Nenhum trecho da Bíblia
apresenta um contraste mais nítido entre o modo de vida do homem cheio do
Espírito Santo e de outro controlado pela natureza humana pecaminosa, do que o
texto de Gálatas 5:16-25:
- Digo, porém: Andai em
Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro,
para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não
estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:
adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades,
porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,
bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos
declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o
reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E
os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito (Gálatas
5:16-25).
Nestes versos, escritos
por Paulo para a igreja da Galacia, o apóstolo não somente examina as
diferenças gerais do modo de vida destes dois tipos de homens ao enfatizar que
a carne e o espírito estão em conflito, como também inclui uma lista com as
obras e frutos produzidos a partir da inclinação para um dos lados. As obras da
carne (do grego – SARX) são oriundas de uma natureza pecaminosa com seus
desejos corruptos, que infelizmente continuam no cristão mesmo após sua
conversão, tornando-se o arqui-inimigo de seu espírito (Romanos 8:6-13).
Aqueles que se deixam controlar por tais impulsos carnais não poderão entrar no
Reino de Deus.
Exatamente por este
motivo, tal natureza carnal precisa ser resistida e mortificada, o que só será
possível, mediante uma intensa batalha espiritual que o crente trava contra
seus próprios instintos pela força do Espírito Santo.
Quando Nicodemos foi ter
com Jesus, buscando respostas para suas dúvidas espirituais, Jesus lhe afirmou
que não se pode entrar no Reino de Deus sem que antes experimente um novo
nascimento (João 3:1-4). Apesar de sua grande sabedoria, aquele homem ficou
pasmo diante da tal afirmação, não entendendo como um homem velho poderia
retornar para o ventre de sua mãe e reiniciar a vida. Jesus então lhe revelou
que o ingresso no Reino dos Céus está condicionado a uma transformação espiritual
e a uma mudança radical de comportamento e hábitos.
É preciso nascer da Água
e do Espírito. Neste contexto, ambos os “nascimentos” mencionados estão
intrinsecamente ligados, paralelos um ao outro, complementos de uma mesma ação.
Em Ezequiel 36:25, quando Deus propõem a Israel uma Nova Aliança, menciona dois
elementos vitais para uma relação profícua entre Deus e Homem, que são
exatamente a “Água” e o “Espírito”:
Então, aspergirei água
pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias
e de todos os vossos ídolos vos purificarei. - “E vos darei um coração novo e
porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa
carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito e
farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os
observeis.”
Assim, o nascimento da
água pode ser entendido como um processo de purificação, onde o homem, através
de sua fé em Cristo, é limpo de todo seu pecado e lavado pelo Sangue de Cristo,
símbolo máximo da Aliança Neo Testamentária (I Coríntios 11:25) . Já o nascer
do Espírito remete a uma mudança completa na forma de pensar e agir, quando o
velho homem é crucificado com Cristo, amortizando assim a vontade da carne e
dando vazão ao espírito que desde o princípio clama por Deus.
Esta transformação leva
a um indivíduo a um novo estado de prioridades, onde elementos terrenos, antes
causadores de tristezas e frustrações permanentes, são renegados a um status de
inferioridade, sendo nossa mente ocupada por temas “eternais”. E se esperamos
em Deus e no seu Reino, vivemos em graça e esperança, acalentados pelas
promessas fieis de nosso Deus. Mas Jesus não nos prometeu uma vida cor-de-rosa,
livre de tribulações e afrontas. Pelo contrário, nos enviou como “ovelhas para
o meio de lobos” (Mateus 10:26).
Porém, a beleza do
Evangelho é exatamente transformar o mal em bem, a dor em regozijo, a tristeza
em alegria, a perseguição em honra, o perigo em galardão, a lágrima em sorriso,
o agora na eternidade. Quem produz Frutos Espirituais em abundância, encontra
motivos para ser feliz mesmo nos dias mais tristes e cinzentos, pois a fonte de
sua felicidade não é deste mundo.
Ela provem de Deus, Pai das Luzes, em quem não há sombra de dúvidas ou variação (Tiago 1:6).
Ela provem de Deus, Pai das Luzes, em quem não há sombra de dúvidas ou variação (Tiago 1:6).
Nenhum comentário:
Postar um comentário