Texto
Áureo
Jeremias
33.17
Porque
assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da
casa de Israel.
Verdade
Aplicada
Sempre há
esperança para aqueles que confiam e se submetem ao Senhor.
Textos de
Referência
Jeremias
23.5-8
Eis que
vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei,
reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Nos seus
dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o
nomearão: O Senhor, Justiça Nossa.
Portanto,
eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez
subir os filhos de Israel da terra do Egito, mas: Vive o Senhor, que fez subir
e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras
para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.
O Deus de Israel
Ainda
hoje, nos referirmos ao Senhor como o Deus de Israel, tamanho o vínculo que
esta nação tem o Altíssimo. Estudar a história de Israel é mergulhar no âmbito
teológico, e a teologia sempre nos levará ao contexto histórico israelita. Este
é, sem dúvidas, um povo a qual Deus escolheu e separou para si. Uma nação
“modelo” que deveria inspirar os reinos do mundo a uma vida de obediência,
reverência e devoção ao Senhor. Obviamente, está posição de destaque, sempre
despertou a fúria dos inimigos e a inveja de estrangeiros. Assim, a história de
Israel, sempre foi pontuada por muitos conflitos, regada a sangue e escrita com
sofrimento. Sua visibilidade entre os reinos da terra, e a postura nacionalista
de seu povo, literalmente colocou um alvo em Israel. Os judeus despertaram um
incômodo em povos vizinhos e se território passou a ser cobiçado por motivos
geográficos, políticos e religiosos. Nos dias do profeta Jeremias, quando a
Babilônia expatriou milhares de judeus, somado ao fato que a Assíria já havia
promovido uma miscigenação de israelitas com outros povos cerca de 150 anos
antes, teve início uma diáspora que se acentuou nos séculos vindouros. Os
judeus foram autorizados a regressarem a seu território de origem no ano 538
AC, depois que a Babilônia já havia sido conquistada pela Pérsia. Mesmo assim,
muitos deles não regressaram para a casa, resultando numa grande colônia
judaica fora de Israel. Em 332 AC, Alexandre, rei da Macedônia conquistou e
dominou a região da Palestina, mantendo os judeus em sujeição ao império Grego.
Neste período, os judeus se viram as voltas com era de instabilidade política
de seus dominadores, já que o reine de Alexandre foi dividido entre quatro
governadores diferentes, que almejavam anexar Israel a seus domínios.
Em
168 AC., Antíoco Epifânio, confiando no panteão de deuses gregos, decretou o
fim da religião judaica. Os judeus foram forçados a sacrificar aos deuses
gregos. Para obrigá-los a seguir a religião grega, fez sacrifícios de animais
impuros, particularmente porcos, no altar. Oficiais gregos foram mandados
através do império para forçar rigidamente a nova religião. Qualquer
resistência era punida com a morte. As sinagogas foram destruídas, os rolos dos
livros sagrados foram profanados e o povo foi massacrado aos milhares. O Templo
de Jerusalém foi re-dedicado ao deus grego ZEUS, e sua colocada dentro do
templo. Foram necessários inúmeros conflitos sangrentos e revoltas populares,
para que os judeus reimplantassem sua religião, e retomassem a soberania
nacional.
Já
em 63 AC, foi à vez de os romanos conquistarem a Macedônia e a Palestina, e
mais uma vez, a nação se viu subjugada por estrangeiros. Após uma série de
revoltas contra Roma, os judeus foram duramente suprimidos e expulsos de seu
território pátrio, dispersando-se definitivamente pelo mundo.
Ocupando
diferentes regiões pelo mundo, os judeus conviveram em pequenas comunidades. Mesmo
não tendo território próprio, eram considerados uma nação, e procuravam
conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, costumes e
hábitos. Na Europa medieval, ocuparam principalmente a região da
Península Ibérica (Portugal e Espanha). Antes do ano 1000, tinham liberdade
religiosa e influenciaram o desenvolvimento cultural e científico. No ano de
1095, começaram a ser perseguidos pelos cristãos, porque a Igreja Católica
julgou os judeus como responsáveis pela morte de Jesus Cristo. A partir desse
fato, a civilização judaica sofreu constantes ataques nas cidades europeias;
enclausurando-se nos guetos, milhares de judeus foram vítimas da Santa
Inquisição (Tribunal da Igreja Católica que julgava os hereges).
A
partir da Idade Moderna, os judeus foram expulsos da Península Ibérica. A
grande maioria das comunidades judaicas teve que se instalar em regiões
protestantes (norte da Europa). Com grande ascensão econômica e intelectual, no
século XIX, vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer
dominá-los. Nesse contexto, começaram a surgir ideias de aversão e preconceito
contra os judeus (o antissemitismo). Ainda no século XIX, surgiu entre a
civilização judaica o desejo de retornar ao seu território de origem, a
Palestina, e criar um Estado Judaico nesse território. Era o ‘Sionismo’, milhares
de judeus retornaram, fugindo do antissemitismo europeu.
No
século XX, a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da
história, o chamado holocausto.
Instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial
(1939-1945), seis milhões de judeus foram submetidos aos campos de
concentração, sendo torturados e mortos. Após o término da guerra, o movimento
sionista reivindicou a Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado
de Israel na Palestina. No ano de 1948, foi criado o Estado Judeu –
contrariando os palestinos e árabes que viviam na região, milhares de judeus
retornaram. A partir da criação do Estado de Israel, vários conflitos étnicos e
guerras passaram a ser constantes na região conhecida como faixa de Gaza.
Mas,
todo este passado de sofrimentos, e o presente de conflitos regionais e guerras
cíclicas, conseguiu impedir a expansão de Israel como nação. Momentos
históricos de flagelos impostos sobre os judeus, são também marcados por picos
de crescimento. Seguindo o exemplo de um de seus mais notáveis antepassados, a
nação pode dizer que “Deus a tem feito prosperar na terra de suas aflições” (Gn
41:16). E um futuro glorioso de plenitude está reservado para este povo, com o
governo milenar de Jesus Cristo, onde Jerusalém será o centro do mundo.
Jeremias,
em seu tempo, vaticinou sobre a glória de Israel, quando o Messias viria ao
mundo, tendo Israel como porta de entrada. O que para aquela geração, era uma
expectativa de futuro, para nós, já é uma realidade. Cristo nasceu em Belém, se
criou em Nazaré, ministrou na Galileia. Morreu e ressuscitou em Jerusalém, nos
dando a esperança da vida eterna. Como Deus havia prometido a Abraão, pai da
nação israelita, em sua descendência, foram abençoadas as famílias da terra.
(Gn 12:4).
A
fúria do inimigo, as intempéries da vida e os reinos poderosos deste mundo,
jamais poderão impedir que os planos de Deus se realizem. O tempo está nas mãos
do Senhor, ele é o Ancião de Dias e o Pai da Eternidade. Seus propósitos para com
Israel, não se perderam nas prateleiras do tempo, e nem sucumbiram a gerações
perversas e reinados imersos em iniquidade. E o Deus de Israel, é o nosso Deus.
Em Cristo, fomos também feitos pela fé, filhos de Abraão. O novo Israel: - Vós
sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, cujo propósito é proclamar as grandezas daquele que vos
convocou das trevas para sua maravilhosa luz. (I Pe 2:9)
Uma missão eterna
O
propósito santo de Deus será estabelecido em um tempo já proposto na
eternidade. Desde a queda do homem, Satanás reinou com suas maldades, levando a
humanidade a afastar de Deus. No livro de Jeremias temos um rascunho do projeto
do Senhor, que é de no fim das eras, estabelecer seu governo justo e eterno. E
neste fechamento de trimestre, vamos aprender que por mais difícil que fossem
as condições vividas por Israel, Deus não abriria mão das promessas feitas aos “patriarcas”
Abraão, Isaque e Jacó. E
entre os pontos salientes desta lição, temos as similaridades entre Jeremias e
Jesus, um tema que passa despercebido pela grande maioria, mesmo sendo de
grande relevância teológica. A mensagem de Jeremias centraliza a justiça divina,
e apregoa um reino celestial e um concerto eterno; que foram piamente revelados
na vida de Cristo Jesus.
Seu nascimento, morte e ressurreição, se enquadram com
perfeição nas profecias de Jeremias. A missão do profeta Jeremias, embora fosse
momentaneamente localizada, viria a ter alcance mundial nos tempos do exílio. A
missão de Jesus Cristo, que inicialmente era voltada aos Judeus, após sua
ascensão aos céus, alcançou o mundo e se estende pela eternidade.
Os
sofrimentos de Jeremias são comparados ao do Senhor Jesus Cristo. Jeremias
sofreu pela causa do Senhor Deus, trouxe em seu ministério as marcas profundas
do desprezo de seus familiares, amigos e líderes religiosos de sua época, que
rejeitavam suas mensagens, pois eram duras e ecoavam os juízos de Deus. Jesus
Cristo também sofreu tais oposições, as perseguições foram acirradas. A tempo
todo, os fariseus, os saduceus e outros líderes de movimentos religiosos,
ficaram no encalço de Jesus, para acusá-lo de alguma coisa. Apesar de tantos
contratempos, ambos se mantiveram fiéis ao chamado, ao ministério e a vocação.
Ao
lermos sobre a vida de Jeremias e nos envolvermos com a vida de Jesus, temos nossa
visão acerca do reino de Deus ampliada, e nos conscientizamos que as
intempéries do caminho, não são suficientes para deter nossos passos. A Bíblia
é o nosso manual de instruções para termos uma boa e longa caminhada rumo ao
destino final.
O
capítulo 23 de Jeremias é um dos grandes escritos do profeta. Neste texto temos
grandes revelações acerca da chegada do Messias, o Deus entre nós, o redentor
esperando e o renovo justo. Um dos pontos chaves está nos versos 1 ao 4, que
diz:
- A queixa de Deus aos pastores de Israel, que na verdade eram os líderes
religiosos e os líderes políticos que fizeram toda a nação transgredir contra
Deus. Esses líderes sofrerão a mais dura repreensão de Deus.
Apesar da
introdução dura e repreensiva, este é uma ode de esperança. O Messias estava chegando para estabelecer a
justiça eterna. Que Deus nos ajude a cada dia, sermos ainda mais apaixonados
pela escritura, a conhecer e prosseguir conhecendo ao Senhor, e sendo fiéis a
sua palavra. E meu último conselho neste trimestre, é: Leiam o Livro dos
livros. A sua alma agradecerá.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
13
Deus estabelecerá governo justo e eterno
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
Nesta
última lição do trimestre, vamos refletir que, mesmo em momentos de aparente
caos e descontrole, o Senhor Deus tem uma mensagem de esperança para o Seu
povo.
1. As
similaridades entre Jeremias e Jesus.
As
similaridades entre o profeta Jeremias e Jesus Cristo são muitas. A mensagem
profética de Jeremias diz respeito a um “novo concerto com o Senhor” (Jr
31.31). Por conseguinte, no Novo Testamento, esse novo concerto foi
estabelecido com a morte e ressurreição de Jesus (Lc 22.20). O Messias
estabeleceu a nova aliança (Jr 31.31; Mt 26.28).
1.1.
Suas Missões eram de alcances
mundiais.
A Palavra
de Deus nos informa que, assim como Jesus, a missão do profeta Jeremias não
resumia a pregar somente para a sua nação (Jr 1.5). Assim como Jesus Cristo
sofreu grande oposição na Sua missão, advertindo seus concidadãos que o juízo
de Deus estava próximo (Mt 12.14), com o profeta Jeremias não foi diferente.
Jeremias foi
nomeado profeta tanto para Judá quanto para as nações (Jr 1.5). Jesus pregou o
Evangelho em Israel e mandou pregar a todas as nações (Mc 16.15). Quando Deus
falou com Jeremias, sabia que ele contestaria, mas, mesmo assim, o escolheu e o
enviou para as nações (Jr 1.5). Ele gritava contra o pecado de seus
compatriotas e os recriminava com rigor por causa da idolatria (Jr 7.30-34;
44.23). Com Cristo não foi diferente. Quando Ele falava, discorria como quem
tem autoridade, deixando autoridades religiosas, políticos e cidadãos de todo o
tipo perplexos e, de alguma forma, profundamente impactados (Mt 7.29).
1.2.
Outras semelhanças entre
Jeremias e Jesus.
Vejamos
algumas semelhanças entre Jesus e Jeremias: ambos eram solteiros; Foram
rejeitados na própria nação; sofreram com a rebeldia dos falsos profetas;
choraram sobre a cidade de Jerusalém; Deus honrou a ambos. Que bom estudar
sobre a vida do profeta Jeremias. Aprendemos muito com este homem e suas dores.
Jeremias e Jesus eram familiarizados com o sofrimento. Entre todos os profetas,
sem contar nosso Senhor Jesus Cristo, Jeremias foi o que mais sofreu, não houve
dores iguais às suas (lm 1.12.13). Ao ponto de ficar conhecido universalmente
como “o profeta das lágrimas”.
O profeta
Jeremias passou por diversos sofrimentos: o desprezo do seu próprio povo (Jr
12.6); ferimentos e prisões (Jr 20.1-2); solidão (Jr 38.6); sofrimento dos
líderes de Judá (Jr 18.18); perigo de morte constante (Jr 26.8). Semelhante,
Jesus sofreu dores físicas e emocionais; preso (Mt 26.50); teve julgamento
injusto (Mt 26.57); viu Pedro o negar três vezes (Mc 14.54, 72); foi condenado
pelo Sinédrio (Mt 27.1); caminhou até o Gólgota (Mt 27.32, 34); sofreu
flagelação e uma coroa de espinhos foi colocada em Sua cabeça (Lc 23,1, 25);
foi crucificado (Mt 27.35).
1.3.
Jesus é o verbo de Deus.
Semelhante
a Jeremias, Jesus também não foi bem aceito por Seu povo. Mesmo sendo Ele o
“Verbo... e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). A própria Palavra de Deus
personificada, a perfeita revelação de Deus. Como poderia algum homem mortal
lutar contra a presença do seu criador? Mas o apóstolo João assegura que não
foi bem assim: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Embora
Ele ensinasse com autoridade e como boca de Deus expulsasse os demônios,
confirmando sua autoridade profética (Mc 5.1-14), Cristo foi recusado pelos
homens! Em várias circunstâncias, Jesus foi abandonado pelas multidões que
escutaram Suas admoestações e puderam ver Seus amplos atos. Quando chegou o
momento de decidir o que fazer com o filho de Deus, a população gritou e
persistiu em Sua morte (Lc 23.28, 23).
A boca
fala o que o coração está cheio (Lc 6.45). Como falar coisas boas, se nosso
coração está cheio de odiosidade, rancor, fúria e desgostos? Como pensar coisas
boas, se esse mesmo coração está transbordando de sentimentos venenosos? Quando
permanecemos na presença de deus, o nosso coração é livre para adorar, as
palavras que dizemos são boas e edificam a nossa vida. Precisamos cuidar do
nosso interior para que o nosso coração esteja cheio de Deus e possamos ser
boca de Deus na Terra.
2. O
prenúncio do Messias.
Jeremias
profetizou sobrea vinda de um líder, o Messias (Jr 23.5-6). O profeta o apresenta
como um ramo da casa de Davi, o Rei que iria reinar com autoridade e justiça.
2.1.
Cristo, o Renovo Justo.
No início
do capítulo 23 do livro de Jeremias, Deus fala sobre “os pastores que
apascentam o meu povo” (Jr 23.2), que agiram com maldade e não cuidaram, como
deviam, do rebanho do Senhor (o povo de Israel). Porém, a história do povo de
Deus não terminará em destruição e dispersão, pois “...Vêm dias, diz o Senhor,
em que levantarei a Davi um Renovo justo” (Jr 23.5). Virá um Pastor, Jesus Cristo
(Jo 10), que agregará as ovelhas, fazendo-as voltar ao aprisco, e “frutificarão
e se multiplicarão” e, assim, “haverá um rebanho e um pastor” (Jr 23.3; Jo
10.16).
Os pastores
eram os líderes falsos do rebanho, que deixaram que ele dispersasse e no fim fosse
destruído (Jr 2.8; 10.21; 23.1-4). Má liderança foi um dos fatores que causaram
o exílio. Ovelhas pastando é uma imagem campestre muito comum nas Sagradas
Escrituras. Deus, o supremo Pastor (Jo 10.11), mostrou com Sua morte até onde o
amor divino estava disposto a ir para redimir a humanidade pecadora.
2.2.
Cristo, nossa esperança.
Em um
contexto de pecado, castigo, cativeiro e desolação, há promessa de restauração
e renovação para o povo de Deus: renovo (Jr 23.5-6); restauração (Jr 30.17-22);
e novo concerto (Jr 31.31-34). É como se o profeta Jeremias penetrasse no
futuro, olhando, pela fé, as verdades que o Senhor estava lhe revelando. Em
meio ao caos que se instalava em Jerusalém, Deus estava lhe apresentando o
cumprimento das promessas acima citadas, na pessoa de Jesus Cristo: Ele é o
Renovo! Ele restaura e é o mediador do novo concerto. Portanto, “há esperança,
no derradeiro fim...” (Jr 31.17).
Na
restauração, Deus enxugará dos olhos do Seu povo todas as lágrimas (Ap 7.17;
21.4). Israel agora disciplinado, seguirá as recomendações de Deus, cujo jugo é
agradável quando carregado adequadamente (Mt 11.30). Como um pródigo que
retorna, Israel veria o amor de Deus derramado sobre si em abundância (Lc
15.22-32).
2.3.
Cristo, a certeza da restauração.
A palavra
“renovo”, no hebraico, significa “um broto), “um ramo”, “aquilo que cresce”.
Seria possível a restauração do povo de Deus (Israel)? Estava parecendo uma
árvore arrancada. Porém, a infalível Palavra de Deus afirmava que a “árvore”
irá renascer, do seu tronco, das suas raízes, um renovo surgirá e implantará a
restauração da ordem e da justiça. O propósito de Deus prevalecerá. Aqueles que
atentarem à Palavra de Deus e se voltarem arrependidos para o Senhor
desfrutarão do tempo de restauração. Quando Deus castiga o Seu povo, não é
visando destruir, mas restaurar (Jr 31.17-18; Hb 12.5-11).
Na passagem
bíblica de Hebreus 12.1-20, os leitores são exortados a olhar para o
maravilhoso exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, e isto leva diretamente a uma
discussão sobre a disciplina. O escritor aos Hebreus demonstra que ela é
essencial para a vida cristã, e exorta seus leitores de modo enfático a
evitarem a inconsistência moral, e apela ao caso de Esaú para ilustrar este
aspecto. Mais uma vez ressalta a grande vantagem da Nova Aliança sobre a Velha
Aliança.
3. Cristo,
a certeza da restauração.
A lei e os
sacrifícios efetuados no antigo concerto expunham a decadente condição
espiritual do ser humano diante de Deus, indicando a total dependência do homem
da graça e misericórdia do Senhor. O novo concerto é a providência divina para
restaurar a comunhão do ser humano com Deus, por intermédio de Jesus Cristo.
3.1. Um
concerto superior.
Segundo o
antigo concerto. Deus abençoaria o povo de Israel caso obedecesse às leis
divinas e castigaria caso desobedecesse. O povo concordou e Moises selou o
compromisso oferecendo um sacrifício. Contudo, ao longo da história,
continuamente o povo de Israel descumpriu as exigências da Lei, revelando a
incapacidade de toda a humanidade em viver de acordo com a vontade de Deus por
seus próprios esforços. Por esta razão, Deus promete um novo concerto, “não
conforme o concerto que fiz com seus pais” (Jr 31.32). “Um melhor
concerto... melhores promessas”. (Hb 8.6).
A passagem
bíblica de Jeremias 31.31-34 nos mostra que a aliança mosaica não será
suficientemente flexível para a nova época da graça divina e, por isto, terá de
ser substituída. A nova aliança será inscrita profundamente na vontade dos
israelitas, que obedecerão ao Senhor por escolha e não mais por obrigação. A
apostasia será substituída por uma atitude de fidelidade a Deus e a nação nunca
mais servirá a nenhuma outra. O profeta Jeremias insiste em que a apostasia é a
raiz de todos os problemas de Israel.
3.2. O
novo concerto e a interioridade.
O profeta
Jeremias denunciou que o povo de Israel entrava pelas portas do templo para
adorar ao Senhor, orava, ouvia a leitura da Lei, observava dias, festas e
cerimônias, contudo, não havia mudança no comportamento diário, pois a nação
continuava no adultério, furto, sincretismo religioso e cometendo abominação
(Jr 7), ou seja, o povo se limitava a demonstrações exteriores! Porém, no novo
concerto, a demonstração de fidelidade a Deus começará no interior, no coração (Jr
31.33).
O próprio
Jesus Cristo apontou a transgressão dos escribas e fariseus de Seu tempo pelo
fato de não terem cuidado do coração (Mt 15.8, 18.20). É preciso ter atenção
para não repetirmos os mesmos erros. Como está o nosso coração? Os discípulos
de Jesus Cristo precisam entender que é justo resistir a todo e qualquer
ensinamento que não provenha das Sagradas Escrituras, isolando e abandonando
todos os instrutores que persistem no erro. Cedo ou tarde, toda doutrina falsa
será totalmente desarraigada e lançada ao opróbrio. Somente fica de pé aquilo
que está fundamentado sobre a Palavra de Deus.
3.3. O
novo concerto e o mistério de Deus.
“E
ser-me-eis por povo, e eu vos serei por Deus” (Jr 30.22). É o que o Eterno Deus
sempre quis e continua querendo. A ação de Deus no interior do ser humano
proporcionará a concretização desse plano divino: “e eu serei o seu Deus, e
eles serão o meu povo” (Jr 31.33). O mistério revelado quanto ao citado plano
de Deus é que mesmo quem não é israelita, segundo a carne, também está sendo
chamado por Deus para fazer parte do Seu povo (Ef 3.4-6). O Senhor Jesus Cristo
une a todos que nEle creem em um só povo (Ef 2.14, 16). Por intermédio da
Igreja, Deus está anunciando a todos os homens que se arrependam para que sejam
“um povo para o seu nome” (At 15.14; 1Pe 2.9-10).
Tanto judeus
como gentios, em Jesus Cristo, são um novo homem (Ef 2.15). Antes, sem Cristo,
os gentios estavam distantes (Ef 2.13), mas, agora, por estarem em Cristo, se
aproximaram. Vale a pena ressaltar que essa aproximação não se deu pelos
ensinos de Cristo vertido na cruz do Calvário. Divisões e distinções não
existem mais conforme a posição de cada um perante Deus. O Eterno Deus usou de
um meio para os que antes estavam divididos se tornassem um (Jo 10.16; 17.11;
1Co 10.17; 12.13).
Conclusão.
Devemos
fazer um exame introspectivo à luz da Palavra de Deus, a fim de avaliar a nossa
vida, se estamos realizando um bom trabalho no cumprimento de nossa missão, se
estamos sendo conduzidos pela verdadeira adoração em uma comunhão intensa com
Deus e com os nossos irmãos.
Neste trimestre, estudaremos a vida
do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra
do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para
meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias
de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir
nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada
diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta
Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe
neste domingo, 25 de maio de Junho, da Escola Bíblica Dominical.
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