A “juventude” é o fogo
da alma que recusa a conformar-se. É aquela que está insatisfeita com o próprio
status, que proclama querer mudar o mundo e se sente frustrada por não saber
como. Controlar ou emancipar a juventude? Eis o dilema de nosso
tempo.
O inconformismo que
caracteriza os jovens, é a força renovadora que move o mundo, mas também algo
que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a
realidade do universo juvenil, muitos de nós desqualificamos a juventude,
vendo-a como um incômodo ou como uma fase de passageira rebeldia. Ao invés de
emancipar, desejamos controlar, dominar, moralizar. Bravamente, ao
longo dos tempos, os jovens resistiram e mantiveram acesa a ideia de mudar o
mundo. Desejam, profundamente, que seus ideais (e mundo) sejam uma nota só.
Seus sonhos são suas ideias em teimosia. Os jovens têm consciência de que
precisam controlar o seu “fogo ardente”. Mas desejariam que este controle fosse
deles, não daqueles que representam qualquer autoridade (pais, professores,
psicólogos, legisladores, juízes, polícia). Rejeitam serem pensados pelos
outros.
Essa aparente
“rebeldia”, é o sinal de que a juventude continua sadia, cumprindo com o seu
papel provocador de mudanças. A "rebeldia", aos olhos da Filosofia, é
a atitude de quem quer ser protagonista de sua história, nunca o coadjuvante, até
porque, a Filosofia, como o inconformismo, motiva o indivíduo na busca e
seus próprios caminhos, mesmo sem dar garantias do destino final. É
preciso compreender a juventude como uma categoria social, que varia no tempo,
de sociedade para sociedade e segundo as diferenças internas de cada
civilização. Por isso, a definição do que é juventude, tem que ser feita na contextualização
histórica dos jovens que se quer compreender. Outra ideia fundamental é a de
que a juventude é vivida de modo distinto segundo as condições econômicas,
culturais, de raça, gênero (e tantas mais), como aponta a coleção “Ofício de
Professor: Aprender mais para ensinar melhor".
Neste aspecto, é preciso
aumentar a disposição para o diálogo e a escuta com os jovens de nosso tempo,
procurando compreender os desejos, sonhos, medos e angústias que os movem. A
busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos.
Muitas iniciativas da
sociedade, ONGs, entidades e igrejas nasceram da compreensão que o jovem quer,
precisa e pede o nosso apoio. E estas organizações tem dedicado ao trabalho com
a juventude, empregando o protagonismo juvenil, a arte e a espiritualidade como
formas de potencializar as energias da juventude. Seus êxitos comprovam que com
oportunidades, a juventude toma os melhores caminhos. Aliás, os jovens nunca
dispensaram atitudes de apoio, escuta, compreensão e orientação. Eles gostam de
ser desafiados pelos adultos. A assim chamada “rebeldia", tem
causas que até a justificam como uma atitude saudável. Jovens e adultos, no
entanto, precisamos descobrir quais são as causas pelas quais vale uma vida. A
violência e a agressão, em forma de rebeldia, não podem ser toleradas. Por sua
vez, a “rebeldia saudável” (manifesta em questionamentos oportunos) é um
ingrediente indispensável para fomentar as renovações de que a sociedade
precisa.
Mas a opção é da
sociedade: apostar e empenhar-se na emancipação e inclusão da juventude ou
considerá-la como constante ameaça contra a ordem social. Cada opção tem seu
preço. Se questionar é necessário, obedecer é prudente.
Em Provérbios 23:19-22 a
palavra nos diz o seguinte: “Ouça, meu filho, e seja sábio; guie
o seu coração pelo bom caminho. Não ande com os que se encharcam de vinho, nem
com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se
empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos. Ouça o seu pai, que o gerou;
não despreze sua mãe quando ela envelhecer.”
Essas palavras nos
arremetem ao decálogo, dado por Deus ao seu povo, mais precisamente ao mandamento
sobre o qual existe uma promessa para a vida de quem o cumprir: “Honra
a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o
Senhor teu Deus te dá (Êxodo 20:12)”. Aqui fica bem claro como devemos agir
para com nossos pais, os quais já passaram por várias situações e agora almejam
transmitir esse ensinamento para os filhos, que infelizmente, em nome da “tal”
rebeldia, grande parte da juventude não está interessada neste
aprendizado, e acabam sendo levados ao engano e ao erro de ter vontade de
querer fazer algo certo, mas sem ter experiência necessária. Tudo acaba saindo às
avessas. Outros acabam se perdendo em um mundo perverso de ilusões,
decepções e engano. Uns por influencias maléficas começam a fumar, outros a
beber e num estágio ainda pior, muitos seguem pelo caminho da prostituição,
onde jovens banalizam seu corpo por troca de prazeres passageiros.
Tudo parece ser bom, na
hora do ato em si, mas quando passa o “momento” a pessoa se sente usada, como
se fosse apenas um objeto. O pior, é que alguns jovens já têm a suas mentes
cauterizadas pelo pecado, e já nem se sentem incomodada com isso.
Em Romanos 13:13 a
palavra de Deus nos diz: “Comportemo-nos com decência, como quem
age á luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidades sexual e
depravação, não em desavença e inveja. ” Em nome da “liberdade” e da
“rebeldia”, muitos jovens estão perdendo o seu tempo com coisas banais,
supérfluas e superficiais, sendo que eles poderiam estar usando toda essa
força e energia na obra de Deus, assim como está escrito em Eclesiastes
12:1-3: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude,
antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá: “Não
tenho satisfação neles”; antes que se escureçam o sol e a luz, a lua e as
estrelas, e as nuvens voltem depois da chuva; quando os guardas da casa
tremerem e os homens fortes caminharem encurvados; quando pararem os moedores
por serem poucos, e aqueles que olham pelas janelas enxergarem embaçado.
Muitos se sentem
atraídos por valores que o mundo tem priorizado como essencial. Somos a
geração do desnecessário, onde o jovem “top do momento” é
aquele que ostenta colares, pulseiras, roupas de marcas e tantas outras
banalidades, que muitas das vezes nem ele mesmo tem condições de adquirir.
Vivemos uma época de exibicionismos, onde o "eu" não se contenta em
apenas ter, tendo que "mostrar” o que se tem (ou não tem, o que é
ainda pior). No fim, tudo isso é vaidade! A juventude passa muito rápido, e por
isso cada segundo deve ser aproveitado da melhor maneira. Enquanto houver
força, enquanto houver saúde, devemos investir a nossa vida em alguma coisa que
vale a pena. Nada é mais seguro e certo do que investir no Reino de Deus,
que vai durar para sempre. Os jovens que dedicam as suas vidas ao Senhor não
ficarão frustrados, porque Deus certamente abençoa aqueles que o servem. Não
perca tempo com coisas fúteis, viva para o Senhor desde a juventude! Seja um
rebelde abençoado...
Rebele-se contra o mundo
e seus prazeres efêmeros. Oferte sua liberdade para Deus.
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