Material Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo
com as Gerações Passadas - Lição 10
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates
Comentários Adicionais
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene
Wanderley
Texto Áureo
Provérbios 31:27
Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena.
Verdade Aplicada
A certeza de que o Senhor está conosco já é o suficiente para avançar e
conquistar tudo o que Deus preparou para os Seus.
Textos de Referência
Gêneses 30:18; 49:14-15, I Crônicas
12:32
Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha
serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar.
Issacar é um jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos.
E viu ele que o descanso era bom e que a terra era deliciosa, e abaixou
o seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.
E dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o
que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que
seguiam a sua palavra.
Introdução
O capitulo quarenta e nove do Gêneses, apresenta Jacó nos últimos
momentos de sua vida. Ele agrega seus filhos e netos ao seu redor e profere uma
benção profética que revela o destino de cada um de seus filhos e netos.
A Tribo de Issacar
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
O
nascimento de Issacar se deu em condições mui interessante. Sua mãe Léia já
tinha dado quatro filhos a Jacó, porém, seu marido continuava só tendo olhos
para Raquel, que ainda era estéril. Sendo assim, Jacó passava muito mais tempo
na tenda da irmã mais nova, e Léia se sentia profundamente incomodada com esta
situação. Certa manhã, seu filho mais velho, Rubem, saiu ao campo para lhe
trazer algumas mandrágoras. Os antigos acreditavam que aquela planta tinha
propriedades afrodisíacas, o que poderia facilitar uma concepção. Ao ver seu
sobrinho voltando para casa com as mandrágoras, Raquel queria as plantas para
si. Léia interviu com aspereza, dizendo para a irmã, que além de roubar seu
marido, agora ela também queria roubar as mandrágoras de seu filho. Para ter as
plantas que tanta queria, Raquel propôs uma troca. Se ela pudesse ficar com as
mandrágoras, então, Jacó pernoitaria na tenda de Léia. E foi o que aconteceu.
Exatamente naquela noite, Deus voltou a abrir a madre de Léia, e ela concebeu
mais um menino, ao qual chamou de Issacar (Gêneses 30:14-18).
Não
existem registros bíblicos sobre a infância de Issacar. A próxima citação em
que ele aparece, é nas beatitudes de Jacó, em Gêneses 49. Nesta emblemática
passagem, o patriarca, avançado em idade e próximo da morte, reuniu seus filhos
afim de abençoá-los. Um a um, os futuros pais das tribos israelitas se
aproximam de Jacó, e ouvem palavras proféticas sobre o futuro, com base no
perfil comportamental de cada um deles. Jacó compara Issacar a jumento de ossos
fortes, mas, que se mantem deitado entre as cargas que deveria carregar. Sobre
seu futuro, Jacó visualiza uma geração acomodada, habitando confortável em uma
terra boa. Eles iriam preferir pagar tributos a seus vizinhos, do que se
levantar em armas, afim de conquistar a terra que lhes era de direito (Gêneses
49:1-5).
Antes de
sua morte, Moisés também profetizou sobre as tribos de Israel. Referiu-se a
Issacar e Zebulom como futuras potencias marítimas, que recolheriam muitos
tesouros de suas praias. Também declarou que o território de ambos, seria usado
como santuários de adoração, onde os povos trariam ofertas de justiça. Na
divisão do território, Issacar foi a quarta tribo a ser sorteada, e recebeu
como herança, parte do leste de Canaã, fazendo fronteira com Zebulom, Naftali,
Manassés, Gade e Aser. Seu território ficava situado no fértil vale de Jezreel,
sendo margeado pelo Rio Jordão e o Mar da Galiléia. A tribo agora tinha uma
escolha a fazer. Poderiam se acomodar num pequeno território ou partir para a
conquista definitiva da terra e estender seus braços sobre as águas.
Na saída
do Egito, a tribo de Issacar contava com 54.400 indivíduos (este censo não considerava mulheres e homens abaixo de 20 anos).
Após a peregrinação no deserto, dentro nos mesmos critérios, a tribo tinha
64.300 homens (Números 1:17-29, 26:23-25). Nos dias de Davi, um novo censo
apontou 87.000 issacaritas (I Crônicas 7:5). Assim como havia sido profetizado
por Jacó, a tribo de Issacar era robusta como um jumento de ossos fortes, que
crescia sobre a terra, e se dedicava ao trabalho agrícola. Seu território era
fértil e sua gente fecunda.
Era um
povo que evitava confrontamentos e optava pela hospitalidade. Muitas cidades de
seu território foram doadas aos levitas (Josué 21:6). Nos dias de Salomão, a
tribo fornecia um quinhão anual, para sustentar a corte do rei (I Reis 4:1-17).
O problema, é que Issacar podia ser muito mais. Enquanto ali perto, Judá
avançava sobre a terra, expulsando guerreiros poderosos e gigantes
assustadores, tomando posse da terra que lhe era prometida, Issacar se
acomodava com a porção que tinha recebido sem esforço, se abnegando de batalhar
pela plenitude da promessa. Enquanto se negava a avançar sobre territórios
dominados pelos cananeus, os filhos de Issacar permitiam que seus inimigos se
mantivessem fortes, e com os olhos cobiçoso voltados para as planícies
produtivas onde lavoravam os hebreus. Uma ameaça real a segurança de toda
nação.
Issacar, jumento de ossos fortes
Issacar, jumento de ossos fortes
A história da tribo de Issacar indica que Jacó, quando o abençoou,
estava antevendo um tempo em que, por causa de suas possessões e prosperidade,
Issacar se curvaria diante de invasores estrangeiros (Gêneses 49:15). Issacar
era forte, mas decidiu ser escravo e não lutar. Issacar, o quinto filho de Jacó
com Léia, é representado como um amante do descanso e do sossego (Gêneses
49:14-15). A palavra jumento aqui é “hamor”, que designa a forte besta de carga
que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre
para se deitar de forma sossegada e confortável (Provérbios 12:24). Outra
tradução importante para Issacar é: “homem de aluguel” (Gêneses 30:16-18),
considerando uma parte de seu nome judaico. Submetidos ao jugo cananeu, os
filhos de Issacar preferiram pagar tributo para viver na própria terra, a ter
que lutar e defende-la.
No texto de
Gêneses 49:14, Issacar é comparado com uma besta de carga, satisfeito com a
tranquilidade na terra e pronto para se submeter aos cananitas. A tribo de
Issacar nunca dominou a terra que lhes havia sido dada como herança. Para não
ter que abandoná-la, em vez de lutar contra os inimigos, eles preferiram serem
escravos e pagar tributo. Issacar renunciou a promessa da terra, não tomou
posse, não lutou por aquilo que Deus havia lhe dado como herança. Preferiu
trabalhar viver na comodidade, preferiu trabalhar como escravo. Era forte, mas
trocou seus direitos para não ter que desprender esforços. Moisés profetizou
que Issacar, juntamente com Zebulom, como tribos, participaria da indústria
marítima e serviriam como local para adoração publica (Deuteronômio 33:18-19).
Estamos rodeados de pessoas à semelhança de Issacar (Gêneses 49:15).
Pessoas com vigor e energia, que receberam de Deus uma grande promessa de
vitória, mas, por serem acomodadas, vivem como escravos no lugar onde deveriam
reinar. Pessoas que têm tudo para conquistar, mas não se esforçam, são como as
virgens imprudentes, que observam o azeite alheio e dormem já pensando em pedir
emprestado (Mateus 25:3-8). Pessoas que não querem nada com a espiritualidade
ou compromisso cristão. Pessoas que receberam uma herança, mas quem toma conta
são os “cananeus”.
É bem verdade
que aquela geração conhecia muito bem sua missão. Eles sabiam que deveriam
expulsar os inimigos e defender suas terras férteis, constantemente alvos de
ataques. Essa geração dos filhos de Issacar representa os cristãos que não se
envolvem, não qurem se ferir na batalha, que preferem não lutar, ainda que isto
lhes custe a verdadeira liberdade (João 8:36).
A característica dos grandes heróis de Deus é sempre buscar forças na
hora da fraqueza (Hebreus 11:34). Essa geração tinha força, mas preferiu
esquecer o que possuía para não ter que se envolver em uma luta (Gêneses
49:14-15, II Coríntios 12:9). Por que Issacar decidiu não lutar? O maior
problema desta tribo foi se contentar com a terra. Por ser fértil, preferiu
viver nela como escravo e pagar tributo do que enfrentar os inimigos que a
tacavam. Quando o reino de Salomão foi dividido, eles foram a primeira
província a perder a liberdade e ser tomada pelos pagãos. Essa geração de
Issacar nunca foi determinada, sempre lhes faltou ousadia e desejo de
conquistar algo além. Por isso, viveram como escravos em sua própria terra.
O que
aconteceu com esta geração é algo comum em nossos dias. Sem determinação e
objetivos nós não sairemos da posição em que estamos. Existem pessoas em nosso
meio que já perderam o alvo e que estão precisando urgentemente de uma
visitação divina. Devemos constantemente orar para que o Senhor traga animo e
abra a visão de seu povo, para não nos contentarmos com fardos que não
precisamos carregar (Isaías 46:2, Mateus 11:30)
Lições aprendidas com
os filhos
Issacar
Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley
Issacar era o quinto filho de Jacó
com Léia. Segundo os escritos sagrados, era um amante do descanso e do sossego.
Nos versos de Gêneses 49:15-16, temos um relato minucioso das características
de Issacar. Partindo deste ponto, o estudo aqui proposto, nos traz importantes
lições, que podem nos dar algumas respostas e prover orientações sobre nossa
postura e posição no Reino de Deus. É de grande significância que nos voltemos
para o texto de Gênesis 49, a fim de compreender o seu contexto histórico. O
patriarca Jacó, em seus dias finais, reuniu seus filhos, e ali mesmo, já
fatigado de dias e sabendo que seu tempo tinha chegado ao fim, ajunta perto de si
sua prole, e lhes declara (os faz saber) o que lhes há de acontecer em dias
futuros. Dos versos 2 ao 27, encontramos revelações profundas e de uma verdade
aterradora. Vale o esforço de uma leitura com minuciosa. Quem assim procede, certamente,
terá sua vida impactada.
Quando leio esse texto, confesso meu
espirito se inquietar. É como um espelho onde posso me observar. Até mesmo em
nosso material didático, o comentarista me parece questionar em cada página, a
cada tópico. A 1° parte do estudo é extremamente confrontadora, falando sobre “alguém
forte, mas que prefere não lutar". Quando Issacar vem receber a benção de
seu Pai Jacó, ouviu as seguintes palavras: -
Issacar é jumento de fortes ossos, de
repouso entre rebanhos de ovelhas. Viu que o repouso era bom e que a terra era
deliciosa; baixou os ombros à carga e sujeitou - se ao trabalho servil. Os
anos se passaram toda aquela geração morreu e outras vieram e morreram também,
até que chegou o momento em que os filhos de Israel tomaram posse da terra
prometida, e Josué deu as tribos suas posições. Entre esses estavam os filhos
de Issacar.
A terra era boa como havia falado o
Senhor Deus Todo Poderoso. As delícias da terra eram maravilhosas. Mas, lá
estavam os cananeus, cujas práticas pecaminosas Deus abominava. Todos sabiam o
que se devia fazer com os povos que habitava na terra. Porém os filhos de
Issacar não expulsaram os povos pagãos de suas terras. Foram omissos. A decisão
tomada por eles foi: não lutar, não reclamar seus direitos, não se mostrarem
descontentes com os cananeus, mas sim, se rebaixar a condição de escravo, de
serviçal, de inutilidade e covardia. Aquela geração desceu ao nível mais baixo
possível, desprezou as promessas de Deus, abriu mão dos privilégios dados por
eles pelo Senhor. Se conformaram em ser “um nada” diante de seus inimigos. O
motivo principal dessa louca decisão residia em um único desejo: ficar
sossegado, deitar confortavelmente sem ser incomodado. Quanta vezes agimos
assim diante de situações adversas que nos sobre vêem? Quantas vezes preferimos
não se expor por causa de A, B e C? Quantos de nós preferimos nos ocultar em
momentos nos quais deveríamos avançar em direção à guerra
Deveríamos nos envergonhar dessa covardia. Como ainda temos a petulância de nos declararmos soldados de Jesus, quando na verdade somos um bando de medrosos, preguiçosos e incrédulos? Assim foram os filhos de Issacar nos seus dias. Eram fortes, mas, não queriam e nem se disponham a lutar para ter o que já era deles por direito. Eram fortes, mas gostavam de descanso. Eles não tinham interesse em buscar mais de Deus, não tinham interesse em deixar Deus ser ”Deus” em suas vidas. Tudo que aquela geração dos filhos de Issacar queria era descansar, dar a sua carne a oportunidade de reinar. Isso não é diferente de nossos dias.
Segundo ponto. Eram fortes, mas preferiam ser escravos. Aquela geração era formada por homens e mulheres fortes. Mas, escolheram ser fracos, insulteis, imprestáveis. Isto também é visível em nossos dias. É uma lástima essa situação. Temo que fique cada dia fique pior. Choro em minha alma, diante do quadro que se estende diante dos meus olhos nesse momento. Este ponto da lição é ainda mais chocante. A geração dos filhos de Issacar tinham a opção de viver sem negligenciar seus direitos, mas eles abriram mão voluntariamente. Exatamente o que tem acontecido hoje. As causas são inúmeras, e confesso não quero ir muito longe, pois sei que vamos escavar em um terreno lamacento. Infelizmente, tem muita gente que prefere ficar às cegas de que falar o sobre que Deus quer “verdadeiramente” para essa geração.
Deveríamos nos envergonhar dessa covardia. Como ainda temos a petulância de nos declararmos soldados de Jesus, quando na verdade somos um bando de medrosos, preguiçosos e incrédulos? Assim foram os filhos de Issacar nos seus dias. Eram fortes, mas, não queriam e nem se disponham a lutar para ter o que já era deles por direito. Eram fortes, mas gostavam de descanso. Eles não tinham interesse em buscar mais de Deus, não tinham interesse em deixar Deus ser ”Deus” em suas vidas. Tudo que aquela geração dos filhos de Issacar queria era descansar, dar a sua carne a oportunidade de reinar. Isso não é diferente de nossos dias.
Segundo ponto. Eram fortes, mas preferiam ser escravos. Aquela geração era formada por homens e mulheres fortes. Mas, escolheram ser fracos, insulteis, imprestáveis. Isto também é visível em nossos dias. É uma lástima essa situação. Temo que fique cada dia fique pior. Choro em minha alma, diante do quadro que se estende diante dos meus olhos nesse momento. Este ponto da lição é ainda mais chocante. A geração dos filhos de Issacar tinham a opção de viver sem negligenciar seus direitos, mas eles abriram mão voluntariamente. Exatamente o que tem acontecido hoje. As causas são inúmeras, e confesso não quero ir muito longe, pois sei que vamos escavar em um terreno lamacento. Infelizmente, tem muita gente que prefere ficar às cegas de que falar o sobre que Deus quer “verdadeiramente” para essa geração.
Realmente, eu oro para que Deus ilumine
o seu povo e que através desta lição, os olhos que estão cegos se abram e os
ouvidos que estão surdos se escancarem também, pois o Espírito está falando à
igreja. Uma verdade gritante sobre aos filhos de Issacar, é que eles tinham uma
visão deturpada de si mesmos. Viram que a terra era boa, que era boa para o
descanso. Mas, ao invés de usarem estas regalias com responsabilidade, se
entregaram ao descaso, ainda que custo fosse ser escravos na sua própria terra.
Eles não tiveram temor a Deus. Desagradaram ao Senhor desprezando o seu próprio
valor.
Infelizmente não são poucos os que
vivem nessa geração hodierna, que seguem fielmente a mesma visão dos filhos de
Issacar. Uma geração que não sabe valorizar o dom que recebeu Cristo, está fadada
a um fracasso repentino. Outro defeito daquela geração foi a falta de
determinação. Esse problema é um dos fatores mais predominante em nossos dias.
Vemos um povo sem nenhuma determinação, sem um alvo, sem nenhum propósito.
Temos hoje, muito mais euforia carnal,
do que a vida dominada pelo Espírito de Deus. O modelo de fé, coragem, amor,
dedicação, determinação, alvos e propósitos, está cada vez mais escasso. E aí,
chegamos ao terceiro ponto. Aquela
geração era preguiçosa. Característica latente em nossos dias. É lastimável
dizer algo assim, mas nossa geração de crentes é a geração mais preguiçosa de
todos os tempos. É assustador o nível crescente de cristãos acomodados,
relaxados, desanimados, sem sal, sem luz, sem graça. Sem nada. Mas, diante
desse quadro desastroso, Deus tem seus remanescentes, Deus tem aqueles que não
se dobraram diante de Baal. Haverá um ressurgir nessa geração, um povo há de se
levantar para fazer a diferença e trilhar nos trilhos da verdadeira fé que move
a mão de Deus.
Os problemas da Geração de Issacar
Os problemas da Geração de Issacar
A geração dos filhos de Issacar tinha a opção de viver sem negligenciar
seus direitos, mas abriu mão da batalha para viver mediocremente. Destacamos
três coisas importantes dessa geração a fim de extrair lições para nossas vidas
(Romanos 15:14). Uma geração vencedora certifica-se de “quem é e o que deve
fazer”. O que visualizou Issacar? Viu que o descanso era bom. Viu que a terra
era fértil (terra de delícias), e, vendo isto, certamente descansou ali, mesmo
com o sofrimento. A única coisa que não viu, ou ignorou, foi a força que possuía
(Gêneses 49:15). Issacar não teve consciência de sua vocação (Efésios 4:1).
Eles poderiam se tornar a quarta geração vitoriosa. Era filho de Israel, o Jacó
transformado, abençoado por Deus; era neto de Isaque, o filho da promessa; e
bisneto de Abraão, o pai da fé. Havia uma histórico de bênção, mas eles o
ignoraram (Efésios 1:18).
Issacar não
era qualquer um, porque a bênção e as promessas de Deus já estavam sendo
repassadas de pai para filho a três há gerações. Eles eram vocacionados para a
grandeza, mas ignoraram a oportunidade. Nós também comentemos erros similares
quando fazemos declarações de fé e agirmos sem consciência alguma da posição que
exercemos em Deus (I Coríntios 1:26).
Esta geração da tribo de Issacar não teve determinação, alvos,
propósitos. Eles eram como a figueira que Jesus amaldiçoou. Estavam fincados na
terra, mas jamais preencheram a expectativa pela qual foram postos ali. Muitos
cristãos em nossos dias precisam atentar para esse acontecimento. Não podemos
limitar nossa visão ao ponto de não termos sonhos. Precisamos deixar nossa zona
de conforto. O Senhor Jesus Cristo nos escolheu e nos nomeou para sermos
frutíferos. Temos uma missão a cumprir. É preciso vencer o comodismo (João
15:6-16)
Falta de
determinação implica em apenas passar os dias e viver uma vida sem sentido. Não
ter alvos nem propósitos é como viver sem chegar a lugar nenhum. Assim como
Issacar, todos nós temos virtudes e precisamos ver aquilo que é importante em
cada um de nós, o que realmente nos diferencia dos demais. Issacar era forte e
precisava usar essa força. Descansou quando era a hora de lutar. Não podemos
perder as oportunidades que o Senhor nos oferece (Hebreus 11:6).
Durante muitos anos, a geração de Issacar viveu apenas no cumprimento da
parte negativa da profecia de Jacó, seu pai. Estava difícil nascer na tribo de Issacar
algum que cumprisse a primeira parte da benção. Em seu cântico, Debora, a juíza
de Israel, informa que os principais da tribo de Issacar estavam com ela na
vitória contra Sísera (Juízes 5:15). Deus sempre espera que alguém tenha a
coragem de crer em coisas extraordinárias (Romanos 8:19).
Uma geração inteira
pode fracassar, mas, isso não significa que o que é ruim perdure eternamente. O
Eterno sempre está disposto a fazer algo quando alguém se dispõe a acreditar. A
fé nos aproxima de Deus. Está escrito: - Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo animo, purificai os corações” (Tiago
4:8). Tudo o que temos que fazer é dar o primeiro passo e mostrar para Deus que
acreditamos nEle e não nas circunstâncias ao nosso redor. Ele mesmo disse em
sua Palavra: - “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23). Em
Juízes 5, Débora canta sobre a vitória de Israel sobre Sísera, comandante do exército
de Canaã. Nesse capítulo é dado um grande destaque para a tribo de Issacar
(Juízes 5:15). Eles não ficaram em cima do muro. Eles desceram e foram ajudar
seus irmãos, não se preocupando se a tarefa seria fácil ou difícil. Aqui está
uma qualidade que precisamos buscar e desenvolver em nosso caráter: a
disposição de ajudar. Vivemos a grande crise do amor. Muitos se escondem atrás de
instituições de caridade, mas de fato, nada podem fazer pessoalmente por seus
irmãos. Vivem apenas a teoria e não a prática.
Feitos notáveis da tribo de
Issacar
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
A inércia
de muitos, não pode ser usada como desculpa para nossas apatias. Apesar do
perfil passivo da tribo de Issacar, existiram momentos na história de Israel
onde homens valentes se levantaram com autoridade e destreza, ajudando a nação
a superar momentos de crises. Num período de grande apostasia espiritual, Deus entregou
Israel nas mãos do rei de Hazor, chamado Jabim. Este monarca possuía um
poderoso exército composto mais 900 carros de ferro, comandado pelo terrível
general Sísera, que afligia Israel com grande violência. Essa situação
arbitraria se arrastou por vinte anos (Juízes 4:1-3). Deus, então, levantou uma
mulher chamada Débora, como juíza da nação. Por sua vez, ela encarregou Baraque
de comandar os israelitas numa batalha decisiva contra os invasores.
Aquela foi
uma grandiosa vitória, que contou a participação decisiva de Issacar, já que os
chefes de família, lutaram pela liberdade da nação ao lado de Débora e Baraque.
Posteriormente, Issacar deu a nação seu próprio juiz, um homem chamado Tolá,
que julgou em Israel por 23 anos.
Crônicas
12 apresenta uma lista de homens notáveis, verdadeiros heróis nacionais,
responsáveis diretos pelo sucesso do reinado de Davi. As tribos estão ali
representadas por seus mais habilidosos guerreiros, dotados de perícia no
combate físico, na destreza com a espada ou o manejo de arcos e flechas. Porém,
existe uma menção especial para a tribo de Issacar, ali representada por
duzentos líderes tribais, que se destacavam dos demais soldados, por sua
capacidade de desenvolver e aplicar estratégias de combate. Homens que
dominavam a “ciência do tempo” e ditavam o ritmo das batalhas. Eram eles que
determinavam a hora de atacar e o momento de se defender. Ninguém avançava ou recuava sem primeiro ser
orientado pelos filhos de Issacar. Esta era uma geração que “fazia” acontecer.
Estava sendo exatamente o braço forte e poderoso profetizado por Jacó e Moisés.
Quando a
nação se dividiu em duas (Judá e Israel), um dos príncipes de Issacar se tornou
o terceiro governante do reino setentrional. Baasa, porém, era um homem iníquo,
que assassinou seu antecessor antes de assumir o poder (I Reis 15:27). Dois
séculos depois, Ezequias, rei de Judá (Sul) convidou as tribos do reino do
Norte (Israel), para celebraram a páscoa em Jerusalém, afim de promover a paz.
A tribo de Issacar, foi a que mais enviou representantes para a celebração.
Os filhos de Issacar nos deixam uma
importante lição com seu legado de altos e baixos. Nenhuma geração está
previamente determinada a repetir os erros de seus antepassados, e nem
predestinada a perpetuar seus acertos. Devemos fazer a diferença em nosso
tempo. Enquanto uma geração se submeteu a vassalagem dos caldeus, outra, se
levantou com bravura para expulsar os estrangeiros da sua terra. Com o tempo,
os pacíficos descendentes de Issacar aprenderam que existe tempo de paz e dias
de guerra. E dominaram este conceito. Aprenderam a se mover com estratégia e
cuidado. Quem disse que um povo apegado a sua terra, não pode aprender a
expandir seu território?
Uma outra geração de Issacar
Uma outra geração de Issacar
O que o cronista registra acerca dessa outra geração dos filhos de
Issacar é surpreendente. Ele lista duas qualidades que são de suma importância para
os últimos dias da igreja pois refletem os atributos do homem espiritual, que
tudo sabe interpretar (I Crônicas 12:32 I Coríntios 2:15). Essa outra geração
de Issacar não se apossou somente da força predita por Jacó. Ela também foi
possuidora de um conhecimento tanto humano quanto divino. Eles sabiam
interpretar os tempos, eram atualizados em informação. Dotados em conhecimento
de causa. Nestes tempos difíceis que vivemos, urge a necessidade de um povo com
estas características, pessoas que conheçam os tempos (Lucas 12:54-56). Os
tempos são trabalhosos, o anticristo está às portas, o arrebatamento se
aproxima. Precisamos aprender a discernir entre o bem e o mal (I Coríntios
2:11-13).
Nosso Senhor
Jesus Cristo censurou os escribas por não saberem discernir os sinais da sua
vinda como o Messias prometido a Israel e os tempos ordenados antes da fundação
do mundo. Mesmo com todo conhecimento que tinham das Sagradas Escrituras, o véu
da revelação ainda perdurava. Esta geração dos filhos de Issacar era destra no
assunto e tinha entendimento para interpretar e revelar o que Israel devia fazer
(I Crônicas 12:32).
Essa geração dos filhos de Issacar possuía uma marca: a ciência dos
tempos. Não eram pegos de surpresa, eles surpreendiam. Estavam a frente e o rei
só tomava decisões após consultá-los (I Crônicas 12:32, I Coríntios 2:14-15).
Eram homens estrategistas, que sabiam o que o povo deveria fazer, como fazer em
qualquer circunstância e o melhor momento. Foi um grande reforço pra Davi no momento
de sua coroação em Hebrom (I Crônicas 12:23-32). Tudo isso resultava no
crescimento da nação, na expansão do reino, na grandeza do povo e na comunhão
com Deus (Joel 2:28-30)
Maior que a sabedoria
dos filhos de Issacar é a sabedoria do Espírito Santo, que conhece até mesmo as
profundezas do Altíssimo. Somos extremamente privilegiados, porque o Consolador
compartilha conosco do seu infinito poder. Se os filhos de Issacar eram destros
na ciência dos tempos, nós também podemos se ainda muito mais, pois, o Espírito
Santo, diz as Sagradas Escrituras, nos ensinará o que há de vir (João 14:26, I
Coríntios 2:9-13). Um grande derramamento do Espírito Santo está previsto para
os últimos dias e toda a terra se encherá do conhecimento dessa glória
(Habacuque 2:14).
A ciência sempre contagia. Ela mostra o que o homem pode fazer através da
capacidade humana. Porém, a ciência de Deus é impactante, porque mostra o que
um homem pode fazer quando está aliado ao Criador. Essa geração de Issacar era
respeitada e reverenciada por todos, a começar pelo rei Davi. Alguns homens se
atrasaram ou se equivocaram na presença de Deus por não discernir o tempo, como
Jonas e Sansão. Outros seguiram adiante pela fé, como os heróis de Hebreus 11.
Essa geração não somente conheceu, mas também influenciou seu rei e irmãos (I Crônicas
12:32).
Discernir o
tempo certo de Deus redunda não somente em bênção para nossas vidas, mas também
para todos aqueles que estão ao nosso redor e fazem parte de nosso convívio.
Precisamos orar e desejar receber a sabedoria espiritual para discernir o tempo
e o modo (Eclesiastes 8:5). A Bíblia fala de tempo oportuno (I Coríntios 6:2),
e que cada coisa tem a sua ocasião (Eclesiastes 3:1)
Conclusão
A geração de Issacar nos estimula a viver e agir de forma diferente em
nossos dias. Precisamos urgentemente aprender a interpretar os sinais de nosso
tempo. Eles possuíam um altíssimo nível de ciência divina, e, hoje, o Espírito
Santo nos convida para viver da mesma maneira em nosso tempo.
Em sua infinita bondade e
misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração
desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo.
Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis.
Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas
atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade
constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma
maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 05 de março de 2017,
da Escola Bíblica Dominical.
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