Material Didático
Revista Jovens e Adultos
nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 01
Comentarista: Pr.
José Elias Croce
Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pra. Márcia Gomes
Ev. Lucas Gomes
Texto Áureo
João 4.24
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade.
Verdade Aplicada
Adorar em espírito e em verdade é obedecer ao padrão de Deus para a
adoração.
Textos de Referência
João 4:19-23
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o
lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte
nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a
salvação vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o
Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
A igreja e a adoração
Comentário Adicional
Ev. Lucas Gomes
Geralmente, as
pessoas vão a igreja para receber algo do Senhor, mas se esquecem que na
verdade, deveriam “entregar”. A ordenança de Jesus para os seus discípulos foi
para que eles pregassem o Evangelho a toda criatura, em todos os cantos da
terra. Assim, a Igreja foi gerada com um DNA evangelístico e missionário.
Porém, antes de sair ao mundo para evangelizar, a IGREJA precisa primeiramente
adorar. Não simplesmente cantar canções bonitas no domingo, de olhos fechados e
mãos levantadas, mas adorar em espírito e verdade, dia e noite, noite e dia.
Adoração não é status ou mero devocional, é estilo de vida. Questão de escolha.
Ser adorador é viver por Deus, em Deus e para Deus. É entregar a ele o que
temos o que somos e o que queremos e desta forma viver a sua vontade. É sonhar
seus sonhos e querer seu querer. Dedicar ao Senhor nossos dias, nossos atos e
nossa vida, vivendo de forma que cada segundo, cada gesto de nossas mãos, cada
pensamento e palavra que se pense ou diga, seja para honra e Glória do Pai.
Este é o dever primário da Igreja, adorar ao Senhor com toda a força de sua
existência.
Mas a igreja
adoradora ainda não está completamente apta para impactar e ganhar o mundo.
Pois antes de “encarar” o desafio da evangelização, ela precisa se “EDIFICAR”.
E é aí que a ação do Espírito Santo se torna vital dentro da comunidade
eclesiástica. Por atuar em uma esfera completamente espiritual, a ação prática
do Espírito Santo na congregação depende exclusivamente das “ferramentas” disponibilizadas
a ele no mundo físico, ou seja, os crentes dispostos a isto. A Edificação é um tema recorrente no Novo
Testamento e pode ser entendida como um processo constante pelo qual Deus
mantém ativa e produtiva sua igreja na Terra (I Corintos 3:9, II Coríntios
10:15, Efésios 2,21, 3:17, 4:12-16 e Colossenses 2:7). Evidentemente, cabe a
nós (humanos) cuidarmos dos aspectos práticos e materiais da obra, tais como
templos, equipamentos, suprimentos em geral, sendo que todos estes elementos
são viabilizados através dos dízimos, ofertas e com uma gestão eficiente. Mas a
Igreja também tem necessidades espirituais e precisa ser gerida por um ser
espiritual (O Espírito Santo). Essa “capacitação sobrenatural” é a forma que
Deus trabalha em sua igreja buscando o fortalecimento e o aperfeiçoamento de
todos os que estão em Cristo.
O cristão
precisa ter a consciência de que é proveniente do pó da terra. Assim sendo,
somos vasos de barro na mão do oleiro e é necessário que estes vasos estejam
desembocados para que o Espírito Santo os encha com o óleo precioso da unção. O
apóstolo Paulo nos advertiu em II Coríntios 4:7 que a excelência do poder que
há em nós vem e é de Deus, e ele deposita seus tesouros dentro de vasos comuns.
Uma vez que o crente entende que ser cheio do Espírito é uma dádiva concedida e
não um mérito conquistado, ele estará apto a exercer com dignidade as
atribuições que o Espírito lhe conceder.
Definindo adoração
Em II Reis temos a narrativa de pessoas sendo estraçalhadas por leões
pelo fato de não saberem cultuar a Deus. A solução foi chamar um sacerdote do
Deus de Israel para que os ensinasse a adorar ao Senhor. Toda a cadência do
texto bíblico é registrada pelo compasso da adoração. A Bíblia é um livro de
adoração. Para alcançarmos uma visão clara sobre a adoração, é necessário
examinar cuidadosamente as Sagradas Escrituras. O Novo Testamento destaca 58
vezes a palavra “adorar” (proskynéo), bem como suas correspondentes dentre
cinco mil termos relacionados com o culto. Originalmente significa “beijar”.
Entre os gregos era um termo técnico que significava “adorar aos deuses”,
dobrando os joelhos ou prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal de
adoração acompanhava o ato de prostrar-se no chão. Colocar-se nessa posição
comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma
pessoa e ir até o ponto de beijar seus pés quer dizer: “reconheço a minha
inferioridade e a sua superioridade; coloco-me à sua inteira disposição. ” (II Crônicas
7:3). Adoração é um ato de rendição ao Eterno Senhor Deus. É o Espírito Santo
que habita o cristão a adorar, pois Ele conhece nossa interioridade pelo ângulo
mais profundo, do ponto de vista do Criador (Efésios 5:18-19).
O culto implica em serviço (latreia), termo usado por Jesus para
responder ao diabo (Mateus 4:1). Esse segundo termo é empregado frequentemente
na Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo. Deuteronômio, Josué e
Juízes, mas apenas uma vez nos profetas. Moisés várias vezes pediu a permissão
da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir a Deus.
Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da aliança
(Êxodo 4:23; 8:1; 20; 9:1). No contexto de II Reis 17, os novos dominadores da
nação de Israel começaram a povoar a terra conquistada com pessoas de diversos
lugares, principalmente com babilônios. Entretanto, mesmo estando na terra de
YAHMEH, eles não sabiam tributar louvores a Ele. E impressionante notar que a
razão da ira divina sobre os novos habitantes de Samaria consistia em que eles
estavam na terra do Maravilhoso Deus, mas não sabiam adorá-Lo. Porventura não será
também está a realidade da Igreja no século XXI? A diferença é que hoje não
existem leões, mas ainda vemos multidões que frequentam a casa de Deus sem
saberem cultuá-Lo.
Em terceiro lugar, o Novo Testamento utiliza o vocábulo “sebein”
(reverenciar). As palavras que derivam desta raiz (seb) são muito frequentes na
língua grega fora da Bíblia. Transmitem o quadro característico do grego como
homem religioso devotado a seus deuses para evitar as nefastas consequências do
azar (Atos 17). A conotação religiosa grega impediu que esses vocábulos fossem
muito usados para designar o culto, na tradução do Antigo Testamento. A
adoração requer uma reverente preocupação com o que agrada a Deus (II Timóteo
3:12). Consequentemente, devemos reconhecer que a vida de temor a Deus não pode
ser isolada duma piedade (eusebeia) prática de seguir a Cristo, como não vale
qualquer culto separado do sacrifício do Filho. Vale a pena destacar que adorar
é reconhecer, no íntimo, a soberania de Deus sem considerar secretamente outras
opções. É adorar a Deus sem rivais. É adorar a Deus sem “segundas intenções”.
Adoramos pela sua essência, não apenas pelas evidências.
Mantenha o Foco
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes
FOCO é a
clareza da visão; é um objetivo bem definido, olhar diretamente para o
centro do alvo. Às vezes, perdemos o foco e isto é muito ruim, porém, ainda
pior é quando o nosso foco está errado. Então é preciso uma autoanalise sistemática,
para que a cada momento avaliemos a nossa teleobjetiva espiritual? Para onde
estamos olhando e com que olhos estamos enxergando seus alvos? Sua visão é
carnal e só enxerga prognósticos, lógicas e evidências humanas, ou é uma visão
espiritual, apta para entender o trabalhar sobrenatural de Deus em nós? A
adoração passa primeiro para o lugar onde nos focamos. Que possamos ver pelos
olhos do Santo Espírito... Que nosso Foco seja Cristo... E que nossos
ouvidos estejam atentos para ouvir a voz do grande “Eu Sou”.
Em seu livro “Ouvindo
Deus na tormenta”, o escritor Max Lucado nos conta uma história que muito
revela sobre o nosso papel na adoração genuína: Era uma vez um homem que
desafiou Deus a falar. Faz a sarça ser consumida como fizeste através de
Moisés, e eu te seguirei. Derruba os muros como fizeste por Josué, e assim
Deus, eu lutarei. Acalma a tempestade como fizeste na Galileia, e assim eu te
ouvirei. E o homem sentou-se perto de uma sarça, junto a um muro, perto do mar;
e esperou Deus falar. E Deus ouviu o homem, e portanto respondeu. Enviou fogo
não para uma sarça, mas para uma igreja. Derrubou um muro, não de tijolos, mas
de pecado. Acalmou uma tempestade, não do mar, mas de uma alma aflita. E
Deus esperou a resposta do homem... Esperou, esperou, esperou...
No entanto,
por estar olhando para sarças não para corações, para tijolos não para vida,
para mares não para almas; o homem concluiu que Deus não havia feito nada.
Finalmente ele olhou para Deus e perguntou: Perdestes o teu poder? E Deus olhou
para o homem e disse: Perdeste tua visão? ”
Os pré-requisitos da adoração
É necessário que aquele que se aproxima de Deus, comporte-se
adequadamente, isto é, esteja imbuído pelo ato de adorar (João 4:23). Isto
requer experiência e conhecimento. Para entrar na presença de Deus, supõe-se
que o adorador saiba o que está fazendo e tenha legitimidade para isto. Basta
lembrar-se de Uzias, que entrou no templo sem legitimidade e sem competência
levando sobre si a lepra como fruto da desobediência e rebeldia contra Deus (II
Crônicas 26:16-21). A experiência pessoal do novo nascimento é requisito
fundamental para os que procuram adorar (João 3:3). Em hipótese alguma a
adoração dispensa esse encontro com o Calvário. É preciso submeter-se a uma
experiência com Jesus Cristo, a quem dirigimos o louvor. A experiência não se
compra, não se vende, não se negocia; experiência se vive. É isso que ocorre na
vida do adorador genuíno. Ele teve uma experiência transformadora com Deus,
cujo resultado foi uma mudança em toda a sua forma de ser e agir. É
extremamente válido ressaltar que a adoração é o brado de júbilo de alguém que
foi liberto e liberto para adorar (Salmo 142:7ª). O Deus Todo-Poderoso não pode
apreciar o louvor de uma vida que está presa ao pecado, já que está presa ao
pecado, já que este elimina a base para a legítima adoração. Assim, os lábios
não regenerados estão impossibilitados de cultuar ao Senhor. A regeneração é a
credencial essencial daquele que adora. Os ímpios poderão elevar suas súplicas
a Deus e até poderão obter respostas. Entretanto, não terão os seus louvores
aceitos por Deus, exceto se caírem ao pé da cruz. É esse ato que marcará o
rompimento com o pecado e, consequentemente, abrirá as cortinas do santuário do
Altíssimo. Deus não pode endossar a adoração prestada por alguém que continua
distante da cruz; dessa cruz que era nossa e que nosso Senhor Jesus Cristo tomou
para si de tal modo que ela o qualificou para receber toda a honra, gloria e
domínio. Portanto, antes de nos chegarmos ao trono da adoração, devemos passar
pela cruz da remissão.
Existe um teste que pode avaliar muito bem o nosso culto: ele está
projetando Deus ou o homem? Desta resposta dependerá toda a validade de nossa
adoração. Esse homem pode ser qualquer personagem que esteja ocupando o lugar
de Deus, ou talvez um objeto que estamos colocando acima dEle, mas esse homem pode
ser ainda você próprio. Infelizmente, não são poucos os que têm caído na
egolatria. São pessoas que estão a idolatrar o seu próprio ego. Além dos
glutões, dos depravados e dos sensuais, que são homens “cujo fim é a perdição;
cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas
coisas terrenas. ” (Filipenses 3:19), existem aqueles que fazem de sua
aparência, do seu intelecto e mesmo dos seus dotes naturais o seu próprio deus.
Afinal, o que é um ídolo? Tudo que desvia nossa atenção de Deus torna-se um
ídolo. Somos propensos, em razão de nossa natureza adâmica, a idolatrar até
mesmo os nossos sentimentos mais nobres. Por certo, foi pensando nisto que
João, o discípulo amado, exortou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.” (I
João 5:21). Um louvor absoluto a Deus exige a quebra dos ídolos.
Pior que cultuar a outro deus é estar cultuando a si próprio. O homem
arrogante, cheio de si mesmo raramente dará lugar para Deus. Ele retém consigo
aquilo que pertence ao Senhor e todo espaço fica ocupado por sua presunção. O
seu orgulho acaba aprisionando a sua devoção, a vaidade pessoal lhe amordaça os
lábios impedindo-o de bendizer a Deus. A ênfase ao ego é a causa da
esterilidade na adoração. Despojemo-nos de toda autossuficiência. Que toda
plataforma de egocentrismo seja destruída! Quando o nosso ego se apaga, a
adoração se inflama. De fato, a gênese de nosso tributo acontece quando depomos
a nós mesmos e permitimos que o Senhor seja o soberano inquestionável de nossas
vidas. Deixar de dobrar-se diante do nosso ego para nos dobrarmos única e
exclusivamente diante do Senhor significa juntar-se aos genuinamente humildes
de espírito. Com efeito, quem almeja subir aos píncaros do louvor deve passar
pelo vale da humildade na adoração? É, sem dúvida, aquela sujeição deliberada
em reverência à majestade divina. O princípio da submissão governa a vida e as
atitudes do verdadeiro adorador visando sempre a glória de Deus.
Na bagagem do adorador não pode faltar um coração sincero. O louvor é
para os retos de coração (Salmos 32:11; 119:7). O que não proceder de um
coração sincero não encontrará aceitação divina. O louvor deve envolver o
coração por ser ele o centro de nossas emoções e uma adoração comovida comoverá
o coração de Deus muito mais facilmente. Por outro lado, somente com um coração
sincero é que poderemos prestar um culto de forma lógica, equilibrada e
racional. Certamente, não há dúvidas de que carecemos também de um coração
sincero porque a sinceridade “é o cimento no concreto do louvor”. Se não houver
sinceridade, nosso louvor simplesmente deixará de ser adoração, por mais belo
que seja.
Um hino de Gratidão
Comentário Adicional
Pra. Márcia Gomes
O mundo é cada
vez mais voraz e a sociedade de hoje se tornou frívola e hedonista. Assim,
vivemos em prol do capitalismo, buscando obter cada vez mais, afim de
padronizarmos nosso estilo de vida as comodidades hodiernas. A necessidade de
possuir coisas novas constantemente inibe nosso senso de gratidão por tudo que
já temos. Almejamos mais potência, mais beleza, mais interatividade, maior
capacidade de armazenamentos de dados, melhor sinal de satélite, maior
cobertura de rede, 4G, wi-fi, tv a cabo, wireless... São tantas novidades para
consumir que na verdade acabamos consumidas por elas e nem percebemos. Num
mundo que se comunica com imediatismo, as pessoas quase não se olham nos olhos.
Movemos-nos cada vez mais rápido e a cada ano, um número maior de pessoas não
consegue, sequer, chegar ao seu destino. A agilidade nos tirou a paciência, o
imediatismo nos roubou a esperança, e o consumismo matou nossa gratidão. Até o
Evangelho puro e simples tem sido deturpado por líderes gananciosos que
constroem impérios megalomaníacos pregando mensagens recheadas de revanchismo,
egoísmo e ambições. Fé virou moeda de barganha e o Reino Espiritual passou a
ser medido em bens materiais. Somos bombardeados com promessas de prosperidade,
riqueza e fartura, e por falta de maturidade espiritual, acabamos decepcionados
com “DEUS” quando as coisas não estão bem. A grande verdade é que vivemos em
uma geração espiritualmente fraca, teologicamente rasa e miseravelmente
ingrata.
Davi começa o
Salmo 103 conclamando sua alma para bendizer ao Senhor com todas as forças do
seu ser. O motivo desta adoração é citado já no verso abaixo: “Não se
esqueça de nenhuma de suas bênçãos” (Salmo 103:2). Deus está inabalável no
seu Santuário e nenhuma ação humana pode desestabiliza-lo. Ele é o dono do
universo e tem cada fragmento da imensidão sobre seu controle. Deus não tem
nenhuma obrigação para com o ser humano, já que este tem lhe voltado as costas
e traído sua confiança desde os primórdios do tempo. Mesmo assim, o Senhor tem
cuidado de nós desde quando ainda éramos informes (Salmo 139:15-16). Deus move
suas mãos em nosso favor sem que haja qualquer obrigação nisto. Ele cuida de
nós simplesmente porque assim o deseja. De uma forma inexplicável, Deus nos ama
acima de tudo. Dele provem a vida, o ar que respiramos, o alimento que nos
sustenta, a água que sacia nossa sede, a força vital que nos mantem em pé. Se
Deus decidisse cessar seus cuidados para conosco no dia de hoje, poderíamos
viver outros cem anos, que ainda faltariam dias para agradecer pelo que ele já
nos tem feito. Porém, nossa ingratidão fala sempre mais alto, e tratamos Deus
como um gênio da lâmpada com a obrigação de atender nossos desejos mais
mesquinhos. Se isso não acontece, o substituímos em nosso coração. Mas ao
contrário do homem, tão reciproco em suas relações, Deus se mantem fiel apesar
de nossas infidelidades, e seu cuidar nunca cessa (II Timóteo 2:13 / Salmo
103:17).
Ser grato é
demostrar reconhecimento por alguém que prestou um benefício, favor ou auxilio.
É uma dívida de honra que deve ser quitada para não manchar a índole ou o
caráter de um indivíduo. É um ato de nobreza obrigatório e uma virtude que
ressalta aos olhos de Deus aqueles que o amam de coração. A verdadeira gratidão
não é aquela mostrada quando conseguimos um bom emprego, conquistamos a casa
própria, trocamos de carro, fazemos a viagem dos sonhos ou obtemos uma promoção
ministerial. Apesar de também precisamos ser gratos por cada benção alcançada (bem
como pelas que ainda não conseguimos ou sequer vamos alcançar), devemos
primeiramente ser gratos a Deus pelo que Ele “é” e não pelo que Ele “faz”. No
Salmo 103, Davi não conclama sua alma para ser grata pelas vitórias alcançadas,
pelas riquezas acumuladas, pelo palácio luxuoso ou pelo crescimento monumental
de Jerusalém. Ele quer que sua alma louve ao Senhor por coisas muito mais
valiosas, que transformam as preciosidades da terra em latarias enferrujadas: - Bendiga
ao Senhor a minha alma! Bendiga ao Senhor todo o meu ser! É ele que perdoa
todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da
sepultura e o coroa de bondade e compaixão. O Senhor faz justiça e
defende a causa dos oprimidos. O Senhor é compassivo e misericordioso, mui
paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre;
não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas
iniquidades, ele afasta para longe de nós as nossas transgressões. Como um pai
tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem.
(Salmo 103:1-14 – NVI ‘resumo’).
Elementos indispensáveis
à adoração
Adoração não é um estilo musical. É o resultado do encontro da alma com
seu Criador, exposto na forma de música ou não. Muitas vezes uma oração é uma
tremenda adoração (Salmo 90). Outras vezes, o silêncio se transforma no lugar
da adoração mais intensa. No Salmo 8:3-4, Davi diz: “Quando vejo os teus céus,
obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal,
para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? ”. Numa época
de tanta confusão, correrias e ansiedades, contemplar é quase loucura. Poucos
ainda ousam adorar a Deus através da contemplação de Sua obra. Poucos meditam.
Esquecem que o silêncio nos leva para o lado de dentro de nossa intimidade,
onde habitam nossos medos e inquietações. O grande problema da atualidade é que
encarceramos a adoração no cativeiro do ritual formal, com seus protocolos
específicos, seu vocabulário meloso e sua gesticulação própria e restrita a
determinadas horas e lugares. Contemplar é gastar tempo meditando na inerrante,
infalível, completa e soberana Palavra de Deus e deliciando-se em Sua
maravilhosa presença. Quando aprendemos a contemplar, qualquer e lugar se
transformam em um prazeroso convite ao mergulho nas dimensões insondáveis da
adoração.
Muitos “adoradores” não conseguem fazer a conexão certa entre o domingo
e a segunda-feira; entre o culto e a vida. O que exprimem no altar termina
quando sentam em seus lugares. Seus sorrisos só se abrem quando soam os
acordes. A adoração vai muito além de um sorriso profissionalmente fabricado.
Ela invade a vida. Ela restaura a alegria que não é apenas sorriso. Ela
restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22). A
alegria da adoração verdadeira é uma alegria que desafia a tristeza. Uma
alegria pelo que Deus já fez em mim. Nosso sorriso precisa se elevar para além
do simples prazer provocado pela musicalidade, precisa se elevar como
característica fiel do encontro com o Deus da verdadeira alegria.
Incondicional significa que, ainda que no silêncio, somos chamados a
adorar. Nossa adoração não pode ficar refém de alguns minutos de um culto
semanal. Ela precisa ter vida em casa, na rua, na alma. Se a adoração ficar
restrita ao som das bandas, fecha-se numa sufocante cela do costume. Naqueles
dias onde nenhuma música consegue fluir através da angústia, a adoração
consegue brotar como lágrima, como oração embargada, como abraço amigo no
aflito, como olhar para a esperança. Há dias em que “as harpas ficam penduradas
nos salgueiros” (Salmos 137:2). Nesses dias extremamente difíceis, quando somos
verdadeiros adoradores, produzimos os mais belos salmos, pois compreendemos que
não é a música que entoamos, mas a música que o Espírito Santo de Deus nos
ministra para entoarmos que faz realmente a essência do adorador.
Conclusão
A adoração reconhece a majestade de Deus, engrandece-O, exteriorizando
este reconhecimento através de uma rendição completa à Sua vontade, servindo-o
com atitudes corretas em um viver santo, cultivando o amor, regado com
reverência à Sua Pessoa.
Vivemos
para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da
adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa
em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos
redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão
grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender
ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 02 de
outubro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.
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