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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

EBD - Levitas ontem e hoje: a crise de identidade


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 07
Comentarista: Pr. José Elias Croce












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley












Confira nossa biblioteca de estudos na página especial da EBD

Texto Áureo
II Crônicas 29:5
E lhes disse: Ouvi-me, ó levitas; santificai-vos, agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a imundícia.

Verdade Aplicada
A verdadeira motivação dos levitas era o serviço da casa de Deus.

Textos de Referência
II Crônicas 29:1-4, 11

Tinha Ezequias vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abia, filha de Zacarias.
E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai.
Ele, no ano primeiro do seu reinado, no mês primeiro, abriu as portas da casa do Senhor e as reparou.
E trouxe os sacerdotes e os levitas, e os ajuntou na praça oriental,
Agora, filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos tem escolhido para estardes diante dele para os servirdes, e para serdes seus ministros, e queimardes incenso.


Os levitas no Velho Testamento
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Muitos músicos evangélicos estão utilizando o termo “LEVITA” para identificar seu próprio ministério. Infelizmente, alguns destes “levitas modernos”, se quer, tem conhecimento sobre quem eram de fato os levitas, e a sua real função na Casa do Senhor.  Levi foi o terceiro filho de Jacó com sua primeira esposa, Lia (Gênesis 29:34). Algumas gerações depois, seus descendentes foram escolhidos para exercer o culto em Israel e zelar pela Casa do Senhor. “Levi”, então, se tornou uma tribo diferenciada, separada das demais tribos, com tarefas especiais, mantendo em funcionamento os sacrifícios no templo de Jerusalém. Durante a peregrinação no deserto, eles trabalharam ativamente na construção da Casa de Deus, sob a supervisão de Itamar, um dos filhos de Arão (Aliás, Arão e Moisés eram levitas). Depois deste trabalho concluído, passou a ser deles a incumbência de zelar pelo Tabernáculo, desmontando-o no momento da partida, para remontá-lo em outro lugar indicado pelo Senhor (Números 1:47-54). 

Embora os levitas não fossem sacerdotes, eles eram auxiliares diretos do sacerdócio, com cada família desempenhando um trabalho específico na casa do Senhor. No caso do Tabernáculo; os filhos de Coate estavam incumbidos de transportar os móveis, depois que os mesmos fossem cuidadosamente cobertos pelos sacerdotes; os filhos de Gérson cuidavam das cobertas, cortinas e véus do Templo e os filhos de Merari tinham a tarefa de transportar e erguer a armação do Tabernáculo e seu átrio, conforme Números 3 e 4. Um levita iniciava suas atividades aos 21 anos de idade e se “aposentava” aos 50 (Números 8:24-26). Quando a Arca da Aliança passou a possuir um local permanente em Jerusalém, a idade inicial para o serviço passou a ser vinte e cinco anos. Os levitas não podiam ter posse de terras, e, portanto, eram sustentados pelo próprio povo através do dizimo levítico (Números 18:2, Deuteronômio 18:1-4). Em Deuteronômio 12:12, é ressaltada a grande responsabilidade dos israelitas para com os filhos de Levi.

Apenas quando Davi ocupou o trono de Israel, sendo ele próprio um músico nato, compositor gabaritado e exímio instrumentista, os levitas Hemã, Asafe e Etã, bem como aos seus respectivos filhos, foram encarregados pela música da Casa do Senhor, onde a Arca da Aliança repousava (I Crônicas 6:31). Em outros textos, levitas são identificados exercendo ministério profético. Em II Crônicas 20:14, Jaaziel profetizou a vitória de Josafá. Em II Crônicas 35:15, Jedutum é chamado de “o vidente” do rei. Levitas músicos e profetas eram exceções à regra. No geral, o ministério levítico estava inteiramente ligado ao sacrifício de animais do culto do Antigo Testamento (Números 3:1-39), ritual este completamente abolido no Novo Testamento (Hebreus 8:6-7).  A função primordial de um levita não era e cantar ou tocar música, mas sim auxiliar o sacerdote na ordem com os utensílios do santuário, funcionando como um ministério de “zeladoria” (Números 1:50-51).

Portanto, se alguém deseja rotular-se como “levita” apenas por cantar na igreja, incorre em um erro gritante. O levita era um serviçal da Casa do Senhor, um verdadeiro “faz tudo”, um apaixonado pelo templo, mantendo-o em perfeitas condições para a visitação pública, e acima de tudo, para receber a presença de Deus. Em nossa realidade eclesiástica, num comparativo simbólico, podemos dizer que os zeladores, os porteiros, os faxineiros, os cooperadores e os diáconos (aqueles que exercem tais atividades na Casa de Deus), estão muito mais próximos do ministério levítico do que propriamente os ministros de louvores.


Semelhanças e diferenças

Na atualidade há um verdadeiro frenesi levítico. Uma proliferação exacerbada de gente se autodenominando “levita”. Nessa nova mania há um disfarçado e perigoso pluralismo – todas as formas, pouca verdade. O que impera no desespero levítico da atualidade é uma tentativa infantil de imitação barata de algo que já teve seu tempo histórico definido. Na Palavra de Deus, levita não era quem queria ser, mas quem nascia servo! Muitos carregam o nome “levita”, mas a essência – adorador – se perdeu na doença do marketing e na loucura da multidão. Ser levita passou a ser símbolo de uma “espiritualidade elevada”, quase uma espécie de “guru eclesiástico embalado em mantras evangélicos”. O modo de tratar o nome de Deus também sofre impactos dessa crise. O que era reverência absoluta virou uma marca de alta rentabilidade. O nome de Deus está virando marca, moda, mania. O respeito, o temor e a reverência viraram apenas palavras esvaziadas, empoeiradas, esquecidas na banalidade imperfeita do cotidiano evangélico. Atualmente, o que se vê é uma corrida em busca de um status, de uma novidade, de uma forma de “carimbo bíblico” que confira um pouco de autoridade. Ser levita hoje é sinônimo de uma abertura quase exclusiva para cânticos, enquanto o que mais carecemos é de um retorno urgente à Palavra de Deus. As semelhanças dos levitas de ontem e os de hoje são secundárias (o nome, uma ou outra vestimenta, etc.), as diferenças são fundamentais (já não há o amor pelo servir, muito menos uma vida consagrada exclusiva). O mandamento de Deuteronômio 5:11: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”, era regra de vida para os antigos (e verdadeiros) levitas. O termo “Deus” não é um enfeite verbal para dar ênfase religiosa aos nossos discursos. Quando reduzimos o nome de Deus a um nome entre tantos outros, também nos reduzimos, nos despersonalizamos. O mandamento termina com uma séria advertência: “porque o Senhor não terá por inocente ao que tomar o seu nome em vão.”.

Em nome de um certo preciosismo, perde-se a teologia da alegria. Canta-se o absurdo. A epidemia pirotécnica dos shows inverte os valores. O show foi bom se juntou uma multidão esfuziante e não se houve mudança de vida e coração. O sucesso vem antes da teologia. Essa ausência de sentido num tempo marcado por ilusões gera uma outra tribo de levitas: os levitas estrelares! Vivemos um tempo de gente, como escreveu Brennan Manning: “super espirituais; cristãos musculosos que têm John Wayne como herói, e não a Jesus”. Acadêmicos que aprisionam Cristo na torre de marfim da exegese. Gente barulhenta e bonachona que manipula o cristianismo a ponto de torna-lo um simples apelo ao emocionalismo. Místicos de capuz que querem mágica na sua religião. São cristãos “aleluia”, que vivem apenas no alto da montanha e nunca visitam o vale da desolação”. Onde as técnicas imperam, o amor agoniza.

A tentação das aparências, infectada pelo vírus teatral da máscara, gera um conflito: gente que se divide em várias (uma é a que louva enquanto “está” levita, outra é a que existe fora dos horários de culto). Essa duplicidade transforma esses levitas em vítimas de sua própria crise com o espelho. Quando a verdade do que somos é amordaçada pela mentira que mostramos ser, nossa tragédia pessoal está deflagrada. O que mais necessitamos hoje não é de um grupo imenso de pessoas com roupas judaicas e a estrela de Davi na testa balbuciando termos hebraicos, mas sim, de um grupo de servos, abençoados pela grandeza da simplicidade. Gente que, sem muita invencionice, consegue tocar a majestade de Deus nas alturas. Uma das maiores carências da atualidade é o retorno a Palavra de Deus. Essa sociedade do som faz barulho demais para evitar o exercício do silêncio. Precisamos resgatar a verdade de que não é só de música que um adorador se alimenta, mas sim da Palavra de Deus, que o capacita a louvar. Sem o coração enraizado nas Sagradas Escrituras, todo cântico é apenas melodia sem conteúdo, som sem verdade, ecos de um vazio interior profundamente angustiante.


O propósito e os resultados
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

No livro de Números, capítulo três, a partir do versículo cinco, temos o relato da ordem de Deus à Moisés no que diz respeito a separação dos filhos de Levi para o serviço da tenda da congregação. A função especificada era administrar o ministério do tabernáculo, e eles deveriam ter o cuidado de todos os utensílios e de guardar os filhos de Israel, além de auxiliar o sacerdote em suas funções. Alguns levitas também serviam ao tabernáculo com cantos e tocando seus instrumentos, além de atuarem como porteiros. Hoje, está na moda ostentar o título de “LEVITA”, mas arcar com as atribuições deste ministério, é um fardo que os autodeclarados “levitas modernos”, não querem carregar. Um erro teológico e doutrinário dos mais bizarros possíveis.

É um glamour diabólico mascarado de uma fingida e santa modéstia, que tem levado muitos servos de Deus a viverem numa sequidão espiritual e uma frágil crença que nos faz sentir dor na alma. A lição aqui estudada, está bem servida de subsídio e munida de uma clareza que realmente nos deixa além das palavras. O tema é de muita importância para todos nós, pois é de suma urgência mostrar as verdades do Reino e de como viver uma vida que realmente agrada a Deus. Na verdade, tudo aquilo que eu venha a fazer que não gere a glorificação do nome e do Reino de Deus, deve ser desmascarado e abandonado sem mais reservas. O que vemos hoje, em muitos destes modernizados levitas, é uma corrida diabólica pelo status, a sede de ser reconhecido pelos homens e não reconhecido no céu, o que tem impedido o fluir do Espírito no meio da igreja de Jesus. O abandono bíblico é visível nos resultados de suas ações.  Existe uma enorme diferença entre o levita de ontem e os levitas de hoje. Salvo exceções, as motivações hodiernas são anti-bíblicas, pura vaidade que visam lucros exorbitante, buscando receber glória terrena, mostrando uma coisa que não é.

Em resumo, hoje, não existe mais um ministério eclesiástico na igreja de Cristo para rotular “levitas”. Não temos mais levitas no sentido original da palavra e na chamada hereditária. Infelizmente, também é raro encontrar pessoas qualificadas para herdar este legado, ou seja, dispostas a viver integralmente para o Reino sem receber possíveis retornos. Eu recomendo a todos os chamados levitas da atualidade, a buscar com afinco o verdadeiro sentido da vida levítica nos textos bíblicos. Eu o desafio a se dispor numa varredura por toda a Bíblia numa jornada profunda e teológica. Vamos! Eu os desafio a viverem no sentido original da palavra!  Creio que muitos ao lerem vão discordar desta minha ideia, e este é um direito de cada um. Porém, não temos qualquer direito de se opor ao que diz a Bíblia, e é ela quem nos dá parâmetros para analisar o propósito e os resultados da vida de um levita, e as bases que encontramos nas escrituras, em nada validam o que vemos hoje nos nossos templos. Eu sei que é difícil alguns admitir essa realidade, mas contra a palavra divinamente inspirada, não há argumentos humanos que prevaleça.


Levita como marca de legitimidade

O século XXI é escravo das marcas. Tudo tem sua etiqueta. Nessa busca alucinada por legitimidade, muitos optam por nomes artísticos esdrúxulos, polêmicas, ou mesmo alguma atitude bizarra que lhe confira destaque. Outros, com a mesma intenção, utilizam termos bíblicos para si mesmos ou para suas práticas. Não são poucos os “levitas” que se julgam num patamar de espiritualidade sublime e infinitamente superior aos outros mortais. Gente infectada pelo vírus absurdo da arrogância (I Coríntios 4:8). Essa doença luciferiana do ego é um produto de exportação que o mundo joga na Igreja – e ela abraça – com extrema facilidade. Há levitas que não aceitam ordens de ninguém: dos pais, em casa, ao pastor, ninguém pode confrontá-los. Essa enfermidade do ego é uma espécie de câncer do orgulho, provocando uma metástase que aniquila a humildade. Deus procura servos (Filipenses 2:3). Infelizmente, uns utilizam uma infinidade de termos judaicos para si mesmos ou suas práticas; outros usam o termo “levita” para conferir autenticidade à sua suposta vocação. O problema é que, transformar em marca de mercado algo com significado profundamente espiritual, gera um desiquilíbrio de essências e uma tragédia teológica.

Um dos maiores erros que um cristão pode cometer e basear suas práticas em versículos isolados das Escrituras. Além de ser um grosso erro hermenêutico, é também a principal razão do surgimento de diversas seitas e heresias. Em Mateus 4, o diabo usa textos isolados para obrigar Jesus a fazer sua vontade. Muitos levitas de hoje, com esse tipo de exercício hermenêutico duvidoso, assumem para si os perigos de adulterarem o texto e o contexto bíblicos, gerando terríveis distorções e confusões. A Bíblia não é um livro para legitimar manias e artimanhas de um indivíduo ou de um grupo específico. Ela é o Livro dos Livros, o espelho que mostra as nossas dores, e assim, confrontando-nos, oferece cura. Quando a Palavra de Deus é distorcida, as heresias começam a nascer.

Vivemos num tempo histórico marcado pelo esquecimento. Hoje, o novo dura pouco. Muitos agonizam por medo de não serem notados ou pior, serem descartados. Não são poucos os casos de celebridades do mundo secular que ao caírem no ostracismo, “convertem” e entram na Igreja visando reconstruir seu mundinho particular de aplausos e bajulação. Em busca de legitimidade, criam testemunhos, revelações, visões, profecias e mágicas. Chegam até mesmo a arrastar para si textos e termos bíblicos, num flagrante desrespeito ao sagrado. Essa perigosa inversão produz a tão devastadora idolatria (obra da carne), e com ela, o afastamento da glória (I Samuel 4:21). Obcecados pelos holofotes, esses “levitas/artistas” esquecem que somos chamados para ser “luz” (Mateus 5:14), e que, sem a verdadeira luz (João 8:12), todo o universo acaba em suas próprias trevas. Precisamos urgentemente entender que não somos chamados para ostentar uma etiqueta levítica, mas para transmitir a verdadeira graça. Quando louvamos com sinceridade de coração, não precisamos colocar nenhum título, nenhuma patente, pois o impacto do louvor verdadeiro é muito mais forte do que a maquiagem técnica. Não é o que sabemos sobre os levitas da Palavra de Deus que nos confere legitimidade, mas sim o quanto amamos o Eterno Deus e a Sua casa. Se a verdade não estiver enraizada no íntimo, toda a fachada será apenas propaganda enganosa- crime! Deus procura homens verdadeiros, honestos. O Senhor Deus prioriza a fidelidade. Não impressionamos a Deus com nossa bela música, pois Ele já tem a perfeita musicalidade celeste. O que mais toca o coração de Deus não são os acordes furiosos de uma guitarra levítica, mas as cordas da alma, tocadas pela habilidade insuperável do Maravilhoso Espírito Santo de Deus.


O dom de servir
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Lucas 10:38-40, narra a história de duas irmãs que recebem Jesus em sua casa, mas escolhem prioridades diferentes. Marta procura agradar ao ilustre visitante preparando lhe uma bela refeição, enquanto Maria se assenta aos seus pés para ouvir cada uma de suas palavras. Muitos sermões tem se dedicado a censurar Marta por ter ficado na cozinha enquanto a mensagem era pregada na sala, mas repare que não é esta a atitude censurada por Jesus... Ele recrimina Marta por tentar retirar Maria da sala e não por ela mesma (Marta) estar na cozinha... Isto porque se não houvesse alguém trabalhando enquanto outros apenas ouviam, não haveria um jantar delicioso esperando por eles após o culto... No Reino de Deus, para que muitas “MARIAS” possam desfrutar plenamente da ministração, algumas “MARTAS” precisam estar atarefadas na cozinha...  Em nossa vida eclesiástica, às vezes somos como Maria, apenas apreciando e sendo servida na sala de jantar; mas às vezes (e muitas vezes) seremos Martas, suando a camisa na cozinha, preparando essa mesma janta. Estes “cozinheiros” do Velho Testamento eram os levitas, e ainda hoje, a igreja precisa de pessoas que não se esquivem da “cozinha”, longe dos holofotes e dos aplausos.

Romanos 12:6-8 nos dá uma dimensão desta realidade laboriosa. Neste texto escrito a igreja em Roma, Paulo ressalta que pela Graça, cada um dos integrantes desta grande família, recebe um DOM distinto. Esses dons só podem ser empregados para benefício do próximo e por isso são chamados de DONS DE SERVIÇO. Este tipo de DOM tem boa funcionalidade quando posto em prática individualmente, mas é no ajuntamento das diversidades, quando cada um participa com seu próprio DOM que contribuímos para o bom funcionamento do Corpo.  Vejamos agora que dons são estes, conforme descritos em Romanos 12:3-8: Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

Neste contexto, ministério refere-se a serviço ou auxílio. São aquelas pessoas que sentem prazer em servir aos demais, visando a glória de Deus.  Aqui, encontramos os voluntários que acordam cedo para dar plantão na igreja sem receber nada por isto, os que se mobilizam em faxinas ao templo, os que oferecem seus carros para o transporte dos irmãos, os que nas festas e eventos são sempre encontrados na coxia, na cozinha ou nas barracas, são os que nunca aparecem nas fotos, pois estão sempre atrás da máquina fotográfica. Pessoas que mesmo sem remuneração alguma, se satisfazem em alegremente contribuir com mão de obra e boa vontade, ainda que seu trabalho por vezes se quer seja notado pela grande maioria.

Nesta categoria de DONS concedidos a igreja, destacam-se pessoas que Deus capacita para o artesanato, para a música, para o entretenimento, para a gastronomia e tantas outras atividades que exigem emprego de tempo e habilidades, mas que por ser exercida em voluntariedade não produz qualquer lucro, tendo como paga por revertem suas “aptidões” em prol da igreja na qual servem, apenas o sorriso de uma criança ou o simples “obrigado” de seu pastor. Pessoas com afabilidade e sensibilidade oriundas de uma devoção irrestrita a Casa de Deus, que dedicam suas vidas a cuidar dos necessitados, pois não conseguem viver em plena felicidade se há alguém sofrendo ao seu redor. Por isso preocupam-se mais com os outros do que consigo mesmo e vivem em prol dessas pessoas, não medindo esforços, para dentro de suas possibilidades (e até nas impossibilidades) salvar vidas através de gestos fraternais. Levitas Modernos que honram este honoravel legado.


Redescobrir o servir

Segundo a lei mosaica, os levitas eram chamados para servir. Alguns de seus deveres eram: levar a arca (I Samuel 6:15; II Samuel 15:24); realizar vários serviços no tabernáculo (Êxodo 38:21; Números 1:50-53); servir Arão e seus filhos (Números 3:9; 8.19). Ser levita não era apenas cumprir uma agenda de trabalhos do templo e voltar para casa como um trabalho braçal sem envolvimento de alma. Era saber que sua vida tinha sida escolhida pelo Deus de Israel. A tribo de Levi devia servir como um substituto de todos os primogênitos do sexo masculino em Israel (Números 3:11-13). Como todo primogênito da terra e dos animais pertence ao Senhor, deveriam ser sacrificados a Ele. Porém, como Deus não recebe sacrifícios humanos, Ele recebeu a tribo de Levi como substituta. Um levita em lugar de cada primogênito do sexo masculino em Israel. Os levitas sabiam que suas vidas eram valiosas para o Senhor. O que falta aos levitas de hoje é a consciência de que Deus não quer sacrifícios, mas um sacro-ofício, feito por uma vida íntegra e pura. O rei Davi incumbiu os levitas da música litúrgica e de serem guardas do templo (I Crônicas 9:26; 15:16-17, 22; 26:17). No tempo do sacerdote Esdras, escriba hábil na Lei de Moisés, os levitas ensinaram a Lei ao povo (Neemias 8:7-8). Essa vocação para o serviço precisa ser resgatada urgentemente pelos que se chamam “levitas”, mas que detestam o abençoado exercício de servir.

Servir não pode ser apenas produto de uma mecânica decorada, mas deum amor que nos direciona ao outro. Quando o Espírito do Senhor está em nós, amamos o serviço. Estar cheio do Espírito de Deus é estar cheio de amor. Sem o amor, os dons são sem valor (I Coríntios 13). O amor requer os dons como equipamento necessário para o serviço aos outros (Efésios 5:18-21). Um levita que não serve, perdeu a essência. Um levita sem amor, nunca foi levita. Um levita que não serve por amor, não pode ser servo de Cristo – o substituto maior! Quando o Espírito Santo de Deus habita em nós, temos comunhão uns com os outros. Aprendemos – com os outros – a ter motivos para louvar e adorar. Não deve existir uma luta de classes, uma hierarquia do louvor, uma categoria superior. Juntos adoramos ao nosso Pai, sob a mesma unção, centrados na mesma Palavra, indo para o mesmo céu e amando-nos com o mesmo coração. Se o princípio da comunhão for adulterado, não pode haver genuína adoração.

É preciso resgatar a certeza de que o culto não é prisioneiro do calendário. Culto é uma expressão de louvor e gratidão a Deus “em todo o tempo” (Eclesiastes 9:8). Deus não está preso às nossas agendas, nossos calendários. Muita gente mantém apenas uma aparência que tem prazo de validade (apenas enquanto o culto é celebrado no templo), com isso, perde a maravilha de servir a Deus na vida. Deus não procura homens e mulheres que só funcionam de congresso em congresso, mas que sabem que foram chamados para o serviço do Mestre em qualquer tempo (II Timóteo 4:2). Levitas das 19 às 21 horas há em todo lugar, mas gente consagrada em todo tempo é uma raridade que os olhos do Senhor ainda buscam (Salmo 101:6). Deus busca levitas dos hospitais, das prisões, dos oprimidos, dos moradores de rua, dos perdidos da vida. Não os levitas do palácio, mas aqueles que conseguem andar nas ruas e enxergar os aflitos. Mais do que nunca, urge a necessidade de levitas que não ignorem os feridos (Lucas 10:32). Que o Eterno Deus levante homens e mulheres que amem o serviço do Seu Reino.


Conclusão

Cristo já cumpriu a Lei. Não somos levitas. Somos servos, gratos a Jesus por ter derrubado os muros das diferenças. Qualquer um pode louvar e adorar. Não há um monopólio. Não precisamos nascer numa determinada tribo para termos acesso ao louvor, só precisamos “nascer de novo” (João 3:1-21).



Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 13 de novembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.

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