Texto
Áureo
Jeremias
36.2
Toma o
rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de
Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde
os dias de Josias até hoje.
Verdade
Aplicada
Poucas
pessoas nas Sagradas Escrituras exibiram fé, coragem e resiliência como
Jeremias.
Textos de
Referência
Jeremias
36.1-3
Sucedeu,
pois, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta
palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
Toma o
rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre
Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti,
desde os dias de Josias até hoje.
Ouvirão,
talvez, os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes, para que cada
qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Quando Deus nos chama
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Existe um
velho jargão, muito utilizado por pregadores pentecostais, que diz: - Deus
não escolhe capacitados, ele capacita os escolhidos. Não concordo. As
escolhas de Deus me dizem o contrário. Abraão foi escolhido porque
possuía uma fé inabalável. Jó foi escolhido por sua longanimidade sem
precedentes. Davi foi escolhido por ter um coração quebrantado. Paulo
foi escolhido porque priorizava a causa divina. Jeremias foi escolhido por
sua devoção a Palavra de Deus. O sempre escolheu pessoas detentoras de
qualidades especiais, e então, as potencializou. Isso mesmo. Somos escolhidos
porque aos olhos de Deus, já temos algo especial. Então, quando dizemos que não
temos “capacidade” para realizar uma tarefa destinada a nós pelo Senhor,
banalizamos uma escolha divina e questionamos abertamente a sabedoria de Deus. A
mecânica é simples de entender. A Obra de Deus aqui na Terra, é realizada por
mãos humanas, direcionadas por seu Santo Espírito. Algumas destas mãos,
deslizam por teclas de pianos. Outras, manejam pás e picaretas. Todas têm
valor, mas, cada uma, possui especialidades distintas. Então, Deus as escolhe,
separa e designa para trabalhos que condizem com sua habilidade. O Senhor nos
usa naquilo em que somos bons. Não com base no que achamos, mas sim, do
que ele já sabe. Até, porque, foi exatamente as mãos do Criador que nos fez
assim.
Jeremias
tinha seus problemas emocionais. Chorava a torto e a direito, se magoava com
facilidade, sofria de depressão e constantemente era abatido por palavras
alheias. Porém, seu temperamento melancólico nunca foi desculpa para se
esquivar do ministério pesaroso confiado a seus ombros. Entre lágrimas e
lamurias, o profeta se mostrava resiliente no momento de conclamar a nação ao
arrependimento, mesmo que suas palavras revoltasse os líderes de Judá, e
incitassem a ira em sua geração. Sua fraqueza era equilibrada pela força do
Senhor, e isto o fazia forte. Por vezes, Jeremias se sentia incomodado com sua
vocação, mas, nunca a colocou em dúvidas. Ele tinha plena consciência de seu
chamado. E este é um detalhe que faz toda a diferença. Confiar na escolha
divina.
Moisés
nasceu e cresceu no Egito, sendo criado e educado no palácio de Faraó, ocupando
um posto na linhagem real. Foi instruído em todas as ciências dominadas pelos
egípcios, como engenharia e medicina. Estudou a arte da guerra e se aperfeiçoou
nas relações diplomáticas. Moisés foi criado para liderar, governar e dominar.
Mas, apenas isto não bastava para a grande missão que lhe estava destinada.
Exilado no deserto, Moisés iniciou um novo ciclo de aprendizado. Ele se tornou pastor
de ovelhas, e aprendeu a lidar com rebanhos grandiosos e seus cordeiros
saltitantes. Por quarenta anos se dedicou a encontrar pastagens em meio ao mar
de areia. Aprendeu sobre rochas, poços e serpentes venenosas. O pastor sabia
liderar e o príncipe tinha aprendido a apascentar. Moisés estava pronto. Deus
já sabia disso, mas ele, ainda tinha muitas dúvidas.
O Senhor
se apresentou a Moisés como sendo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Imediatamente, ele reconheceu a voz do Deus dos hebreus, e nem por um segundo,
duvidou da identidade do Senhor. Suas dúvidas não orbitavam a existência de
Deus, mas sim, suas condições pessoais. Ao saber que tinha sido o escolhido
para libertar Israel, imediatamente, Moisés se sentiu pequeno e incapaz, mesmo
o Senhor já tendo validado sua capacitação. Foi aí, que o príncipe pastor,
dedicou os próximos minutos da vida, tentando convencer Deus de que a escolha
estava errada. Exatamente, o que fazemos com uma regularidade absurda.
Ao contrário
de Jeremias, que argumentava com Deus sobre o ministério que lhe foi confiado,
Moisés tentou convencer o Senhor que não era apto a exercer as atribuições que
lhe estavam sendo destinadas (Êxodo 3 e 4). Tudo que Moisés ganhou com seus
argumentos, foi a concessão para que Arão o auxiliasse em sua jornada. Mas, ao
invés desta “ajuda” amenizar a responsabilidade de Moisés, ela a duplicou. No
Egito, Moisés seria a boca, e o EU SOU seria Deus. Agora, Arão, seria a boca, e
Moisés lhe seria por Deus. Antes mesmo de se registrar no RH, Moisés já tinha
recebido uma promoção. Poder dobrado. Cobrança redobrada.
Não
adiante se esquivar. Antes de nos convocar para sua Obra, Deus já nos preparou,
nos moldando desde o ventre de nossa mãe. Quando Ele chama, já estamos
capacitados. No chamado, o Senhor chancela sua escolha prévia. Tentar
argumentar com Deus para fazê-lo mudar de ideia quanto a isto, apenas o fará
enxergar ainda mais fundo dentro de nossa alma. E já sabemos muito bem o que
tem lá. Exatamente a joia preciosa que nos torna especial aos olhos do EU SOU O
QUE SOU. Tesouros em vasos de barro. Foi Ele mesmo quem a colocou ali. (II Coríntios
4:7).
A serviço de Deus
Pb. Bene Wanderley
O ponto
chave desta lição é compreender a urgência e a necessidade do bom serviço
cristão. I Coríntios 12 e 13, nos dá uma visão ampla e intensiva do servir ao
Senhor Jesus, recebendo dele através dos dons, o aperfeiçoamento da ação do Espírito
Santo, que torna possível o chamado. Mas, na época do profeta Jeremias, não estavam
disponíveis todas as informações que nós temos hoje, e o profeta teve que
colocar toda sua confiança naquilo que ele havia recebido de Deus. Tudo era
mais difícil. Logo, a coragem era um ato
indispensável na vida de alguém que se dispusesse a desenvolver um certo
ministério nos dias do Antigo Testamento, os desafios eram indecifráveis e
improváveis. Jeremias viveu numa época bem complexa, já que o pecado da nação
havia ultrapassado todos os níveis de idolatria, imoralidade e apostasia. E o
único respaldo disponível ao profeta era sua fé e coragem. Estas características
ainda são essenciais em nossos dias, mesmo que tenhamos em mãos a revelação das
escrituras nas suas mais variadas interpretação. Deus, ao longo dos anos, levantou homens e
mulheres para nos deixar rastros e vestígios incandescentes das verdades divinas,
o que possibilita a nossa geração, um melhor entendimento para o desempenho no
ministério profético da Igreja.
Ao lermos I
Coríntios 12 e 13, compreendemos o trabalhar de Deus, e entendemos como homens
e mulheres de nossa geração, também podem agradar ao Senhor Jesus, trazendo uma
multidão de almas resgatadas das garras infernais. O profeta Jeremias foi
chamado por Deus para trazer a nação de Israel, o povo escolhido, de volta ao
seu lugar. O desvio nacional era devastador, e por isso foi necessário que
Jeremias se esforçasse para desenvolver a sua função de profeta e porta-voz de
Deus, com ousadia e entusiasmo. Deus precisava de alguém que entendesse sua
voz, e se disponibilizasse a obedecer às suas orientações. Para tal tarefa,
independente do período, se faz necessário ter muita coragem, fé e se mostrar
uma pessoa resiliente (resiliência é a
capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar a uma situação desagradável
ou mudanças).
Uma pessoa resiliente é capaz de lidar
com seus próprios problemas e vencer grandes obstáculos, sem ceder a opressão, seja
de qualquer nível. A resiliência mostra se uma pessoa sabe, ou não, se sair bem
sob forte pressão. O profeta Jeremias se saiu muito bem diante da pressão
sofrida quando o rei Jeoaquim rasgou e lançou ao fogo as palavras ditas por
Deus através de seu ministério. Ao saber do acontecido, o profeta pegou outro
rolo e voltou a escrever as mesmas palavras que foram queimadas. O profeta foi
tomado de uma coragem surpreendente, tanto que Deus o honrou dando lhe uma
graça sobrenatural. O rei pensava que o profeta se calaria, mas, Jeremias foi
tomado por uma resiliência firmada em seu Deus.
Essa
geração precisa de homens e mulheres de Deus, que não se rendam aos ditames
mundanos e imoral desse século. Infelizmente, não poderemos contar com muitos
profetas como Jeremias. Faltam-nos ferramentas divinas como José no Egito, Noé
em sua geração apodrecida, Jó e em meio as calamidades. É triste ver que em
nossos dias os valores e conceitos cristãos, e divinos, tem sido desprezado por
muitos. O crescimento doentio de pregadores, profetas, mestres e doutores, que na
verdade não passam de charlatões da fé, são protótipos laboratoriais do
inimigo, desviado o povo da santa lei de Deus, vem descaracterizando o
evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que é o evangelho da “transformação”
do velho homem, para uma nova criatura. Lamentável condição de muitos em nossos
dias.
Precisamos de homens e mulheres que tenham atitude, pois a mesma é o critério para o sucesso e progresso de um ministério profético e santo. Ficar do lado de Deus foi uma atitude sustentável do profeta em todo o percurso do seu ministério. Se queremos ter a aprovação dos céus em nossas vidas, e em tudo o que fizermos, precisamos ter a atitude de ficar do lado da verdade. Jesus Cristo é a verdade, nele não há mentira.
Precisamos de homens e mulheres que tenham atitude, pois a mesma é o critério para o sucesso e progresso de um ministério profético e santo. Ficar do lado de Deus foi uma atitude sustentável do profeta em todo o percurso do seu ministério. Se queremos ter a aprovação dos céus em nossas vidas, e em tudo o que fizermos, precisamos ter a atitude de ficar do lado da verdade. Jesus Cristo é a verdade, nele não há mentira.
Ao estudar
esse assunto me peguei pensando: estamos vivendo dias iguais ao do profeta
Jeremias. Já não podemos falar o que Deus quer transmitir ao seu povo, já não
temos mais ouvintes da verdade, ninguém quer ouvir Deus. Queremos ouvir os ruídos
dos ratos de laboratório, cheios de toxina infernais, homens corruptores da
verdade, amantes das flores e das glórias terrenas, famintos por desvios
doutrinários, mendigos espirituais, barris cheios de pólvora da apostasia, da
idolatria e de toda sorte de engano. Falta-nos homens que queiram sair de dentro
dessa bolha de perversão espiritual, que infelizmente estamos vivenciando em
nossos dias. Homens que vivam para Deus, e que não apenas gritem aos quatro
ventos: sou profeta, pregador, preletor,
doutor, mestre, apóstolo, bispo, semideus ou o que queiram mais.
Ser
chamado por Deus é muito mais que títulos ou posição. Ser chamado por Deus é ser seu profeta na Terra.
É ser sua voz aos ouvidos dos homens. É apregoar o ano aceitável do Senhor. É
mostrar que o juízo de Deus cairá sobre os maus e sobre todos que desprezam a
sua lei. O fato é, precisamos de profetas de Deus em nossos dias. Sabemos que o
ministério do profeta Jeremias não foi fácil, mais mesmo assim, ele prosseguiu
em cumprir aquilo que lhe fora proposto.
A missão
não seria fácil, mas em nenhum momento Deus deixou o seu servo sozinho a graça
do Senhor foi o sustentáculo do seu servo. Deus nunca vai deixar de guiar, proteger
e sustentar os seus enviados. Para isso é necessário ter convicção da chamada, o
que nos torna numa fortaleza segura em tempos de grandes batalhas. Jeremias
possuía essa convicção dentro de sua alma. Que Deus nos ajude a estar firme na
rocha que é Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador, no dia em que nosso
ministério for provado.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
07
A coragem de um profeta levantado por Deus
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
A lição a
ser ministrada hoje fala que o profeta Jeremias amava ao Senhor de Israel. Para
ele, Deus era a realidade suprema. Jeremias imputa a Deus, a quem servia, as
mais altas honrarias (Jr 32.17, 25).
Coragem
para decidir qual lado ficar
Estudando
o livro de Jeremias, percebemos que ele tinha convicção do seu chamado (Jr
1.4). Um fogo ardia dentro dele, misturado com entusiasmo e desejo de querer
fazer a vontade de Deus até o fim (Jr 20.9). Deus chamou o profeta Jeremias e
lhe orientou a escrever um livro sobre todas as palavras que o Senhor havia
dito sobre Israel, Judá e todas as nações (Jr 36.2). Como estava proibido de ir
ao templo (Jr 36.5), ordenou ao seu escrivão que fosse e lesse os escritos em
voz alta, de modo que eles escutassem tudo o que o Senhor Deus havia dito (Jr
36.8). Estas palavras chegaram ao conhecimento do rei Jeoaquim. A Bíblia relata
que era tempo de friagem e o rei estava no seu palácio de inverno, sentado
perto do fogo. Depois de ouvir a leitura de três ou quatro folhas, o rei ficou
muito irritado, pegou um canivete, cortou o rolo em pedaços e jogou no fogo (Jr
36.23). Que triste para um povo ter um rei insano. Nem o rei e nenhum de seus
servos que ouviram todas aquelas coisas ficaram com medo ou mostraram qualquer
sinal de arrependimento (Jr 36.24).
Deus pune seu
povo dando-lhes maus líderes. Entretanto, o meio que Ele usa para compensá-los
é dando-lhes bons líderes (Jr 30.21-22). O profeta Jeremias, sob orientação
divina, escreveu num rolo uma carta combatendo os moradores de Judá. Essa
mensagem também os alertava de que sua capital, Jerusalém, seria devastada, a
menos que transformassem suas atitudes. O rei Jeoaquim não foi o único a tentar
queimar a Palavra de Deus. No período que Israel ficou sob domínio da dinastia
selêucida, o rei Antíoco Epifânio queria difundir a cultura helenística em todo
seu domínio. Para isso, ele tentou impor a cultura e religião gregas aos
judeus, saqueando o templo do Senhor em Jerusalém, tentando destruir todos os
rolos da Lei. Outro governante que tentou apagar as Escrituras foi o imperador
Diocleciano. O que Jeoaquim, Antíoco e Diocleciano tinham em comum? O mesmo
desejo de eliminar a Palavra de Deus. Apesar disso, a Bíblia sobreviveu a todas
as tentativas de destruí-la, por que a Palavra de Deus é eterna!
Em vez de
obedecer à voz de Deus, o rei ordenou que prendessem Jeremias e o seu escriba.
Mas o Senhor já os tinha escondido (Jr 36.26). Esconderijo é o lugar onde
alguém ou algo se esconde. Uma espécie de abrigo, um refúgio. Em algumas
situações, a fuga é a melhor decisão a ser tomada. José fugiu da mulher de
Potifar (Gn 39.7, 12). O anjo do Senhor aconselhou a José e Maria a fugirem com
o menino para o Egito (Mt 2.13). Elias fugiu para o deserto (1Rs 19.3-4). No
momento de perseguição, necessitamos ir ao ambiente da intimidade, o
esconderijo de Deus. É para lá que o Soberano quer nos conduzir para palestrar
conosco.
Assim como
Adão e Eva, muitos de nós escolhemos nos esconder de Deus (Gn 3.8). O livro de
Jonas nos narra em duas ocasiões que Jonas “fugiu de Deus”. E, porque fugiu de
Deus, encarou tempestade, desesperança e obscuridade. Ele teve a certeza que
fugir de Deus é uma péssima escolha. O pecado penetrou na humanidade e gerou
esta separação com o Criador. A partir desta fissura do pecado, os homens começaram
a trilhar o caminho da rebeldia.
Resiliência
é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas vencer
obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. A resiliência
demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão. Depois que o rei
queimou o rolo, Jeremias se saiu bem sob pressão. Ele pegou outro rolo e
escreveu tudo o que estava escrito naquele que o rei havia queimado e mandou
pronunciar o seguinte: “Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que escreveste
nele anunciando: Certamente virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra, e
fará cessar nela homens e animais?” (Jr 36.29). O rei pensava que, queimando o
rolo, fosse calar a Palavra de Deus. O que ele não sabia é que o profeta
Jeremias não se calaria diante das adversidades.
José é outro
grande exemplo de resiliência. A partir do momento que foi comercializado como
escravo, até virar governador do Egito, José ficou encarcerado aproximadamente
por 17 anos. Sendo 15 anos como escravo de Potifar e 2 anos na prisão. Depois
de tudo isso ele venceu os obstáculos e se saiu vencedor. Um outro exemplo de
resiliência é Rute, que teve três pessoas falecidas na sua família: seu sogro,
seu cunhado e seu marido. Residiu com sua sogra, arrecadando sobras de trigo
nos campos de Boas. Mas, mesmo assim, não desistiu e nem se lamentou daquela
circunstância.
A
importância da cooperação
Deus e o
povo eram como noivo e noiva, como marido e esposa (Jr 2.2). Mas a aliança
entre os dois havia falhado e eles se separaram (Jr 3.8) A esposa (povo) largou
o marido (Deus) e foi atrás de outros amantes (deuses) (Jr 2.25; 4.30) e
adulterou (Jr 2.20; 3.20; 5.7). Por isso, Deus, o marido, não queria, mais
saber da esposa (Jr 2.22; 5.7). A atitude é o critério para o sucesso. Quando
procuramos nas Escrituras Sagradas alguém que se encaixe neste perfil, nossos
olhos sobrevêm sobre a vida do profeta Jeremias. Mesmo com o casamento rompido
entre Deus e o povo, Jeremias decide ficar do melhor lado: o lado de Deus.
Poderíamos citar muitos outros, no entanto, enxergamos na vida desse homem um
exemplo de quem tomou a atitude correta em se tornar um profeta é extremamente
mais do que pregar sobre as coisas que sobrevirão. Profetizar é ver o Senhor convocando
seu povo de volta para Si (1Pe 2.9).
Alguns
exemplos de pessoas que demonstraram atitude diante do Senhor: Paulo, em servir
ao Senhor após ouvir Sua doce voz (At 9.18); a mulher do fluxo de sangue (Mc
5.25, 34); Pedro, ao sair do barco para ir ter com o Mestre (Mt 14.29); Jacó,
quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares”. (Gn 32.26).
Deus
sempre coloca pessoas em nossos caminhos para nos ajudar. Com Jeremias não foi
diferente. O Senhor havia dado ordem a Jeremias “para arrancar, despedaçar,
arruinar e destruir”, mas também “para edificar e plantar” (Jr 1.10). Mesmo
estando encarcerado (Jr 36.5), ele não poderia se calar. Por isso, pede que seu
escriba, Baruque, leia a mensagem de Deus ao povo, a fim de encorajá-lo a
abandonar os seus pecados (Jr 36.6). Baruque sem dúvida, estava a par dos
riscos envolvidos nessa missão. Mesmo assim, ele se dispôs a escrever todas as
palavras do Senhor pronunciadas por Jeremias e a lê-las na casa do Senhor para
todo o povo (Jr 36.5-8).
Aprendemos
muitas coisas essenciais no comportamento do escriba Baruque. Um importante
ensino é o seu ânimo de realizar a obra do Senhor, não importando as
implicações. Ele colocou suas habilidades ao serviço do profeta Jeremias.
Muitos Cristãos mostram o mesmo espírito voluntário nos dias de hoje, isto é,
colocam suas aptidões a serviço do Senhor.
Ainda que
seja mencionado em apenas quatro capítulos em toda a Bíblia, Baruque é bem
conhecido doa amantes da Escrituras Sagradas como secretário, escriba,
porta-voz, companheiro e amigo de Jeremias. Notamos que depois de ter escrito o
livro, Baruque teve um conflito e desabafou: “Ai de mim agora, porque me acrescentou
o Senhor tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho
descanso”. (Jr 45.3). No caso de Baruque, este conflito o levou à oração e a
oração ao desabafo. O desabafo era o ralo por onde fluíam suas lágrimas. O
Senhor Deus estava atento à aflição de Baruque e prometeu preservá-lo (Jr
54.5).
Muitos
historiadores creem que Baruque pertencia a uma distinta família de escribas,
em Judá. Ele era filho de Nerias, irmão de Seraías, amigo e secretários do
profeta Jeremias (Jr 36.4). Era homem erudito, de nobre família (Jr 51.59),
tendo servido fielmente ao profeta. Foi Baruque também que leu o livro duas
vezes, primeiro, para o povo aglomerado no templo em dia de jejum, e, depois,
para um distinto grupo de líderes em lugar particular. As Escrituras mencionam
também Seraías, seu irmão, era um dignitário na corte do rei Zedequias (Jr
36.32; 51.59).
Cumprindo
a missão em tempos difíceis
Em nenhum
momento, Deus deixou o profeta Jeremias iludido. Quando chamou o profeta para
anunciar a Sua Palavra, declarou que o mesmo sofreria oposição e perseguição,
mas não temesse: “...porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar” (Jr
1.17-19). Um aspecto muito importante no cumprimento da missão dada por Deus é
ter convicção quanto ao chamado divino. Muito contribui para resistir diante
das oposições, rejeições e aparentes fracassos. Vide o exemplo de Amós: “Eu não
era profeta...mas o Senhor me tirou...e me disse...” (Am 7.14-15). O profeta
Amós sabia que tinha sido comissionado por Deus.
Hoje, todo o
discípulo de Jesus Cristo tem um chamado (Mt 28.19-20). É importante
compreender que a convicção de que o Eterno Deus nos chamou faz a diferença.
Somente devem ser contados como verdadeiros cristãos aqueles que vivem em
obediência prática à Palavra e se esforçam por cumprir os mandamentos que Ele
ordenou. Vale a pena ressaltar que discípulo não é alguém que já aprendeu, mas,
sim, alguém que está aprendendo sempre. Os dias de escola do cristão nunca se
acabam.
A certeza
de que a Palavra de Deus é a verdade, sustentou Jeremias, mesmo quando estava
preso, ou enfrentando os falsos profetas, ou sendo conduzido ao Egito contra a
sua vontade (Jr 43.5, 8). Ele não se calou! O apóstolo Paulo assim escreveu:
“Cri, por isso falei” (2Co 4.13).
Este aspecto é
tão relevante que a primeira tentação procurou semear dúvida quanto ao que o
Eterno Deus havia falado (Gn 3.1), e a última exortação bíblica é quanto a
nossa relação com a Palavra de Deus (Ap 22.18-19). Em todo o seu livro o
profeta Jeremias deixa transparecer que a mensagem profética é produto da
comunhão espiritual íntima que ele tem com Deus (Jr 2.1). As palavras divinas
saem da boca do profeta e a personalidade do pregador santificado nada faz para
invalidar ou depreciar a natureza divina fundamental do pronunciamento.
O profeta
Jeremias é um exemplo de perseverança. O povo não atendeu ao chamado de Deus,
os líderes o rejeitaram, o rei destruiu o rolo contendo os escritos da Palavra
de Deus e, no final, ainda foi levado ao Egito pelos rebeldes judeus. Todavia,
ele não se calou. Continuou profetizando. Foi perseverante. No Novo Testamento,
os discípulos de Jesus Cristo “foram dispersos pelas terras da Judéia e de
Samaria”, mas, por onde andaram, mesmo espalhados, “iam por toda a parte
anunciando a palavra” (At 8.1, 4). É preciso perseverança no cumprimento da
missão.
A dispersão
dos cristãos levou ao mais significativo avanço na missão da Igreja (At 8.1).
Pode-se até dizer que ficou sendo necessária a perseguição para levar cristãos
a cumprir o mandamento implícito em Atos 1.8. Na medida em que os cristãos
avançavam para novas áreas (At 8.4), descobriram que havia uma resposta
imediata ao Evangelho, conforme exemplifica a resposta dada pelo povo de
Samaria à pregação de Felipe (At 8.5-13).
Conclusão
O profeta
Jeremias foi grandemente usado por Deus num momento crucial da história de
Israel. Deus ainda hoje quer usar a mim e a você. Precisamos ter a mesma
atitude do profeta Jeremias, isto é, escolher ficar ao lado de Deus,
abandonando os prazeres do mundo.
Neste trimestre,
estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições
que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente
oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu
povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força
necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas
melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o
ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas
palavras e ações, participe neste domingo, 14 de Maio de 2017, da Escola
Bíblica Dominical.
Nenhum comentário:
Postar um comentário