Páginas

quarta-feira, 31 de maio de 2017

A oração no século da indiferença



A atualidade é marcada por ser a era da indiferença. Em tempos assim, orar é revolucionário, pois, se a oração revela nossas preocupações com os outros, quando oramos por nossos irmãos, quebramos as garras da indiferença e afirmamos pertencer ao Corpo de Cristo.

Existem três qualidades essenciais para a experiência da oração.

Primeiro, amor uns pelos outros. A natureza do amor de Cristo é sua segurança de ser amado pelo Pai, que o torna livre para amar os homens sem medo e sem reservas.

Segundo, o desprendimento das coisas terrenas. Quando oramos “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, desejamos desde já experimentar as realidades eternas aqui. Nossos afetos são transformados. Desejamos mais as coisas que refletem a imagem de Cristo em nós.

Terceiro, o exercício da verdadeira humildade. A humildade nasce das duas compreensões básicas.

A primeira diz respeito a Deus e a segunda a nós mesmos. É fundamental compreender diante de quem estamos e a quem dirigimos nossas orações, e quem somos nós diante de Deus. A humildade nos faz reconhecer que não temos nada de nós mesmos e que tudo o que temos são dádivas de Deus (Romanos 8:32).

Se a indiferença se transforma em regra, o conceito de comunidade agoniza. A oração destrói o edifício da indiferença porque nos coloca no lugar: dependentes de Deus e dos outros. Quando nossos afetos se mostram desordenados, a oração também se nos mostra confusa. A carência nos afetos torna-nos egocêntricos na oração. Não há receitas para a oração. Uma das armas responsáveis pelo declínio da oração nos nossos dias é a tentação da receita.

Muitos livros são lançados sobre “como orar”, “sete passos para a oração que Deus responde”, “faça a oração que move a mão de Deus”, e muitos outros nessa infeliz linha. Influenciados pelas lógicas do comércio, esquecemos que orar é conversar com Deus, não comprar um produto qualquer.

O homem pós-moderno julga-se seu próprio deus. Quando tudo é feito para o meu próprio prazer, então sou o deus de minha própria vontade. Contudo, ao orar, estou enfatizando a verdade de que não sou um deus – tenho necessidades, carências. Dirijo-me a um ser maior do que eu.

Esse confronto que a oração propõe ao meu ego quebra a arrogância e me torna – ou devolve – a condição original. Como o homem, no século da indiferença, não consegue existir por conta própria, a oração despedaça seu mundo autoconfiante. Esse confronto é um passo para a consciência do quebrantamento. Quando a adoração tem esses elementos: quebrantamento, contrição e carência honesta, transforma-se numa melodia da graça de Deus nesses tempos de distâncias dos corações.

Atualmente, a correria tem afastado muita gente do lugar da oração. Influenciados pela sociedade da pressa, muitos perderam a maravilha de passar tempo em oração. O relógio da pós-modernidade não suporta esperar. As pessoas acham que se perderem algum tempo, diminuirão seus ganho, perderão oportunidades. O sucesso vem antes da espiritualidade. A

 oração de Moisés precisa ser feita pela massa pós-moderna: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmo 90:12). Se perdermos essa certeza em relação à vida de oração, estaremos condenados a uma vida insana de correrias e cansaço. Quando aprendermos a dádiva da oração como ingrediente indispensável para a existência feliz e segura, poderemos descansar. Quando oramos, evoluímos da simples expressão de nossa vontade para a abertura mais profunda de nossa dimensão íntima, secreta, discreta e particular.

Ser adorador sem oração é como ser pescador e odiar o mar.


 Fonte: EBD

terça-feira, 30 de maio de 2017

Quarenta anos no deserto



Depois dos eventos ocorridos em Cades- Barnéia, quando já na fronteira de Canaã, os israelitas temeram os cananitas e, por medo, desprezaram a terra prometida, Deus os fez retornar até o Mar Vermelho, para dali, tomar um novo caminho. Desde a saída do Egito, Deus havia colocado sobre os viajantes uma grandiosa nuvem que lhes proporcionava sombra no meio do deserto.

Durante a noite, miraculosamente, a nuvem se transformava numa coluna de fogo, que fornecia luz e calor. Até Cades-Barnéia, a nuvem acompanhou o povo na direção que escolheram seguir. Agora, na nova rota, eram os israelitas que teriam de seguir a nuvem, acampando onde ela parasse, e se locomovendo quando ela se movia, sem avisos prévios. Este trajeto durou quarenta anos, e o propósito desta longa jornada, era eliminar a geração que saiu do Egito, a mesma que se negou a entrar na terra da promessa por temer os gigantes (Números 13-14). 

A incredulidade de Israel no livramento do Senhor, ofendeu grandemente ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A ira do Todo Poderoso se levantou contra aquela gente ingrata, que menosprezou as promessas e escolheu retroceder. E se existe uma ação humana que fere a honra do Senhor, é exatamente olhar para traz, ignorando o histórico da fidelidade que Deus estabelece em suas relações (Hebreus 10:38).

De imediato, o Senhor desejou exterminar toda aquela geração através de pragas e pestilências, e iniciar em Moisés, uma nova nação, ainda mais forte e poderosa (Números 14:11-12). Moisés, então, clamou pela misericórdia do Senhor, e por amor a seu servo, Deus não destruiu aquela gente. Mesmo assim, deixou muito claro que, dentro todos os israelitas que saíram do Egito com mais de 20 anos, apenas Josué e Calebe entrariam em Canaã (Números 14:22-24).

Poucos são os registros históricos deste período. Os quarenta anos de peregrinação estão resumidos em Números 16-33, e mesmo assim, este breve relato nos deixa evidências da dureza do coração daquela gente, ao ponto de Deus se retirar do meio deles. Assim que chegaram ao Mar Vermelho, o povo se reuniu para ouvir Moisés explanar novamente os principais pontos da lei. Dali, seguiram para o deserto de Sim, Dofca, Alus e Redifim, até chegaram ao deserto do Sinai. Era apenas o começo daquela jornada disciplinadora, que visava limpar a nação de corações ingratos e endurecidos (Números 33:11-15). 

Um dos primeiros eventos deste período é exatamente a rebelião liderada por Coré, Datã e Abirão, que se levantaram contra Moisés e Arão, requerendo para suas famílias, posições privilegiadas e postos elevados de liderança. Inflamados, os levitas se revoltaram exigindo para si status de sacerdotes. Mais de 250 chefes tribais se aliaram a rebelião, requerendo para cada um, a liderança de Moisés. Com mais da metade da nação apoiando o levante, Deus precisou intervir e destruir os cabeças deste motim político-religioso. Num único dia, mais de 14.000 homens morreram (Números 16). 

No deserto de Zim, Moisés viveu duas experiências desagradáveis. Primeiro, perdeu sua irmã Miriã, que ali faleceu e foi sepultada. Ainda enlutado, enfrentou um novo levante popular, desta vez, porque o povo não tinha água para beber. Depois de clamar ao Senhor, Moisés foi orientado a reunir os israelitas juntos a uma rocha de Meribá, e então, diante de todos os olhos, falar com a rocha, afim de que a mesma vertesse água. Com as emoções afloradas, Moisés corrompe está ordem, e perante todo o povo, bate violentamente na pedra. É possível perceber nas entrelinhas, que naquele momento, Moisés se deixa dominar pelo ego, e transforma um milagre proveniente de Deus, numa mágica performance de autoafirmação. Moisés tomou para si uma glória destinada a Deus, e este erro, custou sua entrada em Canaã (Números 20:10-11 / Deuteronômio 32:48-52).

Ao longo deste caminho, Deus sempre cuidou dos israelitas. Enquanto os mais velhos morriam, novas crianças nasciam, e mesmo com toda uma geração sendo enterrada nas areias, a nação ficava cada vez maior e mais forte. As roupas e os sapatos cresciam no corpo e não se gastavam. Pés e pernas não se inchavam mesmo após longas caminhadas. Inimigos surgiam e eram milagrosamente derrotados. Deus cuidava do seu povo a todo instante, fazendo chover pão do céu e brotar água de rochedos.

Mesmo assim, muitos ainda ansiavam por voltar ao Egito, e murmuravam contra as provisões de Deus. Por isso, próximo a terra de Edon, Deus enviou ao arraial uma praga de serpentes venenosas, e mais uma leva de murmuradores pereceu (Números 21:4-9). Em Baal Peor, alguns israelitas foram influenciados pelos ensinos perniciosos de Balaão. A desobediência aos mandamentos do Senhor culminou em mais uma tragédia nacional, onde uma nova praga matou mais de 24 mil homens desobedientes (Números 25).

Após derrotar medianitas e moabitas, Israel estava de volta ao limiar da terra prometida. Quarenta anos depois, Canaã surgia diante dos olhos da nação. Milhares de corações ingratos ficaram para traz, sepultados nas areias do deserto. Uma nova geração estava pronta para conquistar e habitar na terra. Então, Moisés reuniu seu povo para uma última conversa, onde os instruiu acerca dos mandamentos do Senhor, relembrou os feitos portentosos de Deus, e os alertou sobre os erros de seus pais. Eles deveriam olhar para o passado, afim de construírem um futuro diferente das gerações que se perderam em suas incredulidades e ingratidões.

Pb. Miquéias Daniel Gomes


quinta-feira, 25 de maio de 2017

EBD - O Senhor é soberano entre as nações


Texto Áureo
Jeremias 27.6
E agora eu entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam.

Verdade Aplicada
O plano de Deus é que todas as nações sejam abençoadas por intermédio de Jesus Cristo.

Textos de Referência.
Jeremias 27.2-5

Assim me disse o Senhor: Faze umas prisões e jugos e pô-los-ás sobre o teu pescoço.
E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pelas mãos dos mensageiros que vêm a Jerusalém ter com Zedequias, rei de Judá.
E lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores:
Eu fiz a terra, o homem e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder e com o meu braço estendido, e a dou a quem me agrada aos meus olhos.




O Senhor da Eternidade

Um dos maiores desafios enfrentados por grandes homens de Deus, tais como Jeremias, Habacuque e Isaías, era exatamente a assimilação que que a intervenção corretiva de Deus seria benéfica para a nação. Eles tinham conhecimento prévio das calamidades que se abateriam sobre os judeus, e com isso, conviviam diariamente com a aflição de uma tragédia inevitável, já que o povo era arredio em arrepender-se. Israel, como nação, tinha promessas gloriosas sobre seu futuro, e mesmo assim, os profetas apontavam para a eminente destruição. A única forma de sobreviver a este “paradoxo profético”, era a total compreensão que os desígnios do Senhor são inalteráveis, e que todos os seus planos, terão uma conclusão dentro do planejamento original, independentemente do ocorrido durante o percurso (Jó 42:2). É preciso ter em mente que Deus está numa linha temporal diferente da nossa. Enquanto vivemos o “CRONOS”, regulado por minutos, dias e anos, Deus habita no “KAIRÓS”, o tempo perfeito e completo, medido apenas de eternidade a eternidade. Deus é soberano sobre tudo e sobre todos.  Nós aqui na terra, vivemos e analisamos os fatos de forma temporal, enquanto Deus visualiza passado, presente e futuro numa única perspectiva. Assim, em nosso entendimento, Deus pode até ter “mudado” seu modo operante, enquanto, na verdade, o desígnio continua intacto. Muda-se a ação imediata, mas o resultado a longo prazo será o mesmo. 

Quando olhamos para a Bíblia e nos deparamos com as expressões “Deus se arrependeu”, “Deus voltou atrás” ou “Deus mudou de opinião sobre determinada questão”, estamos na verdade, enxergando uma postura de Deus diretamente relacionada as escolhas feitas pelo homem, e não reviravoltas mirabolantes no plano divino. Digamos que já existe “o ponto final", mas, quem decide como chegar lá, é a própria humanidade. Ou seja, Deus não muda, e de fato não se arrepende, mas, atua de formas diferentes dentro do “cronos”, dependendo da postura tomada pelo homem. Um belíssimo exemplo desta realidade, pode ser encontrado no livro do profeta Jonas.

Nínive foi uma das maiores cidades da Ásia, tornando-se a capital do poderoso império Assírio. Ganhou fama de sanguinária, pois era habitual que seus moradores invadissem e saqueassem outras regiões, matando com requintes de crueldade seus prisioneiros. Realizavam sacrifícios humanos a deuses pagãos e viviam imersos em feitiçaria, erigindo pirâmides com a cabeça das vítimas para demostrar seu poderio.  Jonas foi incumbido de pregar a destruição de Nínive, mas embarcou num navio que ia na direção contrária, fugindo para Tarsis.  Porém, no meio do caminho, enquanto Jonas dormia tranquilamente no porão, uma tempestade de proporção épica se abateu sobre a embarcação. Os tripulantes desesperados, consideraram a tormenta como um presságio dos deuses, e iniciaram uma investigação entre os embarcados para saber quem havia causado tamanho furor em sua divindade. Lançando sorte, chegaram a Jonas, que acuado, assumiu a culpa pelo sofrimento de todos, e os aconselhou a lançarem-no ao mar. Foi quando um grande peixe o engoliu, e depois de três dias, vomitou o profeta na praia que tanto quis evitar. Finalmente, Jonas anunciou a mensagem de juízo. Saiu da cidade, sentou se sobre uma pedra e ficou esperando a destruição. Mas não foi exatamente o que aconteceu.  

Os moradores da cidade temeram aquelas palavras, e o rei ninivita conclamou um jejum de arrependimento, afim de que o poderoso Deus de Israel tivesse misericórdia deles. Homens, mulheres, crianças e até os animais, deixaram de se alimentar, num sacrifício vivo ao Senhor, buscando seu perdão e graça. Em resposta a esta ação voluntária, Deus suspendeu a terrível sentença. O profeta apregoou apenas o juízo para uma cidade perversa, anunciando a iminente destruição. Surpreendentemente, o povo ninivita, tomou uma posição de arrependimento, e aquela geração foi misericordiosamente poupada. Deus agiu com misericórdia e graça em virtude do quebrantamento espiritual daquela gente.  Mas, a justiça de Deus não ficou esquecida nas prateleiras do tempo. Após 150 anos, um profeta chamado Naum, foi levantado por Deus para anunciar uma nova sentença contra a cidade (Naum 1:1, 3:1). E desta vez, Nínive caiu.

Em 612 AC, o rio Kusur transbordou, causando uma grande inundação que atingiu casas e palácios. Valendo-se do desespero ninivita, os caldeus invadiram a cidade, matando seus moradores ao fio da espada. A mensagem de Jonas se realizou piamente, em um tempo diferente do esperado. Dentro de nosso “cronos”, muitos anos se passaram. No kairós, o relógio sequer mexeu seus ponteiros. Pequenas intervenções temporais, não alteram o resultado eternal. Deus não se limita ao tempo. Nós sim. Se aos nossos olhos o Senhor parece ter mudado, Ele de fato, nunca mudou. Seus planos terão exatamente o fim que foi planejado. Os meios não alteram o final.

Numa alegoria simples, podemos dizer que os desígnios de Deus são como um rio caudaloso, e a ação humana, é uma pedra lançada nas águas. Ela até provoca ondulações localizadas que alteram o movimento da água num ponto especifico, sem alterar o curso do rio. O detalhe mais relevante, é que o rio segue, mas a pedra afunda. Nossas ações não alteram os planos de Deus para o universo, porém, determinam nosso destino.

Num aspecto mais abrangente, podemos citar o que muitos consideram o verso chave das escrituras, João 3:16 – “Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ”  O plano de Deus aqui revelado, é que toda a humanidade creia em Jesus, e assim encontre a salvação. Ninguém modifica este princípio. A vontade primária de Deus jamais será alterada. Nenhuma força existente pode muda-la ou adapta-la. Mas, a decisão de crer ou não é pertinente a cada pessoa. Individualmente. Nossa escolha é a pedra. O plano da salvação é o rio.

Devemos ter consciência que amor e justiça são atributos da personalidade de Deus. Ambos agem de forma simbiótica, não havendo possibilidade de uma prevalecer sobre a outra. Deus é bom porque é justo, e é justo porque é bom. Ele estabeleceu diretrizes que indicam ao homem o caminho a ser seguido rumo ao destino por Ele planejado antes da fundação do mundo. Uma estrada certeira que conduz a salvação, onde não há erro e nem dolo. Infelizmente, o homem sempre escolhe atalhos (Jeremias 29:11).  Estas decisões erradas da humanidade, jamais irão alterar o plano original de Deus, mas, certamente, aceleraram um processo imediato de intervenção, seja para bem ou para mal.

Quando lemos os primeiros capítulos de Gêneses, testemunhamos o declínio moral e espiritual da humanidade. Nos dias de Noé, vemos Deus se confrontando com a terrível realidade dos homens que se tornaram maus e inconsequentes. Corromperam-se, e neste processo, corromperam a terra também. A tragédia do dilúvio, neste caso, era apenas uma consequência das próprias ações da humanidade. A sentença de que o pecado atrairia a morte sobre o mundo, já tinha sido lavrada no Éden, conforme registrado em Gênesis 2:17. Logo, Deus estava em seu total direito de tomar para si as vidas que lhe eram devidas em decorrência da calamidade pecaminosa que havia se espalhado pelo mundo. O dilúvio apenas “adiantaria” o processo.

Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido.  Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.

Os leitores mais atentos entendem que o “arrependimento sentido por Deus”, fala de sua tristeza pela condição humana. E este, foi de fato, o marco para um recomeço, onde o "sangue" que clamava na terra foi “lavado.”  Uma nova semente de bondade estava sendo plantada através de Noé. As gerações seguintes cometeram os mesmos erros de seus antepassados, mas, cumprindo a promessa feita de retardar a destruição, Deus investiu ao longo da história em novos começos. Em Abraão, Ele iniciou Israel para ser uma nação modelo, que inspiraria o mundo no que tange a obediência a Deus. Porém, Israel se desvirtuou deste propósito, se moldando ao paganismo de nações estrangeiras. Afim de trazer seu povo de volta ao eixo de sua vontade, por diversas vezes, Deus usou a “força bruta”, tendo como ferramentas corrigidas as mesmas nações que os judeus tanto copiavam. Ações cirúrgicas da parte de Deus, que alteraram a direção da história humana, mas, nunca interferiram no propósito eternal de Israel.


Soberania e santidade

A soberania de Deus. Este tema é muito importante para todos que vivem tempos de dificuldades e se deparam com embaraços em todos os meios, tais como no social, político e religioso. Como já dissemos em outras oportunidades, este trimestre deveras inspirador, tornando cada lição da EBD em uma oportunidade de se iluminar em maravilhosas revelações. Por fatores diversos, este é um tema dos mais atemporais já estudados. Fundamental para nossa geração. É inegável que toda escritura é divinamente inspirada por Deus através do Espírito Santo, afinal é o Livro dos livros. Entre tantos textos maravilhosos, o livro do profeta Jeremias é, sem sombra de dúvidas, um dos mais sensíveis e tocantes, capaz de tocar a alma com tanta precisão, se revelando uma fonte de conhecimento e pesquisa, de qualidade incomparável. Pura revelação de Deus aos homens. Cada aspecto desta lição nos confronta com verdades irrefutáveis concernentes a soberania de Deus sobre todos e sobre tudo aquilo que existe nos céus, na terra e embaixo dela. Não há lugar onde a soberania de Deus não alcance. Não há um único homem na história, que não venha a se curvar com o rosto em terra diante da grandeza. Deus é soberano.

A situação era desesperadora para o profeta Jeremias, que testemunhava aflito a total corrupção da nação. O desvio moral tinha alcançado seu ápice, e Jerusalém já se assemelhava a Sodoma e Gomorra. Deus não suportava o grau de baixeza a qual o povo tinha chegado. Não havia um homem sequer, que buscasse a Deus como Jeremias. Não havia ninguém que buscasse a justiça e a verdade ( Jr 5.1). O profeta lamenta a triste realidade de sua gente. O capítulo 5 de Jeremias é revelador, pois a cada versículo nos é informado como os homens de Judá se revolviam em seus delitos, sem se importar com o que pudesse acontecer no amanhã. É notória a aflição do profeta no verso cinco, onde ele se propõe a ir aos líderes e sacerdotes do povo, mas, logo vem a sua lembrança que até eles se desviaram do seu Deus. Penso na triste cena, e me empatizo com o profeta Jeremias, pois ao olhar em volta, percebo que estamos vivendo a mesma situação em nossos dias. É uma dor na alma ao constatar esta semelhança.

A tática de Jeremias em suas mensagens era sempre relembrar ao povo de onde Deus os havia tirado, e como Deus se empenhou para lhes proporcionar a salvação. Ao evocar estas lembranças, o profeta esperava uma comoção nos corações. Infelizmente, não era o se via, mas sim corrupção sobre corrupção. Uma das grandes carências de nossos dias, é justamente a falta de memória de muitos crentes, que se esquecem da real condição em que se encontravam antes de Jesus Cristo se oferecer para morrer em nosso lugar. Não podemos tirar a cruz de Cristo do centro de nossas mensagens, dos nossos seminários, dos nossos púlpitos. É o momento de refrescar as mentes das pessoas com a cruz, e junto a isso relembrar da soberania de Deus.

E é justamente isto que o profeta Jeremias intenta em suas mensagens. Lembrar ao povo que Deus é o centro de tudo. Deus em sua soberania usa quem ele quer, e como quiser. Ao ver que o povo não se rendia aos vários apelos de amor, o Senhor usou líderes pagãos para punir Judá. Neste ponto, o profeta revela que Deus é o Senhor de tudo e de todos, e executa sua justiça com precisão e imparcialidade. Ele não abre mão de sua soberania, e a demostra usando todos os meios possíveis, e de acordo com sua justiça.


Esta situação de decadência do povo, em grande parte, foi gerada a partir da mistura com as nações pagãs. O requisito primaz para o povo de Deus é ser santo, separado, exclusivo do Senhor. Mas, infelizmente isto não aconteceu, e nem tem acontecido. O povo se voltou as práticas de seus vizinhos pagãos. Isso trouxe destruição. O desvio gerou um caos em toda a nação. Então Deus entrou com juízos severos. É preciso aprender esta lição. Não podemos deixar que o pecado que prolifera no mundo, nos roube a presença santa do nosso Senhor Jesus de nosso meio. Deus quer um povo limpo, santo e cheio de boas obras. Que o Senhor nos ajude a sermos fieis até o fim.


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 09
O Senhor é soberano entre as nações
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta lição veremos que o Senhor Deus é imponente para realizar os Seus propósitos. Estudaremos que não há poder neste mundo capaz de frustrar os Seus projetos.

A aflição de um profeta

Jerusalém estava semelhante à Sodoma e Gomorra. Não se encontrava nela sequer uma única pessoa que praticasse a justiça e buscasse a verdade (Jr 5.1). A situação estava tão pervertida que Deus advertiu o povo (Jr 5.26). O estado de desgraça era notório entre os habitantes de Judá. Para Jeremias, era lamentável o fato de não haver mais velhos sentados nas praças e os jovens para cantarem (Lm 5.13-15). O anseio do profeta Jeremias era que o povo de Judá se voltasse para Deus. Ele sabia que o grande ato de amor realizado por Deus em favor do Seu povo havia sido a libertação do Egito. Por isso, é constante a lembrança do êxodo e do deserto em suas pregações (Jr 2.2, 6; 7.22, 25; 11.4, 7; 16.14). Preocupado com a possibilidade de o povo voltar a ser cativo em terra estrangeira, ele convoca o povo ao arrependimento: “Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, para mim voltarás; e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, e jurarás: Vive o Senhor na verdade, no juízo e na justiça; e nele se gloriarão”. (Jr 4.1-2). O resultado esperado pelo profeta era que o povo se arrependesse dos seus erros. Por isso, suas profecias eram tão intensas. Entre tantas profecias, encontramos a promessa que Deus daria uma nova aliança e que ofereceria aos homens o perdão dos pecados (Jr 31.31, 34).

Jesus é o mediador desta nova aliança. Ele afiançou por meio do Seu próprio sangue. O sangue de Jesus é o sangue da nova aliança (Lc 22.20). O principal motivo de sua morte foi instituir esta aliança com todos que assim desejarem. A nova aliança, que seria feita com o povo de Israel para apartá-los dos seus pecados, também alcançaria os gentios para remissão de seus pecados, para que pudessem ser libertos da ira de Deus contra o pecado, tal como Ele a havia manifestado contra Israel e Judá, conforme vemos no livro de Jeremias (Jr 11.11). Mesmo nas horas mais sombrias da história de Israel, Jeremias não perdeu a esperança em seu povo. Suas pretensões eram de um arrependimento coletivo e o Senhor livrando seu povo do que estava por vir.

Que grande ironia nos é narrada pelo profeta Jeremias. Ele nos apresenta o Eterno Deus usando um líder pagão para punir as nações. Ele recebe do Senhor uma mensagem para os reis do Ocidente. Nesta mensagem, o Senhor diz ser o Criador de todas as coisas existentes e que é por seu gosto que Ele está entregando tudo ao rei da Babilônia, Nabucodonosor (Jr 27.5-6). Ele diz que as nações que não se submeterem às ordens de Nabucodonosor serão destruídas (Jr 27.8), entretanto, a nação que assim o fizer será recompensada (Jr 27.11).

Judá não caiu, ela foi entregue. Nabucodonosor não prendeu o rei, Deus o entregou. Os utensílios da Casa de Deus foram entregues ao inimigo pelo próprio Deus (Jr 52.17, 19). Sempre que o povo de Israel endurecia seu coração e deixava de ouvir a Palavra de Deus, o juízo de Deus vinha sobre eles (Am 2.4). Foi o pecado que trouxe destruição sobre Jerusalém, foi o pecado que causou o extermínio do templo. Foi o pecado que extirpou tantas famílias. Foi o pecado que gerou aquele abominável cativeiro. O pecado é uma desgraça da humanidade. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10.31). O povo de Israel já tinha perdido o bem mais precioso que uma nação pode ter: sua intimidade com Deus.

As nações vizinhas de Israel sempre foram motivo de preocupação pelo simples fato de Israel de contínuo se envolver com suas práticas pagãs e esquecer-se do seu Libertador (Ed 9.1). O requisito essencial para o povo de Deus é ser santo. É permanecer separado dos padrões e costumes de outros povos para não perder a essência de Deus e das bênçãos que Ele reservou para nós (1Co 1.2). Seguindo os costumes da religião de outros povos, o povo de Israel chegou a sacrificar os próprios filhos (Jr 7.31; 19.5; 32.35). Jeremias usou a expressão “arrepender-se” cerca de onze vezes no decorrer de suas pregações. Mas as influências eram tantas que o povo não se arrependeu. Diante de tanta influência negativa, entendemos o choro de Jeremias por sua nação (Jr 9.1; 13.17; 14.17; 25.17-18; Lm 1.2; 2.11, 18). A razão final pela qual Judá foi levado cativo para a Babilônia tem a ver com as influências recebidas destes povos vizinhos, que fez por diversas vezes com que Israel se desviasse do verdadeiro Deus. Com tantas práticas pagãs no meio do povo de Deus, a aliança com o Senhor havia sido quebrada (Jr 22.9).

Deus não admite influências pagãs no meio do Seu povo. Durante toda a história bíblica, o povo de Israel nunca deixou de ser influenciado pela presença de poderosos vizinhos, principalmente Egito, Assíria e Babilônia. Esses povos, ora aliados, ora hostis, tiravam o sono0 do povo de Deus. Nos dias de Salomão, o Egito era seu aliado, nem por isso deixou de oferecer abrigo aos que conspiram contra ele (1Rs 9.16; 11.17, 22). A Assíria adotava uma política que incidia em exilar os povos submetidos e substituí-los por colonos que lhes eram devotados. Os babilônios, por sua vez, revelaram-se igualmente impiedosos para com as nações dependentes que tentavam libertar-se do seu jugo.

Deus adverte o povo

Desde o início, Jeremias seguira um caminho sólido em advertir sujeição aos babilônios. Esta sugestão foi dada não somente a Judá, mas também aos mensageiros de muitas nações que estavam em Jerusalém (Jr 27.3-4). O motivo das pregações de Jeremias sempre foi levar o povo de Judá ao arrependimento, visto que ele via a Babilônia erguer-se, pela providência divina, para castigar uma nação desobediente, como era Judá. Ele orienta a submissão a Babilônia por parte de Judá e das outras nações. Jeremias, afinal de contas, era “profeta às nações” (Jr 1.5).

A chamada de Jeremias para que se tornasse profeta para as nações veio logo muito cedo em sua vida (Jr 1.5). O profeta foi empossado com autoridade de Deus como Seu mensageiro (Jr 1.10). Quando Deus chama, devemos atender ao Seu chamado, pois Ele dará recursos necessários para realizar a obra. Jeremias foi ungido por Deus para ser Seu representante legal em Judá e lhe foi dada autoridade para professar os desígnios que Deus tinha para as nações (Jr 1.9-10).

O Eterno Deus criou tudo para que sua glória seja vista e Ele eternamente adorado (Ef 1.6). Deus não criou um mundo tão esplêndido somente para pôr em um quadro e ao mesmo tempo não ter ninguém para admirar tudo de belo que Ele fez. Por isso, o salmista diz: “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos”. (Sl 19.1). Utilizando a posse de sua criação, o Senhor assume seus direitos sobre todas as nações (Dn 2.38). Ele mesmo entrega a Nabucodonosor, rei da Babilônia, seu “servo”, todas as terras e os animais do campo para que o sirvam (Jr 27.6).

“Todas as coisas foram feitas por Ele e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Judá necessitava ser punida por seus pecados e no tempo certo apareceu o servo do Senhor. Deus pode usar a qualquer um para ser servo dEle. Muitas vezes limitamos o poder de Deus. Deus nunca pode ser alocado nos padrões humanos. Deus pode efetuar punições sobre as nações, porque Ele é soberano sobre todas as coisas. Nabucodonosor era um homem cruel, mas Deus o chama de “meu servo”. Na parábola dos talentos, todos os chamados de sevos, tanto os bons como os maus (Mt 25.14, 30). O rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus para efetuar a aspiração divina.

As nações do mundo contemporâneo discorrem que são donos do seu próprio destino devido ao seu poderio militar. Elas vivem uma luta constante em busca da paz. Não entendem que a paz verdadeira só existe em Cristo (Jo 14.27). O pecado tem causado a degradação de nosso planeta. Às vezes, Deus permite que as catástrofes aconteçam para trazer as nações aos Seus pés. O desejo do Senhor é que cada nação e cada indivíduo se arrependa e se achegue a ele.

Como é extraordinário as nações reconhecerem que existe um único Deus Verdadeiro, Soberano e Santo e com Ele estarem aliadas e unidas em propósitos de adoração. No livro de êxodo, nos é revelado a desenvoltura de Deus em libertar uma nação inteira do domínio da escravidão. Seu objetivo era abençoá-los, convertendo-os em uma nação missionária, para pregar a Palavra de Deus ao mundo inteiro (Êx 3.7).

Deus convoca ao arrependimento

Disse Jesus: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32). Embora o pecado dificulte o caminho até Deus, o arrependimento abre as portas do céu novamente (Tg 4.8). Oremos pela nossa nação! Pois feliz é a nação cujo Deus é o Senhor (Sl 33.12). O rei Davi mencionou a superioridade de Deus sobre as nações da terra: “Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações” (Sl 22.28). O Senhor não precisa ser sujeitado a ninguém. Ele faz o que lhe agrada, ninguém pode detê-Lo.

A soberania de Deus deve ser do conhecimento cristão (Sl 115.3). Falar que Deus é Soberano é exclamar que Deus é Onipotente e governa todas as nações da terra (Sl 22.28). Quando dizemos que Ele é Soberano, queremos dizer que Deus tem poder irrestrito sobre tudo e todos. Ele realiza tudo por Seu bel-prazer no céu e na terra e não existe ninguém que possa deter o poder de Suas mãos. Ele possui o direito de governar tudo tal como Ele quer, Deus é como o oleiro, que tem o controle completo sobre o barro. (Jr 18.6).

É fato que nem todos podem partir para outras nações. Entretanto, todos os discípulos de Cristo devem estar comprometidos com a proclamação da salvação em Jesus Cristo até os confins da terra (At 1.8): orando, indo, enviando e contribuindo. O Senhor nos delegou uma responsabilidade muito grande: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Que o Senhor desperte em cada um de nós o desejo missionário em busca das almas perdidas.

Alguns cristãos creem que o ganhar almas é feito dentro dos templos. Não foi isso que Cristo nos advertiu. Ele disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura”. (Mc 16.15). Poe esse motivo, a oração ininterrupta é tão necessária. Não devemos dar folga aos nossos joelhos, elevando nossos pensamentos ao Senhor na gratidão sincera pela salvação da nossa casa.

Jeremias teve um chamado para as nações porque esse foi o propósito de Deus (Jr 1.5). Em sua jornada como profeta, houve um preço a ser pago por ele. Ele chegou a amaldiçoar o dia em que nasceu (Jr 20.14). Ele sabia que não foi homem algum que o havia chamado, mas o próprio Deus de Israel (Jr 1.7). Jeremias não buscou ser bajulador de reis corruptos para ter benefícios, nem se assentou na roda dos zombadores (Jr 15.17). Ele seguiu seu chamado totalmente. A única preocupação de Jeremias era com a sua missão, que era inegociável.

Jeremias suportou muitas coisas na execução de sua missão. Ele foi incompreendido e caçado por seus adversários. Apesar disso, manteve-se leal ao seu ministério. Ele cumpriu sua missão e nunca retrocedeu. Jeremias não andava pelo que via, mas andava pela fé (2Co 5.7).

Conclusão

Deus é grandioso. Ele é Senhor absoluto na história dos homens e das nações. Ele é soberano para dirigir o coração de reis e nobres. Ele é divino para realizar a Sua vontade. Ele é soberano sobre tudo e sobre todos. Glória a Deus pela Sua eterna soberania.



Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 28 de maio de 2017, da Escola Bíblica Dominical.


quinta-feira, 18 de maio de 2017

Noite Histórica



Quinta-feira, 18 de maio de 2017, foi um dia histórico para a Assembleia de Deus Ministério de Madureira em Mogi Guaçu, com a jubilação do Pr. Gessé Plácido Ribeiro, e a posse do novo pastor presidente, que a partir de agora ira pastorear o grande rebanho formado pelas IEAD Madureira de Mogi Guaçu SP, Estiva Gerbi SP, Santo Antonio de Posse SP e Monte Sião MG, além das igrejas estabelecidas no Paraguai e na Bolívia.

Em assembleia extraordinária realizada em nossa Catedral Sede na cidade de Mogi Guaçu, o Bp. Samuel Ferreira, presidente da AD Brás e da Junta Conciliadora do Estado de São Paulo, jubilou o Pr. Gessé Plácido Ribeiro e a Pra. Claudia Ribeiro após 49 anos de serviços pastorais prestados ao ministério, sendo os últimos 23 anos dedicados a cidade de Mogi Guaçu e cidades afiliadas.

A vacância na presidência do ministério foi imediatamente preenchida com a apresentação e posso de nosso novo presidente, Pr. Edson Rodrigues, e sua digníssima esposa, Pra.  Ana Cleide Rodrigues. O casal, até então, exercia o ministério pastoral na AD Brás, na cidade de São Paulo.

A cerimônia contou ainda com a presença de diversos pastores presidentes, oriundos de várias cidades do estado, além de membros da Junta Conciliadora e representantes da CONAMAD. A nave da igreja foi tomada por membros e obreiros do ministério, que vieram se despedir do pastorado do Pr. Gessé, e receber de braços abertos o Pr. Edson. Uma noite memorável.


EBD - O perigo de ser enganado por falsos profetas


Texto Áureo
Jeremias 28:15
E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve agora, Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.

Verdade Aplicada
Deus é quem dá a vida e é a fonte da verdade; o diabo destrói a vida e é o pai da mentira.

Textos de Referência
Jeremias 28.14-17

Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei.
E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.
Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor.
E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.



O peso de nossas palavras
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O mundo é cada vez mais voraz, e a sociedade de hoje, se tornou frívola e hedonista. Vivemos em prol do capitalismo, buscando obter cada vez mais, afim de padronizarmos nosso estilo de vida as comodidades hodiernas. A necessidade de possuir coisas novas constantemente, inibe nosso senso de gratidão por tudo que já temos. São tantas novidades para consumir, que na verdade, acabamos consumidos por elas. E nem percebemos. Num mundo que se comunica com imediatismo, as pessoas quase não se olham nos olhos. Movemo-nos cada vez mais rápido, e a cada ano, um número maior de pessoas não consegue chegar ao seu destino. A agilidade nos tirou a paciência, o imediatismo nos roubou a esperança, e o consumismo matou nossa gratidão.

Até o Evangelho, puro e simples, tem sido deturpado por líderes gananciosos que constroem impérios megalomaníacos pregando mensagens recheadas de revanchismo, egoísmo e ambições. Fé virou moeda de barganha, e o Reino Espiritual, passou a ser medido por bens materiais. De muitos púlpitos, estúdios de rádio ou TV, somos bombardeados com promessas de prosperidade, riqueza e fartura. Infelizmente, por falta de maturidade espiritual, muitos sucumbem a esta irresponsabilidade religiosa, e inadvertidamente, acabam decepcionados com “DEUS” quando as coisas não vão bem. A grande verdade, é que vivemos em uma geração espiritualmente fraca, teologicamente rasa e miseravelmente ingrata.

A Igreja do Senhor Jesus tem atravessado nestes últimos anos por ondas de modismos e invencionices, que se enveredam rapidamente para o território negro das heresias. Líderes que são adorados quase como seres divinais. Públicos que se engalfinham para ter acesso as gotas “santificadas” do suor de seus pregadores. Templos faraônicos de pura ostentação que trazem de volta ritos e celebrações, que para a Igreja, já foram abolidos na cruz. Desvios doutrinários e teologia forjada em interesses. No culto genuíno, não existe lugar para dois senhores. É preciso se esvaziar de toda soberba humana, para que Deus seja entronizado de maneira soberana, e sua palavra seja a única regra de fé a nos guiar. É preciso ter a consciência que não existe avivamento fora da PALAVRA, pois é ela quem liberta, cura, transforma, traz paz e promove a salvação através da Fé. Sem que seja necessária nenhuma dessas peripécias e galhofadas modernas, que são realizadas supostamente em nome de Jesus. Aliás, se hoje, Jesus voltasse para a Terra com um chicote nas mãos, poucos templos escapariam de sua fúria (Mateus 21:12-13).

A triste verdade é que temos investido cada vez mais em eventos pirotécnicos que aprazem aos homens, e menos em ministrações sinceras, que agradam ao nosso Deus. Neste cenário, somos cada vez mais Hananias, e menos Jeremias. E um ministério profético que ignora a voz de Deus, adaptando sua mensagem ao paladar humano, visando ganhos pessoais, tais como status e fortunas. Um edifício satânico construído sob os alicerces da mentira. Ruínas revestida de popularidade. Mas, a mentira contada insistentemente, não se torna uma verdade. 

Para o dramaturgo grego Sófocles, nenhuma mentira chega a envelhecer no tempo. Nossas mentiras, grandes ou pequenas, são liminares espirituais para que o diabo se torne tutor de nossas vidas. E isso é assustador. Exatamente por isso, a mentira nos dirige para caminhos de traumas e tragédias, já que seu pai é especialista em roubo, destruição e morte. E, se vivemos na mentira, ele se torna nosso guardião legal. Falsos profetas têm cadeira cativa na mesa de jantar do próprio Satanás: Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira (João 8:44). 

Precisamos entender que Deus leva o homem muito a sério. Quando Esaú, entorpecido pelas circunstâncias, trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas, certamente não estava considerando aquela promessa como válida. Mas, Deus estava. Como resultado, Esaú perdeu o direito de herdar as bênçãos patriarcais que lhe eram reservadas desde o nascimento (Gêneses 25:34). Portanto, precisamos refrear nossa língua, pesar cuidadosamente nossas palavras e medir milimetricamente nossas ações diante de Deus. A fidelidade dele é tão intensa, que elevará ao quadrado nossas ações, dando a elas uma conotação muito mais palpável do que pensamos. O que acarreta maior cobranças sobre elas. Então, cuidado com as “pequenas mentiras”, pois Deus as imputará em nós por verdades. E não teremos como sustentá-las diante de seu tribunal.  

Que nossa boca retransmita apenas a palavra de Deus, pois se a deturparmos, seja qual for o interesse, seremos cobrados por elas, e por suas consequências danosas no coração de nossos ouvintes. 


O Desafio da Verdade
Pb. Bene Wanderley

Dentre todos os desafios enfrentados pelo profeta Jeremias, o mais significante é o desprezo demostrado pelos seus compatriotas para com a voz de Deus. E o embate ministerial com Hananias é uma síntese desta realidade. O povo não queria ouvir as orientações divinas, dando mais atenção as mentiras vindas de homens corruptores da verdade, que ambicionavam ser aplaudidos pelo público, e não a ser reconhecido por Deus como servos da luz. Sinto-me muito tocado com o tema abordado neste estudo, bem como com o conteúdo exposto pelo nosso comentarista pastor Clementino de Oliveira Barbosa no material didático, que entende muito bem a necessidade extrema por uma total compreensão do assunto, já que atualmente, somos assaltados por uma horda de Hananias que ocupam altares, mídias e redes sociais. Como já fiz menção no estudo passado, os nossos dias são similares aos do profeta Jeremias, já que a falta de atenção para com a palavra do Senhor, vem trazendo desequilíbrio espiritual e emocional nos meios cristãos, como jamais testemunhamos na história. Há uma degradação absurda dos valores​ éticos, morais e teológicos, que resultam numa série de desastres eclesiásticos, com dano praticamente irreversíveis. A mesma “causa-efeito” vivenciada pela geração de Jeremias.

Estamos testemunhando uma invasão absurda de “ministérios proféticos” com seus “pseudos-profetas” que retiram Deus do centro de sua mensagem, e preenchem este espaço com supostas visões, revelações, sonhos, ou até mesmo, aspirações carnais.  Eles têm suas ambições pessoais em superioridade a verdadeira revelação de Deus para os homens. Jeremias também enfrentou esses “moribundos espirituais” em seus dias. Israel, historicamente, sempre esteve as voltas com estes carniceiros da fé. Através de Moisés, o Senhor Deus já chamava a atenção para este perigo em Deuteronômio 13:1-4. Neste texto, Deus orienta seu povo a uma avaliação meticulosa entre o profeta verdadeiro e o falso profeta, e ainda os exorta a terem cuidado ao absorver cada palavra dita por eles, pois Deus nos prova para saber onde nosso coração está.

Não são poucos os desvios que ocorrem em nosso meio por conta de falsos profetas e falsos mestres, que se promovem como detentores de uma suposta revelação (ou orientação) divina, aquém da palavra do Senhor Jesus Cristo. Jeremias teve muitos problemas na sua caminhada profética, pois havia em seu coração o compromisso de falar tudo o que o povo precisava ouvir, e não o que o povo queria ouvir. Este é o perfil de um verdadeiro profeta.  Infelizmente, existe um desiquilíbrio na balança, que pende para o lado dos falsos profetas, que só dizem o que o povo quer ouvir, e não o que Deus quer falar ao seu povo. Na Judá, pré exílio, o cenário era exatamente igual. Isso trouxe um desgaste muito forte ao profeta Jeremias, já que era um contra todos. Posso até sentir sua dor espiritual, ao perceber que o povo não queria ouvir a mensagem do verdadeiro Deus. Isso dói, pois, o profeta sabe a consequência de suas palavras serem ignoradas.

A palavra do Senhor nos diz: -  Guardai-vos dos falsos profetas (Mt. 7.15). Uma característica primordial de um falso profeta, é justamente afastar o homem da presença de Deus. A intenção de um homem assim, é ser o centro das atenções, e deixar Deus estático, imóvel e nulo a tudo que lhe diz respeito. O Deus que servimos tem interesse em seu povo, mesmo quando estamos longe dele. Deus se importa conosco e deseja que nos importemos com Ele. Assim, o Senhor investe em amor, graça e misericórdia. Os falsos profetas têm como prioridade se levantar contra toda esta verdade, criando uma parede entre Deus e seu povo. Jeremias 23.9-40 é um texto obrigatório a todos que desejam se blindar contra este mal, e que certamente nos ajudará em nossa busca pela verdade, e ao mesmo tempo, nos fará pensar em que ponto da caminhada estamos. Durante a leitura destes versos, fiquei retraído em meu espírito, os transportei para os dias de hoje, e imediatamente, minha alma se abateu. Infelizmente, sei que muitos não se importarão em ler este texto, e isto será uma uma pena, pois a mentira está batendo em nossas portas todos os dias, e cada vez com mais veemência, e preferimos, muitas vezes, ignorar o perigo, e banalizar a verdade.  

Há um perigo enorme de engano em nossas portas, e cada vez mais, proliferam aos quatro ventos estes “enomeados” profetas dá última hora, assaltado friamente os desavisados que perambulam de igreja em igreja, mas, que são pessoas desconhecidas de Deus, que nunca se aproximaram de fato do evangelho de Cristo Jesus, que nunca abriram seu coração para o Senhor entrar e fazer morada. E os profetas se preocupam com isto? Os verdadeiros profetas, com certeza. Mas, os falsos profetas só querem ver seus templos abarrotados, sem se preocupar como alma das pessoas.

Este era o desafio existente entre Jeremias e Hananias, ser boca de Deus na terra, não falar o que o povo quer ouvir, mas sim o que Deus quer falar, pois é isso que o povo precisa ouvir. O desafio continua em nossos dias. Ao olhar as palavras do profeta Jeremias, e como ele classificava a situação do povo de seus dias, é inegável o pé de igualdade com nossa geração. Vejamos alguns dos termos usados pelo profeta: infidelidade e meretrício (Jr 5.7-8); descrença (Jr 5.12); abandono da palavra ( Jr 5.13); idolatria ( Jr 5.19) e falta de discernimento espiritual ( Jr 5.21). Judá era um povo vulnerável em sua fé. Percebe alguma semelhança com o cenário atual? Devemos ter cuidado, pois os falsos profetas estão a solta, procurando os negligentes e descuidados, para lançar suas mentiras. Jesus Cristo é a verdade que nos liberta. Somente em Jesus Cristo temos garantia de vida.


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 08
O perigo de ser enganado pelos falsos profetas
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução
A mentira é filha do diabo! Para vencê-la, devemos nos despir do velho homem, da velha maneira de viver. Este estudo mostra a necessidade de renovarmos a nossa mente pela Palavra de Deus.

O perigo do falso profeta

Desde Moisés o Senhor Deus já alertava seu povo sobre o perigo de ser enganado por falsos profetas (Dt 13.1-4). Também encontramos o apóstolo Paulo instruindo a igreja em Corinto acerca da necessidade de julgar as profecias (1Co 14.29). Jeremias tinha como função principal ser profeta do Senhor, mas este cargo lhe trouxe muito desgaste, pois o profeta do Senhor fala o povo precisava ouvir e o falso profeta fala o que o povo quer ouvir. Um falso profeta é uma pessoa que assegura falar em nome de Deus, sem, contudo, representar a Deus ou mesmo pertencer a Ele. Vejamos o que Jesus falou sobre eles: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. (Mt 7.15). Falsos profetas são todos aqueles que se levantam contra a verdade. Entretanto, o verdadeiro profeta é alguém que tem um relacionamento íntimo com o Senhor (Am 3.7). Um profeta de verdade não está preocupado em agradar aos homens, mas, sim, em agradar a Deus (Ef 6.6).

Os falsos profetas estavam profetizando a respeito do futuro do mesmo jeito que jeremias profetizava. A diferença é que eles profetizavam de maneira positiva e o povo gostava disso. Diferentemente da mensagem pesada de Jeremias, que advertia o povo sobre a grande seca, a espada e dores que estavam por vir. Isso fazia com que o povo não lhe desse ouvido, trazendo muito sofrimento ao profeta de Deus. Jeremias acusava os falsos profetas de serem falsos porque: “esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade” (Jr 23.14), e acrescenta ainda, dizendo que: “dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra” (Jr 23.15). Ainda diz mais acerca destes falsos profetas: “furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro”, “profetizam sonhos mentirosos e fazem errar o meu povo com as suas mentiras” (Jr 23.30, 32).

No princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, filho de Josias, (Jr 28.1) se elevou Hananias, falso profeta de Gibeão, que falou a Jeremias, confrontando-o. Este confronto se deu no tocante à questão da destruição final de Jerusalém. Hananias fala em nome do “Senhor” que Ele, Deus, despedaçaria o jugo da Babilônia e que, em um período de dois anos, Deus iria reconduzir o povo para Jerusalém, assim também como os utensílios do templo levados junto com o povo de Deus (Jr 28.3). Ele foi ao contrário dos setenta anos anunciados pelo profeta Jeremias (Jr 25.11-12). Com estas mentiras, Hananias assinou sua sentença de morte: “Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor”. (Jr 28.16). Pois a lei era bem clara em relação aos falsos profetas (Dt 18.20).

Enquanto Jeremias incitava o povo a trazer seu pescoço sob a servidão da realeza de Babilônia e assim continuar vivo (Jr 27.12, 14), Hananias profetizou que o poder de Babilônia seria quebrado em dois anos, que os exilados judeus ali seriam então libertos e que todos os utensílios do templo seriam devolvidos (Jr 28.2-3). Para esclarecer sua profecia, Hananias removeu o jugo de madeira do pescoço de Jeremias e o despedaçou (Jr 28.10). O Senhor ordenou a Jeremias que avisasse a Hananias que o jugo de madeira seria substituído por um de ferro (Jr 28.13). Incrivelmente, o falecimento de Hananias aconteceu naquele mesmo ano (Jr 28.17). Jugos simulavam sujeição. Assim como o gado é domado pelo jugo de seu dono, Jeremias pleiteia junto a Judá que acate o domínio babilônico e o exílio de alguns de seus líderes como parte do plano original de Deus para a redenção final da nação. Profetas que usam seu poder de convencimento para serem reconhecidos pelo povo e, assim, ofendem ao Senhor, estão assinando sua sentença de morte.

Neste confronto entre Jeremias e Hananias, encontramos duas situações completamente diferentes. Enquanto um profeta é escolhido por Deus, o outro, por ser muito popular, se promove diante do povo. O pecado principal de Hananias foi usar o nome do Senhor em vão (Êx 20.7). Hananias fez, em nome do Senhor, promessas inconsistentes (Jr 28.3), que o levaram a morte no mesmo ano de suas profecias que, como já era de se esperar, não foram cumpridas (Jr 28.17).

Deus se agradou da atitude de Jeremias. Ele foi direcionado por Deus como um ferrenho crítico do comportamento do povo de Judá. Por falar a verdade, sofreu diversos julgamentos através dos que violavam as leis naqueles dias, praticando a idolatria (Jr 10.1, 11), desobedecendo ao repouso no dia do sábado (Jr 17.19, 27), etc. Por isso, o Senhor foi com ele até o final de seus dias. Diferentemente de Hananias, que dizia ser profeta, proferia como profeta, vestia-se como profeta, só não tinha a unção de profeta. Aliás, só falava o que o povo queria ouvir. Deus não compactua com a mentira e anunciou sua sentença: a morte (Jr 28.16).

A Palavra de Deus permanece

O apóstolo Paulo nos adverte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6.7). Infelizmente, os falsos profetas pregam que as bênçãos de Deus são alcançadas incondicionalmente e que não carecem de um arrependimento sincero, nem de um viver puro. Hananias esqueceu de dizer ao povo que um viver puro diante do Senhor é sinônimo de uma vida abençoada. Jeremias era diferente. Ele dizia que não estava só ouvir a voz de Deus, mas que tinha que haver mudança de atitude. Por esses valores Jeremias lutava. O profeta Jeremias, muito mais do que todos nós, possuía todas as causas possíveis para deixar de sonhar com a melhora da vida religiosa no dia a dia de seu povo. Para onde quer que ele olhasse, a situação era completamente incontrolável. Jeremias expõe a fragilidade espiritual do povo de várias maneiras: infidelidade e meretrício (Jr 5.7-8); descrença (Jr 5.12); abandono da Palavra (Jr 5.12); idolatria (Jr 5.19); e falta de discernimento espiritual (Jr 5.21).

Jeremias permaneceu fiel na sua tarefa, mesmo lhe trazendo profundo desgaste. Ele não se achava reto aos seus próprios olhos, mas incluía a si mesmo ao falar sobre a perversidade daquela nação (Jr 14.20-21). Diversas vezes em sua vida, Jeremias ficou abatido e precisou da sustentação do Senhor, mas, mesmo em tamanha adversidade, não deixou de gritar o nome do Senhor (Jr 20.8). Ele declarou que a Palavra de Deus era similar a um fogo nos seus ossos, e era a alegria e o contentamento de seu coração (Jr 15.16); 20.9, 13). Ele anunciou da parte do senhor que o povo de Judá abandonasse as práticas pecaminosas, se arrependesse e se submetesse à disciplina de Deus.

O livro de Romanos nos adverte: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes: desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre: e, com suaves palavras e lisonjas, enganam os corações dos símplices” (Rm 16.17-18). Comparativamente falando, outro texto diz: “Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo”. (Mc 13.22-23). Portanto, mediante estes versículos mencionados, sejamos guiados pelo Espírito de Deus, exercendo Sua vontade com sabedoria, para discernirmos estes profetas mentirosos na Casa do Senhor.

A Palavra de Deus oferece exemplos indiscutíveis de líderes que fracassaram em suas lideranças devido ao fato de não escutarem a voz do Senhor. Cite como exemplo: a infidelidade de Saul (1Sm 13.13-14); a fraqueza de Eli (1Sm 3.11, 13); a maldade de Jeorão (2Cr 21.6, 20). 

A promessa de Deus feita por intermédio de Moisés, quanto ao profeta “semelhante a Moisés”, se cumpriu em Cristo (Dt 18.18). Os discípulos de Jesus afirmaram: “Jesus, o nazareno, que foi varão profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.19). Ao entrar em Jerusalém, a multidão testificou que Jesus Cristo era o “Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.10-11).

As profecias messiânicas do Antigo Testamento somente poderiam ser preenchidas na pessoa do Senhor Jesus. Existem centenas destas profecias espalhadas pelas Escrituras (Gn 3.15; 18.18; 49.10; Is 9.7).

Nada podemos contra a verdade

Sempre existirão dois caminhos a serem trilhados: o da verdade e o da mentira. Ocasionando sua morte. A Palavra de Deus nos recomenda a irmos sempre pelo caminho da verdade, como fez o profeta Jeremias. O Senhor abomina a mentira e por isso não suporta a presença dos mentirosos (Ap 22.15). Vigiemos no que falamos, para que o diabo não encontre brecha em nós (Tg 4.7).

O inimigo de Deus é descrito na Bíblia como o pai da mentira: “Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”. (Jo 8.44). O conjunto das constatações acima confirma que o diabo é o pai da mentira e, assim sendo a mentira é um aparelho diabólico que o homem usa para a sua própria condenação. Nesta conjuntura, o mais triste disso tudo é que o homem ama a mentira, não ama a verdade, pois é mau por natureza (Rm 1.25).

A mentira é o ato de iludir, enganar, ludibriar. A mentira está presente diariamente na vida de todo o ser humano não nascido de novo, que vive em convívio social. Cabe a nós, cristãos evitarmos esta prática maldita, pois os mentirosos ficarão de fora (Ap 22.15).

Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, o pecado entrou no ser humano e, consequentemente, a morte. Contudo, o diabo disse para Eva: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis”. (Gn 3.4). Notemos que a mentira é pela primeira vez citada pelo próprio diabo, pois Deus havia dito: “...Dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Qual voz você prefere escutar? A de Deus ou a do diabo?

Mentir é pronunciar algo oposto à verdade. É a expressão contrária ao que alguém sabe, crê ou pensa. Satanás persiste em fazer os filhos de Deus mentir. Jesus disse em relação ao diabo: “profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso” (Jo 8.44). Todo cristão verdadeiro deve estar atento no falar (Mt 5.37).

O apóstolo Paulo, ao detalhar a armadura de Deus que o cristão deve estar revestido, inicia pelo cinto da verdade (Ef 6.14). Tanto na caminhada do discípulo de Cristo como no serviço cristão é imprescindível a sinceridade ou integridade. Este é o sentido que muitos comentaristas atribuem à palavra verdade neste texto. Assim, não haverá embaraço. É aquela “verdade no íntimo” que encontramos no Salmo 51.6.

Contar uma mentira é mais do que discorrer alguma coisa que seja fingido; é uma maneira mesquinha e sem qualquer embasamento. Entretanto, falar a verdade é admitir um caráter idôneo (Ef 4.25). Mentir é, em muitas situações, extremamente cômodo, mas sempre é a pior alternativa a fazer. A mentira não promove bênçãos, pelo contrário, sempre gera dores, aniquilamento, confusões, dúvidas, isolamentos e tantas outras coisas perversas e aborrecíveis. A verdade sempre é a melhor escolha a ser feita em qualquer circunstância.

Conclusão

Temos que falar sempre a verdade, custe o que custar, sempre com honestidade! Por isso, devemos ter muito cuidado com o que falamos! Pois, um dia, cada um de nós prestará conta de cada termo que saiu de nossa boca.




Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 21 de maio de 2017, da Escola Bíblica Dominical.