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domingo, 1 de maio de 2016

O Clamor e a Resposta


Livremente inspirado na ministração do Pr. Elói Buhl no Culto da Família realizado no dia 01/05/2016. 

Não é fácil orar. Não há plateias, é um exercício solitário e sem resposta prévia. Uma tarefa que exige paciência, aplicação, fé e muita dedicação. Qualquer outra atividade na igreja é mais fácil de realizar que a oração. Pelo reduzido número de pessoas que assistem as reuniões de oração, podemos medir qual o percentual de cristãos que realmente creem na efetividade da oração.

A oração pode ser interpretada como uma ligação poderosa entre céus e terra, quando o homem tem acesso as dimensões celestiais para espiritualmente estar frente a frente com Deus. Mais do que uma simples conversa motivada por interesses e pedidos, precisamos entender que a oração é antes de tudo um hino de um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento e um ato de  louvor. A Bíblia faz inúmeras referências quanto a esta prática, como em Levítico 26:40-45, I Samuel 7:5 I, Reis 18:41-46, II Crônicas 33:13, Jeremias 29:7, Jeremias 33:3, Mateus 5:44, Mateus 6:5-8, Lucas 1:13; 6:12, Atos 1:14, Atos 16:25, Romanos 10:1, II Coríntios 12:7-10, Efésios 1:16, Filipenses 1:19 e Tiago 5:14-1.

Muitos também são os exemplos de homens e mulheres de Deus que oraram em situações diversas por causas variadas. Moisés orou de forma intercessora pelo povo (Êxodo 32:31-32), Ana orou pedindo um filho (I Samuel 1: 4-18), Davi orou para confessar seu pecado (Salmo 51), Salomão orou dedicando o templo ao Senhor (I Reis 8:22 a 53), Elias orou por avivamento (I Reis 18:36-37), Eliseu orou por intervenção disciplinar, (II Reis 6:17), Josafá orou num momento de crise (II Crônicas 20:5-12), os discípulos oraram por socorro (Mateus 8:25) e Jesus orou por nós (João 17). Orar não é virtude, é opção.... Não é um dever, mas sim um privilégio. Não podemos alegar falta de oração em nossas vidas por não termos o dom de orar, pois a oração é uma questão de prática, de escolha, de querer fazer.

Não existe na Terra, um único ser humano que esteja privado ou proibido de falar com Deus. Por mais miserável e pecador que seja o homem, o Senhor está solicito aguardando sua iniciativa para iniciar um diálogo sincero e genuíno. A oração, porém, precisa ser espontânea, gerada num coração quebrantado, desarmado de vaidades e convenções. Oração não é ladainha, verborragia ou tolas repetições, mas sim um momento único para PAI e filho se olharem nos olhos através da fé. A posição que oramos pouco importa... Ezequias orou deitado e Jonas em posição fetal. O que realmente se torna relevante é a nossa intenção e propósito.


Em Mateus 7:7-12, Jesus faz aos seus ouvintes algumas revelações grandiosas sobre o poder da oração: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. "Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas.

Neste ensinamento de Cristo, fica muito claro que Deus não só tem um imenso prazer de ouvir a oração de seus filhos, mas tambem está inclinada a atende-las. Desde que, obviamente, elas se enquadrem dentre de preceitos divinamente estabelecidos, que visam tanto a praticidade da oração quanto a necessidade da concessão divina. Para uma oração eficaz é preciso FÉ. Para uma resposta de Deus faz se necessário “comprometimento” em honrar os próprios compromissos: para ser perdoado é preciso perdoar e para receber é preciso doar.

Em Mateus 6:9-13, Jesus ensina aos seus seguidores alguns elementos básicos da oração. Primeiro ele instrui seus discípulos o valor da honestidade no momento da prece, é que repetições tolas não comovem o coração de Deus. Então, com o didatismo de um grande Mestre, Jesus realiza uma oração modelo, nos ensinado como proceder em momento tão solene:

“Pai nosso que estais no céu” (reconheça a autoridade de Deus), “santificado seja vosso nome” (reconheça a santidade de Deus, e a respeite), venha a nós o vosso Reino (reconheça o domínio de Deus sobre tudo e todos), “seja feita a vossa vontade” (reconheça a sabedoria de Deus e aceite seus desígnios), “assim na terra como no céu” (reconheça a onipresença de Deus e sinta-se abraçado por Ele). “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” (aceite o fato que a provisão do Senhor é diária e confie plenamente no seu sustento), perdoai-as nossas ofensas (confesse seus pecados e sinta-se perdoado), “assim como perdoamos quem nos tem ofendido” (não leve mágoas para o momento da oração, só é possível se aproximar de Deus com coração puro). “Não nos deixe cair em tentação” (aceite suas limitações e fraquezas, e deixe que o poder de Deus se aperfeiçoe nelas), “mas livrai-nos do mal” (confesse que há batalhas que são grandes demais para você, e as entregue a Deus). “Pois teu é o Reino, o Poder e Glória para todo sempre” (jamais deixe passar a oportunidade de expressar louvor e gratidão pelo que o Senhor já fez em sua vida... as demais coisas virão ao seu tempo).


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