fillos ou fileo é o termo que
descreve um amor que une pessoas sem vínculos familiares, tornando-as irmãos.
Sem exercer este amor, a igreja estaria fadada ao fracasso, pois se
desmancharia em intrigas e vaidades. O apóstolo sabia que entre tantas pessoas,
seria difícil cultivar um vínculo tão profundo com todos os irmãos de fé, por
isso aconselhou a igreja em Éfeso de que se não fosse possível amar, que “suportassem uns aos outros em amor” (Efésios
4:2). Não é preciso “gostar” de alguém para fazer o “bem” para ela. Alias,
Jesus foi exatamente à contramão do conceito da “reciprocidade” quando nos
ensinou: - Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu
lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita,
ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a
túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma
milha, vá com ele duas. “Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que
deseja pedir-lhe algo emprestado”. "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o
seu próximo e odeie o seu inimigo’.Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e
orem por aqueles que os perseguem (Mateus 5:38-44). Um coração voltado para Deus enxerga além das aparências, e ama
antes de julgar. É preciso a todo tempo fazer valer em nos o aconselhamento de
Paulo aos irmãos da perseguida e martirizada igreja em Roma: - Sejam sábios em relação ao que é bom, e sem malícia
em relação ao que é mau, e em breve, o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos
pés de vocês (Romanos 16:19-20).
As características do Fruto do Espírito
representam os atributos divinos. A benignidade é expressa pelo Criador e
precisamos saber como deve agir o servo de deus com o fruto amadurecido. Em
todo o tempo que o Senhor se relacionou com o povo de Israel, Ele agiu com
benignidade para com eles. Sempre que podia, parte do povo transgredia em
relação a Jeová, entretanto, Deus não cessou de cuidar do seu povo. Mesmo o
povo desobedecendo, não sofreu com o abandono por parte do Senhor (Salmos 106:43-45).
No Salmo 106, o salmista nos mostra o quanto dura a benignidade do Senhor: para
sempre. Em nenhum momento, o Senhor irá deixar de estender a sua mão para os
Seus (Salmo 106:7-10). Este fato se dá devido à Sua fidelidade, pois não pode
negar-se a si mesmo (II Timóteo 2:13). Se temos em nós o fruto, devemos
imitá-lo em tudo (Efésios 5:1), expressando a nossa benignidade. Quando
começarmos a buscar o amadurecimento do Fruto do Espírito, devemos estar
preparados para lidar com a ingratidão de muitos, pois nem sempre aqueles a
quem ajudarmos, isto é, usarmos de benignidade, estarão prontos a reconhecer o
favos recebido de nós (Lucas 17:17-19). Comente com os alunos que muitos, sem
dúvida, nos abandonarão em tempos difíceis (Mateus 26:34, 69-74).
Um dos atributos de Deus em relação a
Ele mesmo, isto é, que não pode ser adquirido pela humanidade através de
Cristo, é a Onisciência. Isto deveria tornar muito mais difícil para Ele ser
benigno para com o homem, pois o fato de ser Onisciente faz com que conheça os
pensamentos e os sentimentos do coração da sua criatura (Salmo 39). Mesmo
assim, o Senhor está sempre agindo de benignidade para com o indivíduo. Podemos
dizer que ser benigno é estar sempre disposto a fazer o bem. Este é e sempre
será um posicionamento a ser tomado pelo Senhor em relação à humanidade. Os
pensamentos de Deus em relação ao homem sempre serão os melhores possíveis (Jeremias
29:11). Ao aceitarmos Jesus como Salvador, passamos a ser participantes da
natureza de Cristo e, através d’Ele, automaticamente da natureza de Deus. Se
formos participantes da natureza do Pai, temos por obrigação buscar o
amadurecimento do fruto e passar a expressar benignidade pelo próximo,
independente do que ele pensa a nosso respeito (II Tessalonicenses 3:13).
Expressar benignidade é uma característica exigida daquele que recebe o Fruto
do Espírito Santo, pois fazer o bem aos que nos fazem bem não é mérito algum,
pois os ímpios também agem assim (Lucas 6:33).
O texto de Lucas 19:10 nos mostra que a
vinda do Filho do Homem se deu para que Ele alcançasse quem havia se perdido. O
homem se perdeu por escolha própria, mas ainda assim o Criador, por Sua
infinita benignidade, projetou um plano para que a humanidade tivesse uma nova
chance de salvação (João 3:16). Este plano demonstra o tamanho amor de Deus
expresso pela sua tremenda benignidade. Ao entregar Seu único Filho para morrer
pelos pecados de toda humanidade, o Senhor demonstrou o quanto é benigno para
com o homem e o quanto está disposto a fazer para tê-lo de volta à comunhão com
Ele (João 3:16-17). O projeto de Deus nunca é condenar, mas sempre salvar (Jeremias
29:11). Ser benigno exige do indivíduo uma posição de brandura em relação ao
próximo. Muitas vezes não sabemos o que os outros estão pensando a nosso
respeito, ou até mesmo se estão tramando algo contra nós. Entretanto, devemos
sempre estar dispostos a perdoar qualquer tipo de ação negativa que possa vir
em nossa direção (Mateus 6:12). Ser benigno é também ter o cuidado em relação
aos julgamentos que fazemos dos outros, pois da mesma maneira que julgarmos
poderemos ser julgados (Mateus 7:2). Assim como Cristo não veio para julgar,
nós devemos sempre estar prontos a oferecer uma oportunidade ao próximo.
Comentário Adicional:
Cp. Lucas Passareli
Deus é benignidade (Romanos 2:4, 11:22). O primeiro casal, Adão
e Eva, deve ter se sentido grato por isso! No jardim do Éden, eles estavam
cercados pelas criações visíveis de Deus que evidenciavam a benignidade dele
para com os humanos, que foram criados para ter prazer nelas. E Deus continua a
ser benigno para com todos, mesmo os ingratos e iníquos. O ser humano, feito à imagem de Deus, tem a capacidade de
refletir atributos divinos. (Gênesis 1:26) Por isso, não é de admirar que Jesus
espere que demonstremos benignidade. Conforme declara Miquéias 6:8, o povo de Deus tem de ‘amar a benignidade’. Mas o
que é benignidade? Como se relaciona com outras qualidades divinas? Visto que
os humanos têm capacidade de mostrar benignidade, por que o mundo é um lugar
tão cruel e duro? Por que nós, cristãos, devemos esforçar-nos a mostrar
benignidade nos nossos tratos com outros? A benignidade é expressa por se
mostrar interesse ativo no bem-estar de outros. É demonstrada por meio de uma atitude
prestimosa e por palavras que mostram consideração. Ser benigno significa fazer
o bem, em vez de fazer algo prejudicial. A pessoa benigna é amistosa, branda,
compassiva e atenciosa. Tem uma atitude generosa e prestativa para com outros.
O apóstolo Paulo admoestou os cristãos: “Revesti-vos das ternas afeições de
compaixão, benignidade, humildade, mansidão e longanimidade.” (Colossenses 3:12)
A benignidade, portanto, faz parte dessa vestimenta figurativa de todo
verdadeiro cristão.
Alguns consideram a benignidade como fraqueza. Acham que a
pessoa precisa ser às vezes dura, até mesmo rude, para que os outros possam ver
que ela tem força de caráter. Na realidade, porém, requer verdadeira força ser
genuinamente benigno e evitar a falsa benignidade. Visto que a verdadeira benignidade
faz parte dos Frutos do Espírito de Deus, ela não pode refletir uma atitude
fraca, que tolere a conduta errada. Jesus Cristo, nunca foi culpado de mostrar
benignidade de maneira errada. Ele era a própria personificação da verdadeira
benignidade, sentia compaixão das pessoas, “porque andavam esfoladas e
empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor”. As pessoas sinceras
sentiam-se à vontade para se aproximar de Jesus, trazendo-lhe até mesmo seus
filhinhos. Imagine a benignidade e compaixão que ele demonstrou quando “tomou
as criancinhas nos seus braços e começou a abençoá-las”. (Mateus 9:36; Marcos 10:13-16) Embora fosse benigno, Jesus era, não obstante,
firme pelo que era direito aos olhos de seu Pai celestial. Nunca fechou os
olhos ao mal e foi severo em suas exortações contra os religiosos de Israel.
Para o cristão genuíno, é especialmente importante ser benigno.
É evidência de que o espírito de Deus age em nós. Além disso, quando mostramos
verdadeira benignidade, imitamos a Deus e a Cristo Jesus. Essa qualidade também
é um requisito dos que estarão no Reino de Deus. Portanto, temos de amar a
benignidade e aprender a mostrá-la. A benignidade se relaciona com outras qualidades produzidas pelo Espírito de Deus. Ela é alistada
entre a “longanimidade” e a “bondade”. De fato, quem cultiva a benignidade
mostra essa qualidade por ser longânime. É paciente até mesmo com aqueles que
não são benignos. As escrituras se referem à benignidade derivada do amor leal,
que inclui mais do que apenas terna consideração. Trata-se da benignidade que
se apega amorosamente a algo ou alguém, até que seu propósito com relação a ele
se realize. Quando os servos fiéis de
Deus necessitam de livramento ou ajuda, eles sabem que a sua benevolência está
relacionada com o amor leal. Não ficarão desapontados. Por isso, podem orar com
fé, assim como o salmista, que disse: “Quanto a mim, confiei na tua
benevolência [a maneira como a palavra hebraica é traduzida neste versículo];
jubile meu coração na tua salvação.” (Salmo 13:5) Visto que o amor de Deus é leal,
seus servos podem confiar nEle plenamente. Eles têm a garantia: “Pois Jesus não
abandonará seu povo, nem deixará sua própria herança.” (Salmo 94:14).
O Fruto do Espírito foi entregue à
Igreja para que essa fosse educada e orientada acerca do seu posicionamento em
relação à sociedade. Sendo assim, a Igreja não pode se deixar influenciar por
pseudo-verdades apresentadas pelo diabo (João 10:10). A Igreja de Cristo,
através de seus membros, deve ser um canal, isto é, um instrumento de Deus na
face da Terra, para que todas as características do fruto do Espírito sejam
expressas em favor da sociedade. Por mais perseguida que seja, a Igreja deve
estar sempre aberta aos que perseguem (Romanos 12:14). A nossa glorificação
depende da nossa capacidade de expressarmos as características do fruto em sua
totalidade (II Timóteo 2:11). Não basta ser membro da igreja, é necessário
estar integrado ao Corpo (II Coríntios 12:27). Se uma postura é exigida da
Igreja, que é o Corpo de Cristo, nenhum membro deste Corpo pode ir de encontro
a esta postura exigida por Ele. A busca pelo amadurecimento do fruto é
imprescindível para nos tornarmos membros do Corpo (Efésios 4:12).
A benignidade é uma característica de
quem deseja o bem. Ela é um sentimento profundo que habita o interior do servo
fiel. Sempre que um servo do Senhor for confrontado, ele deve demonstrar a
essência de seus sentimentos. No Sermão do Monte, vemos Jesus ensinando que não
existe a menor possibilidade de uma árvore boa produzir frutos maus e uma
árvore má produzir frutos bons (Mateus 7:18). Logo, se recebemos o fruto do
Espírito, cabe a nós buscar o seu amadurecimento para que possamos fornecer o
que existe de melhor da parte do Senhor para a humanidade (Efésios 4:12-13).
Amadurecer o fruto não é uma tarefa fácil, por isso devemos cada vez mais
estreitar a nossa comunhão com o Criador através da oração e da leitura da
Palavra de Deus. O uso descontrolado dos meios de comunicação tem afastado a muitos
da prática salutar da oração e da leitura bíblica. É necessário que sejamos
observantes em relação ao nosso posicionamento enquanto Igreja acerca de
assuntos polêmicos e contraditórios que têm invadido as igrejas, trazidos por
informações veiculadas pela Internet e outros meios de comunicação
(Mateus 11:6). Em muitos casos tiramos conclusões precipitadas de fatos sem
nenhuma comprovação. A benignidade também é expressa quando não fazemos juízo
temerário sobre ninguém (Mateus 7:1).
Ao recebermos o Fruto do Espírito,
passamos a ter compromisso em relação à sociedade (II Tessalonicenses 3:13). O
Fruto do Espírito no cristão é a manifestação do caráter de Deus. Sendo assim,
quando nos apresentarmos publicamente, principalmente diante dos indivíduos que
ainda não se decidiram em seguir a Cristo, devemos expressar toda a magnitude
do fruto através de nossos atos, presenteando a todos com essa maravilhosa
dádiva do Criador (I João 3:18). Algo que não pode ser desprezado é a oportunidade
de mostrar a transformação promovida pelo amadurecimento do fruto na vida do
cristão. Ao escrever para a igreja na cidade de Corinto, o apóstolo Paulo os
encorajou que fossem seus imitadores como eles era de Cristo (I Coríntios 11:1).
As características do fruto devem ser desenvolvidas a ponto de causar desejo em
todo cristão de tê-las maduras em sua vida (Efésios 5:22-23).
Conclusão
Ser benigno é ter a capacidade de
entender o momento do próximo sem agir com intolerância. É saber que em muitas situações
o indivíduo não está bem e sujeito a atitudes extremas. Entretanto, a postura
do cristão deve ser sempre digna de admiração, assim como Jesus disse que
deveria ser (Mateus 5:16).
O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. Este fruto só será completo se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 29 de maio de 2016, de nossa EBD.
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