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quinta-feira, 29 de junho de 2017

EBD - A tarefa de testemunhar Cristo



Lição 01 A tarefa de testemunhar Cristo.
02 de julho de 2017

Texto Áureo
Atos 1.8
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

Verdade Aplicada
A Palavra de Deus jamais volta vazia. Evangelizar é testemunhar acerca de Cristo, anunciando o plano divino de salvação.


Textos de Referência
Marcos 16.15-19

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.




O Desafio da Evangelização
Pb. Bene Wanderley

Início de trimestre, e minha expectativa já estava muito elevada. E ao abrir a minha revista para o primeiro ciclo de estudos, já de cara, fiquei animado e empolgado. O assunto é desafiador, e encorajador também. Em um mundo cheio de controvérsias em todos os seguimentos (em especial no meio cristão), o novo trimestre vem com força total para nos dar um ânimo novo. A grande comissão dada por Cristo Jesus para os seus discípulos, está registrada nos evangelhos com grande veemência, mesmo que os crentes hodiernos, tenham desenvolvido um descaso gritante com a obra de evangelização pelo mundo.

É necessário um forte mover no sentido de despertar os crentes dessa era para a tarefa de testemunhar sobre Cristo Jesus. Infelizmente, não temos visto por grande parte dos líderes religiosos, a ênfase no sentido de acordar o povo de Deus para o resgate de almas. Muitas igrejas têm ignorado o urgir da obra evangelizadora. As grandes organizações eclesiásticas de nossa confederação brasileira, estão mergulhados em uma profunda corrupção espiritual. Os casos berrantes envoltos em toda sorte de pecado, imoralidade, promiscuidade, iniquidade e perversão, seja teológica ou moral, tem devastado o amago da cristandade, e muitos locais de culto, se tornaram muitas​ dessas se tornaram covil de ladrões. Com isso, deixamos de pensar no próximo. Os valores investidos são cada vez mais altos, porém, as prioridades estão invertidas. Fato é, que precisamos nos levantar do comodismo e lançarmos as redes ao mar.

O meu desejo é que essa primeira lição seja um gancho espiritual em nossas vidas, e que nos venha arrancar deste buraco religioso que estamos, ancorados pelo ego. As últimas palavras de Jesus logo após sua ressurreição foi que receberíamos “poder do alto” para sermos suas fiéis testemunhas, “até aos confins dá terra" (Atos 1.8). A essência do evangelismo é o amor de Deus por todos os pecadores. E por isso, Ele nos deu uma ordem irrevogável: “Ide a todo mundo”.

O evangelismo tem sua particularidade que o diferencia de outras atividades cristãs. E o ponto culminante dessa preciosa tarefa é o prazer de salvar vidas; pois casa alma que habita nosso planeta, é alvo de Satanás, que as quer destruir. Este é o objeto primaz do inimigo, é destruir os homens, feitos a imagem e semelhança de Deus. Por esse motivo a tarefa de testemunhar do Amor de Jesus Cristo aos perdidos, é a obra mais importante entre as atividades eclesiásticas. Dentro dessa visão podemos ser chamados de “os salva–vidas”, “os resgatadores de almas”, “os combatentes do reino da luz”, “os vicários da verdade”, entre outros. Essa tarefa deve nos comover a ponto de nos causar êxtase. Testemunhar de Cristo Jesus é uma experiência sem par. Jesus em suas Santas Palavras nos deu a ordem de ir por todo mundo pregando o Evangelho do Reino. Então nossa tarefa é de grande alcance, abrange o mundo inteiro. Seguir os passos de Jesus, é ir além dos nossos limites, é transpor montanhas, mares, desertos, rios e vales, afim de buscar os perdidos para Cristo.

As pessoas precisam saber mais sobre Cristo, sobre sua vinda a este mundo, seu ministério terreno, seu grande amor pelos perdidos e de seu sacrifício em favor dos homens. Muitas pessoas perguntam: porque evangelizar? A resposta é simples. Porque é uma ordenança divina, vinda diretamente do próprio Deus, através de seu filho Jesus Cristo. Marcos 16.15 e Romanos 1.16 são textos claros sobre nossa tarefa.


A simplicidade do Evangelho

Noé é o mais peculiar dos pregadores, e seu ministério tramita no limiar do completo fracasso e do sucesso absoluto. Ele pregou em um período de desmoralização social e degradação espiritual tão intensas, que Deus decidiu destruir a humanidade. Entretanto, uma chance de arrependimento seria dada ao homem, e Noé foi escolhido como portador de uma mensagem de salvação. Durante 120 anos, enquanto trabalhava em sua famosa ARCA, ele anunciava para toda gente, a destruição eminente. E apontava sua construção como o único meio de sobrevivência. Numa análise superficial, poderíamos dizer que Noé foi o pior pregador da história. Seu “ministério” durou mais de um século, ele só disponha de um único sermão, e ninguém acreditou em sua pregação. Entretanto, quando Deus fechou a ARCA por fora, toda a FAMÍLIA de Noé estava dentro dela. Nenhum vizinho se salvou, nenhum compatriota creu, nenhum amigo lhe deu crédito. Mas, Noé salvou toda a sua família, e pela obediência de apenas oito pessoas, a humanidade não se extinguiu por completo (Gênesis 6, 7 e 8). Se almas são salvas através de um sermão, então, ele se prova eficaz.

Vivemos em um tempo de mensagens rebuscadas. O “mercado pregadologico” está abarrotado de pregadores, seminaristas e itinerantes. Com tamanha concorrência, faz-se necessária a busca por um diferencial. Com isso, nossos ouvidos são bombardeados com mensagens rebuscadas, exegéticas mirabolantes e apuradas técnicas de comunicação. O lado positivo de tudo isto, é que cada vez mais, os ministros estão se dedicando ao estudo teológico, buscando se aprimorar no texto sagrado e compreender com maior profundidade o contexto bíblico. Por outro lado, o evangelho moderno, deixou de lado a simplicidade, e com isso, seu impacto sobre as almas, tem se limitado cada vez mais aos templos. Pregamos para nós mesmos, e nós esquecemos das pessoas que precisam ouvir uma mensagem direta, simplificada, e que não gera “mistério” e um turbilhão de línguas estranhas.

Longe de mim criticar sermões elaborados, requintados e polidos. Também sou um exegeta por vocação, e me regozijo cada vez que as entrelinhas de um texto são transformadas em um esboço de rara iluminação. Mas, percebo que a grande maioria dos pregadores, buscando massagear o próprio ego, ou o ego de seus ouvintes, tem exagerado na retórica. Fazem uso de uma verborragia recheada de jargões e frases de efeito, que embora façam a congregação ser envolvida pelo “manto”, pouco produz no coração daqueles que não participam do dia-a-dia da cristandade. Nestes casos, um simples “JESUS TE AMA”, é uma mensagem muito mais impactante, do que um sermão composto por 500.000 palavras.

Esta é a beleza do evangelho. Ele é simples de entender. Em seu tempo, Noé apenas apontava para sua Arca, e a apresentava como o único meio para se salvar de uma catástrofe eminente. Todos os que acreditaram nesta pregação (ou seja, os sete membros de sua família), se salvaram das águas do diluvio. Todas as almas que pereceram, não puderam alegar “ignorância” ou “falta de entendimento” da mensagem. Ela era simples e sem margens interpretativas. Entrava-se na arca ou não.

Hoje, precisamos apontar para Jesus Cristo, e dizer ao mundo que Ele é a único meio existente para a salvação eterna, antes que o mundo seja inundado mais uma vez, só que agora, pelo fogo da justiça divina. E caso as pessoas não entendam esta mensagem, ou tenham campo para divagar sobre ela, então, estamos falhando miseravelmente. As pessoas não podem ter dúvidas sobre quem é Jesus e o porquê devem aceita-lo como Salvador. E os tópicos desta mensagem são teologicamente simples e exegeticamente sucintos. Jesus é o Filho Deus. Jesus nos ama. Jesus morreu por todos nós. O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. Jesus ressuscitou e nos assegurou a vida eterna. Somos salvos pela fé no Filho de Deus. Jesus cura. Jesus perdoa. Jesus liberta. Jesus transforma.  Jesus em breve voltará.


Material Didático

Revista Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo, Missões e Discipulado – Lição 1
A tarefa de testemunha de Cristo
Comentarista: Bp. Oídes José do Carmo

Introdução

As últimas palavras de Jesus, após a ressurreição e antes da ascensão, enfatizam a responsabilidade de Seus discípulos na continuação de Sua obra, isto é, alcançando todos os povos “até os confins da terra” (At 1.8; Mt 28.18-20).

1. O evangelismo e sua essência.

A tarefa de evangelizar se baseia no plano de Deus em alcançar toda a humanidade e na ordem de Jesus Cristo. Assim, nossa motivação deve ser a glória de Deus, por ser o Criador e Senhor de todas as coisas. E também por ser uma questão de obediência (Mt 28.18-20). O ide de Jesus é para todos, indistintamente (At 1,8).

1.1.         A vital importância do evangelismo.

Não existe algo mais gratificante para ser um humano do que participar na recuperação ou transformação de alguém. Como servos de Deus, existe um gozo inexplicável em conduzir uma alma aos pés de Cristo. Essa é uma experiência sem par. Além de ser uma grande honra, a tarefa de evangelizar é para o salvo como uma respiração. Foi para isso que Cristo nos nomeou (Jo 15.16). A tarefa de ganhar almas não se aplica somente aos pastores, mas a todos. Enquanto muitos cristãos deleitam-se nos cultos comodamente, a seara cresce e o ide aos perdidos não é concluído (Mc 16.15; Jo 4.35).

O mundo vive uma intensa batalha no mundo espiritual. A intenção do inimigo é sempre lançar a incredulidade e cegueira para que os perdidos não alcancem a salvação (2Co 4.3; 10.4). O Evangelho é luz para esse mundo de trevas, é a chave que liberta o oprimido das garras de Satanás. Se não pregarmos, eles não poderão ser salvos. Por isso, a vital importância de evangelizarmos (Rm 10.14).

1.2.         O alcance do evangelismo.

A igreja não está limitada ao espaço físico do templo. Por esse motivo, o evangelismo é indispensável (At 5,42; 8.4). A pregação, num culto público, nem sempre alcança a necessidade de todos os ouvintes. Cada pessoa no culto possui problemas espirituais diferentes. O evangelismo pessoal proporciona oportunidade para a pessoa evangelizada abrir seu coração, expor suas dúvidas e ser esclarecida acerca de Cristo e do plano da salvação. A ordem é ir até as pessoas e lhes anunciar a salvação (Rm 10.14). A Igreja Primitiva cresceu porque seus membros compreendiam a necessidade de testemunhar acerca de Cristo (At 2.44-47). A Bíblia diz que é sábio o que ganha almas (Pv 11.30).

O evangelismo promove o crescimento da Igreja. A semeadura da Palavra de Deus é importante e necessária, não somente para o crescimento da Igreja, mas também para nos trazer experiências e nos mostrar como a Palavra de Deus é poderosa quando anunciamos com amor e na virtude do Espírito Santo (At 4.4; 5.14). A evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada cristão pode e deve ser um ganhador de almas.

1.3.         Evangelizar é falar do sacrifício de Cristo.

A vontade de Deus é que nenhum homem se perca. Mas que venha ao conhecimento da verdade (2Pe 3.9). Deus mostrou Seu amor para com a humanidade enviando a Jesus Cristo para salvá-la. É preciso que toda a humanidade conheça o motivo da vinda de Jesus Cristo e o significado de Sua morte, ressurreição e ascensão (Jo 3.16; Lc 19.10). É por esse motivo que devemos anunciar a todos os povos, línguas e nações que Jesus Cristo não somente morreu por nossos pecados, mas nos deu a oportunidade de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1,12). Jesus Cristo foi o evangelista por excelência. Ele tinha plena consciência sobre a necessidade de esclarecer as multidões acerca do Reino de Deus e da salvação. Como discípulos de Jesus, precisamos ser movidos por esse mesmo sentimento (Mt 10.25; Jo 13.15).

A morte e a ressurreição de Jesus Cristo são o documento legal que promove a liberdade de todos os cativos do mundo. A carta de acusação que era contra nós foi cravada na cruz e, em Jesus Cristo, nenhuma condenação há para aqueles que nEle creem (Rm 8.1; Cl 2.14). O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo deve estar envolvido nesse mesmo propósito, que é salvar os perdidos através da pregação da Palavra de Deus. Envolver-se com a evangelização é dar continuidade ao que Cristo começou. Devemos ser responsáveis porque um dia iremos ter que dar conta de nossa mordomia (1Pe 2.21).

2.          Por que devemos evangelizar?

Jesus deu uma ordenança para os Seus discípulos: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). O Evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1,16).

2.1.         Porque é uma ordenança.

Jesus voltará e entre a ordem e Sua vinda o tempo é curto. Outro fato que devemos atentar é que Jesus ao enviar Seus primeiros discípulos deixou bem claro essa necessidade: “Quem crê nele não é condenado: mas quem não crê já está condenado” (Jo 3.18; 1Jo 5.12). O destino do pecador sem Jesus é simplesmente a perdição e o inferno. Ele também expôs o motivo de Sua vinda: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Por fim, a notificação acerca da salvação da humanidade é incumbência nossa. O discípulo de Jesus Cristo deve atuar por obediência e ser dominado pelo amor que Cristo tem por nós.

Não devemos agir somente porque recebemos uma ordenança, mas, sim, porque, ao nos tornarmos salvos, o amor de Cristo se apossou da nossa vida e, como gratidão, é nosso dever avisar aqueles que ainda vivem num mundo de trevas (Mt 5.14; Jo 8.12). O grande amor demonstrado por Cristo no Calvário deve nos constranger e impactar (2Co 5.14).

2.2.         Porque a morte não espera.

Não podemos precisar o tempo estimado de vida de cada pessoa. As oportunidades de salvação podem ser únicas. Vivemos em um mundo conturbado, violento e cego (2Co 4.4). Cada ser humano nasceu com um tempo de vida determinado pelo Pai e não sabemos quando a morte chegará. Para uns, ela é repentina. Para outros, ela demora um pouco mais. Porém, mais cedo ou mais tarde, ela virá. E a pergunta é: quando ela vier, como será? Tal pessoa estará preparada? Ela foi avisada que após a morte segue-se o juízo divino? (Hb 9.27). E a quem ficou encarregada a missão de avisar? (Ez 33.6-9). 

A nossa missão como servos e filhos de Deus é tornar conhecido o plano divino de salvação e avisar aos perdidos sobre o grande dia da vinda do Senhor. Nós temos a palavra de salvação, somos a luz que deve resplandecer em meio às trevas (Fp 2.15).

2.3.         Porque a vinda do Senhor se aproxima.

O arrebatamento da Igreja será a qualquer momento (1Ts 4,16-17). Estamos vivendo os últimos momentos da Igreja e o tempo não é favorável para aqueles que ainda não foram avisados. Deus nos confiou a palavra de liberdade e de boas novas. Ele não convocou os anjos para essa tarefa. Precisamos acordar e agir o quanto antes. Paulo foi enfático acerca de nossa responsabilidade: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16).

Devemos ser bastante gratos a Deus por causa da liberdade religiosa que há em nosso país. Existem muitos países em que a pregação da mensagem do Evangelho é extremamente proibida. Lugares onde aqueles que declaram ser cristãos e pregam a Palavra de Deus correm o risco de serem presos, torturados e até assassinados. É importante ressaltar que a Bíblia é o livro mais importante para o cristão (Sl 119.105). Ao mesmo tempo é um item muito difícil de ser encontrado, se você é um cristão secreto e vive em lugares onde a Bíblia é um livro proibido. Na Ásia Central, na maioria dos países, o governo proíbe a importação e a impressão de Bíblias e livros cristãos. Muitos cristãos secretos ainda não têm acesso a bíblia, e outros recebem partes da Palavra de Deus, como os evangelhos e outros livros. As condições ainda são favoráveis para nós no Brasil e nossa missão é anunciar a tempo e fora do tempo (2Tm 4.2). Nosso Senhor Jesus Cristo está às portas e os sinais de Sua vinda são muito claros. Precisamos urgentemente ir ao pecador, falar da salvação; dizer-lhe que ainda há esperança; que Jesus Cristo deu a vida por ele, que Ele quer libertá-lo dos seus pecados, que o ama e pode dar-lhe uma nova vida (Jo 3.16).

3.          O perfil de um bom evangelizador.

Devemos ter em mente que, para alcançar os perdidos, precisamos ter profunda compaixão pelas almas, para transpormos as barreiras entre os seres humanos (Jo 4,9).

3.1.         Aquele que não tem preconceito.

Devemos lembrar quem éramos e o que aconteceu conosco após Cristo entrar em nossas vidas. Havia uma barreira imensa entre nós e Deus, Cristo foi o responsável por estarmos hoje de posse de tão grande salvação. Foi preciso que Jesus fizesse a nossa reconciliação com o Pai. Portanto, não existe mérito algum de nossa parte pelo que somos (Ef 2.8-13). Existem pessoas que jamais entrarão em um templo. Como ouvirão se não formos até elas? (Rm 10.14). Evangelizar é deixar de lado as diferenças, é envolver-se socialmente e confiar que o Deus que envia também está conosco para nos ajudar (Mc 16.15; Mt 28.20).

Os preconceitos são a causa de grandes males na sociedade em que vivemos. Eles sempre nos impedem de ver o que há de melhor nas pessoas e em nós mesmos. Jesus veio a esse mundo para desfazer todas as barreiras que separam o homem de Deus (Ef 2.13-14), No diálogo entre Jesus e a mulher samaritana, a barreira do preconceito foi lançada fora (Jo 4.9). Não podemo0s permitir que tais sentimentos nos impeçam de anunciar a maravilhosa e inerrante Palavra de Deus (2Tm 3.16).  

3.2.         Aquele que conhece bem a Palavra de Deus.

“E correndo Felipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar?” (At 8.30-31). O diálogo entre Felipe e o eunuco mostra perfeitamente como muitas pessoas necessitam ser esclarecidas acerca da salvação. Por isso, é de suma importância que aquele que se dispõe a falar de Cristo conheça o manual que registra a salvação em Cristo Jesus (2Tm 2.15). Precisamos estar prontos para responder e esclarecer o ouvinte acerca de quem nos salvou (1Pe 3.15). Existem pessoas que conhecem muito a Bíblia, todavia, como esse eunuco, precisam de alguém que lhes explique como alcançar a salvação.

Não é somente para evangelizar que devemos conhecer a Bíblia. Nossa vida diária precisa de edificação. É preciso compreender que foi através da Palavra de Deus que conhecemos o amor e a ação de Deus por nós. Sem ela, ainda estaríamos por aí perdidos. Quando nosso coração está cheio de Deus, nossa boca fala somente do Reino de Deus (Mt 12.34). Para se ganhar almas é preciso ter conhecimento das Sagradas Escrituras (At 8.35). Principalmente, porque a fé vem pelo ouvir a Palavra, tanto para nós quanto para aqueles que nos ouvem (Rm 10.17). Muitos têm fome de conhecer a Palavra de Deus e é nossa tarefa primordial compartilhar das Sagradas Escrituras, sempre com sabedoria e discernimento do Espírito Santo.

3.3.         Aquele que tem profunda paixão pelos perdidos.

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (Jo 4.10). Ali, próximo ao poço, com o sol intenso do meio-dia e com fome, estava Jesus, rejeitando o almoço para saciar a fome de um uma alma perdida (Jo 4.34). Jesus sabia que aquela alma era preciosa, que possuía sérios problemas morais e espirituais. Mesmo assim, não se importou em ser mal interpretado, e nem permitiu que o preconceito entre judeus e samaritanos o impedisse. Jesus amava as almas e devemos também buscar esse mesmo sentimento (Fp 2.5).

A compaixão não é somente o ato de se importar com os problemas alheios. A compaixão nos leva ao encontro do necessitado e nos faz ajudá-lo. Em muitos milagres realizados por Jesus Cristo, o primeiro detalhe que a Palavra de Deus nos apresenta é o sentimento de compaixão que Ele sentiu (Mt 14.14; 20.34; Lc 7.13).

Conclusão

A obra de Deus é feita com seriedade, preparo e amor, Falar de Cristo requer alguns cuidados essenciais, principalmente uma vida prática. Somos testemunhas ambulantes da obra de Cristo. Se nosso testemunho for diferente de nossas ações, teremos sérios problemas diante das pessoas (Fp 2.15).


Neste trimestre, estudaremos sobre a missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20). Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais. Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 02 Julho de 2017 da Escola Bíblica Dominical.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

EBD - Deus estabelecerá governo justo e eterno


Texto Áureo
Jeremias 33.17
Porque assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da casa de Israel.

Verdade Aplicada
Sempre há esperança para aqueles que confiam e se submetem ao Senhor.

Textos de Referência
Jeremias 23.5-8

Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: O Senhor, Justiça Nossa.
Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito, mas: Vive o Senhor, que fez subir e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.


O Deus de Israel

Ainda hoje, nos referirmos ao Senhor como o Deus de Israel, tamanho o vínculo que esta nação tem o Altíssimo. Estudar a história de Israel é mergulhar no âmbito teológico, e a teologia sempre nos levará ao contexto histórico israelita. Este é, sem dúvidas, um povo a qual Deus escolheu e separou para si. Uma nação “modelo” que deveria inspirar os reinos do mundo a uma vida de obediência, reverência e devoção ao Senhor. Obviamente, está posição de destaque, sempre despertou a fúria dos inimigos e a inveja de estrangeiros. Assim, a história de Israel, sempre foi pontuada por muitos conflitos, regada a sangue e escrita com sofrimento. Sua visibilidade entre os reinos da terra, e a postura nacionalista de seu povo, literalmente colocou um alvo em Israel. Os judeus despertaram um incômodo em povos vizinhos e se território passou a ser cobiçado por motivos geográficos, políticos e religiosos. Nos dias do profeta Jeremias, quando a Babilônia expatriou milhares de judeus, somado ao fato que a Assíria já havia promovido uma miscigenação de israelitas com outros povos cerca de 150 anos antes, teve início uma diáspora que se acentuou nos séculos vindouros. Os judeus foram autorizados a regressarem a seu território de origem no ano 538 AC, depois que a Babilônia já havia sido conquistada pela Pérsia. Mesmo assim, muitos deles não regressaram para a casa, resultando numa grande colônia judaica fora de Israel. Em 332 AC, Alexandre, rei da Macedônia conquistou e dominou a região da Palestina, mantendo os judeus em sujeição ao império Grego. Neste período, os judeus se viram as voltas com era de instabilidade política de seus dominadores, já que o reine de Alexandre foi dividido entre quatro governadores diferentes, que almejavam anexar Israel a seus domínios.

Em 168 AC., Antíoco Epifânio, confiando no panteão de deuses gregos, decretou o fim da religião judaica. Os judeus foram forçados a sacrificar aos deuses gregos. Para obrigá-los a seguir a religião grega, fez sacrifícios de animais impuros, particularmente porcos, no altar. Oficiais gregos foram mandados através do império para forçar rigidamente a nova religião. Qualquer resistência era punida com a morte. As sinagogas foram destruídas, os rolos dos livros sagrados foram profanados e o povo foi massacrado aos milhares. O Templo de Jerusalém foi re-dedicado ao deus grego ZEUS, e sua colocada dentro do templo. Foram necessários inúmeros conflitos sangrentos e revoltas populares, para que os judeus reimplantassem sua religião, e retomassem a soberania nacional.

Já em 63 AC, foi à vez de os romanos conquistarem a Macedônia e a Palestina, e mais uma vez, a nação se viu subjugada por estrangeiros. Após uma série de revoltas contra Roma, os judeus foram duramente suprimidos e expulsos de seu território pátrio, dispersando-se definitivamente pelo mundo.

Ocupando diferentes regiões pelo mundo, os judeus conviveram em pequenas comunidades. Mesmo não tendo território próprio, eram considerados uma nação, e procuravam conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, costumes e hábitos.  Na Europa medieval, ocuparam principalmente a região da Península Ibérica (Portugal e Espanha). Antes do ano 1000, tinham liberdade religiosa e influenciaram o desenvolvimento cultural e científico. No ano de 1095, começaram a ser perseguidos pelos cristãos, porque a Igreja Católica julgou os judeus como responsáveis pela morte de Jesus Cristo. A partir desse fato, a civilização judaica sofreu constantes ataques nas cidades europeias; enclausurando-se nos guetos, milhares de judeus foram vítimas da Santa Inquisição (Tribunal da Igreja Católica que julgava os hereges).

A partir da Idade Moderna, os judeus foram expulsos da Península Ibérica. A grande maioria das comunidades judaicas teve que se instalar em regiões protestantes (norte da Europa). Com grande ascensão econômica e intelectual, no século XIX, vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer dominá-los. Nesse contexto, começaram a surgir ideias de aversão e preconceito contra os judeus (o antissemitismo). Ainda no século XIX, surgiu entre a civilização judaica o desejo de retornar ao seu território de origem, a Palestina, e criar um Estado Judaico nesse território. Era o ‘Sionismo’, milhares de judeus retornaram, fugindo do antissemitismo europeu.

No século XX, a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da história, o chamado holocausto. Instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), seis milhões de judeus foram submetidos aos campos de concentração, sendo torturados e mortos. Após o término da guerra, o movimento sionista reivindicou a Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na Palestina. No ano de 1948, foi criado o Estado Judeu – contrariando os palestinos e árabes que viviam na região, milhares de judeus retornaram. A partir da criação do Estado de Israel, vários conflitos étnicos e guerras passaram a ser constantes na região conhecida como faixa de Gaza.

Mas, todo este passado de sofrimentos, e o presente de conflitos regionais e guerras cíclicas, conseguiu impedir a expansão de Israel como nação. Momentos históricos de flagelos impostos sobre os judeus, são também marcados por picos de crescimento. Seguindo o exemplo de um de seus mais notáveis antepassados, a nação pode dizer que “Deus a tem feito prosperar na terra de suas aflições” (Gn 41:16). E um futuro glorioso de plenitude está reservado para este povo, com o governo milenar de Jesus Cristo, onde Jerusalém será o centro do mundo.

Jeremias, em seu tempo, vaticinou sobre a glória de Israel, quando o Messias viria ao mundo, tendo Israel como porta de entrada. O que para aquela geração, era uma expectativa de futuro, para nós, já é uma realidade. Cristo nasceu em Belém, se criou em Nazaré, ministrou na Galileia. Morreu e ressuscitou em Jerusalém, nos dando a esperança da vida eterna. Como Deus havia prometido a Abraão, pai da nação israelita, em sua descendência, foram abençoadas as famílias da terra. (Gn 12:4).

A fúria do inimigo, as intempéries da vida e os reinos poderosos deste mundo, jamais poderão impedir que os planos de Deus se realizem. O tempo está nas mãos do Senhor, ele é o Ancião de Dias e o Pai da Eternidade. Seus propósitos para com Israel, não se perderam nas prateleiras do tempo, e nem sucumbiram a gerações perversas e reinados imersos em iniquidade. E o Deus de Israel, é o nosso Deus. Em Cristo, fomos também feitos pela fé, filhos de Abraão. O novo Israel: - Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, cujo propósito é proclamar as grandezas daquele que vos convocou das trevas para sua maravilhosa luz. (I Pe 2:9)


Uma missão eterna

O propósito santo de Deus será estabelecido em um tempo já proposto na eternidade. Desde a queda do homem, Satanás reinou com suas maldades, levando a humanidade a afastar de Deus. No livro de Jeremias temos um rascunho do projeto do Senhor, que é de no fim das eras, estabelecer seu governo justo e eterno. E neste fechamento de trimestre, vamos aprender que por mais difícil que fossem as condições vividas por Israel, Deus não abriria mão das promessas feitas aos “patriarcas” Abraão, Isaque e Jacó. E entre os pontos salientes desta lição, temos as similaridades entre Jeremias e Jesus, um tema que passa despercebido pela grande maioria, mesmo sendo de grande relevância teológica. A mensagem de Jeremias centraliza a justiça divina, e apregoa um reino celestial e um concerto eterno; que foram piamente revelados na vida de Cristo Jesus. 

Seu nascimento, morte e ressurreição, se enquadram com perfeição nas profecias de Jeremias. A missão do profeta Jeremias, embora fosse momentaneamente localizada, viria a ter alcance mundial nos tempos do exílio. A missão de Jesus Cristo, que inicialmente era voltada aos Judeus, após sua ascensão aos céus, alcançou o mundo e se estende pela eternidade.

Os sofrimentos de Jeremias são comparados ao do Senhor Jesus Cristo. Jeremias sofreu pela causa do Senhor Deus, trouxe em seu ministério as marcas profundas do desprezo de seus familiares, amigos e líderes religiosos de sua época, que rejeitavam suas mensagens, pois eram duras e ecoavam os juízos de Deus. Jesus Cristo também sofreu tais oposições, as perseguições foram acirradas. A tempo todo, os fariseus, os saduceus e outros líderes de movimentos religiosos, ficaram no encalço de Jesus, para acusá-lo de alguma coisa. Apesar de tantos contratempos, ambos se mantiveram fiéis ao chamado, ao ministério e a vocação.

Ao lermos sobre a vida de Jeremias e nos envolvermos com a vida de Jesus, temos nossa visão acerca do reino de Deus ampliada, e nos conscientizamos que as intempéries do caminho, não são suficientes para deter nossos passos. A Bíblia é o nosso manual de instruções para termos uma boa e longa caminhada rumo ao destino final.

O capítulo 23 de Jeremias é um dos grandes escritos do profeta. Neste texto temos grandes revelações acerca da chegada do Messias, o Deus entre nós, o redentor esperando e o renovo justo. Um dos pontos chaves está nos versos 1 ao 4, que diz:  
- A queixa de Deus aos pastores de Israel, que na verdade eram os líderes religiosos e os líderes políticos que fizeram toda a nação transgredir contra Deus. Esses líderes sofrerão a mais dura repreensão de Deus. 

Apesar da introdução dura e repreensiva, este é uma ode de esperança.  O Messias estava chegando para estabelecer a justiça eterna. Que Deus nos ajude a cada dia, sermos ainda mais apaixonados pela escritura, a conhecer e prosseguir conhecendo ao Senhor, e sendo fiéis a sua palavra. E meu último conselho neste trimestre, é: Leiam o Livro dos livros. A sua alma agradecerá.

Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 13
Deus estabelecerá governo justo e eterno
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta última lição do trimestre, vamos refletir que, mesmo em momentos de aparente caos e descontrole, o Senhor Deus tem uma mensagem de esperança para o Seu povo.

1. As similaridades entre Jeremias e Jesus.

As similaridades entre o profeta Jeremias e Jesus Cristo são muitas. A mensagem profética de Jeremias diz respeito a um “novo concerto com o Senhor” (Jr 31.31). Por conseguinte, no Novo Testamento, esse novo concerto foi estabelecido com a morte e ressurreição de Jesus (Lc 22.20). O Messias estabeleceu a nova aliança (Jr 31.31; Mt 26.28). 

1.1.         Suas Missões eram de alcances mundiais.

A Palavra de Deus nos informa que, assim como Jesus, a missão do profeta Jeremias não resumia a pregar somente para a sua nação (Jr 1.5). Assim como Jesus Cristo sofreu grande oposição na Sua missão, advertindo seus concidadãos que o juízo de Deus estava próximo (Mt 12.14), com o profeta Jeremias não foi diferente.

Jeremias foi nomeado profeta tanto para Judá quanto para as nações (Jr 1.5). Jesus pregou o Evangelho em Israel e mandou pregar a todas as nações (Mc 16.15). Quando Deus falou com Jeremias, sabia que ele contestaria, mas, mesmo assim, o escolheu e o enviou para as nações (Jr 1.5). Ele gritava contra o pecado de seus compatriotas e os recriminava com rigor por causa da idolatria (Jr 7.30-34; 44.23). Com Cristo não foi diferente. Quando Ele falava, discorria como quem tem autoridade, deixando autoridades religiosas, políticos e cidadãos de todo o tipo perplexos e, de alguma forma, profundamente impactados (Mt 7.29).

1.2.         Outras semelhanças entre Jeremias e Jesus.

Vejamos algumas semelhanças entre Jesus e Jeremias: ambos eram solteiros; Foram rejeitados na própria nação; sofreram com a rebeldia dos falsos profetas; choraram sobre a cidade de Jerusalém; Deus honrou a ambos. Que bom estudar sobre a vida do profeta Jeremias. Aprendemos muito com este homem e suas dores. Jeremias e Jesus eram familiarizados com o sofrimento. Entre todos os profetas, sem contar nosso Senhor Jesus Cristo, Jeremias foi o que mais sofreu, não houve dores iguais às suas (lm 1.12.13). Ao ponto de ficar conhecido universalmente como “o profeta das lágrimas”.

O profeta Jeremias passou por diversos sofrimentos: o desprezo do seu próprio povo (Jr 12.6); ferimentos e prisões (Jr 20.1-2); solidão (Jr 38.6); sofrimento dos líderes de Judá (Jr 18.18); perigo de morte constante (Jr 26.8). Semelhante, Jesus sofreu dores físicas e emocionais; preso (Mt 26.50); teve julgamento injusto (Mt 26.57); viu Pedro o negar três vezes (Mc 14.54, 72); foi condenado pelo Sinédrio (Mt 27.1); caminhou até o Gólgota (Mt 27.32, 34); sofreu flagelação e uma coroa de espinhos foi colocada em Sua cabeça (Lc 23,1, 25); foi crucificado (Mt 27.35).

1.3.         Jesus é o verbo de Deus.

Semelhante a Jeremias, Jesus também não foi bem aceito por Seu povo. Mesmo sendo Ele o “Verbo... e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). A própria Palavra de Deus personificada, a perfeita revelação de Deus. Como poderia algum homem mortal lutar contra a presença do seu criador? Mas o apóstolo João assegura que não foi bem assim: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Embora Ele ensinasse com autoridade e como boca de Deus expulsasse os demônios, confirmando sua autoridade profética (Mc 5.1-14), Cristo foi recusado pelos homens! Em várias circunstâncias, Jesus foi abandonado pelas multidões que escutaram Suas admoestações e puderam ver Seus amplos atos. Quando chegou o momento de decidir o que fazer com o filho de Deus, a população gritou e persistiu em Sua morte (Lc 23.28, 23).

A boca fala o que o coração está cheio (Lc 6.45). Como falar coisas boas, se nosso coração está cheio de odiosidade, rancor, fúria e desgostos? Como pensar coisas boas, se esse mesmo coração está transbordando de sentimentos venenosos? Quando permanecemos na presença de deus, o nosso coração é livre para adorar, as palavras que dizemos são boas e edificam a nossa vida. Precisamos cuidar do nosso interior para que o nosso coração esteja cheio de Deus e possamos ser boca de Deus na Terra.

2. O prenúncio do Messias.

Jeremias profetizou sobrea vinda de um líder, o Messias (Jr 23.5-6). O profeta o apresenta como um ramo da casa de Davi, o Rei que iria reinar com autoridade e justiça.

2.1. Cristo, o Renovo Justo.

No início do capítulo 23 do livro de Jeremias, Deus fala sobre “os pastores que apascentam o meu povo” (Jr 23.2), que agiram com maldade e não cuidaram, como deviam, do rebanho do Senhor (o povo de Israel). Porém, a história do povo de Deus não terminará em destruição e dispersão, pois “...Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo” (Jr 23.5). Virá um Pastor, Jesus Cristo (Jo 10), que agregará as ovelhas, fazendo-as voltar ao aprisco, e “frutificarão e se multiplicarão” e, assim, “haverá um rebanho e um pastor” (Jr 23.3; Jo 10.16).

Os pastores eram os líderes falsos do rebanho, que deixaram que ele dispersasse e no fim fosse destruído (Jr 2.8; 10.21; 23.1-4). Má liderança foi um dos fatores que causaram o exílio. Ovelhas pastando é uma imagem campestre muito comum nas Sagradas Escrituras. Deus, o supremo Pastor (Jo 10.11), mostrou com Sua morte até onde o amor divino estava disposto a ir para redimir a humanidade pecadora.

2.2. Cristo, nossa esperança.

Em um contexto de pecado, castigo, cativeiro e desolação, há promessa de restauração e renovação para o povo de Deus: renovo (Jr 23.5-6); restauração (Jr 30.17-22); e novo concerto (Jr 31.31-34). É como se o profeta Jeremias penetrasse no futuro, olhando, pela fé, as verdades que o Senhor estava lhe revelando. Em meio ao caos que se instalava em Jerusalém, Deus estava lhe apresentando o cumprimento das promessas acima citadas, na pessoa de Jesus Cristo: Ele é o Renovo! Ele restaura e é o mediador do novo concerto. Portanto, “há esperança, no derradeiro fim...” (Jr 31.17).

Na restauração, Deus enxugará dos olhos do Seu povo todas as lágrimas (Ap 7.17; 21.4). Israel agora disciplinado, seguirá as recomendações de Deus, cujo jugo é agradável quando carregado adequadamente (Mt 11.30). Como um pródigo que retorna, Israel veria o amor de Deus derramado sobre si em abundância (Lc 15.22-32).

2.3. Cristo, a certeza da restauração.

A palavra “renovo”, no hebraico, significa “um broto), “um ramo”, “aquilo que cresce”. Seria possível a restauração do povo de Deus (Israel)? Estava parecendo uma árvore arrancada. Porém, a infalível Palavra de Deus afirmava que a “árvore” irá renascer, do seu tronco, das suas raízes, um renovo surgirá e implantará a restauração da ordem e da justiça. O propósito de Deus prevalecerá. Aqueles que atentarem à Palavra de Deus e se voltarem arrependidos para o Senhor desfrutarão do tempo de restauração. Quando Deus castiga o Seu povo, não é visando destruir, mas restaurar (Jr 31.17-18; Hb 12.5-11).

Na passagem bíblica de Hebreus 12.1-20, os leitores são exortados a olhar para o maravilhoso exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, e isto leva diretamente a uma discussão sobre a disciplina. O escritor aos Hebreus demonstra que ela é essencial para a vida cristã, e exorta seus leitores de modo enfático a evitarem a inconsistência moral, e apela ao caso de Esaú para ilustrar este aspecto. Mais uma vez ressalta a grande vantagem da Nova Aliança sobre a Velha Aliança.

3. Cristo, a certeza da restauração.

A lei e os sacrifícios efetuados no antigo concerto expunham a decadente condição espiritual do ser humano diante de Deus, indicando a total dependência do homem da graça e misericórdia do Senhor. O novo concerto é a providência divina para restaurar a comunhão do ser humano com Deus, por intermédio de Jesus Cristo.

3.1. Um concerto superior.

Segundo o antigo concerto. Deus abençoaria o povo de Israel caso obedecesse às leis divinas e castigaria caso desobedecesse. O povo concordou e Moises selou o compromisso oferecendo um sacrifício. Contudo, ao longo da história, continuamente o povo de Israel descumpriu as exigências da Lei, revelando a incapacidade de toda a humanidade em viver de acordo com a vontade de Deus por seus próprios esforços. Por esta razão, Deus promete um novo concerto, “não conforme o concerto que fiz com seus pais” (Jr 31.32). “Um melhor concerto... melhores promessas”. (Hb 8.6).

A passagem bíblica de Jeremias 31.31-34 nos mostra que a aliança mosaica não será suficientemente flexível para a nova época da graça divina e, por isto, terá de ser substituída. A nova aliança será inscrita profundamente na vontade dos israelitas, que obedecerão ao Senhor por escolha e não mais por obrigação. A apostasia será substituída por uma atitude de fidelidade a Deus e a nação nunca mais servirá a nenhuma outra. O profeta Jeremias insiste em que a apostasia é a raiz de todos os problemas de Israel.

3.2. O novo concerto e a interioridade.

O profeta Jeremias denunciou que o povo de Israel entrava pelas portas do templo para adorar ao Senhor, orava, ouvia a leitura da Lei, observava dias, festas e cerimônias, contudo, não havia mudança no comportamento diário, pois a nação continuava no adultério, furto, sincretismo religioso e cometendo abominação (Jr 7), ou seja, o povo se limitava a demonstrações exteriores! Porém, no novo concerto, a demonstração de fidelidade a Deus começará no interior, no coração (Jr 31.33).

O próprio Jesus Cristo apontou a transgressão dos escribas e fariseus de Seu tempo pelo fato de não terem cuidado do coração (Mt 15.8, 18.20). É preciso ter atenção para não repetirmos os mesmos erros. Como está o nosso coração? Os discípulos de Jesus Cristo precisam entender que é justo resistir a todo e qualquer ensinamento que não provenha das Sagradas Escrituras, isolando e abandonando todos os instrutores que persistem no erro. Cedo ou tarde, toda doutrina falsa será totalmente desarraigada e lançada ao opróbrio. Somente fica de pé aquilo que está fundamentado sobre a Palavra de Deus. 

3.3. O novo concerto e o mistério de Deus.

“E ser-me-eis por povo, e eu vos serei por Deus” (Jr 30.22). É o que o Eterno Deus sempre quis e continua querendo. A ação de Deus no interior do ser humano proporcionará a concretização desse plano divino: “e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). O mistério revelado quanto ao citado plano de Deus é que mesmo quem não é israelita, segundo a carne, também está sendo chamado por Deus para fazer parte do Seu povo (Ef 3.4-6). O Senhor Jesus Cristo une a todos que nEle creem em um só povo (Ef 2.14, 16). Por intermédio da Igreja, Deus está anunciando a todos os homens que se arrependam para que sejam “um povo para o seu nome” (At 15.14; 1Pe 2.9-10).

Tanto judeus como gentios, em Jesus Cristo, são um novo homem (Ef 2.15). Antes, sem Cristo, os gentios estavam distantes (Ef 2.13), mas, agora, por estarem em Cristo, se aproximaram. Vale a pena ressaltar que essa aproximação não se deu pelos ensinos de Cristo vertido na cruz do Calvário. Divisões e distinções não existem mais conforme a posição de cada um perante Deus. O Eterno Deus usou de um meio para os que antes estavam divididos se tornassem um (Jo 10.16; 17.11; 1Co 10.17; 12.13).

Conclusão.

Devemos fazer um exame introspectivo à luz da Palavra de Deus, a fim de avaliar a nossa vida, se estamos realizando um bom trabalho no cumprimento de nossa missão, se estamos sendo conduzidos pela verdadeira adoração em uma comunhão intensa com Deus e com os nossos irmãos.



Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 25 de maio de Junho, da Escola Bíblica Dominical.