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quinta-feira, 2 de março de 2017

EBD - A geração dos Filhos de Issacar



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo com as Gerações Passadas - Lição 10
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley















Texto Áureo
Provérbios 31:27
Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena.

Verdade Aplicada
A certeza de que o Senhor está conosco já é o suficiente para avançar e conquistar tudo o que Deus preparou para os Seus.

Textos de Referência
Gêneses 30:18; 49:14-15, I Crônicas 12:32

Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar.
Issacar é um jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos.
E viu ele que o descanso era bom e que a terra era deliciosa, e abaixou o seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.
E dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que seguiam a sua palavra.


Introdução

O capitulo quarenta e nove do Gêneses, apresenta Jacó nos últimos momentos de sua vida. Ele agrega seus filhos e netos ao seu redor e profere uma benção profética que revela o destino de cada um de seus filhos e netos.


A Tribo de Issacar
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O nascimento de Issacar se deu em condições mui interessante. Sua mãe Léia já tinha dado quatro filhos a Jacó, porém, seu marido continuava só tendo olhos para Raquel, que ainda era estéril. Sendo assim, Jacó passava muito mais tempo na tenda da irmã mais nova, e Léia se sentia profundamente incomodada com esta situação. Certa manhã, seu filho mais velho, Rubem, saiu ao campo para lhe trazer algumas mandrágoras. Os antigos acreditavam que aquela planta tinha propriedades afrodisíacas, o que poderia facilitar uma concepção. Ao ver seu sobrinho voltando para casa com as mandrágoras, Raquel queria as plantas para si. Léia interviu com aspereza, dizendo para a irmã, que além de roubar seu marido, agora ela também queria roubar as mandrágoras de seu filho. Para ter as plantas que tanta queria, Raquel propôs uma troca. Se ela pudesse ficar com as mandrágoras, então, Jacó pernoitaria na tenda de Léia. E foi o que aconteceu. Exatamente naquela noite, Deus voltou a abrir a madre de Léia, e ela concebeu mais um menino, ao qual chamou de Issacar (Gêneses 30:14-18). 

Não existem registros bíblicos sobre a infância de Issacar. A próxima citação em que ele aparece, é nas beatitudes de Jacó, em Gêneses 49. Nesta emblemática passagem, o patriarca, avançado em idade e próximo da morte, reuniu seus filhos afim de abençoá-los. Um a um, os futuros pais das tribos israelitas se aproximam de Jacó, e ouvem palavras proféticas sobre o futuro, com base no perfil comportamental de cada um deles. Jacó compara Issacar a jumento de ossos fortes, mas, que se mantem deitado entre as cargas que deveria carregar. Sobre seu futuro, Jacó visualiza uma geração acomodada, habitando confortável em uma terra boa. Eles iriam preferir pagar tributos a seus vizinhos, do que se levantar em armas, afim de conquistar a terra que lhes era de direito (Gêneses 49:1-5).

Antes de sua morte, Moisés também profetizou sobre as tribos de Israel. Referiu-se a Issacar e Zebulom como futuras potencias marítimas, que recolheriam muitos tesouros de suas praias. Também declarou que o território de ambos, seria usado como santuários de adoração, onde os povos trariam ofertas de justiça. Na divisão do território, Issacar foi a quarta tribo a ser sorteada, e recebeu como herança, parte do leste de Canaã, fazendo fronteira com Zebulom, Naftali, Manassés, Gade e Aser. Seu território ficava situado no fértil vale de Jezreel, sendo margeado pelo Rio Jordão e o Mar da Galiléia. A tribo agora tinha uma escolha a fazer. Poderiam se acomodar num pequeno território ou partir para a conquista definitiva da terra e estender seus braços sobre as águas.

Na saída do Egito, a tribo de Issacar contava com 54.400 indivíduos (este censo não considerava mulheres e homens abaixo de 20 anos). Após a peregrinação no deserto, dentro nos mesmos critérios, a tribo tinha 64.300 homens (Números 1:17-29, 26:23-25). Nos dias de Davi, um novo censo apontou 87.000 issacaritas (I Crônicas 7:5). Assim como havia sido profetizado por Jacó, a tribo de Issacar era robusta como um jumento de ossos fortes, que crescia sobre a terra, e se dedicava ao trabalho agrícola. Seu território era fértil e sua gente fecunda.

Era um povo que evitava confrontamentos e optava pela hospitalidade. Muitas cidades de seu território foram doadas aos levitas (Josué 21:6). Nos dias de Salomão, a tribo fornecia um quinhão anual, para sustentar a corte do rei (I Reis 4:1-17). O problema, é que Issacar podia ser muito mais. Enquanto ali perto, Judá avançava sobre a terra, expulsando guerreiros poderosos e gigantes assustadores, tomando posse da terra que lhe era prometida, Issacar se acomodava com a porção que tinha recebido sem esforço, se abnegando de batalhar pela plenitude da promessa. Enquanto se negava a avançar sobre territórios dominados pelos cananeus, os filhos de Issacar permitiam que seus inimigos se mantivessem fortes, e com os olhos cobiçoso voltados para as planícies produtivas onde lavoravam os hebreus. Uma ameaça real a segurança de toda nação.



Issacar, jumento de ossos fortes

A história da tribo de Issacar indica que Jacó, quando o abençoou, estava antevendo um tempo em que, por causa de suas possessões e prosperidade, Issacar se curvaria diante de invasores estrangeiros (Gêneses 49:15). Issacar era forte, mas decidiu ser escravo e não lutar. Issacar, o quinto filho de Jacó com Léia, é representado como um amante do descanso e do sossego (Gêneses 49:14-15). A palavra jumento aqui é “hamor”, que designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para se deitar de forma sossegada e confortável (Provérbios 12:24). Outra tradução importante para Issacar é: “homem de aluguel” (Gêneses 30:16-18), considerando uma parte de seu nome judaico. Submetidos ao jugo cananeu, os filhos de Issacar preferiram pagar tributo para viver na própria terra, a ter que lutar e defende-la.

No texto de Gêneses 49:14, Issacar é comparado com uma besta de carga, satisfeito com a tranquilidade na terra e pronto para se submeter aos cananitas. A tribo de Issacar nunca dominou a terra que lhes havia sido dada como herança. Para não ter que abandoná-la, em vez de lutar contra os inimigos, eles preferiram serem escravos e pagar tributo. Issacar renunciou a promessa da terra, não tomou posse, não lutou por aquilo que Deus havia lhe dado como herança. Preferiu trabalhar viver na comodidade, preferiu trabalhar como escravo. Era forte, mas trocou seus direitos para não ter que desprender esforços. Moisés profetizou que Issacar, juntamente com Zebulom, como tribos, participaria da indústria marítima e serviriam como local para adoração publica (Deuteronômio 33:18-19).

Estamos rodeados de pessoas à semelhança de Issacar (Gêneses 49:15). Pessoas com vigor e energia, que receberam de Deus uma grande promessa de vitória, mas, por serem acomodadas, vivem como escravos no lugar onde deveriam reinar. Pessoas que têm tudo para conquistar, mas não se esforçam, são como as virgens imprudentes, que observam o azeite alheio e dormem já pensando em pedir emprestado (Mateus 25:3-8). Pessoas que não querem nada com a espiritualidade ou compromisso cristão. Pessoas que receberam uma herança, mas quem toma conta são os “cananeus”.

É bem verdade que aquela geração conhecia muito bem sua missão. Eles sabiam que deveriam expulsar os inimigos e defender suas terras férteis, constantemente alvos de ataques. Essa geração dos filhos de Issacar representa os cristãos que não se envolvem, não qurem se ferir na batalha, que preferem não lutar, ainda que isto lhes custe a verdadeira liberdade (João 8:36).

A característica dos grandes heróis de Deus é sempre buscar forças na hora da fraqueza (Hebreus 11:34). Essa geração tinha força, mas preferiu esquecer o que possuía para não ter que se envolver em uma luta (Gêneses 49:14-15, II Coríntios 12:9). Por que Issacar decidiu não lutar? O maior problema desta tribo foi se contentar com a terra. Por ser fértil, preferiu viver nela como escravo e pagar tributo do que enfrentar os inimigos que a tacavam. Quando o reino de Salomão foi dividido, eles foram a primeira província a perder a liberdade e ser tomada pelos pagãos. Essa geração de Issacar nunca foi determinada, sempre lhes faltou ousadia e desejo de conquistar algo além. Por isso, viveram como escravos em sua própria terra.

O que aconteceu com esta geração é algo comum em nossos dias. Sem determinação e objetivos nós não sairemos da posição em que estamos. Existem pessoas em nosso meio que já perderam o alvo e que estão precisando urgentemente de uma visitação divina. Devemos constantemente orar para que o Senhor traga animo e abra a visão de seu povo, para não nos contentarmos com fardos que não precisamos carregar (Isaías 46:2, Mateus 11:30)


Lições aprendidas com 
os filhos Issacar
Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley

Issacar era o quinto filho de Jacó com Léia. Segundo os escritos sagrados, era um amante do descanso e do sossego. Nos versos de Gêneses 49:15-16, temos um relato minucioso das características de Issacar. Partindo deste ponto, o estudo aqui proposto, nos traz importantes lições, que podem nos dar algumas respostas e prover orientações sobre nossa postura e posição no Reino de Deus. É de grande significância que nos voltemos para o texto de Gênesis 49, a fim de compreender o seu contexto histórico. O patriarca Jacó, em seus dias finais, reuniu seus filhos, e ali mesmo, já fatigado de dias e sabendo que seu tempo tinha chegado ao fim, ajunta perto de si sua prole, e lhes declara (os faz saber) o que lhes há de acontecer em dias futuros. Dos versos 2 ao 27, encontramos revelações profundas e de uma verdade aterradora. Vale o esforço de uma leitura com minuciosa. Quem assim procede, certamente, terá sua vida impactada.

Quando leio esse texto, confesso meu espirito se inquietar. É como um espelho onde posso me observar. Até mesmo em nosso material didático, o comentarista me parece questionar em cada página, a cada tópico. A 1° parte do estudo é extremamente confrontadora, falando sobre “alguém forte, mas que prefere não lutar". Quando Issacar vem receber a benção de seu Pai Jacó, ouviu as seguintes palavras: -  Issacar é jumento de fortes ossos, de repouso entre rebanhos de ovelhas. Viu que o repouso era bom e que a terra era deliciosa; baixou os ombros à carga e sujeitou - se ao trabalho servil. Os anos se passaram toda aquela geração morreu e outras vieram e morreram também, até que chegou o momento em que os filhos de Israel tomaram posse da terra prometida, e Josué deu as tribos suas posições. Entre esses estavam os filhos de Issacar.

A terra era boa como havia falado o Senhor Deus Todo Poderoso. As delícias da terra eram maravilhosas. Mas, lá estavam os cananeus, cujas práticas pecaminosas Deus abominava. Todos sabiam o que se devia fazer com os povos que habitava na terra. Porém os filhos de Issacar não expulsaram os povos pagãos de suas terras. Foram omissos. A decisão tomada por eles foi: não lutar, não reclamar seus direitos, não se mostrarem descontentes com os cananeus, mas sim, se rebaixar a condição de escravo, de serviçal, de inutilidade e covardia. Aquela geração desceu ao nível mais baixo possível, desprezou as promessas de Deus, abriu mão dos privilégios dados por eles pelo Senhor. Se conformaram em ser “um nada” diante de seus inimigos. O motivo principal dessa louca decisão residia em um único desejo: ficar sossegado, deitar confortavelmente sem ser incomodado. Quanta vezes agimos assim diante de situações adversas que nos sobre vêem? Quantas vezes preferimos não se expor por causa de A, B e C?  Quantos de nós preferimos nos ocultar em momentos nos quais deveríamos avançar em direção à guerra

Deveríamos nos envergonhar dessa covardia. Como ainda temos a petulância de nos declararmos soldados de Jesus, quando na verdade somos um bando de medrosos, preguiçosos e incrédulos? Assim foram os filhos de Issacar nos seus dias. Eram fortes, mas, não queriam e nem se disponham a lutar para ter o que já era deles por direito. Eram fortes, mas gostavam de descanso. Eles não tinham interesse em buscar mais de Deus, não tinham interesse em deixar Deus ser ”Deus” em suas vidas. Tudo que aquela geração dos filhos de Issacar queria era descansar, dar a sua carne a oportunidade de reinar. Isso não é diferente de nossos dias.

Segundo ponto. Eram fortes, mas preferiam ser escravos. Aquela geração era formada por homens e mulheres fortes. Mas, escolheram ser fracos, insulteis, imprestáveis. Isto também é visível em nossos dias. É uma lástima essa situação. Temo que fique cada dia fique pior. Choro em minha alma, diante do quadro que se estende diante dos meus olhos nesse momento. Este ponto da lição é ainda mais chocante. A geração dos filhos de Issacar tinham a opção de viver sem negligenciar seus direitos, mas eles abriram mão voluntariamente. Exatamente o que tem acontecido hoje. As causas são inúmeras, e confesso não quero ir muito longe, pois sei que vamos escavar em um terreno lamacento. Infelizmente, tem muita gente que prefere ficar às cegas de que falar o sobre que Deus quer “verdadeiramente” para essa geração.

Realmente, eu oro para que Deus ilumine o seu povo e que através desta lição, os olhos que estão cegos se abram e os ouvidos que estão surdos se escancarem também, pois o Espírito está falando à igreja. Uma verdade gritante sobre aos filhos de Issacar, é que eles tinham uma visão deturpada de si mesmos. Viram que a terra era boa, que era boa para o descanso. Mas, ao invés de usarem estas regalias com responsabilidade, se entregaram ao descaso, ainda que custo fosse ser escravos na sua própria terra. Eles não tiveram temor a Deus. Desagradaram ao Senhor desprezando o seu próprio valor.

Infelizmente não são poucos os que vivem nessa geração hodierna, que seguem fielmente a mesma visão dos filhos de Issacar. Uma geração que não sabe valorizar o dom que recebeu Cristo, está fadada a um fracasso repentino. Outro defeito daquela geração foi a falta de determinação. Esse problema é um dos fatores mais predominante em nossos dias. Vemos um povo sem nenhuma determinação, sem um alvo, sem nenhum propósito.

Temos hoje, muito mais euforia carnal, do que a vida dominada pelo Espírito de Deus. O modelo de fé, coragem, amor, dedicação, determinação, alvos e propósitos, está cada vez mais escasso. E aí, chegamos ao terceiro ponto.  Aquela geração era preguiçosa. Característica latente em nossos dias. É lastimável dizer algo assim, mas nossa geração de crentes é a geração mais preguiçosa de todos os tempos. É assustador o nível crescente de cristãos acomodados, relaxados, desanimados, sem sal, sem luz, sem graça. Sem nada. Mas, diante desse quadro desastroso, Deus tem seus remanescentes, Deus tem aqueles que não se dobraram diante de Baal. Haverá um ressurgir nessa geração, um povo há de se levantar para fazer a diferença e trilhar nos trilhos da verdadeira fé que move a mão de Deus.



Os problemas da Geração de Issacar

A geração dos filhos de Issacar tinha a opção de viver sem negligenciar seus direitos, mas abriu mão da batalha para viver mediocremente. Destacamos três coisas importantes dessa geração a fim de extrair lições para nossas vidas (Romanos 15:14). Uma geração vencedora certifica-se de “quem é e o que deve fazer”. O que visualizou Issacar? Viu que o descanso era bom. Viu que a terra era fértil (terra de delícias), e, vendo isto, certamente descansou ali, mesmo com o sofrimento. A única coisa que não viu, ou ignorou, foi a força que possuía (Gêneses 49:15). Issacar não teve consciência de sua vocação (Efésios 4:1). Eles poderiam se tornar a quarta geração vitoriosa. Era filho de Israel, o Jacó transformado, abençoado por Deus; era neto de Isaque, o filho da promessa; e bisneto de Abraão, o pai da fé. Havia uma histórico de bênção, mas eles o ignoraram (Efésios 1:18).

Issacar não era qualquer um, porque a bênção e as promessas de Deus já estavam sendo repassadas de pai para filho a três há gerações. Eles eram vocacionados para a grandeza, mas ignoraram a oportunidade. Nós também comentemos erros similares quando fazemos declarações de fé e agirmos sem consciência alguma da posição que exercemos em Deus (I Coríntios 1:26).

Esta geração da tribo de Issacar não teve determinação, alvos, propósitos. Eles eram como a figueira que Jesus amaldiçoou. Estavam fincados na terra, mas jamais preencheram a expectativa pela qual foram postos ali. Muitos cristãos em nossos dias precisam atentar para esse acontecimento. Não podemos limitar nossa visão ao ponto de não termos sonhos. Precisamos deixar nossa zona de conforto. O Senhor Jesus Cristo nos escolheu e nos nomeou para sermos frutíferos. Temos uma missão a cumprir. É preciso vencer o comodismo (João 15:6-16)

Falta de determinação implica em apenas passar os dias e viver uma vida sem sentido. Não ter alvos nem propósitos é como viver sem chegar a lugar nenhum. Assim como Issacar, todos nós temos virtudes e precisamos ver aquilo que é importante em cada um de nós, o que realmente nos diferencia dos demais. Issacar era forte e precisava usar essa força. Descansou quando era a hora de lutar. Não podemos perder as oportunidades que o Senhor nos oferece (Hebreus 11:6).

Durante muitos anos, a geração de Issacar viveu apenas no cumprimento da parte negativa da profecia de Jacó, seu pai. Estava difícil nascer na tribo de Issacar algum que cumprisse a primeira parte da benção. Em seu cântico, Debora, a juíza de Israel, informa que os principais da tribo de Issacar estavam com ela na vitória contra Sísera (Juízes 5:15). Deus sempre espera que alguém tenha a coragem de crer em coisas extraordinárias (Romanos 8:19).


Uma geração inteira pode fracassar, mas, isso não significa que o que é ruim perdure eternamente. O Eterno sempre está disposto a fazer algo quando alguém se dispõe a acreditar. A fé nos aproxima de Deus. Está escrito: - Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo animo, purificai os corações” (Tiago 4:8). Tudo o que temos que fazer é dar o primeiro passo e mostrar para Deus que acreditamos nEle e não nas circunstâncias ao nosso redor. Ele mesmo disse em sua Palavra: - “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23). Em Juízes 5, Débora canta sobre a vitória de Israel sobre Sísera, comandante do exército de Canaã. Nesse capítulo é dado um grande destaque para a tribo de Issacar (Juízes 5:15). Eles não ficaram em cima do muro. Eles desceram e foram ajudar seus irmãos, não se preocupando se a tarefa seria fácil ou difícil. Aqui está uma qualidade que precisamos buscar e desenvolver em nosso caráter: a disposição de ajudar. Vivemos a grande crise do amor. Muitos se escondem atrás de instituições de caridade, mas de fato, nada podem fazer pessoalmente por seus irmãos. Vivem apenas a teoria e não a prática.


Feitos notáveis da tribo de Issacar
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Pb. Miquéias Daniel Gomes

A inércia de muitos, não pode ser usada como desculpa para nossas apatias. Apesar do perfil passivo da tribo de Issacar, existiram momentos na história de Israel onde homens valentes se levantaram com autoridade e destreza, ajudando a nação a superar momentos de crises. Num período de grande apostasia espiritual, Deus entregou Israel nas mãos do rei de Hazor, chamado Jabim. Este monarca possuía um poderoso exército composto mais 900 carros de ferro, comandado pelo terrível general Sísera, que afligia Israel com grande violência. Essa situação arbitraria se arrastou por vinte anos (Juízes 4:1-3). Deus, então, levantou uma mulher chamada Débora, como juíza da nação. Por sua vez, ela encarregou Baraque de comandar os israelitas numa batalha decisiva contra os invasores.

Aquela foi uma grandiosa vitória, que contou a participação decisiva de Issacar, já que os chefes de família, lutaram pela liberdade da nação ao lado de Débora e Baraque. Posteriormente, Issacar deu a nação seu próprio juiz, um homem chamado Tolá, que julgou em Israel por 23 anos. 

Crônicas 12 apresenta uma lista de homens notáveis, verdadeiros heróis nacionais, responsáveis diretos pelo sucesso do reinado de Davi. As tribos estão ali representadas por seus mais habilidosos guerreiros, dotados de perícia no combate físico, na destreza com a espada ou o manejo de arcos e flechas. Porém, existe uma menção especial para a tribo de Issacar, ali representada por duzentos líderes tribais, que se destacavam dos demais soldados, por sua capacidade de desenvolver e aplicar estratégias de combate. Homens que dominavam a “ciência do tempo” e ditavam o ritmo das batalhas. Eram eles que determinavam a hora de atacar e o momento de se defender.  Ninguém avançava ou recuava sem primeiro ser orientado pelos filhos de Issacar. Esta era uma geração que “fazia” acontecer. Estava sendo exatamente o braço forte e poderoso profetizado por Jacó e Moisés.

Quando a nação se dividiu em duas (Judá e Israel), um dos príncipes de Issacar se tornou o terceiro governante do reino setentrional. Baasa, porém, era um homem iníquo, que assassinou seu antecessor antes de assumir o poder (I Reis 15:27). Dois séculos depois, Ezequias, rei de Judá (Sul) convidou as tribos do reino do Norte (Israel), para celebraram a páscoa em Jerusalém, afim de promover a paz. A tribo de Issacar, foi a que mais enviou representantes para a celebração.

Os filhos de Issacar nos deixam uma importante lição com seu legado de altos e baixos. Nenhuma geração está previamente determinada a repetir os erros de seus antepassados, e nem predestinada a perpetuar seus acertos. Devemos fazer a diferença em nosso tempo. Enquanto uma geração se submeteu a vassalagem dos caldeus, outra, se levantou com bravura para expulsar os estrangeiros da sua terra. Com o tempo, os pacíficos descendentes de Issacar aprenderam que existe tempo de paz e dias de guerra. E dominaram este conceito. Aprenderam a se mover com estratégia e cuidado. Quem disse que um povo apegado a sua terra, não pode aprender a expandir seu território?



Uma outra geração de Issacar

O que o cronista registra acerca dessa outra geração dos filhos de Issacar é surpreendente. Ele lista duas qualidades que são de suma importância para os últimos dias da igreja pois refletem os atributos do homem espiritual, que tudo sabe interpretar (I Crônicas 12:32 I Coríntios 2:15). Essa outra geração de Issacar não se apossou somente da força predita por Jacó. Ela também foi possuidora de um conhecimento tanto humano quanto divino. Eles sabiam interpretar os tempos, eram atualizados em informação. Dotados em conhecimento de causa. Nestes tempos difíceis que vivemos, urge a necessidade de um povo com estas características, pessoas que conheçam os tempos (Lucas 12:54-56). Os tempos são trabalhosos, o anticristo está às portas, o arrebatamento se aproxima. Precisamos aprender a discernir entre o bem e o mal (I Coríntios 2:11-13).

Nosso Senhor Jesus Cristo censurou os escribas por não saberem discernir os sinais da sua vinda como o Messias prometido a Israel e os tempos ordenados antes da fundação do mundo. Mesmo com todo conhecimento que tinham das Sagradas Escrituras, o véu da revelação ainda perdurava. Esta geração dos filhos de Issacar era destra no assunto e tinha entendimento para interpretar e revelar o que Israel devia fazer (I Crônicas 12:32).

Essa geração dos filhos de Issacar possuía uma marca: a ciência dos tempos. Não eram pegos de surpresa, eles surpreendiam. Estavam a frente e o rei só tomava decisões após consultá-los (I Crônicas 12:32, I Coríntios 2:14-15). Eram homens estrategistas, que sabiam o que o povo deveria fazer, como fazer em qualquer circunstância e o melhor momento. Foi um grande reforço pra Davi no momento de sua coroação em Hebrom (I Crônicas 12:23-32). Tudo isso resultava no crescimento da nação, na expansão do reino, na grandeza do povo e na comunhão com Deus (Joel 2:28-30)

Maior que a sabedoria dos filhos de Issacar é a sabedoria do Espírito Santo, que conhece até mesmo as profundezas do Altíssimo. Somos extremamente privilegiados, porque o Consolador compartilha conosco do seu infinito poder. Se os filhos de Issacar eram destros na ciência dos tempos, nós também podemos se ainda muito mais, pois, o Espírito Santo, diz as Sagradas Escrituras, nos ensinará o que há de vir (João 14:26, I Coríntios 2:9-13). Um grande derramamento do Espírito Santo está previsto para os últimos dias e toda a terra se encherá do conhecimento dessa glória (Habacuque 2:14).

A ciência sempre contagia. Ela mostra o que o homem pode fazer através da capacidade humana. Porém, a ciência de Deus é impactante, porque mostra o que um homem pode fazer quando está aliado ao Criador. Essa geração de Issacar era respeitada e reverenciada por todos, a começar pelo rei Davi. Alguns homens se atrasaram ou se equivocaram na presença de Deus por não discernir o tempo, como Jonas e Sansão. Outros seguiram adiante pela fé, como os heróis de Hebreus 11. Essa geração não somente conheceu, mas também influenciou seu rei e irmãos (I Crônicas 12:32).

Discernir o tempo certo de Deus redunda não somente em bênção para nossas vidas, mas também para todos aqueles que estão ao nosso redor e fazem parte de nosso convívio. Precisamos orar e desejar receber a sabedoria espiritual para discernir o tempo e o modo (Eclesiastes 8:5). A Bíblia fala de tempo oportuno (I Coríntios 6:2), e que cada coisa tem a sua ocasião (Eclesiastes 3:1)


Conclusão


A geração de Issacar nos estimula a viver e agir de forma diferente em nossos dias. Precisamos urgentemente aprender a interpretar os sinais de nosso tempo. Eles possuíam um altíssimo nível de ciência divina, e, hoje, o Espírito Santo nos convida para viver da mesma maneira em nosso tempo.



Em sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 05 de março de 2017, da Escola Bíblica Dominical. 



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