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segunda-feira, 20 de junho de 2016

A juventude de um obreiro atrapalha seu ministério?



O apóstolo Paulo foi um grande entusiasta da atuação ministerial do jovem dentro das comunidades cristãs. Para ele, a juventude era a fase mais profícua para o trabalho eclesiástico, pois na sua concepção, o obreiro casado deveria destinar a maior parte de seu tempo para a sua família, enquanto que o jovem, poderia se dedicar quase que integralmente a Obra do Senhor (I Coríntios 7:31-40).

Mais do que falar sobre a utilidade dos jovens na igreja, Paulo aplicava o conceito em seu próprio ministério, investindo pesado em obreiros com pouca idade e sem muita experiência, entre os quais podemos citar Apolo, Tito e João Marcos.  Um de seus mais conceituados “pupilos”, foi sem dúvidas, Timóteo. Nascido em Listra, sendo bem educado por Eunice e Loide (respectivamente, mãe e avó), o menino chamou a atenção do apóstolo por sua vocação ministerial, e ainda na sua juventude, tornou-se um dos companheiros de Paulo em suas viagens missionárias. Mais tarde, foi escolhido para pastorear a igreja de Éfeso, uma das comunidades cristãs de maior representatividade na época.  Foi para este seu filho na fé, que Paulo deixou um dos mais importantes aconselhamentos no tangente ao trabalho eclesiástico realizado por alguém de tenra idade:

Nunca deixe ninguém menosprezar seu ministério pelo fato de você ainda ser jovem. Pelo contrário, seja para eles um exemplo a ser seguido, na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (I Timóteo 4:12).

Aliás, Paulo não foi o único apostolo a ressaltar valores inerentes a juventude cristã.  Em sua primeira carta, João incluiu os jovens em sua lista de destinatários, e ratifica: Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece em vocês e  por isso, já venceram o Maligno (I João 2:14).

A juventude é uma das mais intensas e complexas fases da vida. Marca a saída da adolescência e o alvorecer da maturidade. E o período onde as decisões mais importantes precisam ser tomadas, e o caráter se define de forma quase perpétua. Obviamente, Satanás é astuto, e ciente da ebulição emocional da juventude, atua ferozmente contra a vida do jovem, pois sabe que existem muitas brechas para serem exploradas. Porém, o inimigo comete o mesmo erro que muitos crentes incautos também tende a cometer: achar que a juventude é espiritualmente fraca.

Quando coloca sua vida em sujeição a Deus, o jovem se torna uma fortaleza intransponível, neutralizando os ataques satânicos e pondo em fuga o maligno. Jovens são fortes porque o Poder do Senhor se aperfeiçoa exatamente onde reside suas maiores fraquezas (II Coríntios 2:9). Com tantas alternativas a sua disposição, o jovem que determina em seu coração conservar-se em fidelidade ao Senhor, é um rochedo que  nem mesmo os mais intensos abalos pode derrubar. José era um garoto de 17 anos quando foi levado ao Egito, que se revelou para ele como a “terra das oportunidades". O jovem hebreu decidiu dizer “NÃO” quando as circunstâncias imploravam por um “SIM”.

Ele mostrou imensa força onde homens com muito mais maturidade e experiência, simplesmente fraquejaram. Daniel e seus amigos, não tinham mais que 16 anos quando chegaram a Babilônia. Juntamente com outros nobres de Israel foram conduzidos ao palácio de Nabucodonosor para ali, serem treinados na cultura caldeia. Tiveram seus nomes trocados, suas vestimentas foram substituídas, a alimentação teve que ser readequada, seus cultos já não eram permitidos. Mesmo assim, eles optaram por não se contaminar com a idolatria babilônica e jamais se esquecerem de seu Deus.

José, Daniel, Ananias, Misael e Azarias...  Em terras estrangeiras, se quer ouviam o pronunciar de seus nomes verdadeiros... Eram chamados de Safenate, Belsassar, Sadraque, Mesaque e Abde-Nego... O ambiente em que passaram a viver testou o limite da fé de cada um deles, tentando os transformar em “estrangeiros da própria terra”. Mas estes jovens não se deixaram corromper pelo meio em que viviam, e jamais se esqueceram de quem eram, de onde tinham vindo e nem de seu Deus. O mundo tentou moldá-los a sua imagem, mas eles não perderam sua identidade e nem renegaram suas convicções. Pelo contrário, a postura por eles adotada numa terra longínqua, e por vezes hostil, é que influenciou positivamente as pessoas que lhes cercavam. Assim como eles, o jovem cristão precisa “escolher” entre Deus e o Mundo, entre os prazeres efêmeros e a glória eternal. Este não é um processo fácil.

Todos os jovens citados, enfrentaram situações extremas, que os desafiaram a viverem no limite da fé, e são lembrados até hoje, por que se provaram fortes o suficiente para vencer o maligno e honrar ao Senhor com suas escolhas, mesmo que elas, os colocassem em conflito com o mundo. Ageu profetizou que nos últimos dias, Deus levantaria os jovens como profetas, homens e mulheres dotados de visão espiritual sem precedentes. Potencial, a juventude tem... O que falta é determinação para escolher de que lado realmente quer ficar. Não existe meio termo ou empate técnico, ou vencemos o maligno ou somos vencidos por ele.

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